A mulher perfeita

Від LarissaGomes437

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Capa por @larissamiranda_1 E quando você acha que encontrou a pessoa certa? descobre que ele é tudo o que voc... Більше

Prefácio
1- Tropeçando nos mesmo erros
2- Em chamas
3- O nosso momento
4- Perfeição de mais
5- Concertos á fazer
6- Lição um
7- Um "presente"
8- Decisões
9- Objetivos concretizados
11- Brincadeira de criança
12- Formando um "homem"
13- Pesadelos
14-Mente consumida
15- O grande dia
16- Como não olhar para trás
17- De volta ao lar
18- Naufraga na propria mente
19- Chuva e tempestade
20- Uma boa aluna vira professora
21- 120
22- Livre
22- A carta
Agradecimentos
Continuação

10- A verdade

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Від LarissaGomes437




Eu não dormia, Ryan me trazia comida três vezes ao dia, já se foram três dias desde a morte de Julia e eu simplesmente não conseguia pegar no sono, eu via seu rosto em minha frente de novo, de novo e de novo. Ryan as vezes tentava conversar mas eu só queria morrer, era só o que eu queria e nem mesmo isso ele me permitia, hoje pela manhã quando ele veio me trazer comida o jantar ainda estava no mesmo lugar do dia anterior, percebi em seu semblante que sua paciência estava acabando, mas ameaças não mudariam nada, eu já não via mais valor em viver, não me sentia digna disso.

- Você precisa comer, está emagrecendo. - Ele parecia falar como um pai que fica bravo porque você está doente, eu simplesmente não respondi, me mantive olhando para o chão. - Você vai acabar desmaiando, precisa comer Lizi. - mais silêncio na sala. Ryan revirou os olhos, acho que ele percebeu que nada mudaria, ouvi ele bufar como se estivesse exausto. - Ta bom vamos fazer um trato, Lizi eu vou te dar uma banho, você está com essa roupa tem muitos dias, depois vou te dar de comer porque você deve estar muito fraca, e vou te mostrar um vídeo, depois disso vou te fazer uma pergunta, você vai me responder e essa resposta vai te levar a algum caminho e logo depois para a liberdade e se você ainda quiser a morte, eu te deixarei ir, e se você não conseguir fazer e quiser, eu te ajudo, porque Lizi, eu realmente amo você.- me mantive calada, não iria dizer nada para aquele psicopata, aquele era mais um de seus joguinhos, ele jamais me daria liberdade. - Vamos Lizi, você sabe que eu posso ser muitas coisas, mas não sou nenhum mentiroso, o que eu digo eu sempre cumpro.- quanto a isso eu não podia contestar, ele não mentiu em momento nenhum eu é que fui muito tola e achei que eram blefes e brincadeiras como as pessoas normais fazem, mas Ryan não era normal, acredito que se perguntassem se ele matou pessoas ele afirmaria que sim tranquilamente, já eu me tremeria e teria medo da verdade,levando isso em conta eu consenti com a cabeça, não tinha muito mais a ser feito. Ryan me desamarrou e me tomou em seu colo, eu me sentia como se um carro tivesse passado em cima de mim, meu corpo estava dolorido e eu não tinha forças para me mexer, mesmo que eu quisesse fazer algo eu não conseguiria. Eu quase não vi para onde estava sendo levada, mas era bem iluminado, meus olhos não estavam acostumados com a luz tão forte, ele caminhou por um curto prazo de tempo, as vezes meus olhos fechavam involuntariamente e eu me forçava a abri-los, não queria que ele tivesse a alegria de me ver desmaiar, ele já devia estar bem contente por eu estar tão fraca. Ele abriu uma porta e me sentou na tampa do vaso sanitário, o banheiro era todo branco, paredes, louças, chão, mobília e utensílios, tudo perfeitamente branco, era uma banheiro pequeno, como o de um apartamento, Ryan veio em minha direção e tirou meu vestido rasgado, depois minhas roupas intimas, e meu corpo parecia incapaz de se mexer, ele me deu um beijo na testa e eu desviei com lentidão, ele colocou um banquinho dentro do box do banheiro e me sentou lá, ligou a água que tinha uma pressão que parecia que estava massageando meu inútil corpo, olhei para meus braços e pernas e percebi que estavam mais finos, e embora a água estivesse em boa temperatura eu senti meu rosto gelar e minha visão começava a ficar um pouco escurecida e eu lutava contra aquilo. Ryan levantava meus braços, pescoço e pernas e ia passando a bucha cheia de sabão delicadamente pelo meu corpo, eu sentia mais do que via, eu só sabia que ele estava com uma camiseta branca e bem encharcado, seus cabelos desalinhados e pingando, ele tomava cuidado para que cada área fosse bem higienizada, e o serviço estava fácil até que foi necessário limpar meu tronco, ele me fez apoiar em seu ombro jogando meu braço por cima do mesmo e me levantou, eu estava quase desacordada, não conseguia ver bem, mas senti ele limpando meu tronco da maneira que conseguia, as vezes meu corpo escorregava dificultando o processo então ele tinha e me equilibrar novamente, ele tentou algumas vezes e depois me sentou no banquinho de novo, eu já não sentia muito bem meu corpo, então não sei muito bem dos detalhes, só percebi que ele lavou meus cabelos e me chamou algumas vezes para se certificar que eu ainda estava consciente.

- Lizi vamos você aguenta, não desmaie, já está acabando. - ele me deu alguns tapas leves no meu rosto e isso me despertou por mais alguns segundos e pude ver que ele me enrolava em uma toalha macia e me carregava no colo e abriu uma porta ao lado do banheiro, era um quarto, um quarto também muito branco, mas tinha alguns detalhes cinza, como os puxadores do guarda-roupa, os travesseiros e um gancho para roupão que estava na parede, lá ele colocou minha toalha e eu senti frio, meu cabelo ainda estava muito molhado, ele colocou em mim roupas intimas que eu jamais vi, acredito que ele tenha comprado, também colocou um casaco azul marinho que provavelmente era seu, era muito grande para mim, e colocou em mim uma calça Jeans, neste momento eu parecia um pouco melhor, conseguia me mexer um pouco o que facilitou para Ryan, por um momento senti como se ele não fosse aquele psicopata doentio que eu sempre vejo em minha frente, naquele momento ele era o cara que eu conheci na internet e com quem saí á uma semana, naquele momento parecia que eram duas pessoas diferentes e que agora aquele cara gentil e interessante estava comigo e cuidando de mim. As coisas começaram a girar e meu rosto começou a gelar de novo, minha visão começou a escurecer, Ryan estava pegando algo no guarda-roupa, eu tentei chamar seu nome, mas não consegui, e então tudo escureceu.

Abri meus olhos e ainda estava tudo escuro, eu estava sentada em uma poltrona confortável , uma televisão estava á minha frente, á mais ou menos um metro e meio de onde eu estava, a tela estava azul como se esperasse um vídeo começar, eu também percebi que uma das mangas de meu casaco estava dobrada até o cotovelo, me assustei pois havia uma agulha ligado á uma mangueira plastica unida á uma bolsa transparente com um liquido transparente que estava sendo segurado por um suporte de metal, meus olhos se arregalaram, o que será que Ryan estava aprontando comigo, e antes que eu pudesse remover aquilo de meu braço ele entrou na sala escura, deduzi que eu estava na mesma sala que ele me manteve, Ryan segurava uma bandeja em suas mãos.

-Fique tranquila é apenas soro, você precisa ser hidratada.- ele colocou a bandeja no meu colo, um prato com comida quente, macarrão e carne. - Bastante carboidrato, você precisa.- ele disse com um sorriso e depois sentou no chão próximo as minhas pernas.

-O que vamos ver?

-Coma, vamos ver um pouquinho de verdade, garanto que será esclarecedor.

-Que tipo de verdade?

-O tipo que eu sei que você que saber, agora coma você precisa, está muito fraca.- minha cabeça doía muito, me esforcei para pegar o garfo na bandeja e enrolei o macarrão e coloquei na boca, mastiguei lentamente senti meu estomago se alegrando com aquele momento, mas mesmo assim não sentia vontade de comer. - Olha Lizi eu sinto muito mesmo.- ele parecia muito triste, ou arrependido não soube dizer bem, e enquanto colocava a segunda garfada na boca ele olhou para mim.

-Pelo quê?- disse ainda de boca cheia, de qualquer forma ele não merecia minha educação.

-Por não ter estado ao seu lado quando você precisou, você desmaiou e eu não estava lá.- ele falava como se fossemos um lindo casal feliz, ridículo.

-Você não tem obrigações para comigo, não temos nada que nos ligue.- procurei ser o mais enérgica possível mesmo sem energia nenhuma.

- Você sabe que temos.- ele se levantou e ligou o DVD, a tela esteve escura por mais ou menos dois minutos, Ryan veio em minha direção e tirou a bandeja do meu colo e colocou no chão, logo depois foi para trás da poltrona e então fui surpreendida por uma densa corda que me amarrou com força a cadeira.

-Por que está fazendo isso?

-Porquê vamos ver até o final.- sua voz era branda, não gostei do que poderia ter naquele DVD.

-O que tem ai?

-Como eu disse querida, apenas a verdade. - seu olhar era tranquilo, ele se apoiou na televisão e tirou um controle remoto do bolso de sua calça Jeans ele apontou o controle para a televisão e pausou o vídeo logo que o título iria subir, o fundo era preto e pude ver as letras começarem a rolar de baixo para cima, não pude ler o que estava escrito, apenas o começo das letras apareciam, eram brancas, parecia um vídeo daqueles feitos em casa, aqueles que você "picota" vários vídeos e os encaixa em um só com uma edição caseira, suspeitei que não seria um maravilhoso vídeo de família, ele não disse nada sobre o conteúdo do vídeo, o que ele era, pra quê era e porque eu tinha que ver aquilo, seria uma tortura? eu não soube dizer bem, na verdade deixar minha mente rolar solta já era um tipo de tortura, ele sabia disso, me olhava em total silêncio, ele sabia que minha mente era minha pior prisão, a pior arma que ele podia usar contra mim era me deixar navegar em meus pensamentos. Será que ele me mostraria como torturou outras garotas? as promessas que ele fez a elas? talvez as imagens de suas prováveis diversas camas com outras pobres garotas que não resistiram ás suas torturas , ou que não foram suficientes para seu desejo maniaco de perfeição, que não atingiram o "objetivo" seria isso? seria um vídeo sobre amedrontamento? ele sabia que minha vida não era mais interessante então com certeza a ameaça não era a morte, ele tinha algo pior que isso em mente, Ryan é esperto e um estrategista, ele lê nas entrelinhas, lê até mesmo o que não está escrito, Ryan era o tipo de gênio atado á um psicopata, como se um fosse a sina do outro.

-Ryan o que tem neste vídeo e por que ele não começa logo?- minha voz ficou tremula, melhor para mim seria que a tortura começasse logo, a espera alimentava minhas expectativas negativas e meu medo do por vir. Ele ficou em silêncio, olhando para mim em total serenidade, aquela serenidade, aquela frieza, com certeza o conteúdo do DVD passava por sua diabólica mente e ele não tinha nenhuma emoção com aquilo, o que me preocupava, o que afinal de contas faria Ryan ter algum tipo de sentimento real? Aquilo que ele mostrou á minutos atrás deveria ser um tipo de alter ego que ele tem dentro de si, um alter ego que sente amor e também misericórdia, mas esta criatura na minha frente não possuía um coração dentro de si, não tinha nada. -Ryan fale alguma coisa!- minha voz se elevou, mas eu ainda não tinha forças para gritar, ainda me sentia muito fraca. -Ande Ryan, eu mereço saber depois de tudo o que você me fez passar, depois de ter destruído minha vida e a de outras pessoas eu mereço uma simples explicação!- algumas lágrimas rolaram em meu rosto durante a frase, o pesar daquelas palavras trazia com elas minha dor, o que me tirava o sono, e as imagens rolavam em minha mente como um flash back cruel que eu não podia parar.

-Não chore, não é momento para choro, como eu disse, hoje iremos aprender algo muito importante querida, hoje tudo, tudo fará sentido para você e você vai conseguir entender o porquê de tudo e não vai mais precisar me perguntar isso. - ele ainda estava sem expressão, não sei se em algum momento durante aquela execução ele iria ter, eu engoli em seco e então ele novamente apontou o controle para a tevê, mas antes de apertar qualquer botão ele se aproximou de mim e se sentou no chão da mesma forma que antes. -Agora é a hora, acho que você está pronta querida.- ele apertou play e o título apareceu finamente na tela "A verdade".

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