Behind Cameras

De switch5hearts

1.9M 117K 122K

[FINALIZADA] A fama é uma consequência do reconhecimento do seu bom trabalho. Mas o que muitos esquecem é que... Mai multe

Desmascaradas.
Lauren Jauregui ou Eterna Crush?
De quem vocês estão falando?
As Selfies
Pessoa Favorita
Squad
Novo Amigo ou Novo Namorado?
Ciúmes se Combate com Ciúmes
Votos, Prêmios e Hotéis
Proibido é mais Gostoso
Teorias
Péssimas Mentirosas
Beijos, Desculpas e Shay Mitchell
As Regras
Caçulas
As Composições
Leia o Contrato
Família e Coachella
Realidade X Publicidade
As Câmeras
A tão Esperada Música
Alguém Disse 'Camren'?
Entrevistas e Mais Entrevistas
Nós Somos Reais
O Casal do Momento
As Garotas da Capa
Não Falem Besteira
Lidando com Problemas
Confusões
Suas Consequências
Mentiras e Verdades
Feliz Aniversário, Babe
Encrencada ou Sortuda?
Stalker
Olhares
Passeios e Irmãos Jonas
Mudanças
Me Surpreenda
Sua Equipe, Srta. Cabello
Os Sustos
Quartos de Hotéis
O Grande Dia
Paparazzi
Insaciável
Algumas Dúvidas
A Doula
Alto-falante de Hospital
A Pequena Elisa
Protestos
De Volta aos Holofotes
O Aniversário
MEU LIVRO JÁ PODE SER ADQUIRIDO!!!!
Vidas à Conciliar
Últimos Dias!!
Halloween
Consequências
Precisamos Conversar
Por de Trás das Câmeras

Culpa

23.3K 1.7K 1.1K
De switch5hearts

Hey pessoal, achei que vocês já tinham se acostumado comigo parando em momentos tensos da história HAHAHAHA Bom, hoje vocês vão finalmente saber o que aconteceu depois do barulho do tiro e um pouco mais depois, mas isso tem um motivo, eu juro. LEIAM O QUE EU VOU ESCREVER DEPOIS DO CAPÍTULO É ALGO IMPORTANTE.

OBRIGADA PELOS 8K DE SEGUIDORES, EU FIQUEI BERRANDO QUANDO VI ESSE NÚMERO NO MEU PERFIL, ISSO É SURREAL KJSADBKABJSD

Queria agradecer e dedicar esse capítulo para as meninas do Squad que leram ele antes e me auxiliaram com diversas partes, ele não estaria sendo postado tão cedo assim se não fosse por elas. EU AMO VOCÊS, VIADAS ♥

Por favor, não se esqueçam de comentar e votar, isso é muito importante para a história ♥

Para hoje sugiro as músicas: Chasing Cars na versão do Sleeping At Last, Wherever You Will Go na versão da Charlene Soraia, Kill Em With Kindness (versão acústica) da Selena Gomez e Skinny Love da Birdy.

Boa leitura:

"@BritshCamren: AI MEU DEUS, ESTÃO ATIRANDO NO HOTEL AONDE CAMILA E LAUREN ESTÃO HOSPEDADAS

@BritshCamren: MUITOS HÓSPEDES SAÍRAM CORRENDO

@Rauregui: @BritshCamren E LAUREN E CAMILA??

@BritshCamren: @Rauregui EU NÃO SEI, TODO MUNDO SAIU CORRENDO, NÃO QUEREMOS CORRER RISCOS

@CamrensBitch: @BritshCamren AI MEU DEUS, FIQUEM A SALVO, ESPERO QUE TUDO FIQUE BEM

@CamilaCabelloNews: Fomos informados que disparos aconteceram no hotel onde Lauren e Camila estavam hospedadas, ainda não se tem notícias.

@LaurenJaureguiNews: Fãs contam que parte dos hospedes estão saindo do hotel, mesmo com apenas um disparo, quando soubermos mais vocês também saberão."

Levo a mão até a minha cabeça, ela latejava e eu sentia uma dor suportável, escutava os gritos enfurecidos do homem e os gemidos de Lauren, que chorava, Owen e Paul resmungavam irritados enquanto lutavam bravamente para conter o lunático que havia invadido nosso quarto, que se debatia de todas as maneiras. Assim que afasto minha mão consigo ver o sangue que saía de lá. Desviei meu olhar e senti meu corpo todo ficar em alerta quando vi uma quantidade maior de sangue, Lauren tinha as mãos sobre a sua própria cintura e tremia gemendo de dor. Não pensei em mais nada, me arrastei para perto dela e olhei seu lindo rosto completamente pálido, estampando dor em cada feição.

Ela sangrava mais do que eu.

- ME SOLTEM. - O homem grita - LAUREN, DIGA PARA ELES ME SOLTAREM, LAUREN. - Ele se debatia enquanto Josh entrava no quarto.

- Eu preciso de uma ambulância, AGORA. – Grita no telefone.

- Amor, olhe para mim... - Levo minha mão até o seu ferimento, pressionando o mesmo - Vai ficar tudo bem, tudo bem.

- SAÍA DE PERTO DELA, SUA VACA, ELA É MINHA.

- Olhe para mim, só para mim. - Pisca lentamente e me encara fixamente.

- Você está sangrando. – Fala o obvio.

- OLHA O QUE VOCÊS ME OBRIGARAM A FAZER COM ELA, VOCÊS SÃO UNS MONSTROS, ME DEIXEM CUIDAR DELA! - Owen acerta um murro no estômago do homem, que se curva gemendo de dor.

- Vamos nos preocupar com você agora.

Os seguranças do hotel apareceram ajudando nossos seguranças a retirarem o louco dali.

Josh pediu para que eu me afastasse, ergueu a blusa de Lauren e analisou o ferimento, pedindo para que eu voltasse a pressionar. Correu até o banheiro e voltou com uma toalha, colocando a mesma sobre o ferimento e encarando minha namorada logo em seguida, peguei um travesseiro em cima da cama para apoiar sua cabeça e deixa-la o mais confortável possível.

- Não foi nada, apenas pegou de raspão. – Informa depois de analisar o ferimento.

- Você diz isso porque não foi você! - Resmunga ranzinza e eu não consigo evitar de rir, estava tão apavorada - Você vai m-me achar-r mais se-sexy agora? - Sinto meus olhos ficarem marejados e eu rio, assentindo.

- Só se ficar com uma cicatriz. – Entro na brincadeira.

- Com licença. - Dois paramédicos entram as pressas empurrando uma maca - Você se chama?

- Lauren Jauregui. - Respondo por ela, que gemia de dor - Ela não tem alergia a nenhum medicamento, e a bala não está nela, passou de raspão.

- Tudo bem, Lauren nós vamos te levar para o hospital para cuidar disso, ok?

- Ok. – Responde atordoada, pegando minha mão.

- Então nada de dormir, vamos conversar sobre qualquer coisa, sua amiga pode nos acompanhar. - Fala enquanto a levantavam.

- Ela é minha namorada! – Responde ofendida - Seria difícil ter-r uma amiga bonita a-assim e n-não querer be-beijar sempre. - Todo mundo ri, e eu nego com a cabeça, me curvando para deixar um beijo em sua testa suada.

O corredor estava completamente vazio, Josh informava que sairíamos por outro lugar para que ninguém tirasse fotos. Usamos o elevador dos funcionários, que era maior e possibilitava a entrada da maca, o caminho foi bem rápido, podia notar que os funcionários atendiam ligações dos hóspedes e corriam desesperados de um lado para o outro para tentar conter todo mundo.

Não conseguia acreditar que um hotel cinco estrelas havia falhado horrivelmente na segurança possibilitando a entrada de um desconhecido em nosso quarto.

Quando colocaram Lauren na ambulância eu subi com ela, Owen apareceu depois de alguns instantes informando que nos seguiriam com o carro, além todos eles estariam no hospital para ficar de guarda na porta de qualquer lugar que estivéssemos, assim foi feito. Tive que conversar com Lauren durante todo o trajeto, eles deram um remédio em sua veia para que a dor não aumentasse enquanto sua adrenalina diminuía. Meu corpo ainda estava tenso e em alerta, suava frio, mas eu não estava tendo uma de minhas crises mais, talvez voltasse a ter uma nova quando parasse para pensar naquela merda toda.

Quando chegamos no hospital fomos levadas até uma sala para que pudessem cuidar melhor do ferimento de Lauren, aparentemente nada grave, permitiram que eu ficasse o tempo todo ao seu lado. Podia ouvir nossos seguranças falando entre si do lado de fora, Owen estava transtornado com a situação.

- Agora você pode descansar.

- Achei que íamos embora.

- E íamos, mas quero que você passe a noite aqui, apenas para garantir que mais nada de ruim vai acontecer. - Acaricio seu rosto, vendo ela sorrir.

- A sua testa... – Sua expressão relaxada muda completamente, ela estava em alerta – Vamos chamar uma enfermeira e...

- Não se preocupe, vou atrás de uma daqui a pouco, foi apenas um corte. – Trato de acalma-la logo – Na hora que eu me joguei no chão acabei batendo no puxador da cômoda, não é nada.

- Fico feliz que não tenha sido nada mais grave, jamais iria me perdoar se algo acontecesse com você. - Sinto um bolo se formar em minha garganta, ela não podia ser real - Foi a minha culpa ele ter entrado lá e nos ameaçado, me desculpe.

- Você não tem culpa de nada. - Me curvo, acariciando suas bochechas com meus polegares e deixando um beijo em seus lábios - Não peça desculpas. – Beijo a ponta de seu nariz gelado, sua expressão era desolada – Eu já volto, ok?! Vou conversar com Owen.

- Tudo bem, mas não se esqueça de ver esse corte depois. – Me alerta e eu comprimo meus lábios, ela havia levado um tiro e ainda assim eu continuava sendo sua prioridade - Eu amo você, Camz.

- Eu também te amo, muito. - Abro a porta e me viro - Me guarde beijos para mais tarde...

- Todos do mundo!

Saí do quarto e logo todos os nossos seguranças ajeitaram suas posturas, Owen abaixou a cabeça, Paul desviou o olhar e Josh levou as mãos para as costas. Podia ver facilmente que todos compartilhavam o mesmo sentimento: haviam falhado conosco.

- Srta. Cabello, eu sinto muito por...

- Você não tinha como adivinhar, eu havia dispensado todos vocês e dado uma tarefa diferente para você. - Os tranquilizo - Os únicos responsáveis são as pessoas do hotel, que permitiram a subida para os quartos de uma pessoa que não estava se hospedando lá, e do idiota que deu o cartão de nosso quarto aquele homem.

- Nós vamos fazer questão de procurar o culpado dessa situação, Srta. Cabello, faremos isso pessoalmente. - Owen se prontifica em dizer.

- Irei voltar para o hotel para os vídeos de segurança, e farei questão que nada vaze para a impressa, Keana e Sandra estão tentando conter tudo. - Paul informa e eu assinto.

- Sua mãe está na sala de espera, ela pediu para te ver. - Josh comenta em um fio de voz - Devo traze-la aqui?

- Sim, não queremos pessoas fotografando Camila hoje e você sabe disso. - Owen responde rudemente.

- Sim, senhor. - Abaixa a cabeça e começa a se afastar.

Desde que eu havia começado a namorar Lauren, Owen havia passado a ser o chefe de todos os nossos seguranças, ele planejava as rotas e todas as medidas que precisavam ser tomadas para aumentar ainda mais nosso bem-estar durante situações simples que poderiam vir a tornar-se perigosas. Nosso guarda-costas era um excelente profissional, muito responsável, por isso não era difícil notar toda a sua angústia e frustração com o que havia acontecido.

Owen permaneceu do meu lado até minha mãe aparecer no corredor, ela chorava e andou apressadamente em minha direção de braços abertos, me esmagando em um abraço e permitindo que eu finalmente expusesse como toda aquela experiência traumática havia me feito mal. Chorava contra seu ombro, tentando inutilmente buscar palavras e formular frases que expressariam todo o pavor que eu havia sentido com aquela arma apontada na minha cabeça e todos aqueles xingamentos. Minha mãe, mesmo chorando, tentou me acalmar da melhor maneira possível fazendo questão de informar que eu não precisava me preocupar com mais nada que não fosse na minha recuperação e na de Lauren.

Ao ver minha testa com o corte dona Sinuhe prontamente me arrastou para procurar uma enfermeira, Owen fez questão de nos acompanhar enquanto Paul e Josh ficaram na frente da porta do quarto de Lauren. Provavelmente por conta de ser eu não fui atendida por uma das enfermeiras e sim por um dos médicos do hospital, o homem fez questão de me fazer um exame para garantir que a pancada –que havia sido mais forte do que eu me lembrava- não havia feito um mal maior do que os corte que conseguiu arrancar uma boa quantidade de sangue da minha pessoa.

Enquanto o médico dava os três pontos na minha testa e fazia eu me recordava de como o corte havia acontecido. Lauren estava na minha frente, com as mãos no peito do homem, que tinha os olhos arregalados e mantinha aquela expressão insana, a porta sendo quebrada com um chute fez um barulho absurdo, me joguei no chão e antes que Lauren pensasse em fazer isso a bala acabou raspando em sua cintura.

- Ele se assustou, por isso a arma disparou. – Murmuro, minha mãe me encara – Ele não ia mais atirar, Lauren não iria permitir, ela estava enrolando para que Owen finalmente chegasse.

- Querida, você não deve pensar mais nisso. – Era fácil falar – O que acha de comer algo? Você não jantou.

- Não estou com fome. Pretendo ficar junto a Lauren pelo resto da noite. – O médico se afasta.

- Prontinho, está liberada, vou recomendar alguns medicamentos para caso você sinta dores de cabeça. Qualquer coisa estranha, procure um médico. – Concordo com a cabeça, me levantando.

- Estarei com Lauren, você pode ligar para Clara e Michael?

- Farei isso novamente. – Pega meu celular – Tem certeza que não precisa de nada?

- Apenas ficar com ela. – Continuo caminhando pelo hospital.

Entrei no quarto e pude ver minha namorada dormindo serenamente, a ponta de seu nariz estava vermelha, seus cílios molhados e suas bochechas mostravam vestígios de lágrimas que haviam rolado pela sua face enquanto ela estava sozinha naquele quarto. Sabia que ela estava se culpando pelo ocorrido, assim como sabia que jamais iria se perdoar por um de seus fãs nos colocarem naquela posição. Puxei a poltrona, aparentemente confortável, para perto da cama aonde ela descansava e me coloquei ao seu lado, segurando sua mão e me debruçando ali. Queria garantir que mais nada de ruim aconteceria com ela, nem que ninguém que lhe oferece qualquer tipo de perigo ocupasse o mesmo metro quadrado que ela.

Acordei assustada ao ouvir a porta se abrindo sem qualquer delicadeza, o senhor e a senhora Jauregui entraram no quarto com olhos marejados, enquanto minha namorada agarrava minha mão com força graças ao susto pelo barulho da porta. Foi então que vi todas os sentimentos que Lauren havia tentado esconder todas aquelas horas escancarados em segundos.

Minha namorada deixou-se ser abraçada por seus pais, que choravam junto com ela, diversos beijos foram trocados e murmúrios sobre eles estarem felizes de verem ela viva e bem com todos aqueles acontecimentos. Assim que se afastou de Lauren meu sogro caminhou em minha direção e me abraçou apertado, também lotando meu rosto de beijos, Clara me envolveu em seus braços e me abraçou apertado logo depois.

- Você já se alimentou? – Nega com a cabeça – E você, Camila?

- Estávamos descansando, foi uma noite louca. – Informo – Mas vamos comer logo, certo?

- Certo. – Entrelaça nossas mãos – Estou bem, não se preocupem.

- Lauren, um lunático entrou em seu quarto de hotel e sabe lá o que ele queria. – Minha sogra fala exasperada – Eu não imagino como deve ter sido, mas você...

- Mãe. – A interrompe – Ele deixou claro as intenções dele, já foi detido e eu só quero ir embora daqui, com Camila. – Concordo com a cabeça – Vamos tirar alguns dias para passar por isso e depois as coisas voltarão ao normal, temos compromissos e não vamos deixar um louco atrapalhar isso, Owen irá cuidar de tudo.

- Você deveria, ao menos, trocar a equipe de segurança, eles não parecem estar fazendo o trabalho direito e...

- Não. – Responde ofendida, antes mesma que eu possa defender nossos seguranças – Eles não têm culpa, o hotel sim, Owen estava ocupado com algo que Camila e eu havíamos pedido, Josh e Paul estava dispensados porque já haviam feito tudo que estava ao alcance deles. O hotel não mantem as cópias dos quartos seguras e autorizaram a subida de um não-hospede nos corredores dos quartos, então não foi falha da nossa segurança.

- Tudo bem, querida. – Minha sogra a calma – Não precisa se exaltar, ok? – Comprimo meus lábios, acariciando a mão da minha namorada com meu polegar – Vamos apenas conversar com seus médicos e então vamos voltar para casa.

E fizemos isso, Lauren recebeu alta do hospital, Keana apareceu com o rosto inchado de tanto chorar e com uma troca de roupa para a minha namorada. Tanto Keana e Sandra, assim como nossos seguranças, estavam se culpando por não terem previsto o incidente que havia acontecido no nosso quarto de hotel.

Fomos informados que toda a impressa estava do lado de fora do hospital e haviam passado a noite toda lá, a história de que um fã lunático que havia invadido o nosso quarto de hotel já estava em todos os sites, assim como a história de que Lauren havia levado um tiro. Nossas equipes estavam tentando conter os boatos ridículos, mas é claro que tanto Lauren quanto eu precisaríamos fazer uma declaração pessoal para que todos pudessem parar de falar sobre aquilo.

Só queríamos que aquele assunto morresse e pudéssemos esquecer o mais rápido possível de tudo.

Conseguimos sair sem passar por tumulto algum, fomos informadas que nossas malas já estavam no aeroporto, assim como toda a nossa equipe. Por medida de segurança faríamos uma pequena pausa em nossas agendas lotadas para assegurar que nada do tipo acontecesse novamente.

Lauren conseguia estar mais assustada que eu, qualquer um podia facilmente notar isso, seus olhos estavam arregalados e a todos os instantes ela permanecia em alerta, como se a qualquer instante aqueles minutos horríveis fossem acontecer mais uma vez. O pior para nós duas foi quando passamos pela segurança e vimos as armas, não sei quem tremia mais.

A sensação de ter uma arma apontada diretamente em sua cabeça, ou contra você, é horripilante. A pessoa que segura a arma tem o poder de brincar de Deus, decidir se irá tirar sua vida ou não, e como quem segurava a arma que nos petrificou era um louco a experiência conseguiu ser mil vezes pior, ele não estava sano.

- Você está bem? – Questiono após Lauren beijar minha mão enquanto via um filme.

- Estou. – Responde indiferente.

- Lo, estou falando sério. – Desvia o olhar e me encara, comprimindo os lábios.

- Eu achei que iriamos morrer. – Confessa com a voz tremula – Achei que iria perder você, para sempre. A ideia de viver em um mundo aonde você não faça parte me deixou apavorada, pularia na frente da bala se fosse necessário. – Confidencia e eu olho no fundo de seus olhos.

- Por um momento achei que ele fosse te machucar sem a arma... – Acaricio seu rosto, sentindo meus olhos ficarem marejados – E eu não fiz nada, nada para impedir, Lo. – Havia sido uma covarde.

- Antes fizesse algo a mais comigo, Camila. – Seu maxilar fica rígido – Ele entrou lá por minha culpa e quase te machucou por minha culpa, só minha. – Nego com a cabeça – E comigo ele poderia fazer qualquer coisa, desde que não tocasse em você. – Aperta minha mão – Você não merece nada disso e...

- Nem você. – A interrompo – Você não merece nada do que aconteceu, Lauren. Não é sua culpa, entenda isso. Ele é um cara doente que acredita que você é propriedade dele, quando não é verdade. – Passa a língua pelos lábios – Nós vamos para casa, e eu não vou sair do seu lado, eu prometo. Eu irei cuidar de você, amor. – Lauren sorri de canto, com lágrimas nos olhos.

- E eu de você. – A abraço, da melhor maneira que consigo, tentando não machuca-la ainda mais – Você e eu contra o mundo, esqueceu?!

- Jamais. Você e eu contra o mundo.

Tinha medo de como aquilo poderia vir nos afetar, mas esperava do fundo do meu coração que nós apenas esquecêssemos aqueles momentos horríveis.

Bem, era o que eu esperava.

As primeiras semanas após a invasão no quarto foram seguidas de muitos pesadelos, perdi as contas de quantas vezes Lauren acordava gritando ou me acordava para que eu parasse de gritar e/ou chorar durante meu sono. Tudo piorou quando tive que voltar para a turnê, minha mãe passou a dormir comigo nos quartos de hotéis, assim como Owen, apenas para garantir que ninguém estaria lá dentro, mas nem assim os pesadelos passaram. Lauren havia voltado a morar com os pais, temporariamente, apenas para não passar as noites sozinhas, sua cicatriz que acabamos brincando que seria algo sexy conseguia ser uma lembrança de uma noite horrível que tentávamos inutilmente esquecer.

Os pesadelos eram frequentes, a paranoia também.

Até o simples ato de atender fãs nas entradas dos lugares era assustador, tanto que no último show acabei tendo uma crise de pânico quando senti algo que, por algum motivo, parecia muito uma arma. O show atrasou, quase me vaiaram. No dia seguinte a vontade de fazer o show não existia, mas fui obrigada, o que gerou provavelmente um dos piores shows da história dos shows e eu tendo que publicamente me desculpar depois.

Encaro minha psicóloga e passo a mão pelos meus cabelos, faziam uns dez minutos que estávamos sentadas nos encarando sem dizer uma palavra sequer, não estava com nem um pouco de vontade de falar hoje, na verdade, não sabia o que dizer porque não tinha conhecimento dos meus próprios sentimentos.

- Quer falar de outra coisa que não seja aquela noite? – Questiona interessada – Como as coisas estão entre Lauren e você?

- Não muito bem. – Sou sincera – Clara e eu achamos que Lauren está com depressão.

- Por que vocês acham isso? – Da um gole em sua caneca.

- Faz dias que ela não quer levantar da cama. Ela tem chorado bastante. – Sinto um bolo se formar em minha garganta – Hoje ela começa a terapia dela.

- Isso é bom, tenho certeza que as coisas vão melhorar para ela após a terapia. – Assinto, olhando para o quadro feio pendurado na parede – Como você se sente com Lauren, possivelmente, estando em depressão?

- Horrível. – Respondo em um tom óbvio – Ela não merece algo do tipo, ninguém merece, mas ela principalmente. Lauren já passou por tanta coisa ruim e isso jamais deveria ter acontecido com ela, principalmente toda essa culpa. – Olho no fundo dos olhos da minha psicóloga.

- Culpa?

- Ela fala que foi culpa dela o homem ter entrado no nosso quarto e ter me machucado da maneira que ele me machucou. – Assente, prestando atenção no que eu dizia – Ela voltou a me olhar somente com aquele olhar de cuidado, sabe?!

- Não ser olhada com outros olhos te magoa Camila?

- Sim, mas eu sei que não é culpa dela isso também. – Suspiro, passando a mão pelo rosto.

- E o que você acha que precisa fazer para as coisas melhorarem? Conversar com ela, talvez?

- Não, isso a deixaria ainda mais culpada. - Suspiro, passando minhas mãos em minhas coxas - Precisamos dar tempo ao tempo, dizem que muitas coisas mudam com o tempo, as vezes é somente isso que precisamos.

O ruim do trauma é isso, por mais que você passe dia após dia sem pensar diretamente nele, é algo que te persegue. Um peso que você carrega dentro de você, como se houvessem toneladas alojadas em seus ombros. Existem dias que você se sente melhor, falar sobre com as pessoas certas te ajuda de diferentes maneiras, mas ainda assim ele não deixa de existir, o trauma estará ali para sempre e independentemente do que lhe disserem você se sentirá culpado pelo o que houve.

O nosso trauma precisava ser trabalhado, e precisávamos lidar, porque mesmo sabendo que nem ela e muito menos eu tínhamos culpa, não diminuía o peso de nossas consciências, ou de todos os outros envolvidos.


Mais uma vez, gostaria de agradecer as meninas do Squad por me auxiliarem com esse capítulo. Esse capítulo, na verdade, é um capítulo ponte para o que vai acontecer nos próximos capítulos, muitos artistas passam por isso e acabam ficando muito mal com tal (Selena Gomez sofreu com um cara assediando ela por anos?). Quero mostrar como as vezes o amor pode ser bem vindo, mas como também pode ser capaz de sufocar na hora de tentar ajudar. >NÃO< elas não vão terminar.

Uma dúvida, vocês achariam legal se eu contasse um pouco delas como uma família em frente as câmeras, mais para frente? Com filhos e etc?

Espero que tenham gostado, comentado e votado. Ideias e sugestões sempre são bem-vindas, então não se acanhem em me procurar para falar sobre a história. Lembrando que quem quiser pedir link da playlist da história é só me pedir em algum lugar askjdbasbdkj Lembrando que meu twitter é switch5Hearts e o CuriousCat é o mesmo.

All the love, Natália xX(:

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