A sua espera

By autorarearaujo

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Lia estava com tudo planejado. Se formaria em seis meses e se casaria em sete com Eduardo, seu namorado desde... More

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EPÍLOGO
Minhas Obras

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By autorarearaujo


Lia

— Ana, acho que não tenho essa coragem.

Estávamos à quase duas horas em uma loja de lingerie escolhendo algo para usar com Gabriel hoje à noite. Depois de várias tentativas frustradas, eu havia desanimado um pouco, ou completamente.

Gabriel estava sendo super compreensível e eu devia isso a ele, mas a roupa que Ana segurava em suas mãos estava fora de cogitação.

— Vai ter que aprender. Além do mais é sexy pra cacete – Ana virou para a vendedora e entregou as peças – pode separar também aquele óleo de massagem que esquenta e aquela calcinha comestível... Na verdade duas, uma de morango e outra de chocolate, caso Gabriel tenha uma preferência.

— Ana, só lembrando que sou quem vai usar. E nem sei se Gabriel gosta dessas coisas.

— Quem é o homem que não gosta de uma boa sacanagem? Não que a informação seja útil, mas Gabriel parece o tipo de cara que gosta. Tem aquele jeito tímido, romântico, mas entre quatro paredes deve ser um vulcão...

— Você não quer trocar de namorado? – provoquei.

— Obrigada pela oferta, mas eu amo o Beto e ele faz umas coisas bem loucas comigo que...

— Ana, não quero saber da sua vida íntima com o Beto.

A vendedora tentou disfarçar o sorriso, mas não conseguiu.

— Sorry, eu começo a falar do Beto e me empolgo... E não sei por que essa vergonha toda, até parece que ela não faz essas coisas, ainda mais trabalhando em um lugar com tantos aparatos sexuais. Mas voltando ao assunto em questão, você vai levar tudo.

— Eu não vou usar isso tudo. Nem sei se hoje vai rolar. Já parei de criar expectativas – tentei parecer desinteressada.

— Não me interessa se vai usar tudo. Hoje vai dar certo. Vou levar Valentina para dormir comigo e o apartamento será inteiro de vocês.

— Valentina tem apenas dois meses e nunca dormiu longe de mim...

— Eu poderia dormir no quarto da Valentina, mas me recuso ficar ouvindo os seus gemidos. Já tive o bastante por uma vida inteira.

— E eu não ouvi os seus, não é mesmo? – chutei de volta.

— Os meus nem eram assim tão altos...

— Sei...

— Enfim, voltando à Valentina... Você não precisa se preocupar, não vou afogá-la e nem matá-la de fome. Basta colocar tudo o que ela precisa na bolsa que eu e Beto cuidamos do resto.

— Tem certeza de que o Beto concordou com isso?

— De quem você acha que partiu a ideia? Valentina está mexendo com ele. Beto está louco para ter um filho.

— Ai meu Deus, Beto sabe o motivo de Valentina dormir no apartamento de vocês...

— Lia, sem surtos agora, ok? Todo mundo faz sexo e se não faz, pensa. Você está precisando tiras as casas de aranha aí embaixo – disse apontando para entre minhas pernas.

— Não precisa gritar para todo mundo ouvir – falei ao ver que tinha outras pessoas na loja.

— Certo, vamos pagar a conta e correr para casa. Valentina está ficando irritada presa nesse carrinho. E também porque você precisa se preparar.

— Mas ainda é cedo...

— Por isso mesmo estamos indo, ou você quer estar com essa cara destruída quando ele chegar?

— É claro que não!

— Foi o que eu imaginei. Você vai tomar um delicioso banho de banheira e cuidar dessa bagunça que estão seus cabelos...

— Você sabe destruir a alta estima de alguém.

— Você sabe que sou sem filtro.

— Eu sei. Ainda não consegui me recuperar da sua cena na maternidade.

— E mais uma coisa, você está uma pilha de nervos. Te aconselho a tomar uma taça de vinho, mas nada para ficar bêbada.

— Ana, eu sei como não ficar bêbada. E tem o grande detalhe, eu estou amamentando.

— Não custa nada lembrar.

Eu quase precisei tomar duas taças para me acalmar. Já havíamos tentado algumas vezes, mas nada tinha sido planejado, apenas aconteceu. Dessa vez, eu tinha tudo organizado, desde o jantar, até a roupa e a música.

Eu havia escolhido um conjunto vermelho, a calcinha que não escondia muita coisa. Ainda que meu corpo estivesse voltando ao normal, quando me vi toda produzida no espelho, me achei sexy pra caramba.

Pedi para o rapaz da portaria me avisar quando Gabriel chegasse para que pudesse preparar um ambiente e deixar à meia luz. Peguei a garrafa de vinho que estava gelando, duas taças de vinho e fui me posicionar.

— Lia?

Sua voz suave cortou o ambiente e eu me preparei para encontrá-lo.

— Que bom que chegou... Eu preparei o jantar... E tem vinho.

Seus olhos percorreram meu corpo analisando cada parte. Senti uma energia quente emanar desejando tomar Gabriel e me entregar sem cerimônia.

— Hoje seremos apenas eu e você – disse falando próximo aos meus lábios sem tirar o olhar dos meus olhos.

— Você está maravilhosamente sexy... – disse Gabriel sem tirar os olhos de mim.

— Que bom que acha isso, porque seria bastante constrangedor saber que não gostou.

— Não há uma só coisa em você que eu não goste – conseguiu falar em meio à surpresa – pensei que iríamos fazer algo mais simples.

— Quis fazer uma surpresa, não gostou?

— Se não gostei? Não é todo dia que chego em casa e encontro minha mulher vestida em uma lingerie com minha cor preferida.

— Confesso que fiquei um pouco sem graça, meu corpo ainda está voltando ao normal e...

Gabriel me silenciou, tocando suavemente meus lábios com seus dedos.

— Você já era linda, agora depois de ser mãe está perto da perfeição, se isso ainda é possível.

Suas palavras me deixaram um pouco mais confiante, então peguei um dos seus dedos e coloquei na minha boca como se fosse um pirulito. Observei enquanto seus olhos eram tomados por uma mistura de surpresa e desejo.

— Você está... – ele tentou falar, mas não conseguiu.

Gabriel tomou minha boca, meu corpo indo ao seu encontro, quase me fazendo soltar a garrafa e as taças. Ele percebeu e então tomou os objetos e colocou em cima da mesa.

— Não quero nada entre a gente... – Gabriel mal concluiu a frase – Valentina?

Abri um sorriso travesso e caminhei em sua direção.

— Ana achou uma excelente ideia levá-la para o seu apartamento...

— Mas...

— Ela vai ficar bem por uma noite. Nós merecemos um momento só nosso, não acha? – falei insinuando ao desabotoar sua camisa.

— Você tem toda razão.

Gabriel me tomou novamente, me erguendo em seus braços.

— Você bebeu?

— Tomei uma taça enquanto te esperava. Para diminuir meu nervosismo.

— Posso dizer então que você fica mais solta quando bebe.

— Está querendo me dizer que me prefere bêbada?

— Bêbada não. Quero você bem sóbria para poder aproveitar cada momento.

Gabriel saiu da sala de jantar indo em direção ao nosso quarto.

— Achei que iríamos jantar primeiro...

— Você acredita mesmo que vou aguentar sentar à mesa enquanto você está assim? Vamos pular direto para a sobremesa.

Senti meu corpo esquentar ao ponto de quase entrar em ebulição. O nervosismo ainda estava presente, mas o desejo de sentir Gabriel por completo conseguiu superar qualquer obstáculo.

O quarto estava escuro quando entramos. Havia preparado o ambiente com velas que acenderia quando fosse o momento certo. Sem me tirar dos seus braços, Gabriel ligou o interruptor e caminhou em direção à cama. Deitamos, com Gabriel por cima, tentando aliviar o seu peso sobre o meu corpo. Já era notável o quanto ele estava excitado e isso me deixou feliz ao saber que era por minha causa.

Uma onda de beijos foi sendo distribuídos por meu pescoço e ombro. Sua mão baixou a alça do sutiã para ter livre acesso ao meu corpo.

Gabriel beijou o espaço entre meus seios e mesmo ainda protegido pelo tecido, senti meu corpo reagir.

Fui erguida um pouco para que sua mão alcançasse o feixe do sutiã. E quando finalmente sua boca sugou um dos meus seios, tive a sensação de que iria explodir, tamanho o prazer que Gabriel estava me proporcionando.

Em algum momento ouvi gemidos, achei que fossem de Gabriel, mas me surpreendi quando reconheci minha própria voz. Gabriel olhou em meus olhos e pude ver com clareza o seu desejo.

Ele se afastou e começou um novo caminho de beijos, passando pelo centro da minha barriga e parando logo abaixo do meu umbigo. Seus dedos habilidosos prenderam-se na calcinha , mas antes de tirá-la, ele me encarou como se pedisse minha permissão.

Como se eu fosse negar esse prazer a ele. Estávamos lutando para não pular os preliminares, e admito que eu não aguentaria por muito mais tempo.

Levantei um pouco os meus quadris e deixei Gabriel retirar minha calcinha.

Agora estava completamente exposta aos olhos dele e para minha surpresa, eu não me sentia constrangida. Era como se sempre tivesse sido assim.

— Queria que você pudesse se ver agora. Está muito sexy – disse olhando nos meus olhos.

— Não sei se consigo aguentar por mais tempo...

— Eu ainda nem comecei.

Senti sua respiração entre minhas pernas, quente, quase como se fosse brasas me queimando. Tentei fechá-las para tentar aplacar a convulsão , mas Gabriel não permitiu.

—Apenas relaxe, deixe-me mostrar o quanto a desejo e o quanto eu necessito de você.

Acho que balbuciei algo ilegível e deixei me levar pelo redemoinho que estava acontecendo com meu corpo. Sua língua invadiu meu íntimo, me dominando, conhecendo, tomando tudo de mim para si.

Era uma mistura de doçura e dominação. Desejo e desespero. Era como se Gabriel quisesse deixar marcado a quem eu pertencia.

— Gabriel, por favor... – supliquei enquanto agarrava forte os lençóis da cama.

— Não lute contra, deixe vir. Deixe-me provar o seu sabor – disse se afastando apenas o suficiente para falar.

Sua língua me invadiu novamente, insistente, indo mais profundo, me provocando ao ponto de não aguentar mais. Ouvi o som da minha própria voz engasgada quando gozei.

E foi algo inexplicável, irreal. Foi como se as portas para minha liberdade tivessem sido abertas, me enviando para a vida. Eu nunca tinha sentido algo parecido e então compreendi que o que senti antes não se comparava com esse momento.

Eu mal havia me recuperado quando Gabriel voltou a me beijar.

— Você tem um sabor maravilhoso.

Eu ainda não tinha palavras para me expressar.

— Não sabe o quanto sonhei com esse momento... Te ver se desfazer em meus braços. Acho que nunca vou me recuperar...

Não esperei Gabriel terminar de falar e o beijei. Eu ansiava por mais dele, mais do seu corpo, do seu toque.

Gabriel se afastou o suficiente para começar a desabotoar sua camisa. Eu já deveria estar acostumada a vê-lo assim, mas agora seria como a primeira vez. Não existia Lia ou Gabriel, existia um casal ansiando por finalmente estarem ligados de forma mais sublime possível.

Com as pernas tremendo, sem me preocupar com a minha nudez, fiquei de pé e o ajudei a se livras de suas roupas. Nossas mãos trêmulas brigando com os botões da camisa e nos entreolhando o tempo inteiro.

A calça foi à parte mais difícil, mas consegui ser ágil, sem parecer desesperada. Segurei a base de sua cueca e comecei a baixá-la, me agachando ao mesmo tempo.

Fiquei hipnotizada quando seu pênis enfim ganhou a liberdade e engoli em seco porque a visão que ele estava me proporcionando fez com que eu perdesse o ar.

Se algo em Gabriel pudesse ser mais do que perfeito, seu membro era a prova disso. Segurei em minhas mãos e senti o quanto ele estava duro. Gabriel soltou um gemido e quando ergui meu olhar, ele estava com a cabeça jogada para trás e com o maxilar rígido.

Eu precisava senti-lo. Era tudo o que eu conseguia pensar.

— O que você está...

Gabriel baixou a cabeça e me encarou no momento em que envolvi seu pênis com minha boca.

Afastei-me para responder.

— Deixe-me retribuir o favor...

— Eu não fiz você gozar esperando que fizesse o mesmo.

— Mas eu quero fazer isso.

Ignorei qualquer tentativa de me impedir e me concentrei para dar a ele o mesmo prazer que eu senti. No início fui com cuidado, mas a medida que Gabriel se entregava, eu me sentia mais segura para aumentar a velocidade.

— Lia, você vai me matar... – gemeu – preciso estar dentro de você ... Agora.

Gabriel me ergueu e me deitou novamente na cama. Com a mão esquerda, alcançou a gaveta do criado mudo e retirou de lá uma camisinha.

— O que está fazendo?

— Não vamos querer dar um irmãozinho para Valentina logo agora, vamos? Não que eu me oponha – disse me mostrando a camisinha.

— Tem razão... – falei tentando recuperar o fôlego.

Gabriel abriu a embalagem e eu fiquei hipnotizada enquanto ele a vestia. Depois com cuidado, ele se colocou entre minhas pernas, colocando-as em torno de sua cintura.

Esperei pelo momento em que ele me tomaria, ansiosa, com a respiração entrecortada. Senti um pouco de incômodo por ele ser grande e também porque meu corpo havia sofrido algumas mudanças.

Gabriel esperou até que eu me acostumasse com sua presença e então começou a se movimentar. Fui totalmente preenchida como nunca achei que seria. Eu estava sendo amada e admirada, dando e sentindo prazer. Olhando agora para Gabriel, eu via que estávamos na mesma sintonia, como se não tivesse existisse ninguém em nossas vidas antes.

À medida que me acostumava com suas investidas, Gabriel aumentava a velocidade. Gemidos eram divididos entre nós dois. Havíamos encontrado o nosso ritmo e pela primeira vez, eu me senti plena.

Chegamos ao clímax juntos, exaustos, mas completamente realizados. Gabriel rolou para o lado, me levando com ele, nossos corações batendo no mesmo compasso. Senti que cada parte do meu corpo fosse se transformar em gelatina.

Eu havia me entregado sem reservas e em troca, eu havia recebido a magnitude do amor real.

— Eu amo você – sussurrei enquanto descansava minha cabeça em seu peito.

Gabriel acariciou meus cabelos e levou um bom tempo até eu ouvir sua voz.

— Eu também.

Esse capítulo é meu presente de aniversário para Kay_lanny. Prometi, aí está flor, espero que tenha gostado.

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