Até que te amei

By SaraSilvaF

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LITERATURA CRISTÃ | TRILOGIA "ATÉ" Livro 2 "Uma das maiores verdades sobre o amor que eu provei e conheci é q... More

Apresentação
Nota da autora
Dedicatória
AMOR
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25

Capítulo 18

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By SaraSilvaF

MAYA

O que não foi real

A sala cirúrgica estava envolta em uma tensão palpável, cortada apenas pelo zumbido dos instrumentos médicos e o suave som do monitor cardíaco que pulsava no canto da sala. Eu estava inclinada sobre a mesa de operações, focada na delicada tarefa de suturar o tecido do abdômen do paciente canino. O aroma de desinfetante hospitalar pairava no ar, me relembrando a cada segundo que havia uma vida em minhas mãos.

Kevin estava ao meu lado, seu olhar atento seguindo cada movimento meu. O cachorro, um Labrador Retriever de pelo dourado, estava deitado na mesa de operações, respirando regularmente com a ajuda do tubo endotraqueal. Sua expressão tranquila contrastava com a tensão palpável ao redor. Os outros membros da equipe se moviam com destreza, cada um cumprindo sua função igualmente importante.

A atenção aos detalhes era crucial, pois procurávamos a origem do problema. As pinças seguravam delicadamente os tecidos enquanto nossos olhos procuravam qualquer anomalia. Encontramos o foco do problema: um pequeno objeto estranho alojado no intestino do cão. Era imperativo removê-lo para garantir a recuperação completa. Começamos a extrair o objeto, mantendo a calma no processo.

— Só mais um pouco, Maya. Estamos quase lá — meu primo sussurrou, quando o objeto foi retirado, e era hora de fechar a incisão.

Utilizando fios de sutura estéreis, Kevin e eu trabalhamos juntos para garantir que cada camada fosse cuidadosamente reparada. Cada ponto era colocado com precisão, formando uma barreira protetora contra complicações pós-operatórias.

Nesse momento, meu celular vibrou, interrompendo o fluxo meticuloso da cirurgia. Estava decidida a não atender sem terminar aquele processo, mas a vibração persistiu. Pedi que Sandra, uma funcionária, verificasse pra mim de quem se tratava. Ela pegou o celular do meu bolso e me mostrou. Olhei rapidamente para a tela e vi o nome "Mary" piscando.

Achei estranho, pois Mary dificilmente me ligava. No entanto, lembrei-me que ela disse que precisava falar comigo no dia da inauguração da clínica; talvez tivesse a ver com isso.

Como estava no fim, entreguei o comando para Kevin e avisei a equipe:

— Desculpe, pessoal. Preciso atender — murmurei, me retirando da mesa de operações enquanto Kevin assumia minha posição.

Já fora da sala, com as mãos livres das luvas, liguei de volta.

— Mary?

— Maya, pode vir para casa rápido? — Ela parecia estar chorando. Meu coração disparou de preocupação. — Preciso de sua ajuda.

— Fica calma. — Tentei dizer aquilo tanto para ela quanto para mim. — Eu já chego aí, está bem? Você está sozinha?

— Sim, mamãe e Melissa saíram.

— Ok. — Respirei fundo, com um pesar no coração. O que será que estava acontecendo com ela? — Me espera aí, estou chegando.

Desliguei e fui para casa o mais rápido que pude.

Assim que Mary abriu a porta do quarto, abracei-a o mais forte mesmo sem saber de nada.

— Maya... — Mary continuou chorando até mesmo quando nos sentamos frente a frente na cama. Eu não tinha percebido, mas ela estava com um papel nas mãos e o fitava com tristeza.

— O que houve, minha irmã? — Segurei uma de suas mãos.

— De todos daqui de casa, você foi em quem eu sempre confiei mais. Você nunca me julgou e nem me criticou por nada. — Ela deu um sorriso fraco e me entregou o papel. — Eu... não sei o que fazer. — Seus olhos ficaram distantes, e nesse momento eu li o que estava escrito. Não pude evitar a surpresa.

— Você está...

— Grávida. — Ela sussurrou e novas lágrimas começaram a descer em seu rosto. — Eu já desconfiava há alguns dias, quando te chamei no dia da inauguração e disse que precisava conversar. Era sobre isso.

Havia mil e um questionamentos em minha mente, mas decidi não assustá-la com aquela enxurrada de perguntas, senão me manter em silêncio. Então, sorri o mais doce possível e apertei sua mão forte.

— Bem... — limpei uma lágrima sua. — Você não precisa ficar assim. Sei que você deve estar assustada e...

— Como você pode estar calma? — Mary me olhou aparentemente impressionada. — Eu vou ter uma criança, Maya!

Pensei em tamanha responsabilidade e, por algum tempo, quis repreendê-la e elencar todos os pecados que minha irmã tinha cometido. Queria dizer o quão imprudente ela havia sido e o quanto ela tinha entristecido o Senhor com aquela atitude.

Mas, então, lembrei-me da minha última com Caleb. Sabedoria. Há palavras certas para os momentos certos.

— É — ergui os ombros, querendo dizer que isso era um fato. Agora, não havia como fugir. — E o que pode fazer agora senão entregá-la a Deus? Entregue essa criança e toda a sua vida.

Ela tremeu os lábios, voltando a chorar. Abracei-a.

— Você é minha irmã, e eu estarei aqui para o que der e vier — Mexi em seus cabelos, com todo carinho possível.

— Mas o bebê vai crescer sem pai. — ela fungou, com o rosto escondido sobre ombro.

Balancei a cabeça negativamente.

— Não, claro que não. Você sabe quem ele é? Nome? Endereço?

— Sei.

— Então nós vamos falar com ele. — Afirmei e Mary fez cara feia.

— Não... ele é um idiota. — ela lamentou. — Você não vai querer conhecê-lo.

Parei por alguns segundos e refleti. Estava com muito medo e nervosa, além de insegura, mas não podia demonstrar isso. Mary precisava de mim.

— Onde vocês se conheceram?

— Em uma festa. — abaixou o olhar. — Eu sou uma idiota mesmo... Como pude... Essa criança... Ela não tem culpa de nada. Ela não merece ter uma mãe assim.

— Ei... — Virei-a para olhá-la nos olhos. — Mary, não posso passar a mão na sua cabeça e dizer que o que fez foi correto, pois sabe que diante de Deus não foi. Mas olhe para o presente. É aqui, no agora, que está sua chance de arrependimento.

Minha irmã me abraçou de novo e nós ficamos ali por algum tempo até que ouvimos alguns passos subindo às escadas. Mamãe e Melissa tinham chegado.

Mary se levantou depressa e fez sinal de silêncio para que eu não contasse nada. Ela deitou-se na cama e pegou o celular, para disfarçar o semblante inchado.

— Oi, bora almoçar? — minha irmã mais velha apareceu na porta do quarto. — Vocês não vão acreditar no que a mami comprou.

Ninguém respondeu. Mel surtou.

— Ei, estão surdinhas é?

— Desculpa, mana. O que disse? Não prestei atenção.

Ela respirou fundo.

— Almoço. — e virou-se, emburrado. — Desçam logo senão eu com toda a supresa sozinha.

Quando ficamos a sós novamente, falei com Mary.

— Precisamos ir.

Ela meneou a cabeça negativamente.

— Sabe que pode confiar em sua família.

— Não quero contar isso ainda pra ninguém, Maya. Não estou preparada. — ela ajeitou-se na cama, enrolando-se com o edredom. — Por favor, guarde o segredo por enquanto.

Olhei-a com dor no coração. Oh, Senhor... que situação...

— Tudo bem — beijei sua testa. — Vou dizer que está indisposta. Mas tem que ir comer assim que terminarmos, entendeu?

Vi um leve sorriso brotar de seus lábios.

— Certo. — Ela puxou minha mão e beijou-a. Era um dos ensinamentos do papai: aquele ato significava, entre a nossa família, lealdade.

Almocei pouco naquele dia. Perdi um pouco da fome após uma informação tão chocante. Na parte da tarde, voltei à clínica para assinar umas papeladas e fazer alguns atendimentos marcados previamente. Kevin não compareceu, pois era sua folga, mas fez questão de me ligar no finalzinho do meu expediente.

— O que era? — foi direto.

— De manhã? Uma questãozinha lá em casa.

— Algo que eu possa ajudar, de algum jeito? — ele quis saber, respeitando o sigilo.

— Não, maninho. Mas em breve poderei te contar.

— Certo. — Kevin se conformou. — E o que me diz de ir a um encontro de jovens hoje aqui na casa que divido com os rapazes?

Fiz uma careta. Queria muito me fazer presente, mas precisava dar apoio incondicional à Mary.

— Não vou poder.

— Por quê?

— Porque não, Kevin. Não posso sair de casa.

— Por quê?

Meu primo conseguia ser irritavelmente insistente.

— Sério, maninho, não vou poder. E também não posso dizer o motivo.

Kevin ficou em silêncio, o que me fez pensar que ele poderia ter desligado a chamada. Mas, não.

— Então o encontro pode mudar de lugar. O que acha?

Achei a ideia pior ainda, pois Mary precisava de calmaria.

— Quem cala consente.

— Eu não me calei, só estava...

— Decidido, então? Não vamos fazer bagunça prima, é só pra reunir a juventude. E, olha, temos o aval dos pastores.

Respirei fundo, sem ter muito o que responder. Meu primo conseguia ganhar todas as discussões que tínhamos.

— Encomenda umas empadas com a tia, tá? Amo sua vida, prima. — e desligou.

Guardei o celular e fui pra casa.

Mais tarde, depois de dar uma breve arrumada na casa junto da mami, esperei na sala as visitas chegarem e se acomodarem. Informei Mary de tudo e, como imaginava, ela preferiu ficar lá em cima. Melissa saiu que nem vi.

Os primeiros a chegar foram Joe e Sofia. Logo depois, chegaram Mônica e Lucas juntos, o que me causou muitas dúvidas, mas não consegui decifrar nada pelo olhar da minha amiga, que parecia super tímida naquela noite. Jasmine, trouxe o violão e também se juntou ao grupo. Kevin foi o último, e veio acompanhado de um convidado inesperado, que deixou a sala toda em silêncio quando entrou.

Caleb, trajado com seu modesto moletom e calças jeans na qual escondia as duas mãos. Sofia me cutucou freneticamente, no que parecia mais nervosa que eu. Olhei-a sorridente para acalmá-la.

Mas, óbvio, eu estava um tanto apreensiva.

— Paz seja convosco! — Kevin fez essa saudação mais alto do que prevíamos, o que ocasionou um susto em todos. — Trouxe um irmão em Cristo comigo, que vocês conhecem tão bem quanto eu.

Lucas foi o primeiro a levantar-se e a saudá-lo, seguido de Joe e das meninas. Jasmine ficou um tanto indiferente e apenas sorriu, continuando a tocar os louvores e contribuindo para deixar o ambiente com uma suave trilha sonora. Minha mãe puxou a melhor poltrona para que ele se sentasse, tratando-o tão bem como quando éramos noivos. Mandei um beijo para ela em gratidão, quando nos olhamos.

— Paz seja contigo — fui até ele, que já havia se acomodado. Seu semblante, porém, ainda demonstrava bastante desconforto. — Seja bem-vindo e fique à vontade.

Caleb assentiu, com o balançar de sua cabeça. Nem uma palavra. Nem um sorriso.

Era uma pena, porque eu estava contendo minha alegria. Queria abraçá-lo e dizer o quanto eu estava feliz em vê-lo ali em comunhão com os irmãos. Mas talvez eu não precisasse. Talvez eu só devesse agradecer a Deus e aproveitar aquele momento.

Jasmine cantou e tocou lindamente alguns hinos de adoração, que nós acompanhamos no coro, depois Kevin orou e Lucas ficou responsável pela palavra.

— Somos ovelhas. — ele falou e olhou para cada um de nós. Então, cutucou Joe, que estava atento ao seu lado. — Você gostaria de ser outra coisa que não uma ovelha?

Não estava perguntando para ele, mas para todos. Eu não soube o que dizer, pois não sabia onde ele queria chegar.

— Irmão Caleb, pode ler o Salmo 100 para nós? — Lucas inquiriu. Caleb estava sem Bíblia, vi de longe. Imediatamente, quis me levantar e emprestar a minha, mas então...

— Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração. — ele recitou. Vi Mônica boquiaberta, lá do outro sofá. — Não trouxe a Bíblia, perdão.

— De boa. Foi tão bom quanto! — Lucas sorriu. — O que eu quis dizer com a pergunta que fiz anteriormente foi... onde está nossa identidade? Porque a Bíblia nos relata quem nós somos para Deus. É por isso que estamos nesse pasto, meus queridos. Somos ovelhas e não queremos fazer parte de outro rebanho, pois o verdadeiro Pastor está nesse caminho, nos guiando para a nossa salvação. Haverão provas durante a caminhada e, por vezes, parecerá que o Pastor parou de guiar. Mas não é verdade. Olhe para a frente, chame-O e Ele te ouvirá. Ele reconhece as suas ovelhas de longe. Não olhe para trás. Não olhe para trás.

Não olhe para trás. Olhei para Caleb, mesmo sem me perceber. Ele também me olhou.

***

Mais tarde, eu trouxe uma bandeja cheia de empadas quentes da padaria. Mesmo após as formalidades do encontro, rimos, compartilhamos histórias e desfrutamos da deliciosa comida. Enquanto todos se divertiam, fui para a pia adiantar a louça que se acumulava, como era minha missão todas as noites.

Ouvi uma batida da porta, que nem ficava fechada. Então virei-me e vi Caleb encostado no umbral.

— Posso beber um pouco de água?

Balancei a cabeça positivamente, apontando para a garrafa. Observei-o dali, bem próximo ao balcão e foi como se tivesse tido um dejá vu.

Mas, não. Não era. Era uma memória antiga, de fato. Do dia em que ele rompeu nosso noivado exatamente ali, naquele lugar, olhando nos meus olhos.

Soltei a xícara em minhas mãos e vi-a rodopiar pela pia de alumínio. Caleb virou-se, no susto.

— Se machucou? — quis saber, se aproximando.

Neguei.

— Você está ocupado? — eu precisava perguntar. Se havia um momento oportuno para falarmos sobre nosso passado, era aquele.

Ele abriu a boca algumas vezes, mas nada saiu. Então, sentou-se num dos bancos do balcão de mármore e assentiu, me aguardando. Enxuguei as mãos e sentei-me, não em sua frente para que ele se sentisse acusado, mas ao seu lado, para que Caleb soubesse que não havia mais mágoa alguma entre nós. A única coisa que me importava ali era saber porque ele havia rompido o nosso relacionamento.

— Me questionei várias vezes sobre os seus porquês, quando fui embora. Foram noites em claro, dias mal vividos e nada... absolutamente nada. — suspirei, com meu queixo segurado pelo cotovelo. Olhava-o dali, sem medo de sua resposta, mas com o coração aberto para seguir em frente. — Qual a verdadeira razão?

— Então... — Inesperadamente, Caleb fez a minha mesma pose.

Dei uma gargalhada, confusa. Ficamos ali, rindo um para o outro.

— Esse clima é bem melhor, não é?

— Verdade — sorri, entendendo o que ele quis fazer. — Mas não se preocupe porque dependendo de mim, não há ressentimento.

— Ok — ele se ajeitou, enchendo o pulmão e esvaziando algumas vezes. — Eu me vi escolhendo você pela razão. Você era a mulher certa para qualquer cristão que sonhasse com um casamento maravilhoso. Mas eu, — Caleb pôs a mão no peito — não sentia absolutamente nada. Na verdade, nunca senti nada por nenhuma garota. Meu coração sempre foi um gelo. — ele engoliu em seco.

Várias coisas faziam sentido naquele momento.

— Então... — meus olhos rodeavam a cozinha ao nosso redor.

— Todas as insinuações dos outros sobre você gostar de mim, todas as suas qualidades, o vazio e solidão na minha vida após a morte dos meus pais... tudo isso me fez acreditar que talvez você fosse a peça que estava faltando para eu ser feliz.

Uau. Minha mente estava explodindo, mas eu não podia demonstrar isso. Queria que ele continuasse.

— Eu queria um casamento abençoado. Dentre todas as moças que conheci... — Caleb juntou as mãos, pondo-as em frente à sua boca e abafando sua próxima frase. Mas eu ouvi bem — Se fosse escolher alguém para casar, casaria com você.

Arregalei os olhos. Ele não viu.

— Mas eu não te amava... não como você merecia ser amada. Por isso, Maya, eu rompi o nosso relacionamento.

"Caleb, foi fazer o número dois?", Kevin gritou lá da sala, com a demora do amigo.

Nós rimos e eu vi que não teríamos muito tempo para continuar nossa conversa. Apesar disso, era como se tivesse saído um peso enorme das minhas costas.

— Desculpe. — ele segurou minha mão livre, sem avisos. — Por tudo, mas principalmente por ter mentido pra você.

A confissão dele não foi uma revelação dolorosa, mas libertadora. Eu desejei este momento por tanto tempo e finalmente... tive as respostas. Ao invés de sentir tristeza, a paz permeou meus pensamentos. A conclusão que cheguei no fim foi que nunca houve nenhuma perda para nenhum de nós, pois não se pode perder o que não foi real. E essa verdade trouxe um estranho conforto para o meu coração que já havia se acostumado em não entrar mais naquele baú de lembranças antigas.

Puxei-o para um abraço, ali, sentados mesmo. Então, foi como se o tempo tivesse pausado. A distância emocional que carregamos se dissolveu. O perfume amadeirado dele, tão familiar e ao mesmo tempo tão alheio, misturou-se ao meu. Apesar de todas as circunstâncias, aquele ato ainda tinha o mesmo efeito sobre mim... os braços de Caleb me traziam a mesma sensação de lar.

— Fique em paz — sussurrei, quando nos afastamos.

Levantei-me para terminar o serviço e poder ir me despedir dos irmãos, mas ele continuou ali me observando quase como uma estátua.

— Quer me ajudar aqui?

— Sim, pode ser.

Dei uma risada, espantando a ideia.

— Estou brincando, Caleb. — garanti, pondo o avental. — Pode voltar para sala e se divertir.

— Certo. — ele assentiu, também meio robotizado e saiu.

Estranhei, mas talvez tenha sido apenas o choque de todas aquelas revelações.

A noite terminou em paz e todos foram para casa alimentados de forma espiritual e física, ou seja, felicidade total! Contei para a mami sobre a conversa que tivemos e ela disse que estava muito orgulhosa de mim, além de feliz por haver um final para aquela história.

Subi para o quarto e levei umas empadas para Mary, mas ela já estava dormindo. Comi sozinha enquanto fitava as estrelas do céu pela janela e agradecia a Deus por, após tantas noites tempestuosas na minha vida, aquela ser límpida e harmoniosa.

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