The Donor - Faberry

By Lookafterachele

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A filha de Rachel quer saber quem é seu 'pai'. Como Rachel pode explicar à menina que 'seu pai' é, na verdade... More

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By Lookafterachele



Minhas Notas: Olá, pessoas. Acho que muitas pessoas já ouviram ou leram a Fic '' The Donor'', que a versão original é Camren cuja a autora é a Emma.

Quando eu descobri essa fic aqui  Wattpad foi pela tradução que a linda da Luna ( pryinggirl ), que tirou parte do seu tempo para traduzir essa historia que me cativou de uma forma muito grande. Então obrigada a Emma ( wishfxlthinking  )  , pela historia. E a Luna por nos traduzir. Quero agradecer as duas. A Luna por me tratar tão bem e por conversa com a Emma que é a autora da fic para me autorizar a fazer essa adaptação e trazer para esse fandom Faberry, que se depender de mim jamais será esquecido. Obrigada <3

Então kids, essa é uma Fic intersexual que infelizmente ainda é vista como um tabu tão grande hoje em dia no mundo. Mas o que me encantou foi a forma como a autora abortou esse tema. Ela simplesmente de uma forma tão linda através de sua escrita, ela explica no decorrer dos capítulos sobre o a assunto. Agora usarei as palavras da Luna :

''Como mencionado, é uma história em que a personagem é intersexual e quem não curte... apenas sinto muito porque você está perdendo histórias ótimas. Aos demais, boa leitura e espero que gostem da história.''

Perfil da Luna: pryinggirl

Perfil da Emma: wishfxlthinking



                                                                                   THE DONOR

Da autora Emma ( wishfxlthinking)  (https://www.wattpad.com/user/wishfxlthinking))

Capítulo 1


Rachel's POV

Eu sempre tive medo de não saber que um filho meu estava chorando sozinho até dormir. Acho que qualquer pai ou mãe tem medo de que isso aconteça, afinal era o trabalho dos pais proteger seus filhos, saber o que eles estavam sentindo e consertar o que estava errado quando eles estavam tristes. Mas se você não sabia se eles estavam infelizes, como você poderia os ajudar?

Acabou que a minha filha de quatro anos estava chorando até dormir nas últimas duas noites e eu não tinha o menor conhecimento daquilo.

Quando eu descobri que eu estava grávida, eu e minha melhor amiga Santana nos mudamos para um apartamento bastante modesto em Nova York. Meu pai financiou o apartamento e, cinco anos depois, nós ainda estávamos o pagando em módicas parcelas. Nós duas trabalhávamos em um café local, em turnos alternados, assim havia sempre uma de nós em casa para cuidar das pequenas. Santana veio morar comigo para me dar suporte moral e ajudar a cuidar da minha filha, mas, antes mesmo da minha filha Beth nascer, Santana também engravidou. E agora éramos nós quatro. Sant, a filha dela Michele, Beth e eu. E era meio que perfeito assim. Entre nossos turnos alternados, nossos salários e a ajuda financeira do pai de Michele, além de uma babá sempre que necessário, nós cuidávamos muito bem das nossas filhas.

Ou assim eu achava.

Normalmente, Santana ficava com o turno noturno no café e éramos apenas eu e as meninas na maioria das noites, mas nós amávamos assim, mesmo sentindo falta dela. As duas pequenas se tratavam como irmãs, exatamente como eu e Santana fazíamos uma com a outra, e o vínculos que unia nós quatro era incrível. Aquela noite, porém, Sant disse estar doente para faltar ao trabalho. Não, ela não estava realmente doente, ela só não queria perder a nossa maratona de filmes da Disney.

O pai de Michele também veio para a nossa pequena maratona. Ele tentava ver sua filha o tanto quanto podia, mas como ele tinha uma outra família, ele e a pequena acabavam não passando tanto tempo juntos quanto gostariam. A verdade era que Puck, o pai de Michele, amava a pequena enormemente, mas ele e Santana ficaram juntos por apenas uma noite e, mesmo com a gravidez, uma relação entre ambos jamais daria certo. Isso porque, como descobrimos depois, Puck já tinha uma namorada e um filho. Sant, é claro, ficou revoltada com essa revelação, mas ela nunca pensou em interromper a gravidez. E mesmo que ele não pudesse passar tanto tempo com a filha, ele tentava e ele ajudava tanto Michele quanto Beth com a pensão — ele era realmente um bom pai.

Depois da maratona, chegou a hora das meninas irem dormir e nós colocamos ambas em suas respectivas camas, que ficavam uma do lado da outra num quartinho pintado de rosa e amarelo.

Inicialmente não houve problemas, elas foram dormir como em todas as noites. Beth estivera um pouco quieta na presença de Puck, mas aquilo era comum. Ele fazia todas as coisas típicas de um pai. Ele brincava com as meninas, fazia piadas bobas para que elas sorrissem e sempre comprava brinquedos novos. Ele fazia isso com ambas, mas no fim ele era apenas o pai de Michele, e não de Beth, e as duas pequenas entendiam aquilo, então Michele sempre conseguia um tempo para passar sozinha com o pai.

Beth nunca tinha feito perguntas sobre seu própria pai, e por isso eu nunca senti necessidade de explicar. Não havia uma história dramática em que o pai dela havia nos abandonado ou mesmo uma história em que coisas ruins tivessem antecedido a minha gravidez. Nada disso. Começar uma família sempre fora a única coisa que eu havia desejado na vida. Veja bem, eu nunca tive nenhuma real aspiração na escola sobre ter uma carreira fantástica, eu queria apenas aproveitar a minha vida e, para mim, isso significava ter um bebê. Com 23 anos de idade, eu me dei conta que apenas um bebê me faria realmente feliz, mas eu era solteira e lésbica, então minhas opções eram bastante limitadas.

Sant me ajudou a olhar os arquivos de doadores de esperma, mas eu nunca quis que aquilo fosse um processo árduo e demorado. Quando você conhecia alguém e se apaixonava, você não sentava para pensar no histórico de doenças daquela pessoa ou mesmo na cor dos seus olhos para se decidir se você queria ou não ter um filho daquela pessoa. Por tal razão, eu nunca entendi por que diabos as pessoas sentiam necessidade de passar por todo esse processo quando procuravam um doador de sémen. Minha filha seria perfeita e não importava com quem ela dividiria o DNA. Um dos primeiros perfis de doador que vimos tinha bem pouca informação sobre si: cabelos loiros, olhos verdes, de descendência americana e nenhuma doença hereditária na família.

Então eu apenas fui em frente com meu desejo. Além de Sant, ninguém sabia do meu plano. Uma vez feita a inseminação e com cinco testes de farmácia atestando que eu estava mesmo grávida, eu contei enfim para minha família e, a princípio, eles não ficaram muitos contentes com a notícia. Mas, depois de superado o choque inicial, meus pais ficaram felizes em se tornarem avós e minha irmã mais nova ficou extasiada em se tornar tia.

Nove meses e meio depois e eu tinha Beth. E assim que eu coloquei meus olhos nela, eu sabia que eu tinha feito a escolha correta sobre o doador de esperma. Ninguém que eu pudesse conhecer iria criar comigo uma criança tão perfeita quanto ela. Ela era linda. E não havia nenhuma dúvida de que ela era minha filha. Ela tinha longos cabelos escuros, uma cor de pele similar a minha, denunciando suas raízes latinas, e, assim como eu sempre fui, ela era um pouco mais baixa que as outras crianças de sua idade. Essas qualidades ela facilmente poderia ter herdado de mim, mas haviam algumas que eram obviamente do seu pai anônimo. Da primeira vez que ela abriu os olhos para os meus pais, minha mãe imediatamente notou os olhos verdes penetrantes que ela, sem dúvida, não herdou de mim. Se você se aproximasse e olhasse ainda mais de perto, também perceberia pequenas sardas salpicando seu pequeno nariz, além de seus cabelos convergirem para a testa em forma de V, criando um discreto bico de viúva ali. Seja lá quem fosse o seu pai, ele tinha genes incríveis. Não tinha dúvida sobre isso.

Até aquela noite, Beth nunca tinha me perguntado sobre seu pai. Eu nunca tinha lhe contado aquela história, afinal ela era nova demais. Mas, então, enquanto estava indo para o banheiro, Sant ouviu Beth chorando.

Duas horas antes, Sant veio até meu quarto com uma Beth aos prantos, o que me fez lacrimejar imediatamente. Num primeiro momento, Beth ficou calada e não quis contar a Santana o que estava lhe atormentando, até que Michele falou e mencionou seu pai. Sant logo soube o que havia de errado. Nós já havíamos notado que Beth sempre ficava na dela quando Puck nos visitava, mas nós apenas supomos que fosse ansiedade por estar próximo de alguém que não fosse da família, já que ela era normalmente uma criança bastante animada, impetuosa e contente — algo que eu também achava que ela tinha herdado do doador anônimo, já que mesmo adulta eu ainda era tão tímida e reservada quanto sempre fui.

Depois de me ajudar a acalmar Beth, Sant voltou ao seu quarto para dormir e ajudou Michele a voltar a dormir, já que a menina tinha acordado com toda aquela comoção.

— Por que o papai não me ama? — Essa foi a primeira pergunta que ela fez depois que conseguiu controlar o seu choro, o que só fez novas lágrimas brotarem em seus olhinhos. — Todos os meus amigos da escola têm um papai que os ama, onde está o meu?

As engrenagens começaram a trabalhar dentro do meu crânio, tentando pensar em uma maneira não apenas de explicar aquela situação a uma criança de quatro anos de idade, mas também me perguntando como eu pude ser tão estúpida e egoísta. Eu sempre soube que ser mãe solteira seria difícil, mas para Beth era ainda mais difícil ainda. Ela via Michele com o seu pai e ela via outras crianças da escola sendo buscadas pelos próprios pais de vez em quando. E para ser honesta, eu nunca achei que seria um problema para ela porque tínhamos Santana e nossa própria família, mas eu estava errada.

E era aqui que estávamos agora.

Beth estava me encarando, lágrimas ameaçando cair mais uma vez dos seus olhos. Como eu explicaria isso para uma criança de quatro anos de idade? Achei que deveríamos começar do início.

— Bethanny, eu preciso que você me escute com bastante atenção. Você é amada por todo mundo, eu juro. Você é tão perfeita e tão, tão linda, como alguém poderia não amar você? — Ela me deu um pequeno sorriso ao ouvir isso.

— Mas antes de você nascer, eu decidi que eu queria um bebê. Eu queria você. Eu sabia que você era a única coisa que poderia me fazer feliz e eu também sabia que eu poderia criar você sozinha. Bem, a maioria das crianças tem uma mamãe e um papai, algumas crianças tem duas mamães, outras tem dois papais... E algumas vão ter apenas um pai ou uma mãe. Como você. Essa foi uma escolha que eu fiz antes de você nascer. A verdade é que eu sabia que ia ser perfeito, só eu e você. Nós não precisávamos, e ainda não precisamos, de outra pessoa para nos fazer felizes, porque nós temos uma a outra. Eu sei que isso pode ser triste para você, bebê, e eu sinto tanto, tanto que eu não pensei nisso antes. Eu fui muito egoísta. Mas eu amo você, eu amo muito você. E eu sinto muito que você não tem um papai aqui para amar você tanto quanto a mamãe ama, mas eu prometo que, se ele estivesse aqui, ele amaria você tanto quanto eu. Você me entende, bebê? —Ela balançou a cabeça concordando, mas ainda havia uma certa confusão refletida em sua expressão.

- Que foi? Você pode me perguntar o que você quiser.

—Então eu não tenho um papai? Eu pensei que você precisasse de um papai e de uma mamãe pra fazer um bebê.

—Você está certa, Beth. Você precisa de um pai e uma mãe para fazer um bebê, mas você não precisa dos dois para criar o bebê. Qualquer pessoa com amor para dar pode criar um bebê — expliquei.

—Então eu não tenho um pai?

—Uma pessoa me ajudou a fazer essa linda menina que você é, mas eu não sei quem é essa pessoa —eu respondi com honestidade.

—Eu posso conhecer meu papai?

—Amor, me escute. Uma pessoa me ajudou a fazer você, mas o médico se certificou que eu não soubesse quem essa pessoa era. Você tem a mim e a tia Sant.

—Mas eu quero meu papai! — Ela chorou novamente. Suas lágrimas encharcavam a camiseta que eu usava, e minhas próprias lágrimas caíam sobre sua cabeça que estava escondida no meu pescoço. —Eu quero muito um papai!

Na manhã seguinte, Beth ainda estava aconchegada em mim na minha cama. Por outra noite, ela chorou até pegar no sono. Mas, desta vez, eu tinha o conhecimento e, ainda assim, não podia fazer nada para mudar aquilo. E aquilo me machucava. Machucava muito. Machucava vê-la chorar. Machucava ver o quanto ela queria um pai após todo esse tempo em que eu achava que eu, Sant e Michele éramos suficientes. Machucava ler a mensagem que Sant me enviara aquela manhã dizendo que Michele admitira que aquela não foi a primeira noite que Beth chorou na cama.

Eu achava que eu era uma boa mãe, mas acabou que ela queria algo mais. Eu não a culpava. Às vezes, até eu pensava como seriam as coisas se ela tivesse um pai e nós pudéssemos fazer programas típicos de família. Mas, mesmo assim, não seria um pai, seria uma outra mãe, outra situação difícil que eu teria de explicar a ela. Além do mais, se eu estivesse namorando uma mulher na época da gravidez, eu não teria Beth. Eu ainda acreditava que eu fiz a melhor escolha em optar por um banco de sémen, eu apenas desejava que ela tivesse a presença de um outro pai ou mãe.

Depois de explicar meu plano a Santana, ela para variar decidiu me ajudar. Nós duas conseguimos conversar com Beth sobre o assunto, e desta vez houve menos lágrimas. Ela me assegurou que ela ainda me amava, mais do que qualquer outra pessoa, e que ela só queria que outra pessoa a amasse como uma filha também.

Sant e eu, então, visitamos o consultório médico e o banco de sémen em busca de informações sobre o pai de Beth. Muitos homens doavam anonimamente com medo de que, um dia, eles fossem rastreados pelos seus filhos biológicos ou tivessem que pagar pensão alimentícia mesmo sem nunca conhecer o próprio filho (o que eu descobri ser possível!). Outros, no entanto, permitiam que seu número de doador fosse repassado. Eu achei o número do doador no meu histórico médico e nós conseguimos recuperar algumas informações sobre o pai de Beth, ainda que elas não nos permitissem identificar diretamente quem ele era.

"Nasceu em 30 de abril de 1986. Cabelo loiros. Olhos verdes. Altura de 1,63m. De descendência americana. Formou-se na NYC em Letras e Relações Internacionais. Doou uma vez."

Ele apenas tinha doado uma única vez e minha inseminação foi bem-sucedida logo na primeira tentativa e nós produzimos uma incrível, inteligente e linda filha. Esses eram genes bem poderosos, eu pensei. Havia mais algumas informações sobre seu tipo sanguíneo, ocupação, peso e interesses —os quais eu havia me recusado em olhar na época da inseminação porque aquele tipo de informação era irrelevante para mim.

—O que diabos é intersexual? —Santana me perguntou enquanto olhávamos as novas informações sobre o doador.

— O que? Eu não faço ideia. Espere, do que você está falando? — Eu respondi com os olhos arregalados.

— Olha isso na sessão de "Sobre mim": "a única coisa que eu acho que as pessoas merecem saber sobre mim é que eu sou intersexual. Eu sei, no entanto, que essa condição não é hereditária, então não se preocupe sobre isso. Meu TOC, porém, é provavelmente hereditário". O que diabos é intersexual? E ele é meio engraçado, eu admito. Mas ele é uma aberração ou algo assim?

—Espere, espere. Não diga isso. Deixa eu procurar isso no Google.

—Eu não acredito que você teve uma filha de uma aberração. É POR ISSO QUE VOCÊ TEM QUE LER TUDO QUE É DADO A VOCÊ.

—Ei, cala a boca. Nós não sabemos. E Beth é perfeita, então vai se foder — eu tentei persuadi-la enquanto achava uma definição online — "Intersexual é a condição anormal de ser intermédio entre o masculino e o feminino", eu não faço idéia do que isso significa... —eu expliquei com incerteza na minha voz.

— Isso significa que ele tem uma vagina! Ele é uma anomalia! — Eu revirei meus olhos para isso.

—Santana. Pense um pouco. Nós estamos procurando por um doador de esperma. Agora pensa no que você acabou de dizer — eu apenas cruzei os meus braços e esperei para ela me alcançar no raciocínio.

—Ohhhh. Certo. Eu entendi. Não precisa ser uma vaca sobre isso. Então ele tem um pênis, certo? —Santana tentou.

— Talvez seja uma mulher? —Ela me encarou com os olhos arregalados, e as sobrancelhas franzidas quando sugeri aquilo. —Talvez seja uma mulher que seja intersexual, e por isso o pênis e o esperma —eu tentei esclarecer aquilo não só a Santana, mas também a mim mesma.

—Bem, isso explica por que sua filha é tão linda e com nenhuma característica masculina de nenhum tipo. Mas nossa, você pensaria que o banco de sémen pelo menos explicaria isso para a gente, não?

— Mas é tudo anônimo. Ela contribuiu com seu esperma, e isso significa que o banco sabe que eu não tenho o direito de saber todos os detalhes. E bem, ela disse que não era hereditário, então talvez nem faça a diferença....

—Não faz diferença saber que você teve uma filha com uma aberração?

— SANTANA! Mas que porra? Para com isso. Você nem ao menos a conhece. Eu nunca, em nenhum momento, me arrependi de ter escolhido o doador... doadora que eu escolhi. E eu ainda não me arrependo. Beth é perfeita. Claro que ela tem muitas das minhas características físicas, mas os seus olhos, sua inteligência, todo seu comportamento; isso não é meu e nem é sua influência, é da doadora. Não a chame de aberração. Ela me deu uma filha que é perfeita e você não pode negar isso — eu disse já exasperada.

— Você deveria tentar conhecê-la.

—Nossa, você mudou o seu tom, hein? Há um minuto você estava chamando-a de aberração e agora eu deveria tentar conhecê-la? Resolva a porra da sua mente.

Nós apenas nos encaramos. Santana estreitando os olhos na minha direção e esperando que eu me desse conta que eu, na verdade, queria conhecer aquela mulher. Seja lá quem ela fosse, ela deveria ser perfeita. Beth com certeza era perfeita e o que a fazia assim eram seus traços comportamentais e de personalidade que ela com certeza não herdou de mim. Seu lado atrevido e ousado que me fazia rir. Sua inteligência que me dava tanto orgulho. Sua ambição e determinação tão admiráveis. Ela talvez tivesse minha aparência, mas ela não se comportava como eu. Mas eu a amava, eu a amava tanto, e eu estaria para sempre em dívida com essa mulher. Era uma pena que eu nunca fosse saber quem ela era....

— Sabe, o Puck é médico. Ele tem contatos. Se nos foi dado um número de doador, é porque ela quer que a doação não seja totalmente anônima. Talvez ela tenha deixado essa porta aberta caso Beth, um dia, quisesse contato —eu permaneci quieta enquanto escutava as razões de Santana. —Da forma que eu vejo, Beth quer conhecer seu outro pai. Ou mãe. E eu tenho certeza que você gostaria de conhecer quem criou uma menina tão linda com você. E você pode. Eu vou ajudar. Puck vai ajudar você. Rachel, nós podemos achar essa pessoa se você apenas dedicar um pouco do seu tempo e se arriscar. Eu tenho certeza que vai ser um processo difícil conseguir todas as informações dessa mulher, mas se o banco de sémen não quiser nos dar tais dados, nós temos sua data de aniversário, onde ela estudou, tipo sanguíneo e até onde trabalhou. Rachel, nós podemos achá-la!

Eu caí no sofá, fechando meus olhos e massageando minhas têmporas. Eu estava tão em choque que: 1) Santana pudesse ser tão sábia; 2) que eu pudesse de fato conhecer a doadora. Era o que Beth iria querer e, se for para ser honesta, era o que eu queria também.

— Tudo bem, Sant.

—Tudo bem?

—Tudo bem. Eu vou fazer isso. Eu vou encontrá-la! —Eu estampei um sorriso no rosto, meus olhos piscando rapidamente em pura descrença. Eu vou achá-la. Eu vou achar a outra mãe da Beth.

XXXXXX

Haviam se passado dois meses e estávamos mais próximas de encontrar a doadora. Puck tinha ajudado bastante. Foi ele quem nos informou sobre como descobrir mais informações sobre ela, sobre quem contatar, e ele até mesmo se ofereceu para cuidar de Michele e Beth quando eu e Santana estávamos na estrada procurando os médicos que pudessem nos ajudar.

Nós descobrimos que muitos bancos de esperma eram conectados a universidade e grandes organizações. Nós até conseguimos algumas listas de doadores de esperma de todas as universidades e, claro, todos eram homens. Nós também usamos sua data de nascimento para conferir, e não surgiu nada, o que significava dizer que ela também não usara um pseudônimo. Assim, concluímos que ela não foi até o banco de esperma através de sua universidade, mas em vez disso, ela fez a doação de maneira independente. Então, nós também tentamos usar a sua data de nascimento para pesquisar entre os graduados de NYU, mas sem saber quando ela se formara ficava difícil.

Passando por todo esse processo para achá-la, eu fiquei mais animada. Eu sempre soube que eu poderia criar a minha filha sozinha e eu fiz isso. Eu fui bem-sucedida nisso. Agora, porém, estávamos curiosas. Eu não disse a Beth que nós estávamos procurando pelo seu "pai", eu não queria criar expectativas e depois não encontrar a doadora, ou —pior —encontrá-la e descobrir que ela não queria saber de Beth ou descobrir que algo ruim aconteceu a ela. Eu também não me deixava pensar muito em como ela seria porque não queria ter minhas esperanças arruinadas também. Eu não queria me dizer que ela era bonita, inteligente, carinhosa e tudo mais que a faria perfeita, e depois me decepcionar.

Eu não sabia exatamente o que eu faria depois de encontrá-la. Beth iria querer conhecê-la e, até certo ponto, eu também. Mas eu realmente não queria que ela fosse uma decepção. Beth ficaria tão feliz em encontrá-la, ela não se importaria se fosse um pai ou uma outra mãe, ela apenas quer a outra pessoa para amar e para amá-la. Depois de nossa primeira conversa sobre o tópico, eu comecei a reparar os sinais mais e mais. Por exemplo, quando nós íamos ao parque, ela olhava para as outras famílias com cobiça. Ela olhava quando um pai corria atrás do seu filho e a mãe ficava sentada na mesa do piquenique. Ela olhava quando uma mãe ajudava o filho a alimentar os patinhos no lago enquanto outra mãe estava lendo um livro. Ela era feliz comigo; eu sabia que ela era. E entre Santana e Michele, parecia que éramos uma família muito frequentemente, mas não era a mesma coisa. Beth queria a pessoa que estava faltando na sua vida e se era isso que ela queria...

— NÓS A ACHAMOS! —Eu fui acordada dos meus devaneios pelo grito histérico de Santana.

—Você o que?

—Rach, nós a achamos! Nós a achamos! —Sant me respondeu com o maior sorriso que já vi em seu rosto.

— Espera. O que? Como? —Eu tentei perguntar, ainda incrédula. Eles a acharam! Dios mío.

—Por que você está me perguntando "como"? Por que não "quem"? Anã, nós a achamos! Nós achamos a doadora da Beth!

— Ai, Deus —eu suspirei, minhas mãos abanando meu rosto diante do repentino calor que senti. —Você está falando sério?

—Sim, Rach. Nós a temos. Acabou que nós não precisávamos ser tão profissionais na nossa abordagem. Inferno, ela é intersexual. As pessoas se lembrariam dela! A esposa de Puck, Ashley, é uma enfermeira e uma colega dela trabalha num banco de sémen em Michigan, então ela sondou e uma pessoa se lembrava da doadora. Quero dizer, bem, ela é uma garota com um pênis, é claro que alguém se lembraria dela. Eu não sei por que nós não havíamos pensado nessa possibilidade. Bem, ela disse que não poderia nos dar nenhuma informação porque isso seria contra as leis, mas mesmo assim ela deu algumas informações não oficiais para Ashley — Sant explicou.

— Ai, Deus, isso está realmente acontecendo? —Eu me perguntei enquanto sentia minhas pernas enrijecendo e meu corpo tremendo, lágrimas começaram a se acumular nos meus olhos.

—Ei, Rach, acorda e me deixa terminar. Sente sua bunda se for preciso, mas vamos lá, eu estou animada aqui! — Eu segui suas instruções e me sentei no sofá, e ela me seguiu e sentou também. — Então, Ashley recebeu algumas notícias, disse para Puck e eu fui até lá. Aliás, eu acabei de voltar...

—Santana, ande logo. Me conte!

— Agora você quer saber? De qualquer forma, o nome dela é Quinn, não sabemos o sobrenome, e ela doou logo após sua formatura. A pessoa que deu a Ashley as informações disse que ela lembrava da mulher porque, bem, como eu disse, ela tem um pênis. Isso é bem memorável. Ela também disse que ela é gostosa e bem legal —Santana continuou a explicar.

—Você sabe onde eu posso encontrá-la?

—Ashley me disse que aparentemente, naquela época, Quinn estava para começar um trabalho em uma escola como professora de Inglês em algum lugar aqui de Nova Iorque — Santana me respondeu. — Isso significa que ela ainda pode estar por aqui!

— Mas isso foi há quatro anos — eu esfreguei meus olhos com a palma das mãos. — Eu sequer sei o sobrenome dela!

—Bem, nós temos um nome, data de nascimento, onde ela morava e onde ela se formou. Nós podemos achá-la!

Momentos depois, Michele e Beth entraram na sala correndo e nos perguntaram se nós poderíamos colorir com elas, e é claro que jamais poderíamos dizer não. Eu peguei todo o material de pintura, os desenhos que elas haviam feito na noite anterior, aquarelas e folhas em branco. Nós quatro começamos a desenhar e a pintar, como fazíamos todos os domingos pela manhã. Todavia, eu não podia evitar a me sentir distraída; nós estávamos tão próximas de encontrar Quinn. Mas eu gostaria de estar ainda mais próxima.

Um telefone tocou estridente pela sala, e nenhuma das pequenas se importou com aquela distração. Eu me levantei do chão onde estávamos sentadas e caminhei até o balcão onde o telefone estava para descobrir que se tratava de um número desconhecido. Eu atendi mesmo assim.

—Alô?

—Oi! — Houve uma pausa silenciosa. — Erm, é a Rachel? —Quem quer que estivesse ligando gaguejou um pouco.

— Sim, aqui é a Rachel Berry, posso lhe ajudar em algo?

—Meu nome é Quinn. Eu soube que você estava me procurando?



XXXXXX


Minhas notas: Então kids!! Demos inicio a mais uma adaptação e espero que vocês me acompanhem. .. Dependendo de como for a repercussão da historia eu irei postar frequentemente.. Mas como sempre tudo depende de vocês. Irei fazer como a Luna nas notas..  A  partir do próximo capitulo eu  irei postar as notas da autora e tradutora e as minhas... Para vocês terem uma ideia dos nossos comentários e debates sobre e em cada capitulo.

Obrigada mais uma vez a Luna e a Emma <3

Até breve, Kids!!

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