Não Somos Um

By felipe_fgnds

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Téo está em busca da Garota Perfeita, uma garota que ele idealizou e com a qual tem certeza de que será feliz... More

1 - Querendo companhia?
2 - O problema de esconder coisas de Mel e Arthur
3 - Caindo na pilha
4 - Deus que me perdoe
5 - Téo? Sou eu, a Victória
7 - Sua namorada é um arraso
8 - Especialista em não ouvir
9 - Adão me disse a mesmíssima coisa
10 - Sex tape?
11 - Sequência desesperadora de alívio e libertação
12 - Verdade ou Cupcake
13 - Tubinho vermelho
14 - O coração era apenas um
15 - Batalha dos Reinos (parte 1)
15 - Batalha dos Reinos (parte 2)
16 - Balacobaco
17 - Bolinhos de maconha
18 - Guerra Fria
19 - Iemanjá
20 - Alucinação de pijama
21 - As vacas viram tudinho
22 - Do jeito do hospício
23 - OMGFUWEFOJK
24 - O pior timing do mundo
25 - Eles sabem, Vic
26 - Deus estava mudo
27 - O último desejo de Melodee
28 - Acabamos?
29 - Não somos um
30 - Tic
31 - Viva-voz
Epílogo
Agradecimentos
História nova!

6 - Menos língua

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By felipe_fgnds

"Eu queria amor, verão e um passeio no parque, mas você também me pareceu ser uma boa escolha"

(A Poesia dos Desafetos, página 57)

- Você veio! - Victória disse assim que Téo chegou mais perto.

Como se ele pudesse não aparecer. O garoto ficou sem reação por uns segundos, porque ver Victória ali, sentada a sua frente, numa distância em que ele poderia tocar nela se quisesse, era como tomar um soco da realidade. Ele já tinha visto aquele rosto, mas, entre o episódio no fast-food e aquele Você Veio, havia rolado muita idealização sobre quem Victória era. Téo estava adorando ser socado.

Eles se cumprimentaram de um jeito esquisito, porque Téo foi dar um beijo no rosto, mas, no meio do caminho, tentou mudar para um abraço, sendo que Victória estava com a mão estendida, então... Foi algo como abraçar a mão de uma pessoa.

Ia dar tudo errado, não ia?

- Te deixei esperando? - Ele perguntou.

- Não muito. Estava curtindo os shows daqui. Lugar legal, né?

Victória olhou para o palco, onde a dupla sertaneja, já cansada de requebrar e se esfregar, estava sendo substituída por outro artista, ao som dos aplausos efusivos da plateia. Foi o tempo que Téo teve para reparar em sua acompanhante. Ela usava um vestido branco e rosa, com umas tiras finas que faziam as vezes de alça, de um jeito que ele não saberia descrever se pedissem. Antes de sentar, Téo viu que era curto... Talvez um pouco curto demais. O cabelo dela estava livre, cacheado. Isso, ele se focaria no cabelo.

Pensou em puxar assunto falando do tempo, mas estavam num lugar fechado, e Arthur o mataria se ele voltasse para a Situação por um ato tão burro. Olhou para o copo na mesa.

- Você bebe?

- Socialmente. Mas só peguei esse drink por falta de opção. Eles só servem álcool aqui.

Então, ele estava diante de uma cachaceira. A realidade estava nocauteando-o sem dó. Victória parecia ter curtido o fogo entre o cumpade e a cumade, gostava de entornar uns gorós e tinha aversão a tecidos. Ela certamente andava de saia de corpo baixo com a barriguinha de... Essa música tinha que sair da cabeça dele.

- Mas, então... Você ainda está carente? - Ela sorriu de um jeito diferente do que vinha fazendo. Téo se considerava muito tapado para esse tipo de coisa, mas até ele estava vendo segundas intenções.

Nossa, Victória o queria muito. E Arthur e Mel achando que ninguém se interessaria por ele. Rá! Enquanto isso, uma garota dominava o palco cantando um pop rock sobre equalizar pessoas, seja lá o que isso significasse.

***

Mel estava no camarim, olhando para o espelho. Um fiapo de cabelo teimava em não ficar no lugar e, quando ficava, Mel mudava de ideia sobre como seu cabelo deveria aparentar. Ela não conseguia parar de mexer. Arthur dobrou a perna sobre o joelho, sentado numa cadeira giratória ao lado da namorada.

O camarim era compartilhado com todos os cantores da noite, mas, naquele instante, as únicas pessoas no recinto eram Arthur, Mel, uma mulher sentada num pufe que estava muito concentrada em seu celular e a dupla de rapazes, que entraram fazendo um escarcéu, ainda animados pela onda do palco.

- Achei que não fosse ficar nervosa, mas... minhas pernas estão tremendo.

- Mel, fica calma, você sabe que é capaz. Eu sei que você é capaz. Téo também está aqui pra te dar uma força.

- Ok, vocês sabem, mas o pessoal lá fora não! E se começarem a me vaiar? E se eu esquecer a letra? Ai, meu Deus, era para eu ter escolhido outra música. E se atirarem um tomate em mim ou derrubarem aquele balde de sangue que nem em Carrie, a Estranha e...

- Amor, foco – Arthur segurou as mãos da namorada, geladas – Eu jamais deixaria você ir para um lugar para ser vaiada. Vai ser bom para você.

- Mas o tomate...

- Téo e eu lançaremos de volta a melancia que trouxemos para esse tipo de emergência.

- Arthur, me diz que você está brincando – Ela arregalou os olhos.

- Estou.

Os dois sorriram. Ela adorava o sorriso dele. Os olhos dele já eram puxados, mas, quando ele expressava sua felicidade ou tinha um ataque de riso, ficavam menores ainda. Era como encarar um emoji. Quando empolgado demais, os olhos de Arthur se abriam para o mundo, como se não se permitisse perder nem por um segundo que fosse tudo o que estava acontecendo. Era incrível para Mel notar que conhecia aquele rosto tão bem.

- Ok, sou a melhor cantora do mundo – Não pareceu convincente, mas bastou para o momento - Posso mudar de assunto?

Mel fez questão de deixar sua aparência para lá, e fitou o namorado diretamente. Ela tinha tentado dar um pouco mais de cor à pele, mas tinha usado blush demais. Era tarde demais para tentar mexer na maquiagem. Adorava o corte do cabelo, curto e jovial, apesar de só mulheres velhas usarem esse tipo de cabelo para parecerem mais novas. Ela tinha que pôr a culpa no nervosismo, era ele quem estava criticando toda sua aparência. Confiaria nisso, porque a outra opção era surtar. Tinha uma coisa mais importante para lidar naquele exato momento.

- Fiz alguma coisa de errado? - Arthur logo perguntou.

- Não... Eu ia deixar para falar depois, mas, já que estamos aqui, queria te contar uma coisa – Uma pausa dramática – Uma coisa difícil.

- O que foi?

- Eu realmente estou querendo aquela vaga na Honório & Mirla.

- E isso é uma coisa ruim?

- Não. Mais ou menos. É ótimo... É que... depois dessa seleção, antes de começar a atuar de fato na empresa, os funcionários passam por um treinamento de um ano.

- Por que essa demora toda?

- Porque... a empresa trabalha com muitos processos, está sempre antenada, se atualizando e tal. Eles construíram um método de trabalho muito eficiente, é uma coisa deles, não têm como quem está de fora se encaixar assim de cara. E somos todos inexperientes. Esse processo tem uma curva de aprendizado enorme e agrega muito ao nosso currículo. É fantástico, eles pagam tudo. Cursos, provas, palestras, alimentação, estadia...

- Parece... bom? Isso é maravilhoso, na verdade! - Ele estava acompanhando o raciocínio dela, ela tomou isso como um bom sinal - Mas para que estadia?

Não houve resposta, mas ela desviou o olhar, e ele captou a mensagem.

- É fora do Rio de Janeiro? O treinamento é fora do Rio de Janeiro?

O coração de Mel bateu acelerado, e tudo o que ela tinha ensaiado para falar naquele momento tinha desaparecido da sua mente. Se tudo corresse do jeito que ela desejava, os dois estariam se abraçando, e Arthur nem se importaria com a palavra "estadia". Mas ele se importou. Ok, ela tinha previsto isso também, mas a saída não parecia uma boa opção. A verdade tem que ser a melhor opção, é um fato. O suspiro que ela deu demonstrou sua hesitação.

- Mel, esse curso é no Brasil? – Arthur se levantou da cadeira e ficou frente a frente com a namorada.

Mel gostava dele. Seria tão menos doloroso se ela não gostasse! Depois de mais de dois anos juntos, eles estavam intrinsecamente ligados um ao outro. Não eram um casal perfeito. Ambos tinham suas qualidades e seus defeitos, mas se entendiam bem. Na primeira vez em que viu Arthur, Mel não teve muita certeza. Ele era esquisito, meio maluco, meio palhaço. Um nerd inveterado e viciado em Batalha dos Reinos IV, um jogo que ela até aprendeu a gostar um pouco (Ela era a "Princesa Miúcha" no jogo, mas não espalhava isso para seus amigos). O tempo mostrou que ele era fofo, que se importava com ela e que queria fazê-la feliz. Mostrou também que ele beijava muito bem e... Enfim. Mostrou que ele era um cara legal.

E um cara legal entenderia, certo?

- Ah, meu Deus! É fora do Brasil?

***

- Não vou te enrolar aqui. Eu tenho uma proposta.

Téo tentava ouvir o que a garota dizia acima do barulho da música e do ruído das pessoas. Gritos, palmas e assovios ecoavam na casa de shows. Ela tinha dito proposta? Já tinha tomado a frente da situação e chamado Téo para sair. O que vinha agora? Um pedido de casamento?

- Se aparecesse num livro, seria inverossímil, eu sei, mas é que... preciso muito desse favor. Mal te conheço, Téo, e, por isso, você é o cara excelente para o que eu preciso.

Ele era o cara excelente. Finalmente, o seu reconhecimento estava acontecendo. Ela mesmo tinha dito, ela precisava dele. Téo nunca tinha se sentido atraente daquele jeito.

- Eu preciso que você... – A garota chegou mais para perto e sussurrou as palavras – Seja meu namorado.

Estavam numa comédia romântica, e o roteiro parecia ter sido escrito por Mel e Arthur, Téo tinha certeza. A garota pedindo-o em namoro era... contra as regras?

- Vou explicar melhor. Quero que você seja meu namorado de mentira. De faz de contas.

Como é que é?

- Não sentimos nada um pelo outro, óbvio, e nunca que esse namoro daria certo, mas... O que estou te propondo é um negócio. Um combo de vantagens, livre de obrigações, livre de culpa e corações partidos.

Ok. A proposta ia totalmente contra as regras.

- Um namoro de mentira?

Os últimos dois anos de Téo se resumiram em sonhar com o namoro com a Garota Certa. A garota inteligente, bonita, sadia. Depois do término traumatizante, ele só queria segurança e normalidade. O que essa doida estava propondo?

- Isso, mais ou menos. Nós só precisamos fingir um namoro, entende? As pessoas vivem pegando no meu pé porque não tenho um namorado, e eu não aguento mais minha vida rodar em torno disso. Quero viver. Por isso, um namoro fake é a coisa perfeita para mim. Você só precisa se passar por meu namorado quando conveniente. Sem cobranças, sem ciúmes. Não precisa me dar presentes, nem ligar no dia seguinte. Nada. O que me diz?

Ser namorado de Victória não era nenhum sacrifício...

Ele precisava acordar. Isso não era namoro. Téo não seria namorado de ninguém, era tudo mentira. Era mais um joguinho não romântico, mais um maldito jogo de aparências. Quando aceitara o convite de Victória, ele estava extasiado pelo novidade. Mas, depois daquela proposta surreal, ele via que era a maior furada. Como ela conseguia enxergar coisas boas saindo de um faz de contas? Se um namoro normal, que tinha como base a confiança e a verdade, tinha muitas chances de terminar em desgraça, que possibilidade de final feliz tinha um namoro pautado na mentira? Victória era roubada.

- Desculpa. Não dá para mim – Levantou, fazendo um barulho considerável ao arrastar a cadeira para trás – Não posso participar disso.

Era melhor fugir da armadilha o quanto antes. Incrível como o diabo sempre inovava.

- Téo, calma... – Victória o olhou nos olhos, mas não se moveu.

- Eu estou calmo – Mentira – É só que... Isso é totalmente fora do padrão.

- Que padrão?

- É errado. Você quer mentir para os outros deliberadamente.

- Ah, por favor, não venha me dar lição de moral por causa de uma bobeira dessas. Eu só quero que as pessoas parem de me encher o saco. Isso é pedir demais?

- É um direito seu, mas não é para mim – Ele disse, ciente de que aquele era o pior primeiro encontro de sua vida – Olha, vou indo nessa.

Com que cara ele ia encontrar Mel e Arthur?

- Vai! Pode ir – Victória bufou, sem se levantar. Ela olhou para os dois lados para ver se alguém estava prestando atenção na discussão. Não estavam – Se não for você, será outro.

- Boa sorte – Deu as costas para ela querendo nunca mais ver aquele rosto. Ok, talvez só mais uma vez. De pé, encarou Victória novamente – E você não precisa de um namorado de mentira, você precisa de um amor de verdade.

E sumiu no meio das pessoas, deixando Victória sozinha na mesa. Aquele cara tinha esculhambado com ela? Victória não conseguia acreditar., pois poderia jurar que ele toparia na hora. Crente sempre dificultava as coisas.

***

Havia dias em que Téo sentia falta do pai, de verdade. Mais conhecido como Sargento Vladimir, ele tinha sido um cara rigoroso à beça. Não tolerava indisciplina, reclamação, atrasos e que colocassem o feijão por cima do arroz no seu prato do almoço. Seu pai gostava de muitas regras.

Tinham hora para tudo em casa: Hora de acordar, hora de dormir, hora do almoço, hora de ver TV, hora de ir para a rua, hora de voltar para casa, hora de comer cereal com leite e hora de bolar teorias conspiratórias sobre o governo dos Estados Unidos. O pai tinha valores rígidos e a mente totalmente fechada para coisas novas. Agia como um ditador pirado, e até Téo pensava isso dele algumas vezes, mas, crescido, o filho via que as regras eram importantes. Exageradas, Téo concordava, porém o ensinaram a ter disciplina, a andar dentro da linha, a ser pontual e a diferenciar o certo do errado. Dentro da lei, certo. Fora do padrão, errado. Quer dizer, Téo sabia que não podia dirigir bêbado. Ele sabia que não deveria mentir. Eram regras. E, quando pessoas seguiam as regras, as coisas simplesmente funcionavam. Ninguém poderia culpá-lo por estar agindo certo. Até o destino pegava leve com quem fazia as coisas da forma certa, do jeito que Deus queria.

Por isso, Victória era inaceitável.

Francamente, ele tinha saído de casa pensando em... coisas. A Garota Certa jamais proporia algo assim, porque ela era sensata. Em seu último e único namoro, o erro dele tinha sido confiar cegamente numa garota, apesar dos sinais que, agora ele via, sempre estiveram estampados em sua cara. Victória tinha dado provas suficientes de que nada de bom poderia sair de uma interação entre os dois. Téo não tinha a mínima intenção de protagonizar uma releitura de "500 dias com ela". Ela teria de encontrar seu gogoboy em outro lugar.

Meio atordoado, tentou avançar para mais perto do palco, mas as pessoas estavam fechando o caminho. A equalização continuava. Todos pulavam sincronizados, numa frequência que só eles e a roqueira no palco sabiam. Meu Deus, aquela música era de 2004. Sem opção, deu um passo para trás, mas teria que passar por Victória de novo para ficar sentado no bar ou ir para outro lugar. Disfarçando, fitou a mesa que bruscamente abandonara. O copo estava vazio - cachaceira - e Victória não estava mais sentada e nem sozinha.

Um cara parecia dar em cima dela. Era loiro, alto e, Téo não sabia definir bem, largo. Ele poderia apostar que os olhos eram azuis, porque sempre eram. O cara segurava o braço dela, que parecia não fazer muita força para se livrar. Téo tinha mesmo que passar por eles e foi inevitável ouvir a conversa quando chegou perto dos dois. Estavam tão concentrados um no outro que não o notaram. Não que Téo fosse naturalmente notável.

- Confessa logo, Vic, você ainda é caidinha por mim - O loiro disse.

- Claro que sou. Por isso terminei com você. Me esquece. Já estou em outra.

- Você está sendo ridícula. Está com quem? Ele está aqui? - O cara olhou ao redor procurando pelo acompanhante de Victória.

- Não é da sua conta, mas, sim, ele está por aqui. Foi buscar uma bebida.

- Você nunca soube mentir para mim - Ele segurou o queixo dela e sorriu - E nem me negar nada - Ao contrário do sorriso dela, o sorriso dele era, sei lá, ultrajante. Do tipo que dava vontade de socar a cara da pessoa.

- E-eu... - E, então, ela ficou sem respostas.

- Algum problema aqui, Vic? - Téo se intrometeu na conversa, segurando um copo com um líquido azul fluorescente, o qual o garçom garantiu que era mesmo de beber. Fez questão de usar o apelido dela para demonstrar intimidade.

Não saberia dizer se o olhar mais surpreso havia sido o de Victória ou o do Draco Malfoy Bombado. Ela foi da surpresa ao triunfo enquanto ele reservou a Téo seu desprezo.

- Téo! Eu não sabia que... Você demorou.

- Dei uma passada rápida no banheiro... Amor - Téo encarou o cara de frente. Ou quase isso, porque Draco era um tanto mais alto - Sou o Téo - Estendeu a mão e ficou no vácuo por dez segundos, comprovando que, sim, educação andava em falta.

Como se Téo fosse um nada ou menos que isso, Draco o ignorou e continuou com a atenção em Victória.

- Desde quando você começou a sair com idiotas por carência?

- Não importa quando comecei, você foi o último.

Tooooma.

- Poderia ter passado a noite sem essa – Téo completou.

Draco ficou em transe, fitando os dois, como um pimentão também faria se pudesse fitar pessoas.

- Quero beijar na boca – E, contra todas as regras do romance ficcional, foi Victória quem roubou o primeiro beijo.

O beijo despachou Draco numa velocidade que o fez desaparecer sem que Téo percebesse. O garoto não se ateve muito tempo nesse detalhe, porque, naquele momento, apenas Vic existia. Não conseguiu se mover, mal deu para reagir com ela dominando sua boca e ele correndo atrás tentando acompanhar. Dois anos sem beijar na boca estavam cobrando seu tempo. Tentou entrar em sincronia, mas, no fim das contas, tinha deixado Victória beijar sozinha. Repentinamente, seus lábios afastaram-se poucos centímetros, e ela sussurrou:

- Ele já foi?

- Com certeza – Téo sussurrou em resposta.

- Graças a Deus – Ela afastou-se de vez, pondo um ponto final no beijo de uma pessoa só – Você beija muito mal.

- Er... – Foi a vez dele de gaguejar – Fui pego desprevenido.

- Uma dica: tente não pensar muito. E menos língua.

- Fui pego desprevenido – Insistiu.

Uma garota do axé muito desafinada berrava no palco que queria beijar na boca e ser feliz dali pra frente. Quem Téo era para julgar, né?

- Relaxa – Vic sorriu, ela se divertia com seu constrangimento – Essa seria uma das vantagens do nosso namoro. Você só ficaria me devendo sua presença.

- Mas eu não aceitei nada. Só achei que o cara estava te incomodando.

- Quer dançar? – Ela o ignorou, apontando para a galera ensandecida atrás dela.

- Não sei dançar. Não danço esse tipo de música.

- Eu também não. Mas é mais legal pagar mico acompanhada.

Ele já tinha beijado na boca de uma estranha e, segundo a menina no palco, era um pulo para ser feliz para sempre.

Incrível como o diabo, realmente, sempre inovava.

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