The Donor - Faberry

By Lookafterachele

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A filha de Rachel quer saber quem é seu 'pai'. Como Rachel pode explicar à menina que 'seu pai' é, na verdade... More

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31. Epílogo

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By Lookafterachele




Minhas notas: Hey.. voltei!!!

           

Consegui organizar minha agenda.. Finalmente!!

Postarei sempre segunda, quarta e sexta. (iria postar ontem.. but não deu)

Enfim..

Enjoy, Kids!!

          

          

The Donor

De wishfxlthinking

Capítulo 29.5

Rachel's POV

– Beth! Você e as garotas podem ir e pegar as coisas mais leves para o seu quarto e trazer para a casa? Suas tias vão pegar as coisas na van para você – eu gritei para minha filha, quem continuava correndo pela casa usando as caixas como obstáculos para sua corrida. Diante da idéia de ajudar, as três meninas pequenas, incluindo Michele e Ashley, imediatamente concordaram com suas cabecinhas e foram em direção a van estacionada lá fora, onde Sant e Kitty estavam tirando as coisas.

Quinn disse que eu não deveria pegar nada pesado e apenas dar ordens às pessoas o dia inteiro e, apesar de ter sido bem engraçado por um momento, ordenar Santana e todo mundo, depois de um tempo ficou chato. Das caixas que as mulheres já tinham tirado da van, Marley e eu decidimos pegar as mais leves e levar para dentro da casa, colocando-as dentro dos seus respectivos cômodos. Eu caminhei pelo corredor da minha nova casa com uma caixa de livros pesados na direção da sala-de-estar, passando por Britt e Puck, quem, por sinal, estavam carregando a grande mesa de jantar até a cozinha.

Seis meses de gravidez e Quinn me disse durante um jantar chique em um restaurante elegante que eu e Beth estaríamos nos mudando para a casa dela, assim ela poderia estar perto de todas nós e ela não estava aceitando não como resposta. Nem mesmo duas semanas depois e Britt conseguiu alugar uma van do seu trabalho para transferirmos todas as minhas coisas e as de Beth da minha antiga casa com Sant para minha nova casa com Quinn. Nossas coisas incluíam também os móveis que tínhamos comprado depois de uma visita cara à IKEA.

Eu não tinha reparado nas primeiras vezes em que fui a casa de Quinn, mas, depois de um tempo, eu percebi o quanto era vazia. Ela claramente não tinha dedicado muito tempo e esforço em tornar sua casa num lar familiar. Primeiro porque ela nunca pensou que moraria ali com sua família. Agora, porém, Quinn já tinha convertido um dos quartos de hóspedes em um quarto para Beth e aquele era o único quarto decorado e mobiliado apropriadamente.

Depois de aceitar sua oferta para nos mudarmos com ela, nós rapidamente decidimos tentar o nosso máximo em tornar aquele ambiente um lar que pudéssemos apreciar. Nós trocamos o seu sofá branco com algo mais prático agora que teríamos crianças barulhentas correndo em volta. Nós até mesmo compramos um painel para TV assim todos os cabos de sua televisão e vídeo games não se tornariam um risco à ninguém. Nós estávamos agora no processo de tornar sua elegante e de certa forma casa de solteira na casa de família que ela sempre quis. Ela nunca mais seria solteira, de qualquer forma.  

– Ah, eu levo isso! – A voz de Quinn interrompeu, encontrando-me na entrada da sala-de-estar e pegando a caixa das minhas mãos, depositando um beijo em meus lábios – Relaxa, amor. Não force seu corpo com caixas pesadas.

– Quinn, são só livros.

– São livros pesados. Carregue as almofadas – ela disse piscando um olho, segurando minhas mãos nas suas depois de colocar a caixa sore outras já na sala. – Como você está se sentindo? – Eu provavelmente ouvia aquela pergunta dez vezes ao dia. Era cativante e igualmente irritante. Mas ela era amável e protetora, ela não podia evitar.

– Eu estou bem. O bebê está chutando muito hoje. Talvez ela só esteja muito animada em se mudar pra cá – envolvi meus braços no pescoço de Quinn e movi meus lábios em sua direção. 

– Bem, isso faz três de nós – Quinn sorriu suavemente e segurou suas mãos em minha barriga, rindo contra meus lábios quando ela rapidamente sentiu nossa criança chutando contra sua mão. Com o som de pés pequenos descendo correndo a escada e nossa filha rindo animadamente, Quinn acrescentou –, vamos tornar isso quatro de nós.

– Você queria que nós tirássemos esse velho, Fabray? – Eu parei de beijá-la por um momento para que pudéssemos nos afastar e prestar atenção as duas pessoas em pé ao lado do sofá branco prestes a ser trocado. Britt e Sant tinham ficado ainda mais estáveis durante os últimos meses, a ponto de que Britt estava se mudando para meu último apartamento para elas viverem juntas. As ameaças que eu e Quinn fizemos para Britt não a assustaram, tampouco as ameaças que ela depois sofreu de Puck. Não havia nenhuma forma que Puck deixaria sua filha Michele viver com uma pessoa que ele não aprovasse antes.

Mas os dois tornaram-se amigos rapidamente e, junto a Quinn, os três costumavam sair juntos para comer e assistir os jogos de seja lá qual esporte que eles curtiam. Aparentemente os dois estavam até mesmo a incentivando à jogar golfe com eles. Eu esperava que ela não aceitasse.

– Seria ótimo. Vou ajudar vocês com ele – eles acenaram com a cabeça e se viraram para o sofá, tentando encontrar um bom ângulo para carregá-lo. – Vejo você em breve, baby. Não pegue nada muito pesado! Eu farei isso – com um beijo na testa e seu dedão massageando minha barriga, Quinn sorriu suavemente e afastou-se de mim em direção aos dois.

Beth, Michele e Ashley pareciam ter abandonado suas tarefas de tirarem as coisas da van e levar ao quarto dela quando olhei pela janela e as encontrei correndo em volta do nosso novo quintal. Minha filha nunca teve um quintal antes e, agora, por causa de Quinn, ela tinha um.

Depois de tirarmos tudo da van e colocarmos dentro da casa, nós nos sentamos com grandes pizzas que Quinn pediu como uma forma de agradecer nossos ajudantes, e como uma forma de satisfazer meus desejos. Se eu não podia tê-la, a pizza era minha distante segunda opção. Não chegava nem perto. Nada se aproximava do amor de Quinn Fabray.

As mulheres nos ajudaram a abrir as caixas, deixando as coisas já demarcadas para facilitar quando eu e Quinn fôssemos arrumar. Com toda aquela ajuda, a mudança foi bem mais suave do que eu tinha imaginado, para o alívio de Quinn. Ela queria que Beth e eu morássemos com ela, mas ela queria fazer de tudo possível para evitar causar qualquer estresse para mim ou para o bebê. Com caixas ainda espalhadas pela casa às dez da noite, mas todos os itens necessários já guardados enquanto tantos outros precisavam ser desembalados. Nossos ajudantes saíram com crianças dormindo em seus braços e, enquanto Quinn carregava nossa filha para cama, eu me aconcheguei na cama de Quinn que agora eu podia chamar de nossa.

– Ela apagou. Eu acho que ela ficou exausta com toda a correria de hoje – Quinn disse, entrando no quarto e indo direto à suíte para escovar seus dentes.

– Eu sei. Eu consigo ver o quanto ela está animada morando aqui. Ela está apaixonada pelo quintal.

– Bem, eu fico feliz. Não é enorme, mas talvez seja o suficiente para colocarmos uns balanços. O que acha?

– Ela ia amar. Digo, uma piscina seria legal também, mas eu vou me contentar com um balanço – eu disse piscando um olho.

– Quem sabe um dia, Rae – Quinn subiu na cama um pouco depois, tirando seus jeans e puxando sua camiseta para fora. Ela nunca usava sutiã, não mais, e eu amava aquilo. – Você está cansada? – Ela levantou a sobrancelha e sorriu para mim, virando-se de lado de forma que metade dela estava sobre meu corpo, uma mão encontrando seu lugar na parte debaixo da minha barriga.

– Um pouco. Por que a pergunta? – Eu sabia por que ela perguntava. Normalmente era eu quem perguntava.

– Eu só pensei que eu faria amor com a minha mulher linda, a mãe dos meus filhos, na nossa nova casa. Um tipo de celebração – os lábios de Quinn encontraram a curva do meu pescoço, sua língua e dentes saindo para divertidamente mordiscar e chupar minha pele.

– Eu não sei se eu estou nesse humor – provoquei, inclinando minha cabeça para trás e dando espaço para seus lábios brincarem com meu pescoço. Eu estava sempre no humor.

– Tem certeza, amor? – Sua mãe deslizou por entre minhas pernas, esfregando-me com facilidade e propósito, minhas pernas se abrindo em resposta. – Eu acho que você está no humor.

– Não.

– Você vai estar logo – ela disse com determinação, apertando minhas coxas e puxando-as para si quando eu pulei em surpresa. Eu ri quando seus lábios atacaram meus seios, e ela riu de quanto eu me retorço em reação, puxando seu cabelo para afastar sua boca da minha pele sensível. A risada adorável de Quinn ressoou contra o resto do corpo enquanto ela distribuía deliciosos beijos em cada centímetro de pele disponível para ela, não desistindo quando eu tento me afastar dela, minhas próprias risadas preenchendo o quarto. Seus lábios encontram minhas pélvis e foi então que o bebê decidiu acordar e exigir seu serviço do útero.

– Ooh, baby. Antes de você fazer isso, você poderia me buscar algumas mangas?

XXXXXX

– Q, o que você acha desse aqui? Quinn? – Eu imediatamente me virei com uma carranca no rosto para encontrar o motivo de ela estar me encarando, e eu a vi com as bochechas cheias de ar e olhos arregalados, e ainda arqueando as sobrancelhas, numa adorável careta direcionada à nossa filha. A pequena ria do seu assento no carrinho de compras, encarando sua mãe e tentando imitá-la. Beth estava tendo um dos seus dias de pequena diva de novo, mas mesmo assim sua mãe sempre conseguia fazê-la rir. Mesmo que aquilo significasse me ignorar por completo. – Quinn, por favor, comece a prestar atenção. Essas coisas são importantes!

– Eu estou prestando atenção! – Quinn esvaziou suas bochechas e relaxou sua expressão, sugando seu lábio inferior numa expressão auto comiserável.

– Beth, a sua mama está prestando atenção em mim? – A menina alternou seu olhar entre nós duas, meu olhar ameaçador e o a expressão de cachorrinho abandonado de Quinn, seus olhos estreitos em concentração. Um sorriso abusado apareceu no rostinho de Beth.

– Não.

– Dedo duro!

– Agora, crianças, crianças – tanto eu quanto Beth rimos do olhar de cãozinho abandonado que permaneceu no rosto da mulher mais velha, lamentando levemente para conquistar alguma solidariedade da nossa filha. – Não fique triste. Não é sua culpa que a Beth sabe que eu estou sempre certa.

Eu curvei meu braço em torno do pescoço de Quinn e, na pontinha dos meus pés, me levantei para juntar nossos lábios. O rostinho de cão abandonado permaneceu ali por alguns minutos, apenas fazendo nossa filha gargalhar ainda mais, antes de ela achar aquele som muito adorável para ela própria não começar a rir também. Eu me afastei e deixei um beijo em sua bochecha, minha barriga pressionando levemente contra a dela. Com uma lista de todas as coisas que seriam necessárias para o nosso novo bebê, nós continuamos a caminhar pela loja; Quinn perdendo tempo tocando, pressionando e brincando com cada brinquedo de criança que ela encontrava, o que Beth achava divertidíssimo.

– Oh, Quinn, nós deveríamos comprar aquele! – Eu disse animadamente, apontando para um carrinho todo acochado que estava numa das estantes mais altas. Quinn caminhou um pouco, ainda fazendo caretas para nossa filha e empurrando o nosso carinho agora cheio. Desta vez, ao menos, ela estava me ouvindo.

– O que, o cinza com preto?

– Aham. Vou lá buscar um rapaz para pegá-lo para nós duas, assim podemos ver melhor – Quinn ofereceu-me seus lábios em um biquinho para eu beijá-los antes de eu passar por ela e ir em direção ao fundo da loja em busca de um funcionário. Nós já estávamos ali fazia algumas horas e eu esperava que estivéssemos terminando já. Quinn estava preocupada sobre eu ficar em pé por tanto tempo, sugerindo que uma mulher grávida de sete meses ficasse em casa com os pés para cima. Mas eu não poderia deixá-la comprar tudo sozinha, ela voltaria para casa só com itens na cor preta.

Rapidamente, encontrei um funcionário e juntos, caminhamos em direção a Quinn e Beth. Mas elas não estavam sozinhas; quando eu me aproximei, eu pude discernir a figura magra, bonita e loira, sua mão se apoiando no braço de Quinn. Meu passo se acelerou e eu já estava com raiva que ela não tinha dito a essa estranha para se mandar; mas tudo piorou quando eu notei que não era uma estranha coisa alguma. Era Lexy.

– Ele não era o Fabray que eu queria e eu acho que nós duas sabemos disso.

Os olhos de Quinn rapidamente se alternam entre olhar para ela e para mim, uma grávida mulher raivosa, e eles se arregalam alarmados, tirando as mãos de Lexy e ficando entre nós duas. Suas mãos encontraram minha cintura e ela me puxou para trás quando minhas mãos se fecharam em punhos e meus dentes trincaram e minha face refletia toda a raiva que eu sentia. A mulher de olhos verdes olhou para mim suplicantemente, silenciosamente me implorando para não ficar com raiva com nenhuma delas. Segundos depois e aquela que eu não queria que falasse falou de qualquer forma:

– Parabéns pelo bebê, Rachel – ela me deu um sorriso forçado e saiu com pressa, nem se importando em olhar para Quinn de novo e enxugando os olhos. Quinn não a observou ir embora, mas eu sim. Quando Lexy sumiu das minhas vistas, eu me virei para Quinn e completamente ignorei o funcionário que chamei para nos ajudar.

– Mas que porra foi essa, Quinn?

– Nada, amor. Eu prometo. Ela só estava na loja por causa da irmã dela, me viu e decidiu vir falar comigo – sua mão se manteve em minha cintura e ela me puxou para ainda mais perto, seus olhos se arregalando quando eu resisti e empurrei suas mãos para longe. Logo quando eu pensava que as coisas estavam perfeitas, vem uma vaca para me colocar num humor de merda.

– A última vez que eu perguntei a você sobre ela, você disse que não era "nada" e hoje nós duas sabemos que aquilo era uma mentira.

– Rachel, honestamente. O que poderia acontecer nos segundos em que você estava ausente? Ela veio até aqui, disse oi, foi tudo – Quinn tentou explicar, olhos ainda bem abertos e suplicantes.

– Eu a ouvi dizer que ela não queria Sam, ela queria você. Que porra foi aquela? Isso não é só dizer oi, na minha opinião, e eu achava que vocês não se falavam há meses? E agora aleatoriamente vocês se encontram e ela diz algo assim?

– Não foi assim, Rachel. Sim, ela falou isso, mas apenas porque ela disse que ela e Sam tinham terminado. Minha família não me contou. Sam não me contou. Mas ela não sabia que estamos tendo um bebê, Rae, e ela não sabia porque ela não está mais com Sam para saber. Ela só ficou um pouco com ciúmes.

– Então ela terminou com seu namorado porque ela queria você o tempo inteiro? Quinn, isso é tão fodido – eu circulei Quinn e peguei no carrinho, beijando a testinha de Beth, que sentava ali em silêncio e com tristeza tendo que testemunhar eu e Quinn brigando, e comecei a empurrar em direção a caixa.  – Isso é muito fodido – murmurei quando tenho que passar por Quinn, a uma perplexa e segurando sua cabeça em suas mãos.

A caixa da loja ainda escanceava nossos itens quando Quinn finalmente se aproximou de nós, trazendo o carrinho que eu tinha gostado com ela. Eu mantive meus braços cruzados e com uma carranca, mesmo quando ela se inclinou e deixou um beijo em minha bochecha antes de adiantar para pagar tudo em seu cartão. Ou melhor, nosso cartão, já que Quinn tinha feito uma conta conjunta para nós duas. 

– Você pode me ignorar o quanto você quiser, Rachel, mas eu não vou me desculpas. Eu não fiz nada de errado.

Eu não disse mais nada para ela enquanto colocávamos nossas compras na mala do carro em silêncio e requeremos que os itens maiores fossem entregues, eis que não caberiam no carro. As mãos dela descansaram em minha coxa a viagem inteira e eu tive que fingir que eu não podia sentir sua pele quentinha na minha. Quinn escolheu não falar mais nada pela maior parte da corrida e eu não gostava do fato de que ela estava concordando com as regras do meu próprio jogo. Eu preferia ter respostas dela do que conseguir nada do seu silêncio.

– Então por que Sam não lhe contou que eles terminaram? – Eu perguntei suavemente, mas ainda num tom crítico, decidindo que eu queria aquelas respostas, mas ainda estava com muita raiva.

– Lexy contou a ele. Sobre nós duas. Ele provavelmente apenas não queria conversar comigo sobre ela.

– Mas ele não ficaria chateado ou algo do tipo? Você falou com ele na outra semana e ele parecia bem.

– Eu pensei que ele estava. Quer dizer, não é como se ela o tivesse traído comigo. Eu namorei com ela primeiro. Mas, sim, eu pensei que ele ficaria chateado porque nunca falamos nada a ele. Mas eu vou ligar para ele mais tarde e pedir desculpa e perguntar por que ele nunca me falou do término.

– É provável que seja o que você disse, ele não queria conversar sobre ela com você. Sua família ama muito você e ele não iria querer brigar com você por alguém como ela. Se ele mencionasse o término, ele teria que explicar o porquê ele sabe sobre vocês duas. Eu não acho que nenhum de vocês quer passar por essa conversa.

– Você está provavelmente certa – Quinn disse com um suspiro.

– Eu estou sempre certa – Quinn murmurou algo sob sua respiração, sorrindo para si mesma. Eu ainda estava com um pouco de raiva, mas sorri de qualquer forma, mordendo meu lábio para esconder o sorriso.

XXXXXX

– Feliz aniversário, princesa.

Beth tinha acabado de soprar as velas quando Quinn disse aquelas palavras que a fizeram sorrir ainda mais. Nós amávamos quando a mulher mais velha nos chamava de "princesa". Nossa filha bateu suas mãos animadamente quando eu comecei a cortar o bolo, dando a ela o primeiro pedaço e colocando as outras fatias em pratos para nossos convidados. As crianças se juntaram em volta da mesa imediatamente para pegarem os seus bolos – inclusive Quinn e Sant.

Apesar de estarmos próximos da data prevista para o parto, Quinn e eu ainda queríamos fazer uma festinha para a nossa filha, a mulher mais velha muito animada por semanas em planejar tudo. Ela até mesmo alugou um pula-pula em forma de castelo para Beth e seus amiguinhos, apesar de ela e Sant terem sido quem mais passaram tempo brincando neles. Enquanto eu e Marley fizemos o bolo de aniversário, a mulher de olhos verdes passou as semanas anteriores procurando na Internet os presentes perfeitos para nossa filha. Quinn não tinha parado de sorrir desde aquela manhã quando os presentes foram abertos e Beth parecia a criança mais feliz do mundo. Como mãe, era a primeira vez que ela vivenciava o aniversário de um filho seu e, se ela não estava sorrindo, ela estava chorando.

Lá pelo fim da festa, com alguns convidados já começando a se despedir, eu olhei pela janela da cozinha para encontrar Quinn e nossa filha pulando no tal castelo, juntas, as duas sorrindo e gargalhando tão alto a ponto de eu poder ouvi-las. Eu segurei minha barriga no momento em que grunhi com uma dor incomum.

– Você está bem? – Eu me virei e encontrei Sant carregando alguns pratos e copos sujos em suas mãos, inclinando-se para encher a lava-louça.

– Sim, eu estou bem. O bebê só que está chutando muito hoje. Não ajuda que as minhas costas estão me matando.

– Talvez você devesse se sentar um pouco – Sant disse, puxando uma das cadeiras da cozinha e me ajudando a sentar –, você não quer que Quinn perceba que você está com dor e caminhando por aí e não fazendo nada a respeito – eu sorri diante da noção de que todos os nossos amigos sabiam o quanto Quinn era protetora, todos sabiam o quanto ela estava sendo brilhante durante aquela gravidez.

– Sim, é melhor mesmo. Apesar de que, se ela me ver desconfortável, ela provavelmente vai me fazer uma nova massagem – eu disse, piscando um olho para Sant, quem apenas riu em resposta. Massagens tinham se tornado meu passatempo preferido, desde que fossem feitas nos meus pés até minhas coxas, minhas costas e meu pescoço. Quinn adorava fazê-las e eram quase, mas quase tão bom quanto sexo.

– Aquela mulher paparica você demais.

– Eu sei. Eu sou tão sortuda. Ela é incrível – alonguei meu pescoço para tentar ter uma visão melhor dela pela janela e eu a vi agora deitada no castelo, Beth jogada por cima dela e elas duas estava conversando sobre alguma coisa, rindo. Desejando estar lá com elas, eu comecei a reclamar sobre meus pés e minhas costas, esperando que os convidados, incluindo Sant, notassem a indireta de que eu queria ficar sozinha com a minha família. Eu amava todos, mas a casa já estava arrumada, as crianças mal-humoradas e eu só queria ficar com a minha família.

Eles foram embora logo e eu caminhei para o quintal para encontrar Quinn e Beth ainda onde eu as tinha visto da última vez, tendo voltado àquela posição depois de dizer adeus aos nossos amigos e família. Nossa filha estava sentada em cima da mulher mais velha, deitada em sua barriga, suas mãos segurando as de Quinn para cima, e rindo perto do seu rosto. Eu estremeci quando mais uma dor atingiu minha barriga, mas eu me recompus quase apenas pela risada das duas e eu me sentei no castelinho de pula-pula do lado delas.

– O que deixou vocês duas tão risonhas? – Perguntei, inicialmente com dificuldades, mas eventualmente deitada ao lado de Quinn, colocando um braço em volta das costas da minha filha, assim ela não escaparia de nós duas.

– Eu disse para a mamãe que minha irmãzinha vai ter essa marca aqui – ela apontou para uma adorável sarda próxima a sobrancelha de Quinn –, porque eu não tenho, então ela deve ter! E que é esquisita! – Beth começou a rir de novo.

– Ei! Não é esquisita. E você tem essa aqui – Quinn tocou o sinal próximo ao cabelo de Beth, muito semelhante ao meu. – E você normalmente não herda sinais específicos dos seus pais, então é improvável que isso aconteça! Você só teve sorte! – Ela explicou, virando-se para mim e sorrindo, franzindo seu nariz enquanto ela sutilmente elogiava a marquinha que ela já tinha me dito o quanto ela adorava em mim. 

– O que é e-dar?

– Herdar, princesa. Significa algo que você ganha dos seus pais.

– Como isso – Beth inclinou-se para frente e tocou o bico-de-viúva na testa de sua mãe, aquela era a segunda vez que ela comentava sobre aquilo desde a primeira vez que se viram –, eu também tenho.

– Exatamente! Você ganhou isso de mim! – Quinn exclamou excitadamente e eu me apoiei em meu cotovelo para observar as duas conversando. Elas estavam sempre tão felizes quando juntas. Exceto nas horas em que Quinn tinha que colocá-la de castigo por não se comportar, porque naquelas horas Beth a evitava como se fosse uma praga, com os bracinhos cruzados e os olhos fechados por umas boas duas horas. – Mas a razão para você ser tão linda é porque você é idêntica à sua mãe ali – ela disse, me cutucando divertidamente com seu cotovelo.

– Você é tão fofa – Beth riu animadamente quando me inclinei para beijar sua mãe suavemente nos lábios, ficando próxima dela para deixar alguns outros pequenos beijos ali.

– Eu quero beijar a Mama – Nossa filha enfiou seu rostinho entre nós duas, assim ela podia chegar a Quinn também, entre nós duas, enchendo seus lábios e bochechas com beijos úmidos. A mulher riu com aquela adorável risada infantil que eu nunca me cansaria de ouvir, o som apenas sendo interrompido quando eu me afastei inspirando profundamente e segurando minha barriga.

– Você está bem, amor? – Quinn perguntou imediatamente, se sentando com Beth ainda em seu colo e me olhando com receio.

– Aham. Minha barriga e minhas costas estão só doendo um pouco.

– Um pouco ou muito? – Quinn quis saber com pressa, imediatamente estendendo seus braços para segurar uma das minhas mãos e a outra acariciando minha barriga. Beth deslizou do colo de Quinn e se aproximou de mim, envolvendo seus bracinhos em volta das minhas costas para envolver a barriga com o bebê. A dor persistiu e nenhuma posição parecia confortável, nem mesmo quando me inclinei em Quinn para apoio. Eu não havia sentido aquelas dores há algum tempo. – Desde quando você está com dor?

– Só uns minutos.

– Você estava com dor antes?

– Uns vinte minutos atrás com Sant na cozinha. E então uma hora antes disso. Eu fico tendo essas dores o dia inteiro. Mas não dói tanto, eu não acho que sejam contrações porque elas foram bem piores que isso quando eu tive Beth.

– Só porque não é tão doloroso quanto, não significa que não sejam contrações! Eu vou ligar para o meu pai e ver se ele pode voltar e ficar com Beth por algumas horas enquanto vamos ao hospital! – Quinn correu para dentro da casa e eu me cambaleei um pouco, as dores intensificando antes de sumirem ao chegarem ao auge. Minha filha cuidava de mim adoravelmente, beijando minha testa antes de me deixar descansar em seu ombrinho. A mulher mais velha voltou segurando um telefone contra sua orelha e notou os olhos lacrimejados e as bochechas molhadas imediatamente. Com os olhos arregalados com alarme, ela correu uma mão por seus cabelos antes de se sentar perto dos meus pés, esfregando minhas coxas e subindo até a parte debaixo da minha barriga.

– Ok, pai, por favor, seja rápido – Quinn também veio me dar carinho, percebendo que a dor deve ter diminuído, mas ainda me encarando com preocupação, acariciando minha barriga e então minha bochecha e minha mão. – Beth, você pode ir lá para cima e pegar a bolsa que está perto da cama da mamãe? É um pouco pesada, mas você pode arrastar – Nossa filha acenou e imediatamente correu para o segundo andar, Quinn tomando seu lugar para que eu me inclinasse nela, permitindo-me colocar meu rosto confortavelmente contra seu pescoço.

– Eu não acho que a gente precise ir ao hospital, baby. Não deve ser nada.

– Estou pouco me fodendo. Você está com dor e talvez esteja tendo contrações. Nós vamos.

– E você tem certeza que seus pais não se importam de cuidar da Beth? Eu ligaria para os meus, mas eles só vão chegar do recital de Eleven de noite.

– Claro que eles não se importam. Eles nem devem demorar; eles não estavam tão longe. Meu pai disse que eles vão ficar aqui com ela assim eles não precisam dirigi-la até a casa deles e voltar. Nós moramos mais perto do hospital.

– Eu não quero atrapalhá-los, Quinn, de verdade – ela me interrompeu com um beijo. Eu não a deixei se afastar quando ela tentou; era realmente um beijo fodidamente bom. Eu procurei sua língua gentilmente, massageando-a com a minha, interrompendo apenas quando a dor que comprimia minha barriga retornou. Encolhi-me e meu rosto franziu com a dor. Ela me puxou para perto, me incentivando com um beijo de novo para que eu focasse em outra coisa. Quinn apreciou minha língua com a sua enquanto suas mãos desceram pela minha barriga, massageando-a com seus dedos sobre o tecido da minha camiseta e me distraindo perfeitamente.

Beth nos encontrou lá fora rapidamente depois, tendo deixado a bolsa que Quinn tinha pedido que ela buscasse na porta da frente. Com sua presença agora para me distrair, Quinn voltou para dentro para ligar para a parteira e tentou explicar a dor que eu sentia. – Porra, merda.

– A mamãe mijou!

Bem, a minha bolsa estourou, mas era quase o mesmo.

Quinn rapidamente largou o telefone e pareceu mais assustada que antes, correndo em nossa direção. – Beth, você pode ir até a cozinha e pegar as chaves do carro e então abrir a porta da frente para o vovô e a vovó, eles devem estar chegando – a menininha fez o que lhe foi ordenado, correndo ainda mais rápido do que da última vez. A sensação ainda era não-familiar, mesmo tendo passado por algo assim antes e eu me encolhi com a umidade. – Você está bem, amor? – Quinn me questionou nervosamente.

Com um braço nas minhas costas e uma mão segurando firmemente a minha, Quinn me levantou em seu colo e caminhou com firmeza até a porta da frente, bem a tempo de Russel e Judy aparecerem. – Você está bem, querida? – Judy perguntou enquanto Russel pegou sua neta no colo. Eu apenas maneei a cabeça em concordância e ofereci um sorriso. Às vezes doía, a maior parte do tempo era desconfortável, mas ainda assim um sorriso apareceu em meu rosto e eu não o via sumindo tão cedo. – Você precisa de ajuda com algo?

– Se vocês puderem apenas cuidar da Beth já vai ser uma grande ajuda – Quinn respondeu, colocando a bolsa do hospital em seu ombro e segurando minha mão de novo. – O resto eu já tenho sob controle – nós duas demos beijos de despedidas em Beth e seus avós antes de Quinn, cautelosamente, me levar ao carro, abrindo a porta e me ajudando a entrar, antes de correr para o outro lado e entrar com rapidez.

Quinn segurou minha mão tão nervosamente no caminho para o hospital, uma viagem de quarenta minutos que ocorreu muito rápido para mim, mas provavelmente muito devagar para a ansiedade dela. As dores vinham com alguma frequência, durando mais e se intensificando rapidamente de uma hora para a outra. Quinn já tinha começado a cronometrar os intervalos entre as contrações. Durante o trajeto, ela ligou para Sant, colocando a mulher no viva-voz, que fez o mesmo conosco assim Kitty e Marley também podiam ouvir. Enquanto a mais nova e a mais velha das três se preocupam se eu estou bem, entrando em pânico entre elas e falando como temos que informá-las de qualquer novidade, Kitty se focou em Quinn, oferecendo seus melhores conselhos para me ajudar.

Quinn provavelmente não ouviu nada, ela apenas ficou sentada ali – um caos nervoso e suado.

XXXXXX

– Quinn, eu estou bem! – Eu não podia contar a quantidade de vezes em que eu tive que dizer aquilo desde que chegamos ao hospital. Já fazia algumas horas e, apesar das contrações a cada meia-hora mais ou menos, nada estava acontecendo. Nada estava sendo feito ou adiantado. Aparentemente eu estava em trabalho de parto. Mas era um trabalho de parto fodidamente lento.

– Bem, ao menos uma de nós está bem – Quinn já tinha ligado para todos que ela conhecia. Família, nossos amigos, seus colegas de trabalho. Ela falou com todo mundo. Meus pais estavam no caminho para cá, mas eles demorariam ainda algumas horas, o que me deixava fracamente aliviada. Com Beth, Sant foi minha acompanhante no parto, apesar de estar grávida também, e minha mãe também esteve ali em cada estágio. Daquela vez, éramos somente eu e Quinn. Claro, ela estava mais ansiosa e suada que eu, mas eu não iria querer mais ninguém ali.

Eu sentei com meus cubinhos de gelo e jogando Candy Crush no celular de Quinn enquanto ela se sentava na cama, ao meu lado, girando seus polegares, olhando o seu relógio e perguntando por uma atualização cada hora que uma parteira entrava. Não era como se fosse meu corpo e eu estivesse extremamente consciente do que estava acontecendo. Não, eram as parteiras quem tinham todas respostas de acordo com Quinn.

– Nós vamos ter que limpar aquele castelo de pula-pula antes de devolvermos – ela disse aleatoriamente e, apesar de ser muito engraçado, meu rosto ficou vermelho em resposta. Eu realmente esperava que os pais dela não fossem lá fora com Beth, aquilo seria nojento.

Algumas horas depois e meus pais chegaram; correndo para dentro porque eles tinham conversado com Quinn e, de acordo com a mulher de olhos verdes, tudo era muito mais sério e excitante do que realmente era. Eu apenas estava sentada esperando o inevitável; Quinn estava prestes a enlouquecer e de maneira tão volumosa que meus pais pensaram que alguma coisa estivesse acontecendo no quarto. Eles também ficam me paparicando por um tempo até que eles percebem que, sim, eu estava em trabalho de parto, mas Quinn estava sendo dramática de novo.

Eles ficaram ali quando houve mais algumas contrações, uma inclusive em que acabei empurrando Quinn da cama porque ela estava invadindo meu espaço. E eles estavam ali quando descobrimos que eu não tinha que esperar muito mais. Eles deram uma privacidade para Quinn e para mim, e decidem conseguir um jantar tardio da cantina do hospital e esperar do lado de fora do quarto. Sem dizer nada para eles, eles já sabiam que eu e Quinn queríamos estar sozinhas.

Aquele "não esperar muito mais" acabou se tornando mais algumas horas. Meu pai adormeceu na sala de espera com uma versão irritada da minha mãe e Quinn tinha voltado à cama comigo; sua ansiedade se dissipando, mas sua impaciência crescendo.

– Eu estou ficando cansada desse joguinho de espera, Q. Eu acho que nós temos que fazer algo para apressar esse processo.

– Bem, nós já fizemos os exercícios propostos pela Dra.. Eu já lhe dei de comer coisas para ajudarem também. Não tem muito mais que podemos fazer – Quinn deu os ombros e voltou a jogar seu Sudoku. Quem nos infernos trazia um livrinho de Sudoku para o parto da sua parceira? E quem diabos não levava outro para a dita parceira? Eu apenas a encarei por um minuto e, apesar de ela me irritar, ela estava linda.

– Eu gostaria que você me fodesse, mas eu acho que isso nos traria problemas.

– Provavelmente.

Ela nem desviou seus olhos do Sudoku, apenas riu por um segundo. O que tinha acontecido com a sempre excitada e muito inexperiente Quinn que corava e tinha uma ereção a cada menção a sexo?

– Talvez nós apenas devêssemos trocar uns amassos. Funcionou para o Ross e a Rachel – ela se inclinou para um beijo, mas distanciou-se antes que eu pudesse aproveitar o beijo apropriadamente. Eu a puxei para outros beijos, chupando sua língua para incentivá-la a ser mais agressiva, mas ela não cedeu. – Não, amor, eu preciso de mais.

– Eu não quero ser presa.

– Que tal nós irmos para o banheiro? – Perguntei com animação, já estendendo minha mão para o zíper da calça dela.

– Rachel, você já está dilatada uns oito centímetros. Eu acho que você precisa ficar sentada e não ter nada penetrando você. Talvez o assuste e o mantenha aí por ainda mais tempo.

– Você não vai assustá-la. Você tem um pênis lindo.

Ela tinha uma risada linda também.

Quinn gargalhou incontrolavelmente ao meu lado, sua risada radiando e o rubor proeminente em suas bochechas se espalharam por seu pescoço. Ela costumava ficar enojada quando eu mencionava seu pênis, e agora ela simplesmente aceitava. Ainda não era tão confiante quando nós duas gostaríamos que ela fosse, mas ela estava trabalhando nisso e era tudo que importava.

Sua risada parou completamente quando ela me viu retraindo de novo, apertando a roupa de cama entre nós com aquela dor agonizante. Eu comecei a gritar e ela pulou da cama imediatamente, chamando pela Dra.. Mas logo ela estava ao meu lado de novo, antes mesmo que eu pudesse processar o que estava acontecendo. Segurando sua mão num aperto fatal, eu gritei de novo, desta vez contra os seios dela enquanto ela se curvou em mim e me segurou por alguns momentos. Estava quente e eu estava suando loucamente, minhas pernas tremiam incontrolavelmente e a forte pressão na parte inferior do meu corpo doía mais do que tudo no mundo.

Não houve muito tempo para relaxar entre o tempo que a dor diminuiu e voltou. Eu brevemente olhei para os olhos de Quinn e os encontrei cheios de lágrimas e com bochechas marcadas de lágrimas. Eu ouvia pessoas se movendo ao meu redor e me ajustando na cama e levantando minhas pernas. – Rachel, você está dez centímetros dilatada e eu vou precisar que você comece a empurrar na próxima contração.

– Puta merda – Quinn parecia que iria desmaiar, puxando seu cabelo para trás antes de fazer o mesmo com os meus, acariciando meu rosto e me observando enquanto eu respirava profundamente e lutava contra as lágrimas. 

Quando me pediram para empurrar, eu me esforcei e parei de lutar contra as lágrimas. Agora elas desciam sem controle, tanto de mim quanto de Quinn, e eu suava profusamente. Minhas pernas continuavam a tremer e nenhuma posição era confortável. Apesar das últimas horas terem sido boas, eu não me lembrava passar por tanta dor quando tive Beth.

Deslizei para a ponta da cama, as enfermeiras se ajustando aos meus pés para eu ter algo no qual me apoiar. A Dra. fez gestos na direção de Quinn, mas meu coração batia tão acelerado que eu não consegui ouvir. Eu a sentia, porém. Ela deslizou para entrar na cama, atrás de mim, pernas dobradas próximas as minhas, e eu me inclinei em seu calor, apesar do calor excruciante que eu já passava.

Ela me lembrava de respirar e das práticas que aprendemos nas aulas de respiração. Uma de suas mãos se ajustam nas minhas costas, bem abaixo, e outra segurando a parte de cima da minha coxa quando eu sou incentivada a empurrar de novo. O que se passa depois foi um doloroso borrão. Eu chorei, eu gritei. Quinn chorou também, mas eu não achava que ela tinha gritado.

O bebê gritou bastante por ela; saindo para este mundo frio já exercitando seus pulmões.

Os braços de Quinn me envolvem pela frente do meu corpo, me puxando para mais perto. Eu estava me sentindo quente, toda suada, mas eu não tinha energia para empurrá-la para longe. Eu não queria empurrá-la para longe.

– Parabéns, você tem um filho.

O rosto dela abaixou-se contra meu pescoço e ela chorou ainda mais. A mulher mais velha me beijou de maneira bagunçada quando eu virei meu rosto em sua direção e nós choramos juntas. Em algum momento, nós olhamos para ver nosso filho finalmente sendo revelado para nós duas. Eu não achava que Quinn podia chorar mais, mas ela chorou. Ela também sorriu ainda mais, o que fatalmente me fez chorar mais também.

– Você quer cortar o cordão umbilical? – Quinn precipitadamente concordou com os olhos arregalados e rapidamente enxugou suas lágrimas, e se esticou detrás de mim, não querendo se afastar muito ainda. Eu a observei enquanto ela cortou o cordão, sua meiguice e animação obviamente duelando para ver quem vencia.

– Ele é tão lindo – Quinn murmurou. Antes que ela pudesse questionar por que eles estavam o levando para longe, nosso filho rapidamente foi levado até nós duas, secado e enrolado num cobertor. Quinn ficou na cama atrás de mim, reclinando-se levemente para que eu relaxasse contra seu corpo. Eu o segurei pela primeira vez e os braços de Quinn moveram-se em volta dos meus para segurá-lo também, imediatamente acariciando sua bochecha e então sua mãozinha enquanto ele abriu os olhos pela primeira vez. Suas lágrimas encharcavam meu pescoço, mas eu não me importava. Virei meu rosto na direção de Quinn e vi seu sorriso amoroso enquanto ele segurava o dedo dela em sua mão.

– Está bem, então agora você está pronta para começar a empurrar de novo?

Mas que porra?

Ficou silêncio.

E então a Dra. e suas colegas de trabalho começaram a rir, antes de engolirem em seco com medo.

Mas que porra?

– Desculpa, Quinn perguntou se nós podíamos fazer essa brincadeira.

Aquela vadia.

– Sinto muito, amor! Eu pedi faz algumas horas porque eu achei que seria engraçado.

Fodidamente hilário.

– É, é melhor você estar sentindo muito – eu me virei para meu menininho e a raiva dissipou, e eu apenas estava sorrindo para ele de novo.

– Teria sido engraçado umas horas atrás. Eu não achei que essa coisa de parto podia ficar tão intensa! – Ri suavemente de sua tentativa de se explicar, a mulher mais velha se juntando a mim assim que ela percebeu que eu não estava com raiva dela de verdade. Ela merecia uns tapas por me assustar daquela forma. Segurando meu filho contra meu peito, usei uma das mãos para estapear Quinn, não com força, no seu braço, a mulher reagindo com um falso-lamento antes de rir para mim e então rir para ele.

– Então, é do meu conhecimento que vocês queriam usar o cordão umbilical para o transplante da Sra. Judy Fabray, não é? – A Dra. perguntou depois que tudo estava limpo e eu não mais estava sentada numa poça nojenta.

– Sim, isso mesmo – Respondi à mulher, sabendo que Quinn não poderia, já que ela estava novamente acariciando e sorrindo para nosso menininho. Com pesquisa, nós descobrimos que transplante de sangue do cordão umbilical tinham efetivamente ajudado pessoas portadoras de anemia falciforme quando outros tratamentos falharam. Considerando que Judy não estava lá em cima na lista de registro de prioridades para receber sangue transplantado, Quinn propôs que tentássemos aquilo. Células tronco de cordão umbilical podiam repor as células doentes, e esperávamos que aquilo permitisse que seu corpo funcionasse de maneira mais eficiente.

Judy chorou de novo quando Quinn e eu contamos dos nossos planos. Eu realmente achava que Quinn apenas gostava de ver seus pais chorando.

– Está bem, ótimo. Nós vamos reservá-lo para vocês e certificar que eles entreguem no departamento certo. Eu vou deixar vocês sozinhas um pouco – nós duas agradecemos a Dra. e sua equipe e sorrimos antes de sermos deixadas a sós no quarto, novamente.

Quinn chorava de novo.

Eu me remexi um pouco, assim eu não estava diretamente nos braços de Quinn, a mulher mais velha grunhindo porque ela pensou que eu me afastaria completamente. Com dificuldade e certa dor, meu corpo se contorceu para que eu pudesse colocar nosso recém-nascido e agora adormecido bebê nos braços de Quinn. Ela o segurou com inexperiência, mas com um pouco de apoio, ela acabou fazendo aquilo maravilhosamente.

Quinn e eu o mantivemos entre nós por um pouco até que nossos pais pediram para entrar, Judy, Russel e uma Beth sonolenta logo atrás. Meus pais deveriam tê-los chamado. Beth correu para ficar ao lado de Quinn. Meu pai a segurou e a sentou em seu quadril para ela ver o bebê mais de perto, a menina muito pequena para ver qualquer coisa ficando de pé no chão, e ela observou seu irmãozinho cuidadosamente. Eles todos nos paparicam e ao bebê, mas Beth não disse muito. Quinn incentivou nossa filha a segurar a mãozinha dele e, quando ela o fez, ela sorriu igual a sua mãe.

Sant, Britt e Eleven também visitam. Todos escolhem segurar o bebê, mas eu estava muito cansada para fazer qualquer coisa senão observá-los com um sorriso pateta enquanto todos já o adoravam, e Quinn tinha dificuldades em deixá-lo nos braços dos outros.

Nossos visitantes não ficaram por muito tempo, dando a Quinn e a mim a privacidade que precisávamos. Depois de um começo hesitante, Beth se abriu. Sorrindo mais e segurando a mãozinha do seu irmão, seguindo-o quando ele era passado de pessoa para pessoa, só para que ela pudesse observá-lo mais. Eu tinha certeza que Quinn faria o mesmo se eu não a tivesse mantendo na cama ao meu lado. Ela era quem me reconfortava, era meu amor, e eu não a queria longe de mim. 

Era quase uma da manhã quando todos foram embora. Beth queria ficar, mas nossos pais a prometeram levá-la de volta ao hospital no dia seguinte. Como o parto ocorreu depois da meia-noite, Beth ficou feliz em descobrir que ela e seu irmão não compartilhariam o mesmo aniversário. Apesar de aparentemente ele ter sido o melhor presente de aniversário que ela já ganhou.

Eu e Quinn vínhamos discutindo há alguns meses que eu tentaria amamentar. Eu fiz aquilo com Beth e eu amei. Eu estava um pouco hesitante daquela vez porque eu queria que Quinn se sentisse completamente envolvida em cada aspecto da vida do nosso filho, inclusive sua alimentação, mas ela me incentivou. Uma enfermeira nos ajudou inicialmente, mas meu filho e eu rapidamente pegamos o jeito e com o apoio e a ajuda de Quinn, quem corou de verdadeiramente quando a enfermeira a incentivou a massagear meu seio.

Quinn ainda estava sentada atrás de mim na cama, nós duas tendo nos levantado para ir ao banheiro e voltado para a mesma posição com nosso filho no colo de uma ou de outra. Eu me inclinei contra seu corpo morno e macio enquanto nós duas observávamos nosso filho abocanhando meu seio. Nós duas rindo carinhosamente uma para a outra e para o pequeno bebê.

– Ele é tão perfeito, Rae. Obrigada – as lágrimas persistiam em cair dos seus olhos; elas não tinham secado há horas. Nós nos beijamos gentilmente, voltando nossa atenção ao nosso filho.

– Eu acho que nós deveríamos chamá-lo de Russel. Ruh ou Russ como apelido. O que acha?

As lágrimas não secaram, mas caíram de novo. Quinn olhou para mim com amor e quase descrença, como se me perguntasse se eu tinha certeza. Todos os três nomes funcionavam, na minha opinião. Eu adoraria cada um deles para nosso pequeno menino. Ela rapidamente concordou com a cabeça e murmurou o quanto me amava. Com um braço sob o meu para dar a Russ apoio, seu outro braço envolveu meu abraço nele e acariciou seu peito e suas mãozinhas.

Os dedos de Quinn com a faixa prateada no meu dedo e seu sorriso apatetado surgiu novamente.

XXXXXX

Minhas notas: Alguém ainda acompanhado??

CC1 ESTÁ CHEGANDO VIADOOOOOO AAAAAAAAAAAH

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