Obsession (Larry) ✔

Galing kay QueenYushi

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Amei você quando era criança. Amei você enquanto crescia. E continuei amando você quando soube que não me que... Higit pa

Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
Epílogo

XXVI

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Galing kay QueenYushi


"A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal" - Machado de Assis

Gemma falou mais alguma coisa. Contudo, eu estava ocupado demais segurando a porta aberta do meu carro, um pouco curvado, tentando de todas as maneiras não colocar meu café da manhã para fora em cima das belas flores de Anne. A náusea me consumia, mas isso não impediu que o desespero também surgisse quando notei que a loira aproximava-se de mim. A última coisa de que eu precisava no momento era do interrogatório Styles. De maneira muito desajeitada, joguei-me no banco do motorista.

"LOUIS! VOCÊ NÃO PODE DIRIGIR NESSE ESTADO". Ela gritou, chegando cada vez mais perto.

Liguei o carro. Com esse gesto ela pareceu perceber que a ofensiva direta não surtiria efeito. Tentou algo mais sutil. Abaixou o tom e parou de andar:

"Louis, desça do carro. Vamos conversar. Diga-me o que está acontecendo. Nós podemos passar por isso, juntos. Somos amigos, lembra?"

Engatei marcha ré e coloquei o carro de volta na estrada de saída.

"Preciso ficar sozinho, Gemma. Depois eu ligo." consegui falar, apesar do bolo terrível em minha garganta.

"LOU, NÃO!"

Acelerei e deixei a propriedade para trás antes que ela pudesse dizer alguma coisa que me fizesse mudar de ideia. Alguma coisa que me fizesse correr para o colo da minha melhor amiga e chorar todos os meus problemas para ela... O que provavelmente faria com que a família inteira dela passasse a desprezar o cacheado. Então seria mais um peso para eu carregar em minha já muito sobrecarregada consciência.

E o pior de tudo é que o "obrigado" não era exatamente um motivo para eu correr para minha melhor amiga. Os outros até que foram. O estúpido plano para enganar a todos, todas as mentiras no meio do caminho, os beijos "falsos". Esses, sim, eram motivos para um desabafo, mas o agradecimento de Harry não era. Afinal, ele havia deixado bem claro, no dia em que pediu a minha ajuda para realizar esse plano, que as coisas durariam até o dia que a avó dele fosse embora. Depois seriam mais alguns dias de um fingimento raso, então, terminaríamos por incompatibilidade pessoal.

Dessa vez não houve qualquer mentira por parte dele e também não houve nenhum deslize de minha parte. Foi o imprevisto que encurtou a viagem da Sra. Styles e o nosso teatrinho. Era engraçado como dessa vez não havia um culpado para quem eu pudesse apontar o dedo. E, paradoxalmente, isso tornava tudo pior.

Nas outras vezes, podia culpar a mim mesmo. Não era o melhor sentimento do mundo, mas, ao menos, existia algum responsável. Dessa vez era como se o destino estivesse interferindo diretamente para que nós nos separássemos o mais rápido possível... Quase como se fosse errado ficarmos juntos – mesmo que fosse tudo de mentira. E, para melhorar meu humor, eu nem acredito nessas bobeiras de "destino" e "signos do zodíaco" e coisas ABSURDAMENTE comprovadas do tipo. Para se ter uma noção de quão desesperadora estava a situação. Até o Destino tinha arrumado um lugarzinho na minha cabeça.

Totalmente deprimente. Porque, antes, quando era tudo um erro humano – e, na maioria das vezes, meu – não restava mais esperança, pois havia estragado tudo. Só que, quando a situação parece estar acima de você, quando depende de coisas sobre as quais você não tem qualquer tipo de controle, e, muitas vezes, não pode nem mesmo ver o que está chegando... Essa é o pior tipo de situação. Porque ainda resta uma pontinha de esperança e, por mais que se lute contra, a esperança continua lá. Quase como se sussurrasse que ainda era possível conseguir o controle da situação... E... E ajeitar tudo. Meu cérebro continua gritando que isso não era viável.

E que eu deveria estar feliz por finalmente tudo ter acabado, mas a única coisa que eu conseguia sentir era um estranho vazio. Soltei um pesado suspiro. E logo em seguida um grito estridente.

Por estar imerso demais em meus pensamentos, esqueci completamente de prestar atenção na estrada e o carro seguiu em direção a um barranco. Afundei o pé no freio enquanto girava o volante. Por puro milagre consegui fazer o carro parar antes de um acidente. Desliguei o motor. Por sorte aquela era uma estrada pouco utilizada, caso contrário eu poderia ter causado um sério acidente envolvendo gente inocente. Cruzei meus trêmulos braços sobre o volante e pousei a cabeça sobre eles, respirando fundo várias vezes para controlar meus nervos. Algum tempo depois, quando estava um pouco mais calmo, levantei a cabeça e observei o lugar aonde havia parado. Estava mais perto da cidade agora.

Percorri uma grande distância em um modo que não poderia ser chamado de outra coisa senão "Piloto Automático".

Esfreguei as mãos pelo rosto e religuei o carro. Não queria sair dali, mas também não poderia ficar. Parece que todos os caminhos da minha vida – os físicos e os metafóricos – me levavam para o mesmo dilema: a vontade de permanecer mesmo sabendo da impossibilidade disso.

Dirigi sem rumo. Não queria ir para casa para me trancar novamente no quarto. Contudo, desejava a solidão para que – mais uma vez – meu cérebro pudesse absorver todos os impactos que levara. As paisagens passam por meus olhos sem que eu conseguisse distinguir uma da outra. Era tudo tão desconfortável e tão pouco convidativo. Depois de um tempo, que pareceu longo demais, foi que eu finalmente pareci chegar. Parei o carro e desci. Talvez meu inconsciente tivesse me levado até aquele lugar. Olhei ao redor. Havia se passado muito tempo desde a última vez em que estive ali. Mas tudo parecia exatamente igual. Os mesmos brinquedos infantis, as mesmas caixas de areia. A mesma grama aonde eu caí e um pequenino garoto de cabelos cacheados e rebeldes me deu uma flor.

Senti uma lágrima solitária escapar. Passei a mão sobre ela e caminhei até o ponto aonde, anos atrás, eu havia me apaixonado por Harry Styles. Tinha uma certeza irracional de que fora exatamente ali – aonde eu agora pisava – que eu havia caído depois de escorregar rápido demais no velho brinquedo que estava a poucos centímetros de mim. Não era como se meus joelhos não aguentassem mais o meu peso, era uma necessidade psicológica que me queimava. E foi por essa necessidade que deixei meu corpo abaixar até que eu estivesse sentado onde, segundos antes, estava em pé. Abracei meus joelhos e ponderei mais uma vez como havia chegado àquela situação deplorável.

Talvez a pergunta certa fosse como não cheguei à algo pior ainda?. Parecia que eu havia escolhido a opção errada cada vez que me fora oferecida uma escolha. Por sorte, ainda tenho a desculpa de que minha avalanche de erros começou ainda quando eu era novo demais para perceber a dimensão do que fazia. Ainda era um pirralho quando decidi que meu recém-descoberto-príncipe adoraria passar todas as horas possíveis comigo. E – talvez - eu também não possa ser culpado por tê-lo perseguido durante nossa pré-adolescência, afinal, nessa época ainda éramos controlados pelos impulsos infantis. Mas eu realmente deveria ter percebido que alguma coisa estava errada em meu pequeno mundo cor-de-rosa quando superei os treze anos. Já não era mais criança, devia ter deixado de agir como tal.

Pior cego é aquele que não quer ver. Grandes palavras essas. Eu supostamente deveria ter enxergado as dicas - as pistas - que Harry mandava para me mostrar a realidade. Contudo, eu, que nunca me considerei burro, insisti no mesmo patético erro. De novo e de novo.

Arrastei ambas mãos por meus cabelos, puxando-os com força para trás. Não havia dor física ali. Por falar em provérbios, a minha vida é praticamente uma reunião deles. Nem tudo que reluz é ouro, Cuidado com o que você deseja porque pode se tornar realidade e cavalo dado não se olha os dentes são os meus favoritos. O primeiro resume bem as várias vezes em que interpretei erroneamente uma ação de Harry. O segundo cabe perfeitamente em meu falso namoro. O namoro que eu desejei durante anos e que, quando finalmente aconteceu, foi tão diferente e tão errado que quase tirou uma parcela da minha sanidade. E o terceiro, bem, o terceiro tem ligação direta com o segundo. Ele se refere aos momentos roubados naqueles dias da farsa em que eu fingia que as coisas estavam acontecendo porque nós dois queríamos que assim o fosse, e não por causa de um acordo esquisito firmado no calor de um momento.

E, tanto quanto os provérbios inundavam a minha vida, a palavra "patético" preenchia a minha mente. Isso tudo era tão frio e triste... Tão vazio. Era tão sem vida que deixava até mesmo a fina camada de esperança contra a qual eu lutava totalmente pálido. Outra vez eu deveria estar me sentido de um jeito, mas não poderia estar mais longe do esperado. Era esperado que o alívio chegasse junto com o momento em que finalmente acabaríamos com a farsa mal planeja, contudo, eu sentia... Não. Na verdade, eu não sentia nada.

Isso era centena de vezes pior. Centenas de vezes mais sufocantes. Antes havia um motivo. Algo para me agarrar. Sei que soa estúpido sofrer tanto assim por alguém... Tanto assim por um cara. Mas eu sentia – e não era somente no fundo – era no fundo, na superfície e em cada pedaço do meu coração que Harry fora criado para mim. Para que pudéssemos viver juntos o tempo que pudéssemos. Para que tivéssemos nossas vidas separadamente e para que tivéssemos a nossa vida.

Sempre acreditei em alma gêmea e coisas melosas do tipo. Bom, desse pedaço da minha inocência eu não tenho vergonha. Realmente acredito que Styles é meu príncipe... Igual aquele da Cinderela. O problema é que eu não sou uma garota e ele não é meu príncipe. Eu estava mais para o mordomo que se atrapalha na vida.

Esfreguei meus braços. Estava sentindo cada vez mais e mais frio apesar do sol brilhando majestosamente acima. Outra fonte de saber eram aquelas frases épicas de autores famosos. Nunca fui boa com nomes. Não lembro se "Eu te amo. E o que é que você tem a ver com isso?" foi dito ou escrito. Nem mesmo lembro se essas foram às palavras usadas, todavia, a essência era a mesma. Nós não podemos controlar nossos próprios sentimos muito menos os dos outros. Uma boa metáfora – e olha que essa seria uma das poucas boas que eu alguma vez já criei – seria comparar a vontade das pessoas comuns de serem amigas de celebridades das quais o mais perto que já chegaram foi quando compraram uma revista estampada por elas. Você lê as revistas sobre elas, ouve seus CDs, assiste a seus filme, a seus concertos e a suas entrevistas. Sabe a cor, a comida, o tipo de música e a série favoritos. Disseca cada detalhe do cotidiano delas, tentando chegar mais perto, se sentido mais perto...

Mas é apenas uma miragem no deserto da vida. Você vê o Oasis ao longe, porém, ao chegar perto, é a apenas sua mente pregando uma peça. Dizem os físicos que isso é mais um truque das condições físicas do ambiente – tais como luz e água – do que um truque do cérebro. Porém, onde estaria a poesia nisso?

É mais encantador acreditar que seu cérebro cooperou com seu coração e te deu um pouco de esperança sob o sol escaldante da vida do que ter que aceitar a sucinta e objetiva explicação científica sobre isso. Voltando ao quente céu das estrelas que brilham na terra, a maioria dos fãs percebe que não é saudável cultivar tal crença. Contudo, existem aqueles que preferem acreditar na visível mentira a enfrentar a vida que tem.

Esfreguei meus braços com mais força dessa vez. A sensação gelada parecia aumentar a cada segundo. No momento, penso que me encaixo bem nos dois grupos. Uma parte de mim – contra a qual eu lutava bravamente – queria se agarrar aos acontecimentos da farsa, tentando fazer com o restante da minha consciência acreditasse que havia um motivo para tudo aquilo, que ele tinha um motivo. Um bom motivo. Alguma coisa que poderia consertar nosso mal feito conto de fadas.

Então a outra parte, a parte que mantém a sanidade, entra em ação e ri da sua irmã menor, caçoando por ela nunca crescer e aprender com os erros que cometeu. E olha que não foram poucos. Acredito que foi em uma música que certa vez ouvi "a vida vai bater forte em você, tão forte até lhe deixar de joelhos". A concepção está errada, sabe? Não é a vida, e, sim, suas escolhas que vão jogar você no chão e lhe esfolar a pele até que você cresça mentalmente a fim de enfrentar as consequências de seus atos. É preciso a coragem de um adulto de verdade para aceitar que cada ação reflete em uma reação da mesma força e de direção oposta.

Eu nunca havia me arrependido de, naquele dia, tanto tempo atrás, ter implorado para que minha mãe levasse-me até esse mesmo parque. Fazia um dia quase tão bonito quanto o de hoje. E o sol é tão raro em Londres. Agora, todavia, penso que talvez tivesse sido melhor ter ficado em casa. Teria assistido TV, brincado com meus carrinhos e depois teria ido dormir. Não teria encontrado o lindo garotinho com os cabelos cacheados devido à tentativa frustrada de alguém para domar aquele emaranhado rebelde.

Não digo que não o teria conhecido. Londres é uma cidade grande, apesar de tudo. Porém, teria certeza de que as circunstâncias seriam outras, e, com, um pouco de sorte, eu não teria me apaixonado tão perdidamente por ele. Claro que, no começo, não foi uma paixão. Crianças são inocentes demais para isso. Mas havia um carinho especial. Era diferente do que eu sentia por meus pais, e também foi diferente do que eu sentia por Liam e Niall quando nos tornamos amigos. O problema é que foi exatamente esse carinho que cresceu exponencialmente até não caber no meu peito e precisar ser colocado para fora. Eu necessitava mostrar a Harry o quando eu gostava dele, o quanto eu o amava. O quanto eu ainda o amo.

E foi ai que tudo começou a desandar. Mais uma vez me pego pensando em quão cego eu fui. Se ao menos eu tivesse... Não sei... Se eu tivesse dado mais espaço a ele, se eu tivesse... Solucei. Só agora percebia que estava chorando e que os soluços sacudiam meu peito. Por sorte, não havia ninguém ali agora para presenciar o adolescente depressivo chorando graças a seu ensanguentado coração.

Suponho que agora cada um finalmente poderia seguir com a vida. De maneira separada, é claro. Bem do tipo: cada um para um lado.

Com certeza não seria uma separação tão abrupta assim. Nós precisaríamos encenar uma briga e combinar as histórias que contaríamos quando fossem questionados sobre o fim do relacionamento. Mas, basicamente, era o fim. Algumas poucas horas seriam o suficiente para que nós tramássemos o último passo do teatrinho e, depois, pouco se encontrariam novamente. Somente quando fosse extremamente necessário.

Eu me certificaria de que isso acontecesse.

Nossa. Como doía.

Abaixei a cabeça sobre meus braços. Já não conseguia pensar direitos. Meu coração, no qual não restava mais nenhum pedaço inteiro, apertava meu peito e sufocava minha cabeça tanto quanto eu tentava sufocar meu choro em meus braços.

Eu sempre soube que esse dia iria chegar. Desde que eu concordei com o começo dessa farsa, eu sabia o que precisaria ser feito no final. Mas eu... É... É tão difícil dizer adeus...

Minha cabeça estava prestes a explodir. O choro não cessava, ao contrário, aumentava a intensidade a cada segundo. Devia ter se passado mais de mais de uma hora desde o momento que cheguei ao parque. Mas eu não estava mais perto de ir embora de lá do que estivera na chegada. Se meu mundo não tivesse se resumindo ao meu choro, eu teria sentido a presença de alguém do meu lado antes de ouvir o barulho do sapato. A pessoa parou ao meu lado e ficou ali por um tempo – pude sentir seu olhar. Talvez estivesse esperando que eu retribuísse a atenção e contasse porque estava tento um colapso emocional em local público.

Eu não fiz nada do que era suposto. Alguns minutos depois, ouvi passos se distanciando. Não poderia me importar menos com a impressão que o estranho agora tinha de mim. Nem mesmo a fofoca que correria a cidade caso eu tivesse sido reconhecido.

Não demorou muito para que outros passos trouxessem a pessoa de volta. Provavelmente a consciência do cidadão havia pesado por ele deixar um adolescente - que estava chorando rios - sozinho no meio de um parque para crianças.

Não podia culpá-lo. Até eu sentia pena de mim mesmo. Esperaria ele começar um discurso sobre tentar ajudar os necessitados para que eu lhe desse uma resposta – não muito educada. Um "deixe-me em paz" seria o suficiente, creio eu. Já imaginava se a pessoa havia perdido a coragem, quando escuto uma voz áspera e embargada sussurrar:

"Meu nome é Harry. Por que você esta chorando?"

ılı.lıllılı.ıllı..ılı.lıllılı.ıllı

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