"Ele é estranho".
Escrevi essas três palavras no papel e o passei para Aleah, sentada na cadeira ao lado. Em seguida, encarei novamente meu professor, falando apressadamente sobre vetores.
Hoje era aula de física. Eu odiava física.
— Entretanto, não pensem que é só isso. Além dos vetores, vocês também precisam estudar as leis de Newton — Park Jinyoung, meu maldito professor, disse. Ele terminou de anotar algo na lousa, então virou-se, encarando-me.
E de um jeito bastante estranho, desde que começou a trabalhar aqui, há alguns meses atrás, e nossos olhos se encontraram pela primeira vez no pátio do colégio... desde que nos deu aquelas advertências por minha melhor amiga e eu tentarmos sair mais cedo do colégio e nos entregou ao diretor... ele sempre estava me olhando de maneira estranha e desconfortável. Como se soubesse que eu iria aprontar, ou o meu mais profundo segredo.
— Eu realmente quero ajudar vocês desta vez. Então, posso garantir, se estudarem esses dois assuntos e resolverem os exercícios que copiei, serão capazes de tirar um dez — o professor continuou.
Suspirei, impaciente. Não era apenas a matéria em si que eu odiava agora, pensei.
Porque, lentamente, Jinyoung estava entrando para o meu ranking de três professores mais insuportáveis.
E, lentamente também, tudo o que eu desejava era evitá-lo de todas as maneiras possíveis e impossíveis.
Escutei Aleah sussurrando meu nome e virei minha atenção para ela.
"Você é maluca?", ela sibilou com os lábios. Sua reação de descrença me fazendo querer rir.
Talvez eu fosse maluca mesmo.
Ou talvez, apenas não quisesse aceitar o fato que alguém tão novo como ele, era meu professor. Meu professor de física. E que nos chamava de criança, embora nitidamente, fosse apenas alguns anos mais velhos do que nós.
Mas essa implicância toda com o recém formado não era só isso. Havia algo nele.
Algo estranho. Como uma barreira densa.
Uma grande barreira densa, repleta de segredos e mais segredos. De mágoas e arrependimentos.
Eu conseguia sentir, não inteiramente, mas uma parcela daquilo. Era tênue e perigoso, mas chamava minha atenção de maneira absurda.
Notando seu olhar em mim, desviei meus olhos rapidamente.
"Vamos lá, tente sentir algo, Violet", disse a mim mesma. "Qualquer coisa."
Nada.
Tudo o que eu sentia era essa camuflagem estranha ao redor dele, me impedindo de sentir. Seus verdadeiros sentimentos, seus medos, os mais profundos receios.
É, definitivamente, ele era um cara estranho.
Mesmo assim, isso só aumentava minha curiosidade aumentar.
— Algum problema, Violet? — o professor indagou.
Só então me dei conta que tinha voltado a encará-lo, desta vez, fixamente.
Neguei com a cabeça, surpresa.
— Não, problema algum.
— Tem certeza? — indagou com um sorrisinho provocante, o qual me irritou.
— Sim, tenho sim.
— Bem, se por acaso você estiver com alguma dúvida...
— Eu estou bem, professor. De verdade.
Seus olhos se mantiveram nos meus por alguns segundos até ele falar:
— Tudo bem então, mas não ouse falar comigo, caso mude de ideia.
Ele voltou a olhar para a turma, contudo, eu ainda sentia sua atenção em mim. Uma energia que demorava a se dissipar, quase como se estivesse me analisando, assim como eu fazia com ele.
E isso fez um aperto crescer em meu peito, deixando-me aflita.
Não era como se meu professor possuísse o mesmo dom que eu, sem chances. Também não era como se fosse capaz de sentir as vibrações positivas e negativas dos sentimentos das outras pessoas, mas... o que diabos havia sido aqueles olhos penetrantes. Era como se soubesse exatamente o que eu estava pensando dele. E o sorriso nos lábios? O maldito sorriso perfeito nos lábios, ao perguntar se eu tinha certeza?
Céus, eu não fazia a menor ideia!
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Grata por todos os leitores que me acompanham!
Queria informar que a fanfic envolverá fantasia e os capítulos não possuirão uma quantidade certa de palavras, assim como as atualizações que não possuirão dias exatos.
Dessa forma, peço bastante paciência a cada um de vocês, e espero do fundo do coração que gostem! ❤️
Não se esqueçam de votar e comentar também (se quiserem, claro.) Pois isso me deixa bastante feliz e motivada a continuar a escrever.|