A sua espera

By autorarearaujo

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Lia estava com tudo planejado. Se formaria em seis meses e se casaria em sete com Eduardo, seu namorado desde... More

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EPÍLOGO
Minhas Obras

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By autorarearaujo

Capítulo 2/2

Gabriel

— O quê? Aquele idiota presunçoso? Eu vou...

— Gabriel, pelo amor de Deus, eu te peço... Não faça nada...

— Você não pode me pedir isso. Ele te dopou e te estuprou... E ainda te ameaçou. Sinto muito, sou homem o suficiente para não deixar isso de lado – falei já me direcionando para a porta.

— O que vai fazer?

— Vou mostrar para aquele imbecil como se comportar diante de uma mulher.

— Gabriel, você não pode fazer isso. Vou ser demitida e você vai ter sérios problemas... – disse Manu segurando meu braço.

— Acredite em uma coisa, se alguém vai ter problemas aqui não serei eu. Não se pode agir da maneira como ele agiu e achar que sairá ileso. Não comigo aqui.

Quando Manu ameaçou falar, fui categórico.

— Fique aqui. Estou falando sério – falei antes de passar pela porta e seguir para a sala de André.

Tive a educação de anunciar minha presença para sua nova assistente, segurando a vontade de invadir a sala e arrebentar sua cara. Mas não agiria como um canalha que ele era.

— Gabriel, essa é a primeira vez que o vejo aqui. No imagino o motivo de querer falar comigo – disse com seu sorriso dissimulado.

Homens com ele achavam que poderia fazer o que quisesse apenas por ter uma posição melhor em uma empresa.

— Não imagina mesmo – falei me aproximando de sua mesa.

Sua sala era tão grande quanto a minha, com alguns móveis que tenho certeza que tinha sido exigência dele. Quadros de artes famosas e uma grande TV em uma das paredes da sala.

— Sente-se e me diga o motivo de sua visita.

— Não vai ser necessário. O assunto vai ser bem breve.

André levantou uma das sobrancelhas quando me recusei a sentar.

— Certo, então...

— Como pôde fazer isso com a Manu? – perguntei já analisando sua expressão facial.

André demorou alguns segundos antes de falar.

— O que disse?

— Você sabe do que estou falando. Drogou Manu para conseguir sexo.

— Foi essa história que ela contou? Que a seduzi?

André deu uma grande gargalhada.

— Meu amigo Gabriel, olhe bem para mim... Acha que preciso dopar alguém para ter sexo? Tenho dinheiro, influência... Uma noiva que me satisfaz...

— Você é bem mais transparente do que parece. Soube no momento em que nos conhecemos que não tinha uma boa índole.

— Nossa! Você fala bonito para a pouca idade que tem.

— Sim, tenho pouco idade, mas tenho mais caráter do que você. Aproveitou que ela estava bêbada e a levou para um quarto de motel.

— Não foi bem assim que aconteceu.

— Então me conte como uma garota saiu para beber com os amigos e acordou em uma cama sem lembranças da noite passada...

— Ela concordou em sair comigo depois que todos foram embora. Estava muito consciente do que estava fazendo. Por acaso Manu falou que foi ela quem pagou o quarto?

André percebeu minha surpresa.

— É claro que não contou – disse se levantando e saindo de trás de sua mesa – ela sempre se insinuou para mim. E quem homem recusaria algo assim?

— Um homem com caráter e com uma noiva.

— Gabriel, quem hoje é cem por cento fiel?

— Eu sou.

— Bem, você deve ser uma espécie rara. A questão é que quando uma garota se joga no seu colo dentro do seu carro, você não tem como recusar.

— Ela estava bêbada! – falei furioso, me controlando para não gritar – e ainda a ameaçou.

— Eu não a ameacei. Apenas avisei que ela não ganharia nada contando mentiras ao meu respeito.

— Vou fazer com que você pague pelo o que fez.

— Vai me condenar por fazer sexo?

— Sexo sem o consentimento é estupro.

— E como você pretende fazer isso? Será a palavra de uma garota bêbada contra alguém com um nome respeitado. Sabe o que as pessoas pensam quando tem uma mulher interessada em caras como eu?

— Não me tome por idiota por causa da minha idade. Em breve esse sorriso vai abandonar seu rosto.

Deixei a sala sem olhar para trás.

Manu estava saindo da minha sala quando me aproximei.

— Disse para não sair da minha sala.

— O que aconteceu lá? – ela perguntou ignorando meu pedido.

— Não precisa se preocupar com isso. Vamos sair mais cedo hoje e vamos à delegacia.

— O quê? Delegacia? – ela parecia assustada.

— Você vai prestar uma denúncia de estupro contra André. Depois iremos até o bar onde vocês foram e vamos pedir as gravações daquele dia.

— Gravações? Para quê?

— Se você não se recorda de ter bebido tanto foi porque ele colocou algo na sua bebida. Com certeza as outras pessoas que estavam naquele dia serão convidadas para depor. Preciso falar com meu advogado, ele vai cuidar dos detalhes.

— Gabriel, você não percebe que com isso, posso perder meu emprego? Como vou cuidar de um bebê sem trabalho?

— Vou te contratar para trabalhar em uma das empresas da minha família se for preciso, claro se você não se importar em se mudar do Rio de Janeiro – falei já pensando na possibilidade.

— O quê? Trabalhar para sua família? Sair do Rio?

— Acho que não vamos chegar a esse ponto, mas quero que saiba que não ficará sem trabalho. Confie em mim, tudo vai dar certo. E quando tudo acabar, seu noivo voltará para você.

Como havia combinado com Manu, saímos mais cedo e seguimos direto para a delegacia. Ela tentou me persuadir a voltar atrás, mas eu não permiti.

Havia conversado com Costa e deixado ele a par de tudo. Ficamos cerca de uma hora na delegacia, dando detalhes, pelo menos os que ela lembrava.

Em seguida fomos até ao bar, acompanhado de um policial e uma ordem policial para pedir as filmagens da noite em que eles estiveram lá. Como eu suspeitava, dava para ver claramente quando os amigos de Manu se despediram e foram embora, deixando apenas os dois.

Manu em algum momento se levantou da mesa e André teve tempo suficiente para colocar algo no copo dela. Uma hora depois, Manu saiu sendo guiada por André para fora do estabelecimento. Já tínhamos a primeira prova, agora faltava ir até o hotel onde André disse que Manu havia pagado a conta.

Tivemos um pouco mais de trabalho, já que não tinha a filmagem da noite. Por um problema elétrico, as câmeras não funcionaram naquele dia, mas uma das recepcionistas lembrou-se de Manu, porque ela desmaiou minutos depois de fazer o pagamento.

A atendente disse que ouviu o cara lamentando ter esquecido a carteira no carro, por isso Manu se propôs em pagar.

Com todas as provas em mãos, era só aguardar André receber a intimação para comparecer à delegacia.

— Vai ficar tudo bem Manu. Vá para casa e tente descansar um pouco. Preciso ir para casa, Lia me aguarda com uma surpresa.

— Nem vou perguntar que surpresa seria essa – ela sorriu pela primeira vez no dia.

— É melhor mesmo.

Quando abri a porta de casa, me deparei com Lia e Ana sentadas no sofá conversando. Pelo visto minha surpresa tinha ido pelo ralo.

— Boa noite meninas.

— Boa noite Gabriel. Chegou tarde – disse Ana me alfinetando.

Era uma acusação?

— Tive um problema para ser resolvido. E você, o que faz aqui? Não deveria estar na faculdade?

— Achei que vocês estavam se entendendo – disse Lia se levantando em vindo em minha direção.

— E estamos. Só que eu adoro provocá-lo – disse Ana rindo.

— É a maneira de dizer que me ama? – provoquei.

— Que história é essa que você ama minha mulher?

Beto surgiu atrás de mim aparentemente cansado.

— Você pegou o bonde andando – falei rindo e o cumprimentei – terá alguma reunião da qual não estou sabendo?

— Não que eu saiba. Vim pegar Ana e Valentina.

— Pegar Ana até entendo, mas para onde pensa que vai levar minha filha?

— Essa noite somos suas babás. Vou pegar Valentina e já volto – disse Ana se levantando do sofá e indo em direção o quarto da minha filha.

Olhei para Beto e depois para Lia procurando respostas. Ela apenas piscou sorrindo.

Minutos depois Ana voltou com Valentina ainda dormindo em seus braços, e com sua bolsa em seu ombro.

— Amanhã tenho apenas uma prova as dez, então vocês não precisam madrugar para pegá-la. Divirtam-se crianças e providencie logo um irmão para Valentina.

Ana sempre tinha a última palavra. Como Lia mesmo gostava de dizer, Ana não tinha trava na língua.

— Até mais cara. Podemos marcar algo no fim de semana, só nós dois.

— Fechado.

Quando eles saíram, me virei para Lia.

— Enfim, sós – disse ela colocando os braços sobre meu pescoço e me beijando.

Correspondi seu beijo levantando seu corpo e levando para o sofá. Sentei com ela em meu colo, sem interromper o beijo. Coloquei minhas mãos por dentro de sua blusa, aproveitando que ela estava sem sutiã.

— Senti sua falta – falei enquanto distribuía beijos por seu pescoço.

— Não mais do que eu.

Soltei seus cabelos que estavam presos com um lápis, deixando-os cair em uma bagunça sobre seus ombros.

— Gosto deles assim – falei voltando a lhe beijar.

Tentei arrancar sua blusa, mas suas mãos me impediram.

— Ainda não.

Ergui minhas sobrancelhas querendo saber o motivo.

— Eu disse que tinha uma surpresa. Por que não vai tomar banho no banheiro do corredor e depois me encontra no quarto?

— O que está aprontando?

— Faça o que digo e pare de perguntar.

Lia se levantou e seguiu para o quarto.

— Algo a mais dizer? – perguntei quando ela alcançou o corredor.

Lia parou e olhou sorrindo em minha direção. Havia um sorriso sedutor em sua boca.

— Não precisa vestir nada para entrar no quarto.

Com isso se virou e entrou no quarto.

Eu mal podia esperar para ver o que ela tinha aprontado.

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