Com Amor, Lena [Concluído]

By mllenica

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Helena sempre conversa através de mensagens de texto SMS com sua melhor amiga Victoria. Culpa do seu celular... More

Antes de começar!
#Prólogo
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BÔNUS (ALEX)
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#64
#65
#66 (I)
#66 (II)
#67
#68 (Sessenta e oito)
Epílogo
Agradecimentos
Vic e Leo em: Como ele conseguiu?
# Minhas outras histórias #

#29

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By mllenica

Três dias depois...

<<Vic para Lena>>Tudo bem, eu entendo que você não esteja querendo conversar sobre o que aconteceu no domingo, mas me diz que vai ficar bem. Lena!!

<<Lena para Vic>>Eu vou ficar bem, Vic. É apenas uma questão de tempo.

<<Lena para Vic>>Eu posso te mandar um email?

<<Vic para Lena>>Se for enviar realmente para mim, sim <3
____________________________________________________________________
De: lena.jun@mail.com
Para: naka.vic@mail.com
Assunto: O que aconteceu no domingo.

Você estava certa, Vic, eu não deveria ter ido sozinha até a casa de Alexandre.

Nada foi como eu pensei que seria. E eu quase bati o carro na volta para casa. Aquela parada no café não foi pelo motivo que contei. Não, eu não precisava pensar, quero dizer, precisava, mas havia um motivo maior. Eu estava tremendo. Minhas mãos não tinham controle e, depois de perder o controle da direção, fiquei com medo de alguma coisa ruim acontecer se continuasse a dirigir. Algo pior, porque já estava muito ruim.

Não conte essa parte para a minha mãe.

Durante o trajeto de ida, eu pensei no tempo que gastaria para cumprimentar a madrasta de Alexandre e ir embora. Vinte minutos foi a minha pior estimativa. Seria simples e rápido.

MAS EU FUI TÃO IDIOTA!!

Assim que cheguei, encontrei Diana na porta com os braços abertos. Ela não parecia tão pálida ou fraca como alguém muito doente, mas eu não prestei tanta atenção. O que me deixou confusa foi a animação exagerada. Ela mal falava comigo, se lembra? Alexandre tentou me beijar, ainda na porta, mas eu consegui desviar o rosto.

Eu me senti tão desconfortável com aquela mulher me abraçando, com Alexandre achando que podia me beijar quando quisesse. Era como se eu fosse uma impostora fingindo ser alguém que nunca fui.

Você acredita que eu encontrei as flores posicionadas nos mesmos lugares que eu arrumava? Os mesmos tipos de flores, combinando com as mesmas estampas das almofadas no sofá. Tudo estava tão parecido como antes, que eu me senti tonta.

Até tentei dizer que minha mãe estava me esperando e que não poderia demorar, mas ELES NÃO ME DEIXARAM IR EMBORA.

Rita, a empregada, estava colocando os pratos na mesa e Diana disse que eu só poderia ir depois do almoço, porque a comida havia sido feita especialmente para mim. Alexandre disse que só me devolveria as chaves depois da sobremesa.

Eu quis chorar, Vic. Estava com tanta raiva por estar me submetendo àquilo. Eu deveria dizer não, ser mais enérgica, mas não consegui. Eu nunca consigo! É aquilo que você diz sobre eu não entender o significado do não.

ELES ME OBRIGARAM A ALMOÇAR.

A comida tinha um gosto ruim, por causa da imposição. Foi difícil engolir todas as garfadas com Diana tentando puxar conversa o tempo todo. Ela se interessou tanto pela floricultura, uma curiosidade estranha. Alexandre agiu o tempo todo como se ainda fôssemos um casal. Ele apertava meus dedos, enquanto sorria.

Eu só queria gritar para que me deixassem ir embora.

Consegui recusar a sobremesa com a desculpa de que precisava ir até o banheiro. Eu estava sufocando naquela mesa. Achei que um pouco de água no rosto pudesse me fazer ser uma pessoa e não um boneco manipulado. Foi assim que eu me senti. Mas foi só segurar a maçaneta para sentir as mãos de Alexandre me empurrando para dentro.

Quando ele trancou a porta, eu parei de respirar. Eu pedi para ele abrir, mas ele sorriu e disse que precisávamos conversar. Os olhos dele estavam furiosos e eu tive quase certeza de que ele iria me forçar a fazer alguma coisa que eu não queria.

Mal conseguia respirar para pedir que ele soltasse as minhas mãos ou que parasse de beijar meus ombros. Eu não sei de onde tirei forças para afastá-lo, porque ele precisava ser impedido. Eu estava com tanta raiva e nojo, Vic! Raiva de todos eles e nojo de mim.

Depois disso, ele se descontrolou e eu senti as palavras cuspidas contra o meu rosto.

Quis saber sobre Alex. Me acusou de estar inventando tudo só para deixá-lo mal. Porque eu gosto de fazê-lo sofrer.

Mas eu não disse nada, permaneci em silêncio. Não é justo que ele me obrigue dar esse tipo de satisfação! Eu não tenho que atualizá-lo sobre nada da minha vida.

Só que ele não aceitou, é claro. Alexandre não faz o tipo violento, mas eu nunca senti tanto medo! Ele chutou a porta e começou a chorar. Eu quis gritar, mas não tinha voz.

Ele disse que eu estava o traindo, que eu deveria estar com ele naquele momento difícil e não indo atrás de uma aventura com alguém que eu mal conhecia. Que eu não deveria ter vergonha de amá-lo, porque eu jamais ia encontrar alguém que me amasse pelo o que eu sou. Acredita que ele ainda me disse que parte da floricultura é a dívida que tenho com ele? Só por ter me ajudado quando eu comecei.

Eu não sei o que aconteceu, Vic. Ele sempre diz essas coisas para mim, mas a situação de estar ali, presa no banheiro com ele, me deixou desesperada. Ele caiu sentado no chão, com as mãos na cabeça e eu aproveitei para sair. Meu peito parecia que ia explodir, eu estava ofegante e com os joelhos fraquejando.

Sai correndo e encontrei a madrasta dele gargalhando com um cigarro entre os dentes.

NINGUÉM MUITO DOENTE AGE ASSIM.

Ela piscou para mim e eu nunca tive tanta vontade de morrer. Acho que Diana nunca esteve doente. Ela só estava ajudando Alexandre. E eu sou tão burra!! Por que eu não consigo me livrar de tudo isso, Vic?

Eu senti meus braços dormentes e aquela sensação de vazio... Até isso estava do mesmo jeito.

Eu nem consigo me lembrar de quando exigi as chaves do carro. Gritei algumas coisas, mas não faço a menor ideia do que eu disse. Tudo estava embaralhado, com todos eles falando ao mesmo tempo. Eu só me lembro de pegar a minha bolsa no sofá e sair correndo.

Foi ali, com Alexandre esmurrando as portas do elevador e eu rezando para que ele não conseguisse abrir a cabine que eu entendi uma coisa: eu e Alexandre não funcionamos mais de jeito nenhum. Nem como casal, como amigos ou como semi-conhecidos.

Eu estava tão tonta quando cheguei à garagem que caí duas vezes antes de encontrar o carro. Cheguei a pensar em deixar o carro e chamar um táxi, mas eu não queria ter que voltar.

Dirigi por quase vinte minutos, até quase capotar e o resto você já sabe.

O QUE FOI QUE EU FIZ, VIC?

O que eu fiz com a minha vida nesses últimos anos?

Me desculpa por não ter te ligado, mas eu estava tão fora de mim, tão sobrecarregada que até pensar era complicado. Talvez demore um pouco mais para eu voltar ao normal, mas será definitivo dessa vez.

Eu vou ficar bem!

Com amor,
Lena

_____________________________________________________________________

Duas horas mais tarde...

De: alex.veiga@mail.com

Para: lena.jun@mail.com
Assunto: Como vai você?

Lena,

Me desculpe por estar ausente nos últimos dias. Eu estive viajando e a cidade tinha um sinal de internet muito ruim. Além disso, eu achei que você precisava de um tempo dos meus emails.

Você está melhor? Espero que sim.

OBS: Sem emails longos, porque eu estou exausto.

Com carinho,

Alex

______________________________________________________________________

Por volta das sete da noite...

<<número desconhecido para Helena>>Oi, Helena. Isso é bem louco, mas eu sou Alexandre, o cara das bicicletas. Do bar. Nós conversamos no pub Iceland, no dia do show do Five Little Peppers, se lembra? Não sei se você é a mesma Helena que conversei naquela noite. Por favor, seja honesta, porque já fui enganado por outras duas Helenas. Eu preciso encontrar a certa e espero que seja você. Abs.

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