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Capítulo 1/3

Lia

Saí do transe com o barulho da campanhia soando. Não esperava por ninguém e estava bem o suficiente para conversar. Seja lá quem fosse, acabaria indo embora.

Então Valentina começou a chorar e eu precisei ter forças para me levantar do chão e cuidar da minha filha.

A campanhia começou a soar novamente. Coloquei Valentina em meus braços para que ela parasse de chorar e segui para a porta.

— Manu? – perguntei surpresa ao vê-la.

— Me desculpe por vir aqui, mas será que posso entrar?

— Claro. Fique a vontade enquanto coloco Valentina no berço.

Eu não sabia o que teria feito Manu vir atrás de mim. Talvez Gabriel tivesse lhe pedido um favor para intermediar nossa conversa. Esperei alguns minutos para ver se Valentina não acordaria e voltei para a sala.

— Você quer beber alguma coisa? Um suco, uma água? – perguntei quando me aproximei do sofá.

— Não. Eu só vim aqui... Cristo, como posso falar...

— Gabriel te pediu para vir aqui falar comigo?

— Não! – Manu respondeu rapidamente – se ele souber que vim, vai me dar uma bela chamada e depois me demitir.

— Então por que está colocando seu emprego em perigo?

— Porque antes de ser funcionária do Gabriel, sou sua amiga. Ele é um cara incrível, está me ajudando com um assunto delicado e por conta desse carinho que tenho por ele, não posso ficar calada ao ver o que está acontecendo com vocês... Mas antes de me meter em suas vidas, quero saber se o que sente por ele é verdadeiro.

—Que pergunta Manu. É claro que é verdadeiro. Eu o amo – falei sentindo um nó na minha garganta.

— E ele te ama. E muito.

— Eu também achava, mas hoje ele me mostrou que não.

— Foi por causa da Mel, não foi?

— Não só ela. Eduardo junto com ela armou para que Gabriel presenciasse uma cena e que eu não tivesse como explicar.

— Aquela naja dos infernos! Eu sabia que era uma biscate no momento em pus os olhos nela. Eu tentei avisar Gabriel, mas ele é tão...

— Ele acreditou nela... Acreditou em uma pessoa que conhece a poucos anos, ao invés de parar e me ouvir... Eu, que sou sua amiga desde a infância... Como... Como... – comecei a chorar.

— Lia...

Manu se aproximou e me abraçou.

— Eu não sei que situação foi essa que ele viu, mas tenho certeza que não foi nada que não possa ser desfeita.

— Eu estava deixando bem claro para Eduardo que tudo o que havíamos vivido tinha terminado, que eu estava com Gabriel e era com ele que iria ficar. Então Gabriel surgiu e começou a falar coisas... Acusações... Meu Deus, ele foi tão cruel...

— Me ouça – disse Manu me afastando para me encarar – aquela infeliz apareceu na empresa, forçou uma conversa com Gabriel e logo em seguida saíram juntos...

— Foi como eu te disse, foi uma armação. E eu caí como uma idiota...

— Gabriel também. Ele te ama tanto que nem consigo imaginar um amor maior do que o dele.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora