Nossos 12 meses

By NRAlives

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Todo mundo adora aqueles feriados que aparecem para te dar uma folga (merecida) da rotina. No entanto, não há... More

Introdução
[Janeiro - Marina Guimarães]
Contagem Regressiva - 1
Contagem Regressiva - 2
Contagem Regressiva - 3
Contagem Regressiva - 4 (Final)
[Fevereiro - Giulia Cavalcanti]
Carnis Levale - 1
Carnis Levale - 2
Carnis Levale - 3
Carnis Levale - 4
Carnis Levale - 5
Carnis Levale - 6
Carnis Levale - 7 (Final)
[Março - Julia Braga]
Chocólatras Anônimos - 1
Chocólatras Anônimos - 2
Chocólatras Anônimos - 3
Chocólatras Anônimos - 4
Chocólatras Anônimos - 5
Chocólatras Anônimos - 6 (Final)
[Abril - Mel Geve]
Birthdayte - Parte I
Birthdayte - Parte II
Birthdayte - Parte III
Birthdayte - Final
[Maio - Larissa Siriani]
Cinco - Parte 1
Cinco - Parte 2
Cinco - Parte 3
Cinco - Parte 4
Cinco - Parte 5
Cinco - Parte 6
Cinco - Final
[JUNHO - Clara Savelli]
No final das contas - Parte 01
No final das contas - Parte 02
No final das contas - Parte 3
No final das contas - Parte 04
[Julho - Isis Alvarenga]
Eu Morri Para Te Assombrar - 1
Eu Morri Para Te Assombrar - 2
Eu Morri Para Te Assombrar - 3
Eu Morri Para Te Assombrar - Final
[Agosto - Alice Machado]
Des(a)gosto - Parte 1
Des(a)gosto - Parte 2
Des(a)gosto - Parte 3
Des(a)gosto - Parte 4
[Setembro - MR Silva]
Setembro Chove - 1
Setembro Chove - 2
Setembro Chove - 3
Setembro Chove - 4 (Final)
[Outubro - Clarissa Vaz]
Verdade ou Consequência? - Parte 1
Verdade ou Consequência? - Parte 2
Verdade ou Consequência? - Parte 3
Verdade ou Consequência - Parte 4
Verdade ou Consequência? - Parte Final
[Novembro - Jéssica Vieira]
Novembro de Novo - 1
Novembro de Novo - 2
Novembro de Novo - 4
Novembro de Novo - 5
Novembro de novo - 6 - FINAL
[Dezembro - Autora secreta]
Começo de algo novo - Parte 1
Começo de algo novo - Parte 2
Começo de algo novo - Parte 3 (Final)

Novembro de Novo - 3

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By NRAlives


30.01.2013

Meu celular tocou as 19hrs.

Guilherme.

- Já saaaio – já fui falando assim que atendi, correndo até meu quarto pegar a bolsa.

- Estou de taxi. Vem logo.

- Você precisa tirar a carteira, menino. Onde já se viu?! – brinquei.

Me olhei no espelho rapidamente. Meus olhos correram pelo meu cabelo preso num coque solto, meu vestido de verão, minha sapatinha. Ok. Tudo certo. Vamos lá.

- Faltam quatro meses para ser mais exato. Só isso o que tenho para falar – ele respondeu.

- Mas noooossa senhor "vou-ser-maior-de-idade-em-breve-e-tirar-minha-carteira" – tirei o celular da orelha e gritei para minha mãe, que estava fazendo alguma coisa na cozinha com minha irmã: – Mãe, tô indo! Daqui a pouco eu volto! Beijo!

- Ok. Se cuida! – ela respondeu da cozinha antes de eu sair.

Quando voltei para o celular, para continuar minha piada, Guilherme tinha desligado. Revirei os olhos e ri. Eu não cansava de achar ele meio idiota.

A noite parecia ter armazenado todo o calor que fez durante o dia. Estava abafado e ventava pouco. Ao fundo, enquanto eu andava até o portão de casa, eu conseguia ouvir o barulho que a noite começava a trazer. Ainda não estava totalmente escuro, e era por isso que eu adorava o horário de verão, mas o sol já estava se pondo e até o movimento nas ruas era diferente.

O taxi estava estacionado logo na entrada. Entrei sorrindo.

Eu não estava nervosa, mas havia uma ansiedade e uma animação em mim que eu vinha guardando desde o início da semana.

- Oi! – exclamei assim que entrei no automóvel – Tudo bem?

Ele me observou com um meio sorriso e se aproximou para beijar minha bochecha.

- Você está realmente bronzeado! –comentei um pouco debochada, tentando desviar a minha atenção da sensação que o beijo deixou em meu rosto.

- Da cor do pecado – ele zombou fazendo uma careta engraçada, fingindo seduzir.

- Para onde vamos?

Ao ouvirmos a pergunta, olhamos para a taxista, que nos observava através do retrovisor.

Olhei para o taxímetro correndo, depois voltei para a taxista e então para Guilherme com a mesma pergunta estampada no rosto.

- Onde vamos? – perguntei.

- Pro centro – ele falou incerto.

- Você não pensou em nenhum lugar? – perguntei balançando a cabeça.

- Abriu um bar novo no centro – A taxista falou, ao perceber nossa confusão – Já ouvi falar bem, mas nunca fui. É meio jovem, tipo vocês. Tem nome de comida o lugar...

- Nome de comida... – repeti já imaginando como seria o tal lugar, que eu nunca tinha ouvido falar.

- Pode ser! – Guilherme concordou, animado – Vamos para lá.

A taxista deu a partida antes que qualquer um de nós falasse qualquer outra coisa, então só me restou aceitar.

Me recostei melhor no banco do carro e voltei a olhar para o taximetro.

- Da próxima vez, vamos de ônibus – Sussurrei.

Guilherme riu e me empurrou com o ombro.

Pub do Brownie. Era esse o nome do bar que tinha nome de comida e, ao contrário do que eu havia imaginado, o ambiente era confortável e bastante jovem.

Sentamos em uma mesa perto da janela e logo um garçom veio nos atender.

- Hei! Achei que você tinha se mudado!

O Guilherme era tão popular, que chegava a cansar. Desde que entramos, ele havia cumprimentado, no mínimo, três pessoas.

- Eu me mudei, cara. Só estou de passagem – eles fizeram o cumprimento que os meninos normalmente faziam e pareciam ter nascido treinados para fazer assim que se vissem.

Eles trocaram algumas palavras sobre a vida, então o garçom olhou para mim e sorriu rapidamente. Eu o conhecia apenas de vista.

- E aí?! Vão pedir o que?

Fizemos nosso pedido e logo o garoto se afastou.

- Isso é meio estranho – Guilherme disse sorrindo, se referindo a nossa situação.

- Não fale que é estranho, porque fica pior ainda – eu reclamei, rindo, um pouco inquieta.

- Ok – ele olhou ao redor, como se analisasse todas as pessoas ali e depois se voltou para mim, muito calmo e tranquilo – Vamos começar então: vi no seu perfil que você fez uma tatuagem...

Fui pega de surpresa pelo assunto, mas logo ri e a conversa começou a fluir. Falamos da minha tatuagem na nuca e ele falou das várias que ele tinha vontade de fazer depois que fizesse dezoito, pois os pais dele não permitiriam que fizesse antes. Falamos sobre como nossos pais às vezes conseguiam ser tão antiquados e retrógrados e como isso era irritante.

Falamos sobre nossos irmãos e em como eles eram infantis e ainda ousamos acrescentar que na idade deles não éramos daquele jeito, então, com risos, nos pegamos falando que provavelmente seríamos como nossos pais quando nos tornássemos mais velhos.

Conversamos sobre as férias e sobre a praia. Estávamos ambos bronzeados e com espirito de jovens despreocupados e então, como consequência, o tema faculdade surgiu num misto de preocupação e animação. Falamos sobre nossas expectativas, medos e rimos quando lembramos do famoso e temido trote aos calouros.

- Você vai raspar a cabeça?! – eu perguntei pela segunda vez, meio incrédula.

- Vou, claro – ele reafirmou, como se fosse obvio.

Eu ri várias vezes sobre isso. Era a cara do Guilherme cair de cabeça nas coisas.

Nosso lanche chegou, nos dispersando um pouco. Ele roubou uma batata frita do meu prato e comeu com todo prazer.

- Saaaai fora, Guilherme!

Ele riu.

Começamos a falar sobre nossos amigos, sobre a escola. Já havia saudosismo em nossa voz. Senti meu peito apertar levemente. Então começamos a falar sobre um amigo que tínhamos em comum e que começou a namorar...

- Ela é gata, cara. Ela é gata – Guilherme deu de ombros, erguendo um pouco as mãos, como se dissesse: pergunte pra qualquer pessoa, que vão dizer o mesmo. Eu soltei o ar, querendo dar um soco nele.

- Ele não está namorando com ela só por causa disso – rebati, indignada.

- Não, claro que não. Ele quer transar com ela.

- Pare... – levantei uma mão, impaciente.

- Mariana, vai por mim... – ele me olhou seriamente – É só isso o que ele quer. É só o que meninos da minha idade querem.

- Que escroto! – exclamei devolvendo a batata que eu estava levando a boca, ao prato, pra prestar bem atenção no que estávamos conversando – Você é escroto!

- Só estou sendo sincero – ele me fitou com tranquilidade, enquanto eu fervia de indignação.

- Como você sabe se eles já não transaram? E se ela também estiver usando ele só pra transar?

- Eles não transaram. E sim, porque não? Não é só o homem que curte sexo.

Bufei baixo.

- Isso não é da sua conta, nem da minha. Enfim... Deixe a galera transar em paz. Porque estamos falando disso? – balancei a cabeça e me voltei para meu prato. – Vocês são muito idiotas.

- Não fique assim – Guilherme alcançou minha mão e a segurou forte. Olhei para ele, contrariada. Seus olhos estavam suaves, como sempre e um sorriso brincava em seus lábios. Isso me irritou ainda mais – Vocês mulheres também são quando querem.

Abri a boca, sem nem ao menos saber o que falar e ele aproveitou a oportunidade para enfiar 3 batatas em minha boca aberta.

- Vamos mudar de assunto, sua chata.

E, sim, ele mudou de assunto facilmente e depois que a irritação passou, voltei a rir e a conversar como se nada tivesse acontecido.

Quando percebi, estávamos falando sobre meu possível intercambio. Ele comendo o que tinha sobrado das minhas batatas fritas e eu sonhando com meu futuro.

- Barcelona deve ser muito massa mesmo – Guilherme concordou, enquanto mastigava.

- É incrível! Eu tenho pesquisado tanto sobre lá que parece que eu conheço a cidade sem nem ter ido para lá. A arquitetura é incrível... Já fiz uma lista de todos os lugares que tenho que visitar e o que eu quero ver. Fiz uma lista de ruas que eu preciso conhecer por causa dos prédios... É...

- Incrível – Guilherme completou com um risinho.

Eu o fitei, caindo em mim de que eu estava falando sobre o mesmo assunto já há algum tempo e ele apenas ouvia em silêncio, analisando minha maneira de falar, de mexer minhas mãos... Me analisando com aquele olhar intenso e brilhante que se equilibrava entre a calmaria e a agitação. Pela primeira vez fiquei sem graça.

- Desculpe – falei com um sorriso pequeno.

Ele me respondeu com um riso que, por algum motivo, me pareceu encantador.

- Eu gosto de ver você falar sobre o que você está planejando pra você.

- Porque? – perguntei, sabendo que eu estava um pouco corada. Eu não conseguia negar que estava levemente nervosa. Ele estava me deixando nervosa.

- Porque você não é daquelas pessoas que falam da boca pra fora sobre seus objetivos. Tudo o que fala que vai fazer, eu realmente acredito que vá fazer, porque é o que você realmente deseja. – ele observou meu rosto, que não expressava muita coisa – O tipo de pessoa que pode mudar o mundo.

Continuei quieta por alguns segundos, sem saber realmente o que falar. Por dentro eu sentia que algo estava errado. Eu só não sabia dizer o que.

Eu estava nervosa, corada, meu coração estava levemente acelerado e eu não conseguia esboçar nenhuma reação.

Respirei fundo e olhei nossos pratos vazios e nossos copos apenas com alguns gelos derretendo, querendo desviar minha atenção. Então sorri.

- Acho que está na hora de irmos embora.

Guilherme era qualquer coisa, menos idiota e percebeu o que eu estava fazendo, mas apenas concordou com a cabeça, sorrindo.

- Vamos.

No caixa, a tensão entre nós já havia desaparecido. Começamos a falar sobre algumas pessoas que haviam ali, tirando sarro de alguns comportamentos e Guilherme insistia em imitar uma garota que havia passado por nós como se estivesse em um restaurante 5 estrelas.

- Boa noite!

A voz do caixa chamou nossa atenção. Olhei para o crachá. Davi.

- Boa noite – cumprimentamos sorrindo.

- Gostaram do bar? – o homem perguntou enquanto via nossa conta.

- Sim, foi nossa primeira vez aqui – Guilherme respondeu, simpático.

- Comeram Brownie?

- Não. Sanduiches – respondi, pensando que devíamos ter comido um brownie. Estávamos no Pub do Brownie. Olhei para o Guilherme e ele com certeza estava tendo o mesmo pensamento – Falhamos nessa missão. Falhamos feio.

Guilherme riu, divertido, e Davi também.

- Precisam voltar então.

- Voltaremos – Guilherme disse convicto – Mês que vem.

Eu me voltei para ele e concordei com a cabeça bem séria.

- Da próxima vez não sairei daqui sem ter comido um Brownie.

- Desafio aceito.

Rimos.

Terminamos de pagar nossa conta com Davi falando que nos veria no próximo mês e, quando saímos do pub, já era 23h30 da noite.

Um vento leve soprava e a cidade já estava mais silenciosa. Todas as luzes da rua estavam ligadas e as poucas pessoas que estavam na rua, estavam claramente indo para casa.

Tirei meu celular da bolsa e pedi um taxi, já sofrendo em saber que pagaria uma fortuna até minha casa.

- Você vai...? – iniciei minha pergunta, dando a entender que queria saber para onde ele iria.

- Vou pra casa do Willian. Amanhã vou passar o dia com a galera – Então ele iria a pé. Willian morava no centro, próximo de onde estávamos.

Concordei em silencio e pedi meu taxi.

- Nos vemos mês que vem então? – ele perguntou assim que desliguei.

- Sim senhor! Nos vemos mês que vem - cruzei os braços e sorri – Foi bom te ver.

- Sim, foi bom te ver...

- Acha que essa tradição vai dar certo? – perguntei displicente, balançando o corpo.

Um vento bateu em nós e bagunçou nossos cabelos. Guilherme arrumou os seus com os dedos, sorrindo.

- Sim, eu acho que sim... Eu gosto de estar perto de você, você sabe.

- Eu sei que sou uma pessoa maravilhosa – provoquei, fingindo prepotência.

- Sim, pessoas maravilhosas se atraem. Acho que foi isso o que aconteceu – Guilherme entrou na brincadeira com uma jogada de ombros.

- Não, não... – balancei um dedo com uma careta – A única pessoa capaz de mudar o mundo aqui, sou eu.

Ele riu alto na noite e apontou um dedo para mim.

- Você é boa, Mariana...

- Eu sei, caro colega. Eu sei. – entrei na risada e me virei para ver o movimento da rua e vi um taxi a duas quadras dali – Acho que meu taxi está vindo.

Então senti um dedo encostar na minha nuca, onde eu havia feito minha tatuagem. Me arrepiei involuntariamente.

- Um pássaro... – Guilherme disse baixo, movendo o dedo pela minha tatuagem – É, combina com você.

O táxi parou próximo a calçada, baixou o vidro e disse meu nome.

Mentalmente eu agradecia aos céus pelo taxi ter interrompido naquele momento. Me virei para Guilherme com um sorriso forçado no rosto. Porque ele estava me fazendo ficar tão nervosa? Ele percebia isso? O que estava acontecendo?

Minha cabeça estava confusa.

- Tchau. Se cuide indo para o Willian. Me mande mensagem falando se chegou bem, ok?

- Ok – ele se aproximou e me abraçou rapidamente, como um amigo faria. – Se cuide. Até mês que vem.

- Até...

Me afastei e entrei no taxi.

- Hei! – Guilherme, do lado de fora, estava inclinado e batendo na janela. Abri com uma interrogação pregada no rosto e o coração na garganta.

- O que foi? – perguntei.

- Mês que vem é dia 28. Fevereiro não tem dia 30. – ele piscou um olho, maroto.

- Ah! – foi a única coisa instantânea que consegui dizer. Meu cérebro parecia congelado - Sim. Ok... Até lá. Tchau.

Ele se afastou novamente e acenou com uma mão. A outra estava no bolso do jeans.

Dei meu endereço para o taxista e quando ele ligou o carro, acenei para Guilherme que continuava lá, parado, esperando o taxi partir, e o taxi partiu, deixando um Guilherme sorridente para trás.

Dentro do carro, minhas mãos suavam.

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