09 - Teoria

29 3 2
                                    

Bostorn estava sentado numa poltrona na sala de estar, lendo um livro sobre tudo o que se sabia sobre os Phildach, como se originaram, como continuam existindo até hoje, quais famílias iniciaram cada espécie.

Levantou-se, andando até as prateleiras do fundo e afastou alguns livros, pegando um e o abriu, deixando a pequena chave cair e abaixou-se, pegando a mesma.

Foi até a parte onde tinham algumas mesas e cadeiras e arrastou uma mesa pro canto, tirando o tapete, vendo aquele piso secreto, abaixou-se encaixando a chave na fechadura e girou, fazendo a mesma abrir, levantou o pedaço de madeira e tirou de lá o livro, grande e pesado, com uma aparência velha e acabada.

Levantou, andando novamente até a poltrona e sentou-se, abrindo o livro, folheando-o.

Tentava encontrar algo relacionado aos demônios e ao mesmo tempo aos anjos. Eram opostos, e o fato de ter sangue de anjo em um demônio era tão comum quanto ovelhas voarem dentro do mar. Algo inexistente, ao menos era o que ele achava.

"...o mais perigoso, entretanto, continua sendo o Reinheit in der Dunkelheit, que transforma tudo de ruim em algo bom, porém, é feito somente por feiticeiros de alto nível acompanhados por dois bruxos..."

— Ruim em bom... Elena! — gritou o nome da esposa, que veio correndo com o chamado. — Precisamos sair, acho que sei o que pode estar acontecendo.

Elena, ao ver o livro que estava em suas mãos, arregalou os olhos, andando até ele, preocupada.

— Bostorn... o que faz com esse livro nas mãos? Sabe que ninguém pode tocá-lo!

— Depois eu explico, vamos.

(...)

Charlotte respirou fundo várias vezes antes de finalmente entrar no quarto. Era parecido com os outros quartos de hóspedes, as paredes num tom bege bem claro, o piso de madeira, cama perfeitamente arrumada, prateleira com alguns livros, uma cômoda no canto ao lado de um pequeno guarda-roupa.

Deitada na cama, estava Milena, sorrindo enquanto encarava a loira com um olhar perverso, que transmitia certa agonia á Charlotte. Mantendo uma postura séria, andou até a cama, olhando para a garota.

— Milena Campbell.

— Charlotte McCarter. — disse a morena, levantando-se e andou até a loira, a olhando dos pés à cabeça. — Esperava que fosse mais bonita, mas pelo que me parece, no quesito beleza, seu irmão tem alguns pontos a mais.

— O que você quer aqui? — perguntou Charlotte, tentando terminar logo aquela conversa.

— Ele me mandou para terminar o que você não consegue. Eu sei onde a caixa está, mas preciso de ajuda pra pegar.

— Como achou a caixa? — perguntou, falando mais baixo.

— Eu não achei a caixa, esse é o problema. — Sentou-se novamente na cama, olhando para o teto. — Está na sala da proteção, mas acontece que eu já dei voltas e mais voltas por lá, só têm livros velhos e antigos falando sobre a história dos protetores e eu te garanto que esses livros não chegam nem perto do meu interesse.

— Então a caixa não está lá, temos que procurar em outro lugar. — disse Charlotte. — Ou... ela está, mas você não pode pegar.

Milena olhou para Charlotte como se fosse algo óbvio e sorriu, dando de ombros.

— Exato, só os protetores podem pegar a caixa. Protetores puros. Você, Jonathan e Bostorn. E cá entre nós, os dois últimos não me entregariam a caixa com facilidade, por isso preciso de você.

Protetores - O muro de KrapiosWhere stories live. Discover now