A Um Solo do Amor

By Tetecosta

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♥♥ Vencedor do Wattys Justo 2016, Primeiro lugar no Projeto Descobrindo Escritores ♥♥ Ellie tinha duas esco... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Gente, calma 1, 2, 13
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Ask AUSdA
Respostas
Capítulo 57
Epílogo

Capítulo 40

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By Tetecosta

“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.”
— Roberto Shinyashiki.

Eu ainda não conseguia acreditar que estava voltando ao palco, era novo e ao mesmo tempo havia uma familiaridade enorme. Porque sobre o palco era um dos lugares em que eu conseguia me desligar de tudo, conseguia fazer com que quaisquer pensamentos ruins se dissipassem e os bons ganhavam exaltação.

Coloquei-me diante do espelho, no banheiro ao lado do anfiteatro, que mais parecia um camarim grande, pois havia espaço para tudo. Trocas de roupa, preparação, montagem de figurino e maquiagem.

Estava praticamente arrumada, usava um vestido tipo camisola, porque ainda faltava colocar meu vestido oficial, a maquiagem já estava perto de terminada. Eu sabia que pedir ao Vega para que viesse dar uma ajuda com tudo não seria perda de tempo. O cara era o rei da organização.

Sobre a bancada, que fora reservada para mim, estava minha bolsa, minhas maquiagens, meu celular e então, um pouco mais afastadas, as violetas que Thomas prometera mandar. Ah, é claro, minha garrafa com antialérgico que a esposa do médico da Susan me indicara. Peguei o lencinho sobre meu ombro e cobri meu nariz chegando perto delas, busquei pelo bilhete que viera junto.

“Apenas olhe para cima e siga em frente, quero ver você brilhar hoje.

Com amor, Thomas.”

Sorri, mas ele não viria, teria que ficar com Susan para o que eles disseram ser o início da fisioterapia. 

No entanto, toda minha família havia confirmado, as gêmeas, Corine, Dalton, Bill e Marisa, Jenny, Patricia e Carl se comprometeram a vir, e eu não poderia estar mais feliz. 

Eu queria muito conseguir a vaga definitiva como professora no Instituto, porém poderiam surgir novas e até melhores oportunidades se eu fosse bem na apresentação com as meninas e se assim acontecesse eu poderia também ajudar o Arakluz de alguma forma. 

Também havia outra coisa que eu poderia fazer e o fiz, na tarde anterior eu fui à casa de Dalton para saber como estava tudo, o circo não estava afundado em dívidas, porém o incêndio trouxe vários prejuízos e seria ainda pior se não tivessem confirmado que o incêndio fora proposital. 

Com várias coisas à quitar, eu lembrei-me da casa dos meus pais. Sim, eu havia renegado-a quando disseram que ela era minha, mas foi por causa dos meus irmãos! Eles diziam que não era justo eu ficar com a casa, apenas pelo fato de eu ter fugido para seguir meu sonho. Por isso, deixei tudo na mão de um antigo advogado da família que havia até mesmo alugado lá por um tempo e assim salvando meu aluguel na cidade por uns tempos. No entanto, agora ela poderia ser usada de alguma forma, para o bem próximo. Era assim que eu queria que ela fosse usada.

— Tia, o vestido da Dê tá com um furinho! — Uma das meninas me chamou, puxando-me pela mão até o outro lado do banheiro, onde outra garotinha mexia no vestido.

— O que aconteceu? — Questionei me agachando e colocando meu cabelo atrás da orelha.

— O vestido rasgou — Ela me encarou com os olhinhos tristes e mostrou o buraquinho que havia feito perto da cintura. Eu sorri e afaguei seus cabelos.

— É pequenininho, vamos subir essa parte e vai cobrir, quer ver? — Ergui um pouco parte da sua saia que era parecida com a minha e tampei o furo com o pano. — Vocês precisam só fazer os coques, não é?

Elas assentiram juntas.

— Então vão, e chamem as outras, ok? — Elas assentiram novamente e eu sorri. — Ah, e se acharem o Vega peçam para que ele venha aqui.

Elas saíram, mas logo depois ouvi mais um tipo de correria.

— Você acredita que um cara encostou no meu carro para pagar gostosão e aí quando acionei o alarme ficou todo sem graça? — Jenny chegou falando junto com Vega. — Eu mereço uma coisa dessas?!

— Querida, eles ainda estão a entender que quem ostenta e impressiona és tu, dá um desconto! — Ele gargalhou acompanhado dela. — E aquele boy da Cabine do Amor? Ainda te procurando?

— Ele parou, do nada! — De quem eles estavam falando?

— Então viraram amiguinhos, hein?! — Brinquei, eles me olharam e correram para me abraçar. — Ei, ei! Que história é essa de Cabine do Amor, você já esqueceu o fora que levou do Tobias?

— Como assim essa deusa levou um fora? — Vega inquiriu, ofendido, como se ele fosse que havia levado o fora.

— Ele é gay. — Eu e Jenny respondemos junto. No entanto, só ela continuou. — Como você sabe?

— Em busca de um motivo eu perguntei para a Giovana, mãe do Tobias, se ele tinha namorada, aí ela falou que só se fosse namorado...

— Tenho interesse! — Vega afirmou se aproximando de uma cadeira em frente ao espelho e começou a admirar-se enquanto arrumava seus curtos cabelos ruivos. Sim, ruivos!

— Pode ir tirando seu cavalinho da chuva! — Chiou minha amiga colocando as mãos sobre a cintura, ela usava um vestido preto e branco bem marcado no quadril. — Eu ainda estou desconfiada sobre Tobias... Se ele vacilar, eu ataco... Porém isso não vem ao caso. Aliás, bom saber que você já está íntima da sogrinha... — Ia interrompe-la e dizer que eu e Thomas só estávamos nos conhecendo melhor sem rótulos, porém como papagaio ela não parou de falar. — Sobre a Cabine do Amor, foi um encontro às cegas que fui semana passada. O último cara da noite ficou com meu número e ficou me ligando os dias seguintes, mas vocês já sabem como sou, mesmo tendo curtido e muito, não retornei nenhuma ligação. Só que, magicamente, naquele mesmo dia em que conheci o Tobias pessoalmente o cara parou de me ligar.

— Você não acha que... — Deu a entender Vega se levantando em um pulo.

— Não, o cara que fiquei era novo, mas parecia bem mais velho e experiente em tudo que Tobias, e bom, até o momento eu só sei que ele joga no mesmo time que eu.

Nós rimos daquela mulher loira na nossa frente, depois Vega me puxou para fazer ele mesmo o coque, pois a apresentação começaria em alguns minutos. Um tempo depois eu já estava praticamente sozinha, apenas acompanhadas de outras bailarinas e bailarinos do Instituto que passavam por ali.

Nervosa, me sentei diante de uma bancada, encarando minha própria face no espelho. Era minha apresentação de volta, eu estava muito confiante, porém com medo. Fechei os olhos e evitei passar as mãos pelo rosto para não atrapalhar a maquiagem que Vega fizera. Meu medo não era bobo, de errar um passo, por exemplo, mas de tudo que vem acontecendo a minha volta que envolve-me. Às vezes eu duvidava que seria capaz de suportar toda aquela pressão.

Pedi a Deus confiança depois de tudo que aconteceu. Uni minhas mãos e também agradeci por ninguém ter padecido.

Ouvi um barulho da porta sendo aberta, no entanto não me movi, poderia ser qualquer pessoa saindo ou entrando. Em seguida, sons de passos e outra coisa foram captados pelos meus ouvidos. Então um pigarreio e aquela foi a deixa para que eu abrisse os olhos. 

A cena diante dos meus olhos fizera-os marejarem, contudo eu consegui de alguma forma conter as lágrimas e me levantar.

— Meu amorzinho — Agachei-me até a altura da cadeira de rodas e abracei Susan. — Vocês vieram!

Ela sorriu e limpou uma lágrima minha que já estava a ponto de cair. Segurando no apoio da cadeira estava Thomas, com um sorriso lindo nos lábios, ele acenou e eu sorri de volta.

— Você está tão linda, Ellie — Susan disse segurando meu rosto, segurei o seu também e meu sorriso parecia que rasgaria meu rosto. 

— Você também — E ela estava, com uma calça jeans preta e uma blusa verde, da cor das mechas no meu cabelo e do vestido que eu usaria na apresentação. E tinha uma violeta na mão. — Então, daquela conversa na sexta, essa era a surpresa para mim?

— Sim! Você gostou? — Inquiriu Susan com os olhos brilhando. Então estendeu a flor para mim. — É para você!

— Se eu gostei? Muito! — Levantei-me rapidamente e espirrei, fui até a bancada destinada a mim e peguei meu paninho. Voltei-me para Susan e peguei a violeta de sua mão. — Obrigada, pequena.

Depois de colocar a violeta junto com o buquê de Thomas tomei do antialérgico e voltei ao normal, fui ao lindo homem de blusa branca social e calça preta.

— Boa noite, amor — Beijei-lhe já com muita saudade e ele retribuiu da mesma forma. — E eu nem precisei fugir da comemoração para ver vocês, hein?!

— “Quero ver você brilhar hoje” — Repetiu o que estava escrito ao final do seu bilhete e me beijou de novo. — Gosto dele solto — Não reclamei quando Thomas passou a mão pelo meu cabelo e o coque desfez, mas sabia que...

— Tire as mãos dela já! Ora bolas, olha isso, atrapalhou vosso cabelo, Laurent!!! — ... Isso aconteceria. Vega chegou berrando, até que viu Susan o olhando, assustada. Ah, e ele tinha pegado essa mania de me chamar pelo último nome apenas porque o achava chique. — Gente, que menininha fofa, posso levá-la para minha casa?

— Não — Thomas foi curto e a filha riu, como se estivesse acostumada com isso. Vega fez uma cara de triste, porém não por muito tempo.

— Eu sem a menininha e tu sem Ellie, vamos, ela tem que terminar de se arrumar! — Ele disse, corri para dar um último beijo em Thomas antes do cabeleireiro com nome de personagem de jogo de luta começar a me puxar para uma das cabines para troca. Só que antes de praticamente me jogar lá ele questionou em sussurro: — Quem é o deus grego? O tal Thomas?

— É, e tira o olho! — Ele gargalhou e me entregou o vestido verde, fechando a cortina.

Depois de trocar de roupa sai da cabine e não encontrei Thomas e Susan. Já Vega me esperava para terminar a maquiagem e refazer o coque que Thomas fizera questão de bagunçar.

Após tudo feito, minha maquiagem sem exagero e o coque firme, levantei-me e passei a mão pelo vestido de tutu num tom de verde floresta, que ia clareando até chegar branco nas pontas. Vega, visivelmente mais alto do que eu, colocou suas mãos nos meus ombros e me olhou pelo espelho.

— Conheço-te há pouco tempo, mas já percebi que tu és muito especial para com todos. — Ele sorriu e me deu um abraço de lado. Então pegou minha mão para me conduzir para o corredor de preparação onde eu já sabia que as minhas pequenas bailarinas estavam. — Boa sorte, querida.

Agradeci Vega e ele sumiu pela lateral do palco. A minha frente estava uma cortina e atrás dela estava a parte frontal do palco, onde eu não podia ver, mas estavam se apresentando outros bailarinos. Queria ter visto Irina dançar, porém ainda estava me arrumando com as meninas, no entanto, sabia que George havia registrado como podia os momentos. Atrás de mim estavam as pequenas, algumas nervosas, outras só sorrindo.

Tudo isso lembrava-me dos meus primeiros anos de dança, minhas primeiras apresentações. E eu estava feliz por isso apesar do que acontecera na semana passada, sentia que uma nova etapa estava começando ali.

Então a música foi diminuindo seu ritmo, até que parou, foi aí que eu entendi que era nossa vez.

Dançar não é só obedecer um determinado ritmo musical enquanto movimenta-se o corpo, como diz nos dicionários. Dançar é mais que isso. É se deixar levar, até mesmo sem música, você só tem que sentir. Salvo quando eu tinha apresentações, eu fugia das regras, o ballet é cheio delas, mas eu corria o máximo. Fui criticada por isso no passado, porém ainda havia quem admirava-me. E se eu me sentia feliz, por que mudaria diante de regras?

O circo também me ajudou a ir contra algumas regras, como usar calças listradas como se usam calça jeans ou mudar a cor do meu cabelo a cada mês.

No entanto, eu estava ali, novamente diante de um grande publicou apenas para dançar.

A música tema do filme da "Barbie" começou e eu entrei com as meninas. Não dava para descrever cada passo, era só sentir, se deixar guiar por cada movimentos dos braços e pernas.

Eu olhava para cima, como um certo bilhete instruíra, e lá estava minha grande família, sorrindo para mim e aplaudindo nas partes que achavam mais emocionante no espetáculo. Nem dava para acreditar, quando eu vim para cidade estava com a concepção de família destruída e então, eu fui conhecendo quem são hoje as pessoas mais importantes para mim.

Quando finalizamos com o espacate, meus olhos já estavam marejados, à nossa frente as pessoas se levantavam e aplaudiam. Ergui cada uma das meninas, demo-nos as mãos e fomos até a beirada do palco.

Agradecemos com uma reverência em grupo e então a segunda cortina se fechou à nossa frente. E assim, demos fim à nossa apresentação.

Quase em prantos, abracei as meninas que fizeram um círculo em volta de mim. Olhei em cada rostinho jovem daquele e sorri.

— Obrigada por estarem comigo.

— Por que você está chorando, tia? — A menorzinha dela, moreninha e de grandes olhos negros perguntou.

— Porque eu estou feliz, querida. — Me levantei e segurei na mão das que estavam mais perto de mim. — Vamos deixar o último grupo se apresentar, já para o camarim, turma da Água!

(05/10/2016)

¡Hola! Si, si, (parei, tô na aula de espanhol), eu sei que deveria ter postado dia 3, porém eu precisava arrumar e planejar algumas coisas da própria história, mas vou tentar não interromper novamente as postagens, ok?
Até dia 7 :)

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