A Vitrine - 2ª Edição (De...

By KatheLaccomt

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O que você faria se fosse o bem que os homens mais ricos do mundo desejassem, a ponto de apostarem dez milhõe... More

Prólogo
Capítulo 02 - Zachary
Capítulo 03 - Letícia
Capítulo 04 - Letícia
Capítulo 05 - Zachary
Capítulo 06 - Letícia
Capítulo 07 - Letícia
Capítulo 08 - Zachary
Capítulo 09 - Zachary
Capítulo 10 - Zachary
Capítulo 11 - Letícia
Capítulo 12 - Letícia
Capítulo 13 - Letícia
Capítulo 14 - Letícia
Capítulo 15 - Letícia
Capítulo 16 - Zachary
Capítulo 17 - Zachary
Capítulo 18 - Zachary
Capítulo 19 - Zachary
Capítulo 20 - Letícia
Capítulo 21 - Ethan
Capítulo 22 - Letícia
Capítulo 23 - Zachary
Capítulo 24 - Letícia
Capítulo 25 - Letícia
Capítulo 26 - Zachary
Capítulo 27 - Letícia
Capítulo 28 - Letícia
Capítulo 29 - Zachary
Capítulo 30 - Zachary
Capítulo 31 - Letícia
Capítulo 32 - Letícia
Capítulo 33 - Zachary
Capítulo 34 - Lorena
Capítulo 35 - Letícia
Capítulo 36 - Letícia
Epílogo

Capítulo 01 - Letícia

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By KatheLaccomt

Vamos reviver essa história deliciosa?

Tentarei publicar um capítulo todos os dias. Seguindo a rotina dos outros, ele será retirado 24 horas depois do último capítulo ser publicado. A segunda edição de A Vitrine está disponível na Amazon. 

"Kath, é a mesma história?"

Sim, é a mesma história com detalhes diferentes, narrativa mais dinâmica, mais HOT e com coisas novas!

https://www.amazon.com.br/Vitrine-Katherine-Laccomt-ebook/dp/B01LEBRKFQ/ref=pd_rhf_gw_p_img_1?ie=UTF8&psc=1&refRID=8TP88PKZKP8EV6E0N831

Desejo uma semana iluminada a todos!

***********

O dia não começou nada fácil! Com o condomínio sem energia elétrica, tive que descer dez andares de saltos altos. Como se não bastasse, o trânsito está completamente parado. Buzino na intenção de um milagre acontecer. Tinha uma reunião com Kevin, há uma hora... atrás! E ainda estou aqui no meio desse caos. Falando em Kevin, volto a pensar na ligação que me fez ontem à noite. Aquele americano não me engana, o tom de voz me diz que voltou de viagem com alguma ideia mirabolante. Uma daquelas que provavelmente serei eu a responsável pela execução.

Assim que chego a empresa, estaciono meu carro na vaga de garagem reservada a mim no edifício da Global, empresa em que trabalho. A GlobalSpace Consultoria & Investimentos, é uma multinacional voltada a auxiliar investidores e reerguer empresas, reformulando-as. Kevin Stevenson Cooper, o presidente da empresa, é um empreendedor norte-americano que mora há anos no Brasil.

Saio em disparada para o elevador. Como não posso fazer essa coisa subir mais rápido, e nem possuo o poder de me teletransportar, vou repassando a lista de tudo o que tenho para fazer. Sou metódica, gosto de me organizar as coisas a minha maneira e com antecedência. Às vezes sou chata e um poucos sistemática, só que tenho necessidade de controlar tudo o que posso.

Sou executiva de sucesso com uma carreira meteórica. Trabalhava para uma indústria de descartáveis em Minas Gerais e em uma feira de negócios, Kevin acompanhou de longe algumas negociações minhas. De oito contratos que eu queria para aquele dia, fechei doze. Provando assim meu talento. Poucos dias depois, ele entrou em contato comigo com uma proposta irrecusável para trabalhar na Globalspace, uma das maiores consultorias internacionais.

Sempre fui grata a empresa que me deu a chance de desenvolver meu potencial e por essa gratidão, fiquei quase um mês pesando prós e contras. Mas aqueles que um dia me contrataram porque viram futuro em mim, disseram que não seria justo impedir-me de alçar grandes voos. Então, assinei contrato com o Kevin e minha carreira deslanchou. Hoje, figuro entre os dez executivos mais importantes do país.

Ocupo um lugar onde os homens são maioria e ser de pele clara é quase uma regra. Eu sou a contradição! Mulher, negra e muito orgulhosa de quem sou. Estudei muito e batalhei o dobro para estar onde estou. Nada veio de graça e muito menos com favores sexuais. Minha pele negra contrasta com meus raros olhos castanhos-amarelados. Meu sorriso aberto é minha marca! Para mim, sorrir é o primeiro passo para ser feliz. Sou muito afetuosa, mas não meço palavras. Por um amigo, sou capaz de tudo! Todos que me conhecem, sabem que não devem cortarem a minha frente. Mas é bom que não confundam minha amabilidade com burrice. Porque para isso, sou intolerante.

As portas do elevador se abrem e saio apressada. No caminho para minha sala, vou cumprimentado as pessoas que encontro. Alguns se tornaram grandes amigos, outros se tornaram minha família. Trabalhar em um bom ambiente é essencial na área em que atuamos. Nossa vida é de constante estresse. Estar em uma empresa que dê essa autonomia, é um privilégio.

Assim que entro em minha sala, dou de cara com a minha secretária, que é também minha melhor amiga.

— Letícia, o senhor Cooper está te esperando há mais de uma hora.

— Lorena, o mundo não está cooperando comigo, hoje. Pelo menos você tem que me ajudar – jogo minha pasta e bolsa sobre a mesa e saio disparada em direção a sala do presidente.

Chegando ao destino, percebo que há uma nova secretária na presidência. Novamente? Qualquer dia desses tenho que perguntar para alguém o porquê dessa rotatividade de morenas tipo dançarinas de funk nessa presidência. Aproximo-me da nova menina:

— Bom dia. Acredito que o senhor Cooper esteja me esperando.

Ela sorri como uma boneca... plastificada. Estranha...

— Letícia?

A nova secretária mal termina de falar e Kevin sai de sua sala.

— Bom dia, Lê. Como está? – ele cumprimenta-me com um beijo no rosto.

Kevin e sua família são mais que amigos meus. Eles fazem questão de serem presentes em minha vida. E sou mais que grata quanto a isso.

— Já tive manhãs melhores – respondo.

— Mandei preparar um café da manhã especial na sala de reuniões, acompanhe-me.

Assim que entramos em sua sala de conferencia, olho com descrença a mesa posta com um café da manhã completo. Ter esses momentos aqui na empresa não é novidade. Mas essa é a tática que usamos quando temos negociações difíceis.

— É bom que esse café valha a pena, senhor presidente – falo enquanto sento em uma das cadeiras. A mais próxima aos croissants.

— Valerá, Lê – Kevin sorri.

Ele tem por volta de quarenta e cinco anos, pele clara, cabelos escuros, olhos verdes, um corpo esbelto para idade. Na verdade, Kevin tem uma aparência incrível para quem tem uma posição tão exigente quanto a dele. Está sempre impecavelmente vestido. Sua elegância natural e generosidade com que trata as pessoas, o torna muito mais bonito. Sua esposa, Evellyn, é uma graça. Tão elegante quanto seu marido e sempre calorosa. Ela ama tanto o Brasil, que há dias que passa a impressão de que nasceu aqui. Seus filhos não saíram diferente dos pais. Os três rapazes de dezessete, dezenove e vinte anos, são extremamente educados e muito galantes. Cópias de seu pai.

Enquanto sua secretária serve meu café, que por sinal é mais uma coisa estranha, admiro a opulência da sala de vidro transparente no meio do décimo segundo andar. É como uma bolha. Daqui, pode-se ver todos os outros ambientes que compõem o andar mais importante da Global. Kevin senta-se em frente a mim. E eu, faminta como sou, perco o foco com tantas maravilhas culinárias.

— Vai soltar a bomba agora no café ou vai esperar para o almoço? – pergunto impaciente. Há um pãozinho gritando meu nome.

— Preciso da sua ajuda com essa edição da Vitrine – ele foi direto.

Pego mais um pãozinho de queijo e saboreio enquanto ele continua com o seu discurso ensaiado.

— Quero que você seja a apresentadora dessa edição.

Sabia que tinha alguma coisa muito importante por trás desse café.

— Não acho que seja uma boa coisa, não sou a pessoa mais indicada para isso.

— Quando se trata de negociação, você é a melhor! E nós realmente precisamos da sua ajuda. O país passa por um momento difícil e esse evento pode trazer boas perspectivas para a economia fragilizada.

— Eu não trabalho para o governo e nem com ele – falo sem emoção. Sei que Kevin tem relações estreitas com a capital do Brasil. Posso garantir que ele trabalha arduamente para melhorar nossa terra. Mas ainda assim, eu prefiro me manter distante daqueles que ganham rios de dinheiro e ainda roubam seu povo.

Percebo que Kevin está ponderando suas palavras antes de dizê-las.

— A Vitrine é um evento que tem como principal foco ajudar o seu país. Trazemos grandes empresários para investir e destes investimentos, milhares de empregos são gerados, famílias adquirem renda e crianças passam a ter oportunidades – ele encara-me com seu olhar penetrante. — Você sabe disso. Pois nos ajudou com algumas parcerias que não só abriram mais vagas de empregos como também contemplou toda a comunidade em torno dos projetos – ele estreita seus olhos e fala suavemente: — Lembra daquele projeto em que você reformulou as exigências e insistiu que o investidor fizesse algo de importante para o orfanato ao lado? – assinto. — O grupo coreano não só reformou como adotou e hoje aquele lugar é referência. Você se negaria a participar de um evento imprescindível como esse, somente porque não quer ter algo a ver com o governo?

Agora o conterrâneo do Tio Sam pegou pesado! Ele sabe o quanto aprecio a política "fazer um mundo melhor". Ele sabe que os órfãos são meu ponto fraco. E colocando minha posição dessa maneira crua, passa a ideia de que tenho um coração de gelo visando somente lucros!

Meus pensamentos voam e volto ao meu passado. Perdi meus pais muito cedo e como ambos eram filhos únicos, fui morar com minha avó materna até que Deus a levou também. Eu tinha quatorze anos quando um casal amigo da vovó me acolheu por dois anos. Meus pais e vovó deixaram alguns bens em meu nome, uma conta que me ajudou com os estudos e com as despesas de sobrevivência. De lá para cá, venho me virando sozinha.

Eu sei o quanto é difícil não ter família, não ter um colo de mãe, um pai que tenta consertar as coisas de casa e nunca dão certo, ou um irmão para implicar. Ser sozinho no mundo dói! Lembro-me de ter chorado uma vez por não ter família. Naquela ocasião, minha vó disse que eu tinha que ser forte, porque a vida não seria fácil. Desde então, não me recordo da última vez que chorei.

Graças à Deus nunca tive dificuldades financeiras. Não era rica, mas tinha o suficiente para ter uma vida confortável até o dia em que conheci o João Paulo. Eu estava terminando a faculdade de Direito e era uma romântica sonhadora que fazia planos em se formar, casar e ter filhos; como qualquer outra pessoa que passou boa parte da vida sozinho. João Paulo era meu parceiro de estudos, estávamos sempre juntos. Ele era loiro dos olhos castanhos e pele bronzeada. Um homem muito bonito que conquistou a órfã carente com seu senso de humor e palavras bonitas.

Começamos a namorar e poucos meses depois foi morar comigo na casa que meus pais tinham deixado para mim. Eu fazia tudo por ele, absolutamente tudo! No seu aniversário de vinte e sete anos eu dei a ele o carro dos seus sonhos. Como o meu dinheiro era aplicado em um fundo de investimentos, tive que comprar financiado. Mas qualquer sacrifício para o amor da minha vida, era válido! Era o que eu pensava naquela época.

Uma semana depois, um cara ligou para a nossa casa querendo os documentos do carro que ele havia comprado do João. Naquele momento, comecei a me dar conta de que não estava vivendo um conto de fadas. Alguns dias se passaram, João tinha me convencido que o negócio era irrecusável e que o dinheiro foi aplicado para o nosso futuro. Eu o amava. Eu o perdoei. Eu o coloquei antes de mim. Eu assinei meu atestado de morte.

Depois de um dia exaustivo no estágio, passei no supermercado para comprar nosso jantar. Nada me preparou para aquela cena. Uma das caixas do supermercado estava comemorando a gravidez e abraçando pai do bebê. Não teria nada de estranho nisso se o homem que seus braços enlaçavam não fosse o meu marido. Tive o privilégio de ouvir em primeira mão que o seu noivo comprou uma casa linda para morarem depois do casamento. Meu mundo ruiu.

Eles não tinham me visto. Escondi-me porque eu precisava saber de toda a história, precisava saber que casa era essa. Fiquei esperando o mercado fechar e ela sair. João já tinha ido embora com sua mãe que também estava comemorando com o bastardo do filho. Bom, como a moça só interagia comigo no seu local de trabalho e não sabia quem era meu marido, convidei-a para jantar. Ela aceitou de bom grado e fomos para um restaurante perto de onde estávamos. Disse a ela que ouvi as boas-novas e queria comemorar, ela acreditou.

Nesse maldito jantar, eu soube que eles estavam juntos há um ano. Nós estávamos juntos há três. Ela contou-me que as famílias conviviam juntas e se davam muito bem, pois sua futura sogra lutou bravamente para que eles ficassem juntos. Ela a amava. O que a pobre não sabia, era que a sua sogra amada já tinha uma nora e que seu filho miserável já tinha uma esposa.

Durante todo o tempo, eu perguntava-me até onde ia a maldade das pessoas. Perguntei da casa e quando ela detalhou a casa que terminamos de construir há poucos dias, meu estômago embrulhou. Como pude ser tão cega? Construí aquela casa sozinha. Um belíssimo sobrado em um bairro muito valorizado em Três Corações. Tudo o que havia de melhor, empenhei naquela construção. Pensei seriamente que seria meu fim, pois doía muito!

Depois de saber da traição em primeira mão, engoli todo o ódio e a vergonha de ter fracasso, corri para casa. Eu tinha que encontrar os documentos que provavam que as minhas coisas, eram minhas. Foi quando tive outra desagradável surpresa, nada mais era meu! Nenhuma das duas casas, um terreno e a nossa poupança estava vazia. Com exceção do bendito fundo de investimento, perdi todo o resto, até a casa dos meus pais.

Eu estava completamente destruída. Sentindo-me o fracasso em pessoa, cogitei a ideia de me matar ou de esperá-lo chegar da suposta viagem e tirar tudo a limpo. Mas do que adiantava tirar tudo a limpo se as coisas eram claras como cristal? Fui traída, roubada, humilhada. Fui prejudicada pela única pessoa que eu pensei que jamais faria mal a mim conhecendo a minha história. A vida estava cobrando um preço caro pela minha ingenuidade.

Eu não tinha muitas coisas para juntar, nunca fui uma pessoa de guardar lembranças. Enquanto arrumava minhas malas, repassei tudo o que eu deveria fazer. Como a casa recém construída era financiada e havia muitas parcelas a serem pagas, eu teria o prazer de vê-lo se ferrar para quitá-las. Era eu quem as pagavam e se o infeliz não fizesse, o banco a tomaria. A casa que morávamos, a que era dos meus pais, paguei para alguém entrar e destruir tudo. Mesmo com o coração sangrando, tive que fazer isso. João não merecia nada de mim, não merecia nada de graça!

Naquela noite, antes de entrarem para acabar com a casa que era minha, embarquei para Belo Horizonte. Chegando ao destino, hospedei-me em um hotel, onde finalmente me dei o direito de sofrer. Os dias que se seguiram foram os piores da minha vida! Trancada em um quarto de hotel, em uma cidade que não conhecia ninguém, sem vontade de sair, sem vontade de comer. Era somente minha dor, minhas lembranças e eu. Perdi peso, minhas olheiras eram monstruosas assim como meu humor. Tornei-me um fantasma. Estava à esperada de algo acontecer, qualquer coisa para o bem ou para o mal.

Uma das camareiras se compadeceu com meu estado. Eu estava tão aquém de tudo, que sua pena nem me incomodava. Ela trazia minhas refeições e falava sempre palavras de carinho. Ela se importou. Ninguém se importava comigo. Durante anos fui iludida e cegada pelo meu próprio coração, não me dei conta de que estava sozinha. As pessoas só se aproximavam se eu tivesse algo a dar.

Com o tempo fui me abrindo e contando tudo o que vivi até ali. A senhora me abraçava enquanto eu colocava o resto das minhas amarguras para fora. Ela amparou-me em cada desespero ao recordar. Ela secou cada lágrima que caiu. Em uma tarde ensolarada, ela sentou-se à minha frente segurando a minha mãe e disse:

— Agora que seu luto se dissipou, você pode voltar a viver. Você é mais forte do que pensa menina, chegou a hora de renascer.

Como se alguém tivesse ligado o interruptor da minha vida, eu renasci. Sai do hotel, aluguei um pequeno flat, conheci pessoas, distribui currículos e voltei a ser eu! Em poucos dias fui contratada para trabalhar no departamento de recursos humanos de uma indústria de descartáveis. Fiz a prova da Ordem dos Advogados, peguei minha carteira e fui promovida pela primeira vez.

Usei o meu sofrimento para crescer. Trabalhei meu psicológico ao máximo para que as más experiências não regessem minha vida. E eu consegui! Hoje sou inteira, tenho as rédeas da minha vida. Sou bem resolvida, sem ressentimentos, sem amarguras e sem um coração partido. Esse último que não pretendo dar a chance de se arrebentar uma segunda vez. Ainda sou romântica, eu quero sim, encontrar alguém que queira estar comigo.

Voltando a realidade, vejo o brilho nos olhos do meu chefe. Ele sabe onde minha cabeça estava e já sabia a minha resposta.

— Farei o meu melhor, porque adoro um desafio. Mas não ouse usar os órfãos em chantagens futuras, já atingiu toda sua cota com isso.

Enquanto Kevin sorria vitorioso, Jônatas, seu assistente, coloca algumas pastas a minha frente.

— Aqui estão compiladas todas as informações sobre os convidados. Um mini dossiê de cada um para que você não fique às cegas.

— Vou apresentar projetos ou serei espiã? – pergunto ironicamente.

— Lê, obrigado por concordar. Sei que você está cheia de compromissos e terá que abrir mão de alguns para se dedicar a Vitrine. Mas prometo que te recompensarei...

Levanto a mão o cortando:

— Meu querido, nada de recompensas, sou profissional demais para isso. Meus serviços têm preço, meus honorários são caros. Não vou só apresentar os projetos, vou convencê-los de que o Brasil, mesmo em crise é um dos melhores lugares do mundo para investir. Ao invés de agrados, prepare seu bolso. Já tem data marcada?

Jonatas responde prontamente:

— O encontro acontecerá daqui dez dias – esse menino é eficiente.

— Será aqui no Rio mesmo? – pergunto.

— As negociações começam na quinta-feira da semana que vem aqui no Rio. No sábado, embarcam para Fortaleza para desfrutarem de um final de semana paradisíaco. Na segunda-feira almoçarão com a Presidenta – faço uma careta. — Então voltaremos ao Rio para os acertos dos investimentos, caso tenhamos algum interessado.

— Que confiança, hein? Senti daqui a positividade – pego as pastas e mais um croissant de chocolate. Despeço-me e vou para minha sala, tenho que começar a organizar meus compromissos.

Tenho que admitir que o Kevin é um visionário, encontrou uma enorme oportunidade de expandir seus serviços, como também ajudar o país que lhe acolheu de braços abertos, a capitar investimentos para o seu crescimento. Então nasceu o projeto "A Vitrine", evento que reúne importantes empresários mundiais, para lhes apresentar projetos de investimentos no Brasil. Esse projeto é parceria entre a Global e o Governo Federal.

Em cada evento, são convidados dez empresários, mas, somente os seis primeiros que confirmam, estarão presentes. Para que um investidor seja convidado a participar, ele deve preencher alguns requisitos. Tais como: ter seu nome em listas como grandes investidores, quantas franquias e sucursais possuem pelo mundo e o ramo de negócios que investem que costumam investir.

Não será fácil convencer os seis a fecharem negócio. Mas se eu conseguir pelo menos dois com esse atual cenário político e econômico do país, já ficarei satisfeita. Nosso país é conhecido pela instabilidade política. Quem está de fora, percebe claramente que a intenção dos nossos políticos, não são inteiramente boas. Acredito que nós brasileiros, eternos esperançosos, preferimos acreditar que tudo pode melhorar.

No meio tarde fiquei curiosa sobre meus convidados. Abrindo a primeira pasta, começo a rir. De cara há imagem de um sheik de quarenta e cinco anos, com oito esposas. Isso mesmo, OITO! Investimento de risco é com ele mesmo. Se os outros seguirem a mesma linha, será uma Vitrine muito divertida. Fecho-a e a coloco de lado. Vou estudar as personalidades em casa, são muitas coisas a serem assimiladas e várias estratégias a serem traçadas.

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