Belinda (Reescrevendo)

By lilisantos01

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Reescrevendo* -Belinda ♢ Entre Anjos E Demônios ♢ Capa: Maicon Aquino Todos os direitos res... More

Belinda
Prólogo
Capítulo um - Um dia incomum
Capítulo três : Sensações
Aviso
Capítulo quatro: Reviravoltas parte 1
Capítulo cinco - Reviravoltas parte 2
Capítulo seis - Algumas respostas
Capítulo sete - Verdades a serem ditas
Capítulo oito - Uma nova amizade?
Explicações

Capítulo dois - Sonhos

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By lilisantos01

Havia um silêncio estranho em minha casa, só ouço o vento entrando no meu quarto pela janela que estranhamente estava aberta. Fui até ela, olhei pela mesma mas lá fora, não havia ninguém, só destruição na rua como um ambiente pós apocalíptico, não havia ninguém !
-Mãe! -Gritei, e em seguida abri a porta e desci correndo as escadas - Mãe?!- Ela não estava lá - Pai?! - ele também não estava, estava apavorada! Não sabia o que estava acontecendo. Meu coração acelerou e minha respiração ficou ofegante.

-Lexi?- o meu pai me acordou.

-Oi, - respondi sentando-me na cama, me senti aliviada, mas meu coração ainda "gritava" e ar me faltava naquele momento. - Nossa, já são dez da manhã - suspirei.

-O que houve?- Perguntou entrando e vindo em minha direção

- Não, eu só tive um sonho...- dei uma pausa - estranho - completei - Tenho sonhado coisas do tipo ultimamente.

- Quer me contar? - perguntou ele, sentando-se na minha cama e apoiando o braço na mesma. Talvez meu pai me achasse uma louca, mas eu tinha que contar para alguém.

-Tá, eu sonhei que eu tinha acabado de acordar e fui até janela e ...- dei uma pausa de alguns segundos e prossegui - A rua estava completamente destruída - asseverei olhando para minhas mãos. - Prédios tinham desabado, carros que haviam capotado. Era - entre pausas e pausas completei um pouco assustada - como um pós apocalipse, não sei. - passei os dedos por entre os meus cabelos ajeitando - os atrás das orelhas.

-É mesmo estranho - alegou ele olhando para a cabeceira da cama.

-O que acha que significa? - Perguntei

-Bom, talvez - respondeu. - Os sonhos muitas vezes podem refletir algo na sua vida, eles espelham algo que possa acontecer - explicou.

-Está dizendo que meu sonho é um alerta para o Apocalipse? Que ele está perto !?- interroguei arregalando os olhos fazendo - o rir por uns segundos

-Estou dizendo que talvez eles podem apenas representar um acontecimento na sua vida, como uma discussão com alguém - exemplificou.

-Ah. Entendi - me senti mais aliviada e bom, o que meu pai disse fazia sentido. -Obrigada pai.

-Tudo bem - ele disse. - Mas, eu disse " talvez "- comentou ao se levantar e sair.

-O que? Pai!? - agora eu não sabia se era uma brincadeira ou outra coisa. Levantei - me da cama e permaneci alí tentando decifrar as palavras de meu pai. Fui ao banheiro, tomei banho etc.
Logo desci para o café da manhã.

-Bom dia! - cumprimentou minha mãe ao me ver adentrar a cozinha.

-Bom dia mãe - respondi calmamente. - O que quis dizer com "talvez " pai? - perguntei ao vê - lo entrar no ambiente também.

-Filha?! - sorrindo o mesmo articulou - Mantenha a calma. Com o tempo tudo vai se acertar. Você saberá as respostas para as suas perguntas mas por enquanto, foi apenas um sonho - completou sensato ainda que as coisas parecessem confusas.
Para mim era complicado, me sentia confusa mas, ainda assim, resolvi deixar para lá. Permaneci calada enquanto minha mãe colocava panquecas no meu prato.

-Bom, chega de conversa e vamos logo pois estamos quase atrasados - disse mamãe apressando - se.

-Atrasados para que? - perguntei dando minha primeira garfada.

-Vamos á Drummondville resolver algumas coisas - respondeu meu pai.

- Ah, e não saia de casa, não vamos ficar muito tempo fora - completou mamãe.

-Tá bom - falei parando o garfo no meio do caminho. Em pouco tempo eles já estavam prontos.

-Tem comida pronta na cozinha, quando quiser é só esquentar. Vamos almoçar fora - disse meu pai ajeitando o paletó.

-Não sai de casa! - repetiu minha mãe seriamente ao passar pela porta.

-Tá booom! - repeti, na tentativa de fazê - la entender que eu não sairia. Realmente eu não queria fazer isso- pelo menos não naquele momento.

Um tempo depois, fui fazer um trabalho de pesquisa da faculdade que por sinal era muito grande. Mais tarde, quando finalizei a atividade percebi que meu celular estava tocando

-Oi Mack.- atendi e me sentei no sofá

-Oi, tem alguma coisa pra fazer agora? - perguntou e sua voz parecia animada.

-Não... Por que?

-Shopping! Que tal?
A interrogação animada dela me fez rir.

-Meus pais saíram Mack. Minha mãe me proibiu de sair de casa.

-Ai, credo ! -Falou com desdém - quantos anos você tem?
Rimos e eu disse

-Sério, eles não querem que eu saia de casa - completei ainda sorrindo.

-Alexa !? - exclamou - Qual é? Vamos! - Seu pedido insistente era tentador e, bom... Não estavam nos meus planos sair de casa. Mas eu também não queria ficar o dia inteiro! Então...

-Tá bom! Tá bom. Eu vou.

-Uhuu! - Gritou, super animada. Ela é daquelas amigas maluquinhas que vive a vida e é para todas as horas. - Eu vou te buscar!

-Até já.

Resolvi vestir um cardigam cinza em retilínea, uma blusa preta e uma calça marsala, uma botinha preta, cabelos soltos... okay. Eu não era de usar maquiagem então... estava pronta. Deixei um bilhete para os meus pais dizendo onde estava e com quem estava.
Tranquei tudo, guardei as minhas chaves no bolso da calça com um pouco de dinheiro e saí- minha amiga estava do lado de fora escorada em um táxi me esperando.
Um vento forte bateu em meu rosto, fazendo meus cabelos voarem, olhei para o lado, mexas batiam em meus rosto como ondas que iam e viam e eu senti estar sendo observada - não pelas pessoas presentes, mas por algo incomum. Porém, saí do transe ao ouvir A Mackenzye me chamando.

- Tá... eu pensei que podíamos assistir um filme - disse eu, iniciando uma conversa cinematográfica.

Chegamos ao nosso destino e pagamos ao taxista .
-Corre! - Ela me puxou repentinamente e adentramos o shopping. A fila para o filme já estava grande mas por sorte conseguimos os ingressos a tempo. Compramos pipoca e fomos para sala . O filme era de duas horas e alguns minutos.

- Ha-ha-ha!- repliquei ao ouvir o comentário da garota .

-Não sério! Ele era lindo. -comentou aos suspiros, falando de um rapaz que estava na sala de cinema, o qual deu uma de suas porções de pipoca para ela - que havia deixado cair a dela no chão.

- Ele só deu por educação - falei dando de ombros. - Além disso, ele tinha duas porções médias nas mãos e você sabe que as médias daqui deviam se chamar grandes!

-Para! Sua estraga prazeres! - Choramingou. Ela insistiu que ele estava apaixonado por ela.

- A minha teoria é que ele estava esperando alguém que não apareceu. Daí ele resolveu dar as pipocas para você.

- Não darei ouvidos ás suas teorias.

-Olha lá! - falei ao vê - lo de mãos dadas com uma garota, fiquei quase boquiaberta e entre risos - Eu acho que ele tem namorada - completei. A situação era constrangedora para ela que ficou fitando o garoto praticamente o filme todo e que bom que ele pareceu não perceber . Ao ver a cena ela resmungou

-Arg, vou ao banheiro - e saiu andando sem senso de direção.

-É para lá Mackenzye! - falei, e os risos acabaram quando ela esbarrou em alguém

-Opa! Oi tio Uzi-el. - provavelmente ela havia falado as primeiras palavras que vieram a sua mente. Minha mãe vinha bem atrás dele.

-Já para o carro, agora! - Bufou pouco irritada.

-Mãe! A gente não fez nada de mais - tentei explicar a situação a ela que deu de ombros.

-Eu disse para você não sair de casa e você... -ela parou de imediato e fitou a escada rolante a nossa direita a alguns metros abaixo de nós. Me virei para saber o que ela olhava. Não vi nada de mais - a não ser um homem estranho que parecia fita - la também ao subir a escada. Subitamente ele olhou para mim, um olhar maquiavélico, que me deixou assustada.

-Vamos! - Falou segurando em meu braço - Agora! - Em seu olhar percebi que ela estava quase tão assustada quanto eu, porém não demonstrava o susto em sí.

Nós quatro entramos no carro dos meus pais.

- O cinto. - falou o meu pai, para colocarmos o cinto de segurança.

Olhei pela janela aberta e vi que aquele mesmo homem - ele era esguio, talvez do tamanho do meu pai, magro de cabelos curtos numa mistura de preto e castanho - nos observava da saída do shopping parado, no entanto, quando minha mãe começou a falar eu o ignorei e prestei atenção em suas palavras, ou melhor, reclamações.

- Vamos levar a Mackenzye em casa, e depois castigo para você.- ela disse seriamente - Vi a mesma pelo retrovisor.

- O quê? -perguntei arqueando as sobrancelhas.

-E não aceito protestos.

-Eu sinto muito.- sussurrou a Mack para mim tristemente. Nós duas estávamos no banco de trás.

- Gente, a culpa foi minha, fui eu quem insistiu para ela vir. - Explicou minha amiga.

-Não foi não!...

Papai me interrompeu disse:

- Ela foi por livre e espontânea vontade. Não é sua culpa.

- Ele tem razão - falei.

-Desculpa - ela sussurrou. - Nos aproximamos e eu pus a cabeça em seu ombro.

- Não é culpa sua - e assim ficamos até chegarmos ao apartamento dela.
-Tchau - falei.

-Tchau amiga - se despediu com um sorriso triste. - Obrigada pela carona -
Meus pais acenaram com a cabeça e a deram tchau.

- Para quê isso? - perguntei de imediato e incrédula- Eu só estava no shopping.

-Te pedi para não sair, e você foi! - sem olhar para mim pois estava dirigindo, mas, ainda assim pude sentir que seu olhar me fuzilava. - Quando eu te mando uma coisa, eu espero que me obedeça. Caso não saiba, eu sou a sua mãe!

-É sério isso? - Bufei balançando a cabeça negativamente - Eu não sou mais uma criança, eu já vou fazer dezoito! - impus - Não podem mandar em mim para sempre!

- Não importa quantos anos tem ou vai fazer ! Não pode sair por aí sem nos dizer para aonde, ainda mais quando sua mãe deixa claro que não é para você sair! - Falou meio pai, virando -se para mim. Ele e a mamãe, ambos pareciam tensos.

- Vocês têm que parar de ficar em cima de mim!

-Tudo o que fazemos, é para o seu bem - completou ele.

-Você não sabe o que estamos passando. Você não sabe o quão isso é perigoso! - no mesmo instante não compreendi as palavras da minha mãe.

-O que é perigoso? - disparei - Estão vendo? Vocês impõem tudo e não explicam nada! - Gesticulei com as mãos - Já está mais que na hora de me contarem algumas coisas não acham ?!

- Cale - se! - acabando com a discussão ela completou - já chega!

Fitei a janela já fechada. Não falamos mais nada até chegarmos em casa.

-Ótimo, - resmungou minha mãe - esqueci a porta aberta.- Falou nervosa e irritada. Nunca havia visto ela tão tensa.

- Já para o seu quarto - mandou o meu pai. Não falei nada, apenas me retirei.

Tirei as botas e às coloquei em um canto. Sentei na cama e abri meu caderno de desenhos, onde estava o desenho do rapaz desconhecido que eu havia feito. Fechei os olhos e em segundos tive um clarão, ele apareceu novamente. Nesse momento comecei a vasculhar o caderno procurando uma folha em branco. Ao achar me pus a desenhar aquele rosto em meio perfil e levemente inclinado para baixo. Cada detalhe fluía da minha mão instantaneamente. Ele tinha um olhar determinado, maxilar definido, cabelos curtos e levemente ondulados, sobrancelhas levemente arredondadas e lábios pequenos. Assim que ficou pronto, fui para o meu cantinho de pintura. Pus o que eu precisava em cima da mesa e me sentei na minha cadeira. Como as folhas do caderno são mais grossas eu posso usar minhas tintas aquarela na pintura. Pele clara, olhos azuis, cabelo castanho médio e lábios rosados.

Finalizado, apreciei aquele desenho. Tão familiar. Será que ele existe mesmo? Ou é apenas fruto da minha imaginação? Não sei.

Talvez eu nunca saiba.

Minutos mais tarde, levantei e saí do quarto, nem me importei com o fato dos meus pais me pegarem já que eu não ia, nada mais nada menos, que ao quintal da nossa casa - lá haviam árvores tanto na frente quanto atrás da mesma - o chão, de uma grama verde e macia. Descalça, andei um pouco e me deitei no chão próxima a uma árvore - não tão próxima - e fitei o céu. O sol já estava se pondo.

- Por que eles são tão... assim? - perguntei - São tão protetores que chega até a estranhar. Eu não entendo, sabe? Eu preciso de ajuda ...- suspirei quieta por alguns instantes - Eu os amo - sussurrei.

- Acho que devia estar no quarto. - ouvi a voz do meu pai, não respondi. Então ele se sentou do meu lado e olhou para o céu - Procurando respostas ?

-Acho que sim - suspirei.

-Eu sei que eu sua mãe podemos ter exagerado um pouco - Um pouco? ! pensei- mas você devia obedecer. Não fizemos por mal.

- Eu sei - me sentei e abracei meu joelhos.

- Eu te amo.

- Eu também te amo - deitei minha cabeça em seu ombro e ele pós os braços em volta de mim.

Mais tarde minha mãe pediu desculpas

- Acabei deixando o comportamento humano me influenciar um pouquinho.

- Vocês não precisam me pedir desculpas mãe. E essa sua afirmativa foi a coisa mais maluca que eu ouvi hoje, e olha que eu estava com a Mack. - Chegamos a nos contrair de tantas risadas que demos naquela noite. Vi toda a tensão de mais cedo sumir pouco a pouco... eu esperava que alguém me dissesse o que eu precisava, mas a resposta que eu tive veio de mim mesma enquanto observava aqueles dois à mesa: Eu amo a minha família! Era tudo o que eu precisava ter em mente naquele momento.

Naquele momento.

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"Depois de muito relutar, de muito brigar e de muito desdenhar, me vejo aqui, completamente entregue à loucura que é amar ele."