Protetores - O muro de Krapios

By SweetOfStyle

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Após a morte de seus pais, Isabelle Fretcher se depara com um mundo novo, com pessoas novas, descobrindo cois... More

01 - 100km/h
02 - Granach
03 - Metade anjo
05 - Confiança
06 - Mais um
07 - Desenvolver
08 - O galho e a pedra
09 - Teoria
10 - A proposta
11 - Covil dos bruxos

04 - Sangue de Anjo

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By SweetOfStyle

Isabelle saiu do carro, junto com Christian e os dois começaram a andar até a porta da casa. Quem via pelo lado de fora, nem poderia dizer que algo de errado estava acontecendo. Continuava com a mesma cor bege, com detalhes em branco, o telhado marrom escuro, a grama bem aparada, a cerca branca e uma árvore no canto direito, que sua mãe esperou anos para que crescesse.

Tudo aparentemente normal.

Respirou fundo, subindo os degraus até a porta e tocou a campainha, esperando que alguém abrisse. Por sorte, seu irmão abriu, a olhando surpreso. Ele tinha olheiras fundas embaixo dos olhos, o cabelo castanho estava bagunçado e seus olhos verdes não estavam tão brilhantes como antes.

Olhando para Jeremy, Isabelle podia ver uma versão do pai mais nova. O mesmo cabelo, mesma cor dos olhos, mesma boca, nariz, jeito de falar e agir. A única coisa que tinha de parecida com o pai, eram os olhos, fora isso, era a cópia exata da mãe.

- Jeremy... - sussurrou, dando mais um passo e passou os braços em volta do irmão, o abraçando.

- Lizzie. - murmurou, a apertando. - Eu pensei que estivesse morta, todos pensaram. Depois do acidente... ninguém encontrou você.

- Eu... o Christian me ajudou, ele me levou pra um lugar e....

- E não é da conta dele. - Christian a interrompeu, afastando-a e andou até Jeremy. - Precisamos conversar, deixem essa coisa de "o que aconteceu? " Para depois.

- E quem seria você? - Jeremy perguntou, cruzando os braços.

- O cara do bem. - respondeu, Christian.

Em um suspiro, Isabelle passou por eles, entrando na casa e se assustou, olhando ao redor. A maioria dos móveis estava destruído, vidros espalhados pelo chão e um pano branco cobrindo o grande retrato da família Fretcher.

- Desculpe-me por isso... - ouviu Jeremy dizer. - Eu fiquei... nervoso.

- Escuta, temos que conversar agora. - Christian entrou, fechando a porta atrás de si e encostou o corpo na mesma.

(...)

Bostorn tinha mandado uma equipe limpar o quarto e agora estava junto aos outros protetores, na sala de reuniões, sentado na cadeira principal, de frente aos outros.

Charlotte estava com a cabeça apoiada no ombro de Jonathan, enquanto o mesmo passava a mão devagar pelo seu cabelo, fazendo carinho.

- Talvez pudesse ter sido alguém fazendo algum tipo de brincadeira. - sugeriu.

- Uma brincadeira em que a cabeça de um lobisomem é jogada dentro do castelo? - Bostorn disse, batendo os dedos apressadamente no apoio da cadeira.

- Não era um lobisomem em si, era um Lournach. Ele tinha sangue dos Protetores. Era um dos nossos. - Elena afirmou.

- O que eu quero saber é o porquê disso! - Bostorn falou, elevando a voz.

Charlotte sabia que mesmo não demonstrando, ele estava com medo de receber alguma punição. Era o representante do antigo castelo do Broolph, o que lhe caía às costas um turbilhão de responsabilidades.

E caso algo de ruim acontecesse, ele tinha um determinado período de tempo para resolver antes que os líderes de Bigallystockler aparecessem, com suas longas capas douradas, olhando para cada Protetor com um olhar de superioridade, mostrando que tinham poder pelo simples fato de serem os líderes dos Protetores do país.

Bigallystockler, o país onde tudo deveria ser mais do que perfeito.


Só que não era.

Levantando, Charlotte saiu do quarto, passando as mãos pelo rosto, suspirando. Pegou seu casaco no cabide próximo a porta e saiu, o vestindo logo em seguida. Olhou para os lados, procurando algum sinal de alguém que tivesse tentado invadir o castelo, mas não viu nada. Estava tudo vazio.

Continuou andando, entrando no carro e começou a dirigir, quando seu celular tocou. Diminuiu um pouco a velocidade e segurou o aparelho com uma mão, atendendo.

- Charlotte? - disse uma voz do outro lado da linha.

E nesse momento, a loira se arrependeu por ter atendido sem olhar o identificador de chamadas antes.

(...)

Isabelle agora estava sentada ao lado de Christian, que encarava o teto, impaciente, enquanto Jeremy olhava assustado pros dois, processando tudo o que tinha ouvido.


A ruiva contou ao irmão tudo o que tinha acontecido, desde o acidente até o momento em que entraram na sua antiga casa, tendo que explicar algumas partes mais de uma vez para Jeremy entender bem.


Foi confuso pra ele assim como está sendo pra ela.

- Eu também sou um pastor? - perguntou, quebrando o silêncio que se instalava no local.

- Não, e não é "pastor", somos Protetores. - respondeu Christian, revirando os olhos.

- Não Jeremy, não é... Você é filho do papai com outra mulher. - Isabelle disse, mordendo o lábio inferior.

- Vá logo pegar suas malas, não temos todo o tempo do mundo. - Christian resmungou, levantando-se e passou os dedos pelo cabelo, saindo da casa.

- Desculpe por isso Jeremy... - Levantou, num suspiro e subiu as escadas, entrando em seu antigo quarto.

Passou pela porta branca, com um adesivo velho da Barbie no canto superior direito, entrando no quarto e olhou em volta, se lembrando do que já tinha passado ali.

Três paredes brancas e uma preta, na que ficava a cama. A escrivaninha com seus livros devidamente organizados e o notebook no meio, ao lado de um porta-lápis e um caderno, que estava na matéria de Biologia. Na parede tinham algumas prateleiras, com vários livros, um ao lado do outro, o que a fez lembrar as estantes da livraria em que estava no momento do acidente.

Foi até o guarda roupa, abrindo, pegou as malas, colocando na cama e começou a separar as roupas que iria levar, junto com perfumes, sapatos e outras coisas.

Depois de tudo pronto, desceu as escadas, respirando fundo. Estava deixando sua casa, o lugar em que passou anos de sua vida. Iria deixar seus amigos, seu irmão.

- Você vai mesmo com eles? - Jeremy olhou pra ela com um olhar cabisbaixo, como se implorasse para que ficasse, como se implorasse por carinho, atenção.

- Eu tenho que ir... tenho que descobrir o que realmente causou a morte dos nossos pais e descobrir quem eu sou.

- Tudo bem. - Balançou a cabeça, afirmando e levantou, pegando as malas da irmã mais nova, levando até o carro de Christian.

- Podemos ir agora? - Christian perguntou, olhando para as malas nas mãos de Jeremy. - Já estava pensando em ir à um bar aqui perto, dizem que lá tem muitas...

- Christian! - interrompeu-o Isabelle, fechando o porta-malas do carro, fazendo Christian rir, entrando do lado do motorista.

Foi a primeira vez que o viu rir por algo que ela tinha feito. Sua risada tinha um som melódico, soava como algo calmo e ao mesmo tempo contagiante, o que a fez sorrir, entrando no carro.

Olhou pro irmão pela janela e apenas mexeu os lábios, sem emitir nenhum som, dizendo um "eu te amo". Jeremy apenas balançou a cabeça, afirmando e murmurou um "eu também", voltando a entrar em casa.

- Pra onde vamos agora? - perguntou, olhando pro menino de olhos azuis. - De volta pro castelo?

- Você, sim. Eu tenho coisas para resolver. - respondeu, dirigindo.

- Que coisas?

- Se parar de fazer perguntas, eu te respondo.

- Se eu parar de fazer perguntas, não vai me responder.

- Não vou responder nem se fizer, nem se não fizer. - disse por fim, parando o carro na frente do grande portão prateado, que Isabelle teve que se esforçar para ver, graças a mágica que o deixava oculto para quem não era num Phildach.

Desceu do carro, colocando as mãos nos bolsos do short jeans claro e mordeu o lábio inferior, andando até o portão, que Christian já tinha aberto.

Caminhou ao seu lado, encarando os ladrilhos acinzentados, vendo algumas manchas escuras nele.

- Está de mau humor ou é só impressão minha? - perguntou, olhando pra Christian, que passava as mãos pelo cabelo, bagunçando o mesmo.

- Não, não estou. Para falar a verdade, meu humor está melhor que o seu.

- Hm, não me lembrava desses serem escuros. - disse, olhando pros ladrilhos.

- "desses" o quê? - perguntou, olhando na direção em que a ruiva olhava e parou de andar. - Corra até lá e chame os outros.

- O quê? Mas por-

Christian a empurrou para trás, puxando sua espada da bainha, encarando uma criatura grande e escura que estava presa a uma das grandes árvores do jardim do castelo, com um liquido negro escorrendo por sua boca, que estava aberta, mostrando as centenas de presas ao redor.

Isabelle sentiu seu estômago revirar, finalmente virando e começou a correr, indo até o portão do castelo, batendo, esperando que o mesmo abrisse.

Assim que o portão estava aberto o suficiente, Isabelle entrou no castelo, começando a correr à procura de qualquer pessoa por perto.

- Isabelle?

Escutou uma voz grossa e um pouco rouca a chamar, assim que virou, deparou-se com os fios loiros e bagunçados de Jonathan, que mais uma vez se encontrava sem camisa pelos corredores.

Correu até ele, segurando seu braço e começou a puxá-lo em direção ao portão.

- O que aconteceu? Isabelle!

Mas ela só conseguia pensar no que aquela coisa poderia fazer com o Christian. Ela viu o quão grande era seu corpo e o quão afiadas aquelas presas estavam, tinha quase certeza de que aquele monstro poderia matar Christian.

Mas ficou surpresa ao ver o monstro no chão, com Christian agachado ao seu lado, como se estivesse o examinando.

- Ele estava morto. - disse o moreno, olhando para o amigo. - Morreu como se tivesse sido queimado de dentro pra fora. Sangue de anjo.

- Então ele ingeriu antes de entrar aqui. Demônios não passam pelos portões. Eles não conseguem nem chegar a um raio de sessenta quilômetros daqui, muito menos entrar. - disse Jonathan, encarando o demônio.

- Vamos falar com o Bostorn. Ele deve saber o que fazer. - Christian concluiu, levantando-se e começou a andar.

- Você vem, ruiva? - Jonathan perguntou, fazendo Isabelle sair de um transe, balançando a cabeça e começou a andar atrás deles.

- Vou, vou sim.

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