A sua espera

By autorarearaujo

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Lia estava com tudo planejado. Se formaria em seis meses e se casaria em sete com Eduardo, seu namorado desde... More

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EPÍLOGO
Minhas Obras

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By autorarearaujo


Gabriel

Demorei para absorver as últimas palavras de Lia. Ela havia falado que me amava. Claro que eu ansiava para ouvi-las, mas não imaginava que seria nesse momento. Agora estávamos deitados em nossa cama, depois um momento único e esperado. Agora éramos uma só pessoa.

Lia estava com sua cabeça deitada em meu peito e eu podia ouvir as batidas do seu coração. Agora que nossas respirações havia se acalmado, eu estava em êxtase, repassando as cenas do nosso momento, com um dos filmes preferidos de Lia.

Minha mão acariciava seus cabelos macios, enquanto a outra sentia o toque quente e vivo de Lia.

— Em que está pensando? – Lia quis saber.

— Em você, nós dois... Em como estou feliz que estamos juntos...

Lia ergueu sua cabeça e me observou. Um sorriso tímido brotou em seu rosto.

— Estava pensando a mesma coisa.

Acariciei seu rosto com as costas da minha mão. Lia fechou os olhos para sentir meu carinho.

— Eu não quero te perder.

Lia abriu os olhos e sorriu novamente.

— Não vai me perder. Nunca.

Sei que esse era um péssimo momento para falar sobre Eduardo, mas Costa tinha me dado apenas essa noite para contar. Eu queria aproveitar enquanto ela estava em meus braços para contar a possível volta do meu irmão. Queria ver sua reação ao ouvir, e saber se o que vivemos minutos atrás iria perdurar.

—Lia, tem algo que preciso te falar.

Senti as batidas do meu coração acelerar, como se estivesse se preparando para uma guerra.

— Hoje não. Seja qual for o assunto, vamos deixar para amanhã. Essa noite, eu quero apenas ficar assim, juntinha de você, nessa bolha que acabamos de criar. O mundo pode voltar a girar amanhã, mas hoje eu só quero permanecer assim.

Eu também concordava com ela, queria esquecer meus medos, a história do meu irmão, o mundo lá fora e só me concentrar em Lia.

— Está bem – concordei depois de um longo tempo.

— Ótimo. Agora porque não vamos tomar um banho de banheira?

— Banheira?

— Sim, como no filme Uma linda mulher. Vem.

Lia saltou da cama sem preocupar com sua nudez e caminhou para o banheiro. Ouvi quando ela abriu as torneiras e voltou para o quarto.

— Já disse o quanto você é linda? – perguntei ao vê-la se aproximar.

— Só um milhão de vezes – disse montando na minha cintura – me fala ao acordar, depois do café da manhã, antes de ir trabalhar, depois que chega exausto em casa e antes de dormir – enquanto falava, me presenteava com leves beijos pelo meu rosto.

— Não tinha noção do quanto eu sou repetitivo – sorri.

— Eu não sei por que, mas eu gosto.

— Gosta de ser linda?

— Não. Gosto quando você diz que sou linda. As palavras vindas de você tem um sentido maior.

Lia beijou meu pescoço, sugou um pouco e depois começou a descer pelo meu peito. Em alguns momentos me encarou para ver minha reação. Eu não iria pará-la porque estava adorando cada momento. A cada olhar que me dava, a chama de desejo aumentava e nada iria apagá-la.

Ergui-me da cama, segurei Lia pela cintura e inverti nossas posições. Lia soltou um gritinho quando fiz isso e logo nossas bocas estavam unidas novamente. Eu queria arrancar cada suspiro, cada gemido que ela pudesse me oferecer. Suas pernas já estavam enroscadas em minha cintura me puxando para ela.

— Lia... – sussurrei enquanto minha mão descia ao encontro do seu ventre – você vai me matar.

— Não é minha intenção fazer isso, não antes de ter você dentro de mim novamente.

Voltamos a nos beijar desesperados, como se não tivéssemos mais tempo.

— Gabriel, a banheira – disse falando entre meus lábios.

— O que tem a banheira?

— Vai transbordar...

— Dane-se, deixe transbordar.

Estava louco para entra novamente em Lia, que não ligava se o apartamento inundasse. Meu desejo por ela me impedia de ter qualquer pensamento racional.

— Não me incomodo em ter o apartamento inundado, mas preciso ressaltar que não teremos ninguém além de nós dois para limpar a bagunça.

Contra minha vontade, me obriguei a libertar Lia.

— Ok, você me venceu. Podemos fazer isso depois do banho.

Ou fazer no banho – disse me lançando um olhar malicioso.

— Vamos fazer do seu jeito.

Levantei-me da cama com Lia ainda em volta da minha cintura.

Mais um pouco e a banheira realmente transbordaria.

— Escapamos por pouco de uma madrugada de faxina – ela disse terminando de preparar nosso banho.

Entrei na primeiro na banheira e depois acomodei Lia entre minhas pernas.

— Um banho de banheira nunca teve tanto significado – falei enquanto provocava alguns gemidos em Lia com minhas mãos.

Por mais que quisesse, não conseguia manter minhas mãos longe dela. Acho que só queria recuperar o tempo perdido e eu iria aproveitar cada segundo disso.

— Acho que a essa altura, nosso jantar deve estar gelado – Lia disse enquanto enrolava seus cabelos em uma toalha.

Havíamos feito amor mais uma vez na banheira e tinha sido tão intenso quanto primeira vez. Lia havia deixado sua timidez completamente para trás e tinha me mostrado onde gostava de ser tocada e fui presenteado por lhe dar tamanho prazer.

— Vamos usar o micro-ondas para esquentar...

— Mas não vai ter o mesmo sabor. Preparei tudo com muito carinho.

Abracei Lia por trás e se não fosse pelos roupões, eu teria sentido a maciez da sua pela.

— O jantar, eu não sei, mas a sobremesa estava deliciosa – falei distribuindo vários beijos por seu pescoço.

Coloquei minha mão por dentro do seu roupão e acariciei seu seio macio que se mostrou bem sensível ao meu toque.

— Alguém aqui está precisando de um pouco de atenção.

— Não duvido disso, mas tem alguém que está precisando ser alimentado.

Lia se livrou do meu abraço e sorriu ao me olhar nos olhos.

— Nem só de amor vive o homem. Já ouviu esse ditado? Fazer amor com você me deixou faminta.

— Então vamos cuidar para isso seja corrigido.

Beijei Lia e depois a levei para a mesa que estava pronta. Ela realmente tinha cuidado de todos os detalhes e só agora com a devida atenção aos detalhes, pude observar.

— Jantar á luz de vela? – foi mais uma constatação do que uma pergunta.

— O que posso fazer? Sou romântica assumida e queria que fosse tudo perfeito.

— E foi. Tenha a certeza disso.

Eu era fã de massa e Lia sabia disso. Acho até impossível ela não conhecer algum segredo meu. Quer dizer, havia um que guardei por mais tempo do que pude contar, mas agora não havia mais nenhum. Depois de tantos anos, acho que eu poderia começar a me sentir feliz por estar aqui e com a única garota a quem amei desde sempre.

— Seria uma boa ideia ligar para Ana só para termos certeza de Valentina está bem? – Lia perguntou enquanto recolhíamos a louça da mesa.

— Tenho certeza que ela está bem, mas podemos sempre dar uma conferida.

Voltamos para o quarto e peguei meu celular para ligar para Ana. Demorou um pouco para que ela atendesse.

— Por que está me ligando? – Ana nem se preocupou em ser educada.

— Só queríamos saber como estão as coisas por aí – disse Lia.

Eu havia colocado a ligação no viva voz.

— Estamos ótimos. Valentina tem um ótimo senso de humor e acho que descobriu para que servem suas mãos.

— Como? – perguntei sem entender seu comentário.

— Puxar os cabelos, não os seus porque são curtinhos, mas se amarrou nos meus. E que força essa garotinha tem – ela riu.

— Ela adora cabelos – Lia tentou não rir enquanto eu apertava a mão sobre a boca para abafar o riso.

— Agora sei – disse rindo.

— E fora a brincadeira com seus os cabelos, como ela está?

— Brincando no carpete da sala com o Beto. Fiz algumas fotos e vídeos, vocês vão amar. Agora não deveriam estar estreando todos os cômodos do apartamento ao invés de estarem ligando?

— Ana! – Lia falou exasperada e vi seu rosto ser tomado por um tom rosado.

— Era o que eu estaria fazendo se tivesse no apartamento sozinho com Beto. Agora vão se divertir e não se preocupem em acordar cedo. Valentina está sendo muito bem cuidada. Aproveitem sua sexta à noite e sem moderação.

E sem esperar por nossa despedida, Ana desligou o telefone.

— Já disse o quanto minha amiga é sem filtro? – perguntou ruborizada, mas rindo.

— Você ouviu sua amiga, vamos aproveitar nossa sexta.

Joguei o telefone em algum lugar da cama e puxei Lia ao meu encontro. Rimos quando caímos na cama, com ela por cima de mim.

— Desde quando ouvimos conselhos de uma pessoa perturbada?

— Desde que seu conselho tem muito fundamento.

Rimos mais ainda, depois ficamos em silêncio nos encarando. Retirei uma mexa de cabelo que cobria os olhos de Lia e coloquei atrás de sua orelha sem desviar meu olhar dela.

— Eu te amo.

— Eu. Também. Te. Amo – Lia disse pausadamente.

— Gosto de ouvir isso.

— Gosto de falar isso.

Tomei seus lábios e dessa vez não tive pressa. Não havia mais o motivo para ter medo.

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