A Resposta Das Minhas Orações

By AndyGalvao

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Admita. Você já teve uma paixonite de alguns minutos. No ônibus, no shopping, na rua, no metrô... enfim, vári... More

Prólogo
Personagens
01 - O esquecimento
02 - O valor da amizade
03 - Devaneios
04 - A Festa
05 - A busca pelos olhos azuis
06 - O fim da busca pelos olhos azuis
07 - Reencontro desagradável
09 - O Propósito
10 - Desconfiança
11 - Revivendo lembranças
12 - Expectativas Frustradas
13 - Um pedido de oração
14 - Perigo a Solta
15 - Pesadelo pra uma, alegria pra outro
16 - Se ele não lembra...
17 - Mas, eu te amo!
18 - Um choque
19 - "Eu estraguei tudo"
20 - Revelações
21 - Um bebê?
22 - Consequências da verdade
22 - (parte 2)
23 - Um convite especial
24 - Um pedido de perdão
25 - Anna e Lucas, o que aconteceu?
26 - Reconciliação com Deus
27 - Sonho com o passado
28 - Uma nova missão
29 - Histórias de vida
30 - Coração despedaçado
31 - Fim?
LIVRO 2

08 - Uma Mudança Inesperada

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By AndyGalvao

Nota Inicial: Olá pessoinhas lindas que acompanham esse livro meu. Eu amo vocês, cada um que lê, vota e comenta.

Estamos com quase 500 visualizações *---* e eu estou muito feliz por isso. Obrigada a cada um, que Deus os abençoe muuuito!

Quero pedir desculpas pela demora. Acabei ficando sem internet em casa e tive que improvisar pra trazer esse capítulo curto pra vocês kkk mas prometo que depois eu posto um maior. Vamos parar a enrolação, certo?! Boa leituraaaa

❀ ✿ ❀ ✿❀ ✿ ❀ ✿

Viver em João Pessoa é lidar com uma mudança drástica no tempo. Quando num minuto o Sol está ardendo e no céu não se encontra nenhuma nuvem, no outro pode estar caindo uma tempestade! Não, não estou exagerando, pois é o que está acontecendo nesse exato momento.

Leonardo está frustrado. Ele afastou um pouco a cortina da janela de vidro da sala e observava a chuva caindo lá fora. Desde que chegou à cidade não sentiu um pingo de frio, e, agora que poderia curtir o calor, chove?! Isso é inaceitável.

Virou-se e observou todos ali, quietos, conversando baixo, curtindo o frio enrolados em seus lençóis e bebendo chocolate quente. Como Lara, por exemplo, que apenas suas mãos estavam livres do cobertor, enquanto bebia algo numa caneca enorme. Ou Megan e Isaque que sentavam no mesmo sofá, apenas abraçados - pensou no porquê de nunca ter visto um beijo dos dois. Nicolas e Lucas conversavam entusiasmadamente, mas num tom baixo. E Anna, apenas ouvia música esticada num sofá olhando para o teto.

- Qual é o problema de vocês? - ele disse, quebrando o silêncio quase que absoluto - estamos trancados numa casa de praia num dia chuvoso - apontou com o polegar para a parede atrás de si - e vocês estão gostando disso?

Fez-se silêncio de novo e tudo o que ouviam era a chuva lá fora.

A gargalhada retardatária de Nicolas preencheu completamente a sala de estar. Isaque logo riu também, sendo contagiado por ele, mas, Leonardo não estava muito para brincadeiras.

- Cara - Nicolas disse, colocando os cotovelos sobre as pernas e olhando bem para ele - a gente mora em João Pessoa. Um dia de chuva é mais raro do que um dia nessa casa de praia. - encostou-se no sofá novamente e voltou a conversar com Lucas.

Leonardo respirou fundo.

- Que seja! - deu-lhes as costas e observou as gotículas de água escorrendo pela janela de vidro. Mais pareciam apostar uma corrida.

Ver aquilo o fez se lembrar de quando era criança e andava de carro com seus pais. Era uma das únicas lembranças que lhe restara deles juntos. Eles acabaram de sair da praia, pois o céu azul, deu-se lugar a nuvens cinzas e pesadas e não demorou muito para a chuva começar a cair. Eles saíram correndo e rindo, até chegarem ao carro. Quando entraram, ainda estavam rindo de si mesmos. Seu pai deu partida no carro e ele, no banco de trás, observava a janela, as gotas d'água sempre apostando corrida uma com as outras. E ele sorria. Sorria, pois estava feliz, sorria, pois o dia havia sido perfeito. Sorria, pois era criança e não precisava de muito para sorrir. Sorria, pois o sorriso traduzia perfeitamente aquele momento.

Ali, a única coisa que conseguiu penetrar nos seus ouvidos naquele momento, foi a sua mãe dizendo com um tom de voz único ao seu pai "eu amo você". E ele, sorriu ainda mais, pois amava sua família - sua única certeza na vida.

E agora, ele chorava. Pois não lhe restara nenhum daqueles motivos para sorrir.

Sentiu a aproximação de alguém e, disfarçadamente, afastou a lágrima que escorria pelo seu rosto.

Pelo canto do olho, percebeu que era a Anna. Ela não queria papo, com certeza. Estava com seus fones de ouvidos, braços cruzados e admirava o cair da chuva. Com certeza, concluiu ele, imaginava-se num clipe musical.

Megan jogou-se no lugar ao lado de Lara e logo puxou seu cobertor para se cobrir também.

- Olá pra você também. Lembrou que existem outras pessoas além do seu namorado?! - ironizou.

- Claro que não! Jamais esqueceria você! - pausa - o que será que houve com a Anna? Ela tá tão quieta...

- Não está muito diferente do resto da casa. - Lara disse, observando seus amigos conversando baixinho, um deitado, os outros sentados. - mas o seu primo ganha de todos! Desde que a chuva começou, ele não sai do pé da janela!

Megan olhou para ele. Ele estava distraído, seu olhar era vago. E não parecia muito contente com tudo.

- Sabe... Quando eu e ele éramos mais novos, ele era bem rebelde. Sempre foi rebelde, na verdade. Mas, quando ele cresceu e se mudou, ele se converteu. - olhou para ela - Lara, ele mudou tanto! Se você visse, não o reconheceria! Ele se transformou em outra pessoa. Um crente de verdade, sabe?

Lara o observou. Quase não podia-se ver seu rosto, mas tentou imaginá-lo da forma como sua amiga dizia. Anna, ao seu lado, também não dava uma palavra. Tá aí, um belo par.

- E o que aconteceu? - Lara perguntou, mostrando interesse na conversa.

- Eu não sei te dizer exatamente... - respondeu enquanto fazia desenhos imaginários com o seu dedo, no cobertor.

O barulho estrondoso de um trovão soou, assustando todos ali. Megan deu um gritinho e Lara estremeceu o corpo. Os meninos só arregalaram os olhos e Anna quase deu um pulo.

- O dia promete, hein - Lucas disse e todos concordaram em silêncio.

- Droga! - Anna resmungou - meu celular tá sem área! - voltou a passos pesados e cara amarrada para a poltrona.

- Não muito diferente da TV. - Lucas disse. Ela olhou para ele, mas não respondeu. Ele suspirou, irritado.

- Você... - Lara disse, em voz baixa para Megan, mas hesitou.

- Eu o quê?

Lara apertou os olhos.

- Você tem esperança que o seu primo volte pra Deus?

Megan pensou um pouco.

- Sinceramente? - Lara acenou a cabeça que sim - Tenho sim. Sabe por quê? Porque para Deus nada é impossível.

Lara sorriu. Megan soube que tinha dito a coisa certa.

- E sabe por que eu quis que ele viesse pra cá? - Lara fez que não - porque eu acho que ele vai se sentir melhor conosco, sabe? Com pessoas de Deus. Principalmente você, que pode evangelizar ele e tal.

Lara ficou em choque.

- Ele se magoou muito com as pessoas que estavam na vida dele e eram da igreja. Se diziam crentes de verdade. Logo, ele se magoou com Deus também e saiu da casa do Pai. Agora, ele tem aquela raiva de cristãos, sabe? Mas, nem todos são iguais, certo?

Lara fez que sim, olhando para o nada.

- Eu até ficava preocupada com a forma que vocês iam tratar ele. Se ele ficar mal com qualquer coisa feita por nós, menos chances há dele voltar para a igreja.

Lara continuava em silêncio.

- Então, amiga. Se acontecer dele falar com você à respeito de qualquer coisa, você já tenta evangelizar ele, ta? Você sabe, fala do quanto é bom servir à Deus. Quem sabe não desperte nele a vontade de voltar? - sorriu, encantada para a amiga.

Levantou-se da poltrona, enquanto Lara estava se sentindo entristecida. Megan olhou para ela.

- Calma, amiga. Eu sei que você vai conseguir e não vai perder uma oportunidade preciosa dessas.

Lara ficou lá, sozinha. Seus pensamentos eram intensos e sua vontade de chorar era da mesma forma.

A forma como falou com Leonardo não parava de se reproduzir cada vez mais.

"- Você é sem graça. O evangelho não."

"O que faz aqui? Será que não posso ter um tempo de paz? É a terceira vez que você me interrompe."

Será que ele ficou mal com minhas palavras duras? - perguntou-se.

Olhou para ele, que parecia hipnotizado com a chuva, mas seu olhar era triste e vago. Mesmo sem entender, preocupou-se com ele.

Tirou o cobertor de cima de si e levantou-se. Ia até ele, mas faltou-lhe coragem.

Passou pela porta principal, arrasou uma cadeira de madeira acolchoada e ficou observando a chuva dali, do terraço.

Orava mentalmente:

Senhor, não sei se te magoei, se tens o plano de restaurar a vida do Leonardo ou, se queres me usar para tal coisa. Mas te peço perdão, porque sei que não agi corretamente. Sabes que não sou assim, Pai. Me dá uma nova chance, se queres que eu fale do Teu amor para ele. E me ajude. Espírito Santo, comece a trabalhar na vida dele, dando-o o desejo de Te sentir novamente. - uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

- A chuva te emociona? - uma voz rouca disse, bem próxima a seu ouvido. Ela abafou um grito com as mãos.

Olhou para o seu lado e viu um par de olhos azuis lhe olhando. Desviou o olhar e respirou fundo, adquirindo mais paciência.

- Não te vi aí.

- Eu sei - ele andou pelo terraço e puxou uma cadeira para o lado dela - você tava bem concentrada.

Pensou em dar-lhe um fora, tento em vista que ele lhe assustou propositalmente. Mas sentia o Espírito Santo alertando-a.

Gálatas 5:22 - Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.

Ele a analisava. Ela estava com o olhar calmo, mas suas mãos se mexiam com nervosismo.

- Você não parece tão esquentadinha quanto antes.

- Por quê? Porque suas provocações não têm efeito sobre mim? - ergueu uma sobrancelha e olhou para ele.

- Exatamente! - jogou a perna sobre a outra. Ela sorriu - espere! Eu vi um sorriso? - inclinou-se para mais perto dela - eu posso ver de novo?

- Por quê? - estranhou.

- Porque tudo que é lindo merece ser admirado.

"(...) mansidão, temperança."

Ela deu um sorriso fraco sem mostrar os dentes e voltou a olhar para a chuva, ignorando o nervosismo que sentia dentro de si pela aproximação dele.

Ele estava inquieto. Ainda não recebeu nenhum fora dela! O que aconteceu? Por que ela mudou tão de repente?

- Você gosta muito da chuva, não é?

Fez uma careta, estranhando a própria pergunta.

- Sim. É um milagre de Deus.

- Milagre? - riu.

- Sim. Você consegue fazer chover? - perguntou com tranqüilidade na voz.

Ele engoliu em seco, ficando em silêncio. Ela o olhou, sentindo-se vitoriosa.

Ficaram alguns minutos em silêncio. Ela, amando a chuva, ele, odiando-a.

- Eu quero te pedir desculpa. - olhou para ele.

- Desculpas pelo o quê? - ele perguntou, com o cenho franzido.

- Por ter te dado alguns foras - segurou o riso.

- Ah. - foi a resposta dele.

Ele fitou o chão.

- Sabe, eu não sou sempre assim. Mas já que errei, não vou me justificar, porque acho isso errado. Apenas peço que me perdoe e que esqueça o que eu disse.

- Por quê? - olhou bem para ela - porque me pede desculpas?

- Porque sou crente, Leonardo. Tudo que sai da minha boca deve ser para edificar. Devo pregar e agir com o amor de Deus que habita em mim.

Ele continuava a fitar o chão.

- Você está bem?

- Sim. Eu... - olhou para ela - com licença. - se retirou.

Ela o seguiu com o olhar, até ele entrar na casa.

- Ué. Não entendi - olhou para o céu cinzento - será que eu disse algo de errado?

x❀x✿x❀x✿x

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