Dupla Personalidade

By AyllaSam

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O que seria capaz de levar alguém a loucura? Essa pergunta tem mil e uma respostas, mas qual delas é a certa... More

Dupla Personalidade
Prólogo: Do Começo Ao Fim
Capitulo 01: O Medo No Meu Sistema
Capitulo 02: A Culpa É Minha
Capitulo 05: Mais Precisamente O Meu Fim

Capitulo 04: Lágrimas De Dor

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By AyllaSam

— Ei cara você está bem? — pergunta Georgy, irmão gêmeo da Ana.

— Claro que estou — pergunto não compreendendo o porquê da pergunta — Não pareço bem?

— Bom, estou a uns dez minutos falando contigo e você nem está prestando atenção — diz enquanto jogava algumas batatas fritas na boca.

— Foi mal cara, estou meio distraído — digo vendo Ana e algumas meninas conversarem, enquanto os meninos não paravam de falar de futebol, futebol, futebol, será que só existi esse assunto? Mas eu não os culpo, até porque se estivesse nos meus melhores dias estaria falando junto com eles sobre, por isso deixo de lado e continuo tomando minha coca... E foi ai que eu a vi!

Ela entrou magnificamente, adentrando o refeitório como se não existe mais ninguém ali, pelo menos ninguém que valesse a pena de notar, as meninas em volta pareciam morrendo de inveja, enquanto os meninos não paravam de babar. Junto com ela tinha mais duas pessoas, um cara bem forte e uma menina que aparentava ser a mais nova entre eles.

Eles caminharam para a mesa mais afastada do refeitório e sem querer, meu rosto virava na direção deles de tempos em tempos, talvez eu esperasse que ela também olhasse na mesma hora, e então isso aconteceu, os nossos olhos se encontraram e foi como... Se estivéssemos sozinhos, sem mais ninguém a não ser nós dois ali e sim, eu sei, que isso foi tão crepúsculo, mais foi exatamente assim que ocorreu, viro o rosto quando o olhar estava começando a me perturbar, e não volto a olhar naquela direção.

Depois de alguns minutos escuto o sino bater, por isso, fomos para nossa sala de aula. Enquanto a maioria dos alunos faziam bagunça na espera da professora de Português, que estava atrasada, eu ficava lá sentado como se nada estivesse acontecendo a minha volta, olhando para apenas um lugar... O lugar que a Sophie sentava.

— Alunos — todos olharam para frente e deparamos com a professora e a aluna nova, a ali eu vi os olhos verdes que tanto me fascinou e por alguns minutos isso me trouxe paz. — Bom, essa é a nova aluna, Samantha, ela foi transferida para cá há dois meses, mas estávamos de férias. – diz dando uma parada dramática. — Querida você pode se sentar ali. — diz a professora apontando para a cadeira que ficava do meu lado, o lugar da Sophia.

— Sim senhora — diz com uma voz sexy.

— Bom, decidi fazer uma pequena encenação, ou melhor, dizendo vocês irão fazer.

— Como assim professora? — indaga Estefânia, uma das líderes de torcida.

— Cada dois alunos terá falas de um livro especifico para encenar, vocês terão é claro um tempo para ensaiar e depois apresentar para o resto da sala, claro que eu vou levar em conta muito mais que apenas decorar as falas, também vou levar em conta a expressão, a emoção usada durante a encenação, e por fim o figurino. — fala olhando para cada um de nós — Bom para não dar brigas vou fazer um sorteio, senhorita Foss, por favor, venha me ajudar.

Enquanto a professora arrumava os papeis para sortear, eu ficava aqui sentado, olhando para ela, era como se meus olhos não me obedecessem por mais que tentasse não conseguia desviar minha atenção dela.

— Bom vou começar o sorteio — fala a professora conseguindo a atenção dos alunos — Bom, senhorita Alana mais Ricardo, Nanda mais Alan – E assim ela se sucedeu falando até que chegou a minha vez – Dareck e Samantha, os últimos sorteados.

— Posso trocar de parceiro professora? — surpreendo-me escutando ela falar.

— Porque gostaria de trocar? — responde a professora com outra pergunta.

— Bom não acho que me sentiria a vontade fazendo um teatro com um panaca, além de que ficaria com medo se ocorresse algo comigo — responde deixando eu e toda a sala surpreso. Senti uma pontada no peito. Até mesmo a novata me culpava.

— E porque você acha que o Dareck é um panaca? – pergunta a professora tentando esconder... Um sorriso. Aquela professora nunca foi com a minha cara.

— Apenas minha intuição — diz com um sorriso sínico.

— Bom você vai ter que descobrir se sua intuição está certa, já que fará o trabalho junto com o aluno Dareck — fala a professora com um tom que só significava uma coisa, ela estava dando aquele assunto como encerrado.

Bom até o fim da aula a professora passou várias coisas, como que tipo de roupas teríamos que vestir, em que lugar cada um ensaiaria e por fim que parte do teatro cada um ficaria. E tente adivinhar quem saiu com a parte do beijo? Quem disse que fui eu e a Samantha esta incrivelmente enganada, mas só por um momento. Quem saiu com o beijo foi a Ana e o Diego, mas depois de muito pedir, praticamente implorar, já que ambos namoravam, a professora aceitou que outro fizesse essa cena e agora sim quem disse que eu e a Samantha foi que saiu está incrivelmente certo, o que eu achei muito ruim, primeiro porque tinha acabado de sair de um relacionamento, mesmo que fizesse um ano, ainda parecia que foi ontem e não estava nada a fim de fazer nada , e em segundo, porque deu para perceber de cara que a Samantha não gostava de mim, eu só gostaria de saber o porquê.

— Hey — digo me sentindo embaraçado, não me pergunte por quê.

— O que você quer mané?

Quem disse isso? Samantha, sim a garota nova. O que eu estou fazendo atrás dela mesmo quando ela fala mal de mim? Simples, tenho que fazer o trabalho com ela, mesmo que a mesma não queira.

— Ei não fale assim com ele — fala uma menina, a mesma que entrou com ela no refeitório e ao lado dela estava o cara grandão.

— Não se mete nos meus assuntos piralha — fala com os olhos mais brilhando que nunca, um brilho estranho.

— Nossa que grossa — diz parecendo nem ligar com aquilo, ou talvez ela só tenha se acostumado — Prazer Alicia e esse grandão aqui é o Josh, o meu irmão e você quem é? — pergunta com uma cara tão fofa.

— Prazer me chamo Dareck , mas pode me chamar de Dare.

— Ok, bom agora nós já vamos indo, e você vai ir sozinha ou com a gente? — pergunta olhando para a Samantha.

— Vou ir sozinha — diz parecendo mais calma, e arrependida.

— Ok — diz saindo e puxando o grandão junto.

— Bom a gente vai começar a ensaiar quando? — pergunto quando o silencio já estava começando a me incomodar.

— Não sei, quando você acha que poderia ser? — diz desinteressada e pior ainda, sem me olhar nos olhos... Era como sei lá tivesse me castigando e a melhor forma era me proibir de ver os seus olhos. E naquele momento percebi que estava meio masoquista, já que mesmo ela me chamando de panaca, ainda sim queria ser amigo dela. E então ela levantou seus olhos para meu rosto.

— Incomodado com algo? — pergunta e por um momento eu penso, será que ela pode ler minha mente? Nossa isso realmente está parecendo Crepúsculo.

— Não porque estaria — respondo rápido demais, será que isso é bom? — Bom que tal amanhã na biblioteca da escola?

— Tão cedo assim?

— Bom, só temos um mês para ensaiar — digo, mas não sei ao certo se ela tinha me escutado ou não, já que estava com um olhar tão vago.

— Ok, amanhã depois da aula eu apareço na biblioteca e não se atrase — diz já saindo. Garota sem educação, podia pelo menos dar tchau.

&

Depois de um dia cheio de aulas, sendo uma mais chata que a outra, aqui estava eu, na biblioteca da escola, cansado e ainda por cima irritado, o motivo do meu irritamento? Era para a Samantha estar aqui há vinte minutos, e bem ela simplesmente não apareceu. Cansado disso decido me levantar e vazar dali e adivinha quem apareceu? Sim ela em pessoa.

— Você está atrasada — digo tentando soar normal, mas a raiva estava grande demais para eu soar normal ou até mesmo calmo.

— Ui está estressadinho é — diz debochada.

— Eu estou te esperando a exatamente trinta minutos, já que você falou para não me atrasar — falando com os dentes trincados.

— Exato, eu disse que não era para você se atrasar — diz me olhando desafiadora — Mas não disse nada sobre o fato de eu me atrasar. — diz se sentando na cadeira espaçosa.

— Ótimo — digo pegando as falas que havia imprimido — Ai está suas falas — digo jogando e acertando em cheio o seu rosto. Eu sei, eu sei nada cavalheiro fazer isso, mas digamos que foi mais forte que eu — Ops não tive a intenção — falo com um sorriso sapeca.

— Ah claro que não — diz com aqueles olhos, os mesmos olhos brilhantes que tanto me encantou.

Foco, Dareck foco.

&

— Será que você pode prestar atenção na sua fala, por favor? — pergunta irritada.

— Até poderia se não tivesse algo melhor para olhar — digo olhando para o seu decote, claramente zombando com ela.

— Algo que com certeza você nunca vai ter — diz provocativa.

— E como pode ter tanta certeza disso? — Indago ficando apenas alguns centímetros longe do seu rosto.

— Não tenho — diz sorrindo abertamente, mas esse sorriso era diferente, era doce, sem ter sua característica principal, que era o sarcasmo e a ironia, e não sei dizer como mais era como se eu já estivesse visto aquele sorriso, só não conseguia me lembrar de onde ou não queria me lembrar. — Mas vou fazer de tudo para que isso não ocorra. — diz se afastando e sentando na cadeira.

— Bom se eu fosse você não teria tanta certeza — digo ironicamente.


***

— Será que dá para ler sua fala logo? — pergunta já impaciente.

— Tudo bem — digo me dando por vencido — E nada de rir — ameaço irritado, por quê? Bom, imitar Edward Cullen digamos que não é um honra para mim.

— Tá já entendi. — algo me dizia que ela ia rir.

— Eu fico feliz que Charlie tenha deixado você sair, você está precisando muito fazer uma visita a uma livraria. Eu não posso acreditar que você está lendo O morro dos ventos uivantes de novo. Você já não sabe ele de cor? — digo na minha melhor performance de Edward, e é claro que ela riu. – Sua vez...

— Nem todos nós temos memória fotográfica – fala curtamente, exatamente como a Bella disse, só que em uma interpretação bem melhor.

— Com memória fotográfica ou não, eu não entendo por que você gosta disso. Os personagens são só pessoas que arruínam a vida uns dos outros. Eu não consigo enten... — sou interrompido pelo senhor Caleb.

— Crianças? — pergunta chegando perto da gente.

— Sim Caleb? — indago.

— Bom, já passou da hora, para falar a verdade agora já é noite, e eu tenho que fechar a biblioteca.

— Assim nos desculpe, nem tinha percebido que já era tão tarde. — digo pegando minhas coisas.

— Tenha uma boa noite Senhor — digo saindo e sendo acompanhado por ela. — Bem, você vai ficar na festa que vai ter depois da nossa apresentação? — pergunto me referindo a festa que a professora de última hora resolveu dar, assim a gente iria apresentar para toda a escola, e depois iríamos festejar, bom eu acharia isso bem legal, se estivesse com pique para festa.

— Sim, eu vou estar — responde simplesmente, de um tempo para cá a gente começou a se dar bem, para falar a verdade se dar bem não é a palavra certa, talvez fosse que começamos a suportar a companhia um do outro, até porque não é fácil viver com uma pessoa que de dez em dez minutos muda de personalidade, obviamente estou me referindo a ela e não a mim, e segundo ela eu sou um panaca, então temos que suportar um ao outro por um bem maior. Tá bom, quem eu estou tentando enganar? Na verdade, eu meio que sou encantado por ela, não estou apaixonado, é algo diferente, que nem eu mesmo consigo explicar.

— Quer uma carona até sua casa? — pergunto tentando ser prestativo.

— Ah não, obrigada, mas o Josh já vem me buscar — e no momento seguinte ele aparece, até parece que estava apenas esperando ele ser chamado.

— Ok então eu vou indo — digo indo para o meu carro com uma sensação estranha, como se algo fosse acontecer.

Logo havia chegado o dia da apresentação. Enquanto esperava pela minha parceira chegar, Amy me elogiava, estava orgulhosa de me ver fazendo aquilo.

Cadê a sua parceira? pergunta minha professora aflita, e eu no lugar dela também estaria, até porque não é todo dia que o prefeito da cidade resolve vir em algum evento da escola, irônico né, como uma atividade tão normal se tornou algo tão grandioso.

Bom, acho que aquela é ela digo apontando para uma menina que vinha em nossa direção, só que ela não tinha nada a ver com a Samantha que eu conhecia.

Oi, desculpa-me pelo atraso diz naturalmente.

Tudo bem, bom vocês são os próximos a falar diz exasperada a professora – Agora venham logo começamos a seguir até a parte de trás do palco improvisado Boa sorte, ou melhor ainda, merda a vocês diz se afastando.

Rapidamente subimos ao palco e nos posicionamos cada um em seu devido lugar, olho para a plateia e me deparo com a Amy de longe, a única pessoa com quem eu sempre pude contar.

Rapidamente nossas falas começaram a ser ditas, algumas vezes com nostalgia, outras com indiferenças, exatamente com os personagens fizeram. Mas algo na próxima fala que ela falou me deixou intrigado.

Eu não tenho certeza diz fazendo uma cara como se estivesse confusa É alguma coisa relacionada à inevitabilidade. Como nada consegue mantê-los separados, nem o egoísmo dela, nem a maldade dele, e no fim, nem mesmo a morte... diz me olhando enigmaticamente.

Eu ainda preferiria se um deles tivesse uma qualidade que os redimisse digo minhas falas com um pouco de frustração.
Mas era apenas encenação ou era real essa frustração?

Eu acho que é disso que eu estou falando diz discordando de mim O amor deles é a única qualidade que os redime.

E tão de repente como começou a nossa pequena encenação acabou, escutei os sons dos aplausos como se eles estivessem muitos longe, mas na verdade era meus pensamentos que estavam longe dali. O beijo que deveria existir, acabou não acontecendo, por insistência de Samantha.

Vocês foram muitos bons, talvez se tivesse acontecido o beijo seria melhor, mas ainda assim foi maravilhoso elogia nossa professora.

Obrigada diz Samantha começando a se afastar.

Onde você está indo? pergunto segurando seu pulso.

Me divertir, não é isso que se faz em uma festa? fala sarcástica – Não que isso seja da sua conta diz saindo, e pelo jeito o momento de trégua acabou.

Querido? pergunta Amy chegando devagar.

Oi gostou da apresentação? pergunto nervoso.

Você foi incrível fala enquanto me abraçava.

Obrigado digo desfazendo o abraço.

E ai cara, vem se divertir escuto meus amigos me chamando.

Vai lá Amy fala.

Mas, e você? pergunto preocupado se ela ficar bem sozinha.

Bom, eu conheço muitos pais aqui, eu vou ficar bem diz me empurrando para perto dos meus amigos.

Durante o resto da noite nos divertimos, contamos piadas e por mais que fosse sem graça a gente sempre acabava rindo, conversamos, sonhamos e idealizamos. Samantha em nenhum momento se aproximou de ninguém, apenas ficava em um canto junto com a baixinha e o grandão. Quando se aproximava das duas horas da manhã decidimos ir embora, enquanto dirigia para minha casa passava na minha mente os últimos acontecimentos, e via que tudo acontecia por que as coisas tinha um propósito maior, mas qual é esse propósito?

Uma quadra antes de chegar à minha casa, começo a escutar sirenes, mas nunca imaginei que fosse aquilo. E o mais estranho aconteceu quando parei o carro esperando o sinal abrir. O que aconteceu? Eu a vi... Ela quem? A mesma garota que tinha visto no dia da casa da arvore, pelo menos eu tinha certeza que era ela, só podia ser ela, os mesmos cabelos ruivos, mas infelizmente seu rosto estava escondido pelo capuz da blusa, impossibilitando de saber quem era ela.

&

Sinto minha consciência voltando para mim, devagar abro os olhos e me deparo em um quarto totalmente diferente do meu.

Dare você está bem? olho e me deparo com Ana me olhando preocupada.

Me diz que não é verdade, por favor digo com a voz fraca.

Desculpa- me, mas não posso dizer isso fala enquanto se sentava na cama Eu sinto muito, muito mesmo– diz começando a chorar e eu fiz o mesmo, chorei igual a uma criança sem pais, e era exatamente isso, naquele momento eu era uma criança indefesa que não tinha mais meus pais.

Você sabe como aconteceu? pergunto depois que o choro estava menos.

Os policiais disseram que a casa começou a pegar fogo, o motivo eles ainda não descobriram, e que os seus pais não tiveram chances alguma para fugir e de novo a onda de choro voltou, chorei sem saber por que chorava, chorei por chorar e por fim, chorei para a dor acabar, mas ela não acabou, continuou lá, atormentando cada segundo da minha vida e eu sabia que aquela dor só passaria quando eu não estivesse mas aqui.

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