The Iceberg Method (Português)

By lesbianshipper

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Apaixonar-se foi a melhor e a pior coisa que já aconteceu com Camila. Lauren era bonita, inteligente, intens... More

Capítulo 01 - Hills Like White Elephants
Capítulo 02 - Saturday Morning Cartoons
Capítulo 03 - Paris, Rome, New York
Capítulo 04 - Where Two Worlds Collide
Capítulo 05 - I'll Be A Unicorn You Be My Dragon
Capítulo 06 - She Sent Me A Winky Face
Capítulo 07 - Read Between The Lines
Capítulo 08 - Dorkoff
Capítulo 09 - The Yellow Wallpaper
Capítulo 10 - Don't Answer
Capítulo 12 - My Anchor
Capítulo 13 - Te Amo
Capítulo 14 - I Fought A Bear
Capítulo 15 - Araby
Capítulo 16 - Her Name Is Keana
Capítulo 17 - I'm All In
Capítulo 18 - Delete
Capítulo 19 - Okay
Capítulo 20 - So It's Official
Capítulo 21 - Ronald Junior?
Capítulo 22 - Trust Me
Capítulo 23 - You're Here
Capítulo 24 - I Was There
Capítulo 25 - The Birthmark
Capítulo 26 - From Now, Until Forever
Capítulo 27 - No Questions
Capítulo 28 - A Lesbian Affair
Capítulo 29 - Capítulo Final
Continuação

Capítulo 11 - His What?

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By lesbianshipper

(O que dele?)


Ponto de vista de Camila

Uma sensação de nostalgia me atingiu assim que botei o pé no familiar café. Eu quase me sentei na mesma mesa em que Lauren e eu nos sentamos no dia em que nos conhecemos, mas achei melhor não. Eu não queria que a lembrança daquele lugar fosse arruinada pelo que eu estava prestes a fazer.

Eu decidi contar à Lauren sobre Ronny. Desde que eu o vi com sua assistente semana passada, a culpa de ficar quieta estava me comendo viva, e por mais que eu não quisesse ser a responsável por quebrar o coração de Lauren mais uma vez, eu também não queria ser responsável por mentir para ela mais uma vez. Se ela descobre a traição por si só e se dá conta de que eu sabia, ela não vai confiar em mim nunca mais, e se vamos tentar dar uma chance para nós, ela tem que ser inteiramente capaz de confiar em mim.

Assim que eu vi a professora de olhos verdes entrar pela porta meu coração começou a acelerar, minhas mãos começaram a suar e minha perna não parava de balançar. Eu me levantei para cumprimentá-la e ela sorriu assim que me viu, chegando mais perto e, para minha surpresa, me deu um selinho suave antes de se sentar na cadeira à minha frente.

Eu queria me sentar e analisar o que aquilo tinha significado, mas o que eu tinha vindo fazer aqui era mais importante. Eu deixaria para pensar sobre o jeito que ela me cumprimentou outra hora.

"Você está bem?" Foi a primeira coisa que saiu de sua boca assim que ela notou o meu nervosismo.

Eu assenti. "Eu... Eu preciso te contar uma coisa." Falei decidindo ir direto ao ponto, porque se eu começasse a fazer rodeios eu provavelmente desistiria da ideia.

Eu odiei o fato de ainda nem ter começado a contar o que eu deveria contar e minha voz já estar falhando.

Espera. Como eu vou contar isso? Eu deveria apenas falar de uma vez? Seria necessário dar algum contexto ou explicação? Como as pessoas têm esse tipo de conversa?

"Eu deveria me preocupar?" Lauren perguntou cuidadosamente.

Ela alcançou minha mão do outro lado da mesa e a acariciou com a dela. Isso tipicamente acalmaria meus nervos, mas nesse momento é apenas um lembrete de que eu estou prestes a quebraro coração dessa linda mulher mais uma vez.

Eu senti seus olhos em mim quando encarei nossas mãos entrelaçadas. Ela ergueu minha mão até seus lábios e deixou ali um beijinho suave.

"Está tudo bem, Camz." Ela disse docemente. "Não importa o que seja, você pode me contar."

Ok, talvez eu não possa fazer isso. Não com ela, não de novo. Eu balancei a cabeça e ela limpou uma lágrima minha que eu nem notei cair com sua mão livre.

"Amor." Ela falou suavemente. "Você está começando a me assustar."

Eu senti seu polegar acariciar minha bochecha e sua outra mão entrelaçar nossos dedos.

Não era justo.

Estar sob o seu toque não era justo. Apenas estar sob o efeito de seu toque fez com que minha mente ficasse esgotada de tanto pensar, talvez eu não deva contar a ela, só porque eu faria qualquer coisa para permanecer conectada fisicamente a ela.

Mas isso era egoísta, alguém tão maravilhoso quanto Lauren não merecia tudo o que aconteceu com ela, e eu não contribuiria para que ela fosse enganada de novo.

Eu suspirei lentamente e encarei nossas mãos. Eu sabia que não seria capaz de dizer coisa alguma se eu olhasse em seus olhos.

"Eu vi..." Eu comecei, mas rapidamente me dei conta que somente a visão de nossas mãos juntas já me impediria de contar o que eu tinha que contar. Eu optei por fechar meus olhos momentaneamente e apenas me deixei levar. "Eu vi Ronny beijando a assistente dele."

Eu esperei.

Por alguma coisa, por qualquer coisa.

Mas não escutei nada. Sua mão não largou a minha e então eu abri meus olhos lentamente, encontrando seus olhos verdes, enquanto ela ria fracamente em descrença.

"Não." Ela disse. "Isso é impossível."

Ela se recostou em sua cadeira, retirando sua mão da minha, e eu a observei finalmente absorver as palavras que eu disse.

"Não." Ela disse mais firmemente enquanto cruzava os braços sobre o peito. "Ele não faria isso."

Tudo o que eu podia dizer era um baixo "eu sinto muito" ao observar o quão devastada ela estava ficando.

"Nem todo mundo é igual você, Camila." Ela falou. "Só porque você é uma mentirosa não significa que o Ronny também é."

Embora eu soubesse que o que Lauren disse era da boca para fora, isso não impediu que as palavras proferidas por ela me machucassem. Eu não sabia como ela iria reagir, mas presumo que a reação que ela está tendo seja normal, certo? Estar em negação? Culpar alguém que não tem culpa nenhuma? Isso era o que eu continuava falando para mim mesma, porque eu não acho que poderia lidar com a situação se elarealmente quisesse dizer o que estava dizendo.

"Eu não posso acreditar que você mentiria sobre algo assim." Ela continuou falando e eu me recostei na cadeira em uma tentativa de parecer o menor possível; eu estava indefesa.

"O que você pensou? Que eu acreditaria em você e voltaria correndo para os seus braços depois de você ter me abandonado?"

Eu optei por ficar com a boca fechada. Eu pensei em mostrar a ela a foto que eu ainda tinha no meu celular, mas, talvez essa não fosse uma boa ideia. Eu não acho que ela seria capaz de lidar com uma prova concreta agora. Se ela precisava de alguém para depositar sua raiva, eu estava mais do que disposta a ser o seu saco de pancadas no momento.

Ela se levantou e saiu do café num rompante, atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam ali dentro.

Eu fiquei.

Não porque eu queria ficar, eu só achava que não poderia me mover nesse momento.

Minha mente e meu corpo entraram em um transe, repassando os acontecimentos em minha cabeça de novo e de novo. Como cenas de um filme, os acontecimentos não paravam de rodar; não parecia que era ao menos minha vida.

• • •

"Faz quanto tempo que você contou pra ela?" Normani perguntou passando seus dedos por meu cabelo.

Eu estava toda espalhada no sofá e com a cabeça no colo da minha amiga.

"Três dias." Eu respondi. "Eu tentei ligar e mandar mensagem, mas ela não me respondeu. Eu até pensei em aparecer em sua aula de novo, mas então presumi que provavelmente essa não era uma boa ideia."

"Escute, Chancho." Dinah começou enquanto se sentava na mesinha de centro à nossa frente. "A minha opinião, se é que ela vale de alguma coisa, é a de que você fez a coisa certa."

Eu soltei um suspiro. Eu também achava que tinha feito a coisa certa, mas fazer a coisa certa não me fez sentir nem um pouco melhor.

Fazer a coisa certa não iria trazer Lauren de volta. Eu me senti uma idiota por perdê-la logo depois de finalmente tê-la de volta em minha vida.

"Eu concordo com a Dinah." Normani acrescentou.

Eu olhei para seus olhos chocolate e sorri levemente enquanto ela continuava a mexer no meu cabelo.

"Obrigada, meninas." Eu murmurei.

Dinah e Normani trocaram um olhar, e embora no passado eu ficasse curiosa a respeito do significado desses olhares entre elas, agora eu já havia me acostumado com as conversas silenciosas das duas. Era como um superpoder que elas compartilhavam enquanto casal.

"Olhe para mim, Camila." Eu ouvi Normani falar. Sua voz exigiu minha atenção, mas mesmo assim seu tom foi doce.

Eu me sentei e olhei para minha amiga, obedecendo-a.

"Eu sei que agora pode parecer que não, mas ela vai te agradecer por isso a longo prazo." Ela disse e colocou a mão em minha bochecha. "Talvez não agora, talvez não amanhã ou tão cedo, mas algum dia ela vai ser grata por você ter contado isso pra ela. Não importa o quão duro tenha sido para ela ouvir a verdade, isso é sempre melhor do que viver uma mentira."

Eu assenti e senti um nó se formando em minha garganta. Eu sabia que ela estava certa, eu só esperava que não demorasse muito para que Lauren chegasse na fase de ver as coisas da forma que Normani falou. Eu não me incomodei em tentar impedir minhas lágrimas, justamente por saber que não havia razão em escondê-las das minhas duas melhores amigas.

Eu permiti que as lágrimas escorressem por meu rosto e me permiti chorar. Normani me trouxe para mais perto, o que fez com que eu apoiasse minha cabeça em seu peito, e então envolveu seus braços ao meu redor de maneira protetora.

Eu sentia como se Dinah e Normani fossem meus dois anjos da guarda, sempre presentes quando eu precisava. Eu não sei onde eu estaria sem elas.

"Você voltou a amá-la, não é?" Dinah perguntou como se ela estivesse com medo da resposta.

A imagem de uma Lauren sorridente no jantar que tivemos um tempo atrás surgiu em minha cabeça. Eu lembrei dos nossos dedos entrelaçados em cima da mesa, o jeito que seus olhos pareciam quase cinzas naquele dia, o frango que eu deixei queimar e a resposta que ela tinha dado para uma de minhas perguntas. Sua voz ecoou por minha mente e eu repeti suas palavras.

"Eu nunca parei."

• • •

"Você tem certeza que está em condições de dar aula?" Dinah falou pelo telefone, demonstrando preocupação.

Eu revirei os olhos, saí do carro e comecei a caminhar em direção ao campus.

"Vai dar tudo certo, Dinah." Eu disse enquanto pressionava o celular contra meu ouvido. "Eu não posso pedir folga no trabalho porque sinto falta de Lauren, não é uma justificativa plausível."

Eu acenei educadamente para alguns de meus alunos enquanto seguia em direção ao meu destino: a secretaria da faculdade. Nós ainda não estávamos nem na metade do semestre, mas a coordenação do curso informou que já era necessário apresentar o plano de ensino para o próximo semestre.

"O que eu quero dizer é que não tem problema tirar um tempo pra você, sabe?" Dinah explicou.

"Eu tive o fim de semana só pra mim, Cheechee. Vir pro trabalho vai me ajudar na tarefa de me distrair de tudo que estou passando."

Uma onda de ar frio me atingiu assim que atravessei as portas do prédio principal.

"Se você diz, Chancho..." Ela falou. "Se você precisar de qualquer coisa, eu estou aqui, tudo bem?"

"Eu sei." Eu sorri. "Te ligo mais tarde. Eu tenho que entregar uma papelada na secretaria e depois ir para minha primeira aula do dia."

"Não dê moleza pros seus alunos não, viu?" Eu sorri de sua palhaçada e então encerrei a ligação.

Tão logo eu me aproximei da sala da coordenação, eu parei no lugar assim que vi Ally sentada na mesa.

Eu segui lentamente para perto dela e ela me cumprimentou com um sorriso largo, como sempre.

"Olá, senhorita Cabello!" Ela disse animadamente.

"Senhorita Hernandez." Eu respondi rapidamente.

Eu olhei ao redor, procurando a responsável pela coordenação, pensando que talvez ela estivesse em outra sala, mas eu não tivesse visto.

"Ela teve uma emergência familiar." Ally disse, vendo minha confusão. "Eu estou no lugar dela hoje."

Eu assenti e a olhei hesitante. Ela parecia ser tão doce... Toda vez que nós duas nos cruzávamos, ela sempre sorria e parecia estar feliz. Ela não parece o tipo de pessoa que aceitaria ser amante de alguém.

Quero dizer, basicamente isso é tudo que eu era e Ally também, não é? A "outra".

Eu entreguei a ela o meu plano de ensino e me virei para ir embora, mas algo me fez mudar de ideia.

Eu dei a volta e encontrei sua feição; Ally estava sorrindo para mim mais uma vez.

"Você esqueceu de algo?"

Eu me sentei na cadeira em frente à sua mesa, e embora minha mente estivesse gritando para eu parar, minha boca venceu a batalha e foi em frente mesmo assim.

"Você é bem íntima do reitor, certo?" Eu perguntei.

Quando eu pensei que seu sorriso não podia ficar maior, ele ficou quando mencionei o homem que ela amava.

"Nós trabalhamos juntos a maior parte do tempo." Ela disse assentindo. "Você quer que eu transmita a ele algum recado?"

Eu balancei minha cabeça em negação e passei a mão por meus cabelos nervosamente.

"Não." Eu disse rápido, tentando retomar a conversa. Eu havia passado dos limites e nem ao menos sabia o que estava tentando fazer. Vou mudar o rumo da conversa e ir embora daqui.

"É que vivemos num mundo pequeno." Eu disse. "Faz pouco tempo que eu descobri que a esposa dele foi minha professora de Literatura Inglesa na faculdade." O que não era totalmente mentira, porque faz pouco tempo mesmo que eu descobri que o marido da Lauren era meu chefe. "Eu achei uma baita coincidência." Eu sorri educadamente e me levantei da cadeira em que estava sentada para deixar a sala, mas parei quando vi seu rosto cair.

"O que dele?" Ela perguntou em um tom de voz baixo.

"Esposa dele." Eu repeti, ainda sem entender por que ela estava me perguntando isso.

Eu observei seus olhos ficarem brilhantes devido às lágrimas e então Ally se manifestou mais uma vez.

"E-ele é casado?"

Merda.

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