31. Epílogo

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The Donor

por wishfxIthinking

Epílogo

Rachel's POV

― Então a mama tem um pênis? ― Beth perguntou curiosamente, sua cabeça pendendo para um lado.

Quinn estava sentada no sofá ao lado dela, inclinada para frente e segurando um pacote de ervilhas sobre a área ferida*. Eu estava sentada do lado oposto à minha filha na mesinha de centro, com alguma dificuldade em segurar meu riso diante da agonia da minha esposa. Meus olhos se alternavam entre as duas enquanto eu observava Beth procurando por alguma explicação em sua cabeça e Quinn tentando atenuar a dor entre suas pernas.

*Em muitos lugares, é comum colocar ervilhas congeladas em áreas machucadas em vez de gelo.

Beth vinha praticando seu arremesso no softbol quando ela lançou a bola diretamente na virilha de sua mãe. Aquilo machucaria qualquer pessoa, mas quando Quinn se agachou no chão, segurando aquela região e seu estômago, Beth começou a ter dúvidas.

― Eu lhe disse antes que sua mãe era diferente. O corpo dela é diferente do nosso. Ela não nasceu como você e eu, Beth. Ela é muito especial ― Quinn grunhiu com a minha resposta enquanto ela se recostava no sofá, segurando o pacote de ervilhas firmemente contra seu sexo e tomando um gole d'água. Ela me lançou um olhar quando eu deixei escapar um ruído de risada.

― Ela nasceu como Russ? ― O tom de sua voz aumentou diante do nome do seu irmão enquanto ela tentava explorar as possibilidades do que tornava sua mãe tão especial.

Nós já tínhamos feito questão de ensiná-la sobre anatomia e diferenças corporais, mas tínhamos tomado o cuidado em não associar características a gêneros específicos. Nós sabíamos que ela não compreenderia a condição de sua mãe em uma idade tão nova, então nós a mantivemos por dentro o suficiente para que uma conversa como esta não anulasse nada do que ela tinha aprendido anteriormente. Era um tópico ainda sensível para Quinn e nós não queríamos que nossa filha contasse a todos que conhecesse sobre a condição de sua mãe, por isso que aquela conversa havia sido adiada.

― Mais ou menos. A mãe nasceu diferente de você e diferente do Russ. Dois corpos não são sempre iguais, lembra?

― Está bem. Então a mãe tem um pênis e não uma vagina? ― Eu corei com os termos usados por a minha filha, mas eu sabia que uma terminologia correta era melhor do que eufemismos terríveis. Eu teria tentado usado termos como "piu-piu" ou "pepeca", mas Quinn não aprovava.

Russ adentrou o cômodo correndo e rindo com Charlie em seu encalço. Eles estavam correndo um atrás do outro pela casa o dia inteiro. Quinn animou-se com a entrada dos dois, mas miou novamente quando o menininho jogou seus braços em seu colo e olhou em seu redor em busca do cachorro ofegante atrás de si.

― Com licença, homemzinho? ― Minha esposa grunhiu com a força do ato e moveu os braços do nosso filho para suas coxas, respirando pesadamente enquanto virava o pacote gélido e o segurava contra seu sexo mais uma vez.

― O gelo está ao menos ajudando? ― Eu perguntei entre risadas.

― Não mesmo. Apenas deixou a região um pouco dormente, o que é melhor do que sentir dor ― balancei minha cabeça e me virei para meus filhos. Beth tinha se agachado para brincar om o cachorro enquanto Russ ria e casualmente enfiava sua mão dentro de suas calças.

Garotos eram nojentos.

― Você entendeu agora, Beth?

― Sim, eu acho que sim. Todo mundo tem corpos diferentes. Alguns tem pênis, alguns tem vagina ― ela respondeu com um aceno da cabeça como se ela estivesse recitando uma lista com precisão.

The Donor - FaberryNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ