The Colors Between

By yassromano

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Em Prescott High, tudo tem o seu lugar. 𝘛𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘵𝘦𝘮. Allison Hastings sempre esteve ciente disso, bem c... More

The colors between
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Epílogo
Notas finais
Epílogo Bônus

6.

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By yassromano

Uma parte de mim queria sair correndo dali, tentando se recuperar do soco no estômago que havia levado ao presenciar aquela cena. Mas outra parte fervia de raiva. Eu simplesmente não conseguia desviar os olhos, chocada. Havia confiado nele e ele havia me traído. Mantinha Madison contra a parede e a beijava como se eu não existisse. E talvez não existisse mesmo, não para ele.

Então Ben me viu e empalideceu, soltando-a. Madison era uma das minhas colegas de turma e nós tínhamos algumas aulas juntas, onde ela nunca se mostrara nada além de amigável. Agora, ela parecia surpresa em me ver, mas não era a reação dela que realmente importava. Eu encarei Ben com toda a frieza que conseguir, determinada a não chorar ali, não na frente dele.

— Espero que você saiba que acabou. — eu disse, sentindo uma dor no peito ao pronunciar cada palavra — Divirtam-se.

Com último olhar, dei as costas e me afastei a passos rápidos, não querendo ouvir qualquer desculpa estúpida que ele pudessem inventar. Eu já havia tido o suficiente.

Entrei no primeiro cômodo vazio que encontrei, escorando-me em uma das paredes e fechando os olhos. Como tudo podia ter desmoronado tão rápido? Minha respiração estava se tornando mais pesada e meus olhos ardiam com as lágrimas que eu estava tentando evitar derramar. Na minha cabeça, dentre todos os pensamentos que me assolavam naquele momento, uma palavra específica piscava como um letreiro neon: Traída.

— Allison. — a voz Ben chamou e eu abri os olhos para encontrá-lo parado a minha frente com uma expressão de culpa. Ele se sentia mal por estar me traindo ou por ter sido pego? Naquele momento, eu não queria saber. Eu o ignorei e comecei a me afastar novamente, pronta para deixá-lo para trás — Allison, por favor, vamos conversar. — ele me segurou pelo pulso.

— Me deixe ir, Ben. — eu disse rispidamente, tentando puxar meu braço para fora de seu aperto.

— Não até você me ouvir. — ele respondeu segurando meu pulso com mais força.

— E o que raios eu teria para ouvir? — eu retruquei, elevando a voz — Acabou!

— Allison, eu não a quero, eu quero você!

— Não era o que parecia cinco segundos atrás! — gritei — Lide com as consequências dos seus atos! — puxei meu braço e tentei sair dali, porém ele me segurou, dessa vez pelos dois pulsos. Aquilo com certeza iria deixar marcas e o movimento brusco me fez perder o equilíbrio e bater a testa em uma prateleira. Isso o fez arregalar os olhos em choque e ele estendeu a mão para tocar o corte que se abriu em minha testa, porém eu a afastei com um tapa.

— Allison, babe...

— Vá embora! — exigi, apontado para a porta. Sendo incapaz de continuar contestando, ele virou-se e saiu, deixando-se sozinha com o vazio que crescia em meu peito.

As lágrimas finalmente vieram, escorrendo pelas minhas bochechas e provavelmente deixando-as manchadas com a maquiagem que eu estava usando naquela noite. A dor da traição parecia querer rasgar-me, de modo que eu não conseguia parar as lágrimas e soluços. Eu havia me sentado sobre a cama do quarto porque achava que meus joelhos estavam prestes a ceder. Era difícil respirar, como se alguém estivesse apertando minha garganta e impedindo o ar de chegar aos meus pulmões. Eu não conseguia focar em nada que não fosse minha falta de ar e a ansiedade estava explodindo dentro de mim, irradiando da cabeça aos pés.

Eu me senti estúpida e vulnerável. Eu realmente havia colocado fé e expectativas em meu relacionamento com Ben e acreditado que ele era um cara legal e que gostava de mim. Eu não era tão ingênua ao ponto de estar imaginando nosso casamento ou algo assim, mas quando você tem um relacionamento, você espera que ele floresça e vá adiante, não desmorone. A quanto tempo isso estava acontecendo? Se ele estava ficando com Madison, por que ele estava comigo também? Será que ela sabia sobre nós ou Ben havia invertido a história para ela, fazendo-a a namorada e eu a amante? Havia milhares de perguntas para as quais eu provavelmente não teria um resposta a não ser que eu fosse atrás delas, o que era a última coisa que eu faria. Eu não gostava de conflitos, mesmo que minha vida parecesse uma série deles. Eu evitava o drama por um motivo, porque fazia minha ansiedade me comer viva. Ben sabia disso? Ele sequer havia se importado com a agonia que isso iria me trazer?

— Ei, será que... Você está bem? — a voz fez com que eu levantasse a cabeça e olhasse para a porta. Hunter Collins estava parado ali, com as sobrancelhas franzidas. Eu balancei a cabeça, incapaz de formular uma resposta em voz alta, não quando eu ainda estava chorando copiosamente, trêmula e abalada.

Hunter aproximou-se devagar e sentou-se ao meu lado na cama, analisando-me com cuidado. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que eu nunca havia visto antes. Muito lentamente, ele esticou a mão para tocar minhas costas, esfregando-as em um gesto de conforto. Ele continuou enquanto eu soluçava e lutava para respirar e eu odiava que ele me visse naquele estado.

— Está tudo bem, respire fundo. — ele instruiu — Eu estou aqui, ok? Só respire fundo.

Eu me forcei para controlar meus soluços e, após vários minutos de exercícios de respiração e frases tranquilizadoras de Hunter, eu finalmente havia me acalmando e meu ataque de pânico havia diminuído para algumas lágrimas e mãos trêmulas. Eu fechei os olhos por um segundo, tentando me recompor e, quando os abri novamente, Hunter parecia estar tentando escolher suas próximas palavras com cuidado, provavelmente para não me estressar mais; eu entendia, ver alguém assim era bastante assustador e fazia você pisar em ovos, sem saber o que fazer em seguida.

— O que fez você ter um ataque de pânico? — ele perguntou baixinho. Eu franzi minhas sobrancelhas em surpresa ao vê-lo usar o termo correto e não simplesmente imaginar que eu havia surtado como algumas pessoas menos delicadas faziam. Minhas expressão deveria ter entregue meus pensamentos, porque ele explicou:

— Minha mãe é enfermeira, ela me ensinou uma coisa ou outra. — ele respondeu simplesmente — Você não precisa responder, se não quiser.

— Eu acabei de terminar com meu namorado traidor. — eu confessei. Falando assim, eu parecia apenas uma adolescente fútil. Eu realmente havia tido um ataque de pânico por causa do Ben? — Droga, isso é tão estúpido.

— Não é não. Você tem todo o direito de estar chateada. — Hunter me assegurou — Você quer falar sobre isso?

Então, antes que eu pudesse engolir minhas palavras, eu derramei a última meia hora, explicando o que havia acontecidos entrar em muitos detalhes. Eu senti minhas bochechas corando em humilhação e sabia que jamais teria me aberto assim se não estivesse tão abalada. Hunter havia me pegado em um momento crítico e, pela expressão dele, eu sabia que ele não era o tipo de cara que simplesmente daria as costas e me deixaria sozinha.

Hunter ouviu com atenção, parecendo irritado com a situação, mas de alguma forma eu sabia que era por mim e não comigo. Devagar, ele esticou a mão para tocar o local onde eu havia batido a cabeça; o corte ali latejava, mas não tanto quanto o meu peito. Quando seus dedos tocaram minha pele, uma corrente elétrica se espalhou pelo meu corpo e a sensação era boa, embora eu não quisesse pensar sobre o que aquilo significava.

— Ele fez isso com você? — ele perguntou baixinho. Por trás da preocupação eu podia ver a fúria queimando em seus olhos.

— Eu tropecei no escuro quando porcurava pelo interruptor. — era uma meia mentira, mas eu sabia que, se Hunter julgasse Ben culpado pelo meu machucado, ele provavelmente sairia para confrontá-lo e a última coisa de que eu precisava naquele momento era de uma briga no corredor por minha causa, tornando-nos a atração para todos os presentes na festa.

Hunter franziu as sobrancelhas, desconfiado, mas não insistiu sobre o assunto.

— Você precisa que eu chame alguém? Aidan está aqui, não está? — ele perguntou. Céus, não. Aidan seria provavelmente a última pessoa que eu arrastaria para essa situação. Talvez ele demonstrasse alguma compaixão por mim, mas então não faria nenhuma ideia de como lidar comigo. E então provavelmente usaria isso contra mim para sempre.

— Não, não conte a ninguém. Especialmente Aidan. — eu pedi. Hunter me encarou seriamente.

— Eu não acho que...

— Isso não vai tornar as coisas melhores. — eu o interrompi — Por favor, Hunter, faça isso por mim.

Com um suspiro, ele finalmente concordou, mesmo não parecendo feliz com a ideia de eu querer lidar sozinha com aquilo.

— Melhor cuidarmos disso então.— Diz Hunter delicadamente, indicando minha testa, onde o corte provavelmente sangrava. Hunter guiou o caminho até o banheiro do quarto e procurou por um kit de primeiros socorros no armário da pia enquanto eu me sentava sobre a mesma, me sentindo subitamente fraca demais para ficar em pé.

Hunter sabia ser delicado, fazendo cuidadosamente um curativo em minha testa. Ele manteve-se concentrado na tarefa enquanto eu me mantinha concentrada em ouvir nossas respirações, porque eu precisava desesperadamente me focar em algo que não fossem os últimos acontecimentos.

— Pronto. — ele diz quando termina — Eu não acho que vá ficar alguma marca, mas você provavelmente deveria procurar um médico se sentir tonturas ou algo assim.

— Obrigada, Hunter. — eu respondi, encarando-o — De verdade.

— Você nunca deve me agradecer por isso. — ele diz sério — Você precisa de uma carona para casa? — eu balancei a cabeça negativamente.

— Minha melhor amiga está aqui, eu vou voltar com ela. — eu respondi.

— Você está pronta para sair daqui? Eu posso ir procurá-la e trazê-la para você, se você quiser. — ele disse gentilmente. Novamente, eu balancei a cabeça. Mesmo que a oferta fosse tentadora, eu só queria encontrar Jasmine rapidamente e sair daqui. E provavelmente nunca mais pisar em uma festa de novo. — Ok, então. Deixe eu acompanhar você.

Cansada demais para protestar, eu apenas assenti e deixei Hunter me levar para fora do quarto. Precisei resistir ao súbito desejo de olhar para trás para o corredor, querendo saber se Ben e Madison ainda estavam ali, como se nada tivesse acontecido, ou se eles haviam saído. Eu me forcei a seguir em frente, no entanto, sabendo que vê-los iria apenas me machucar mais.

Hunter me guiou até o primeiro andar e nós abrimos caminho em meio a multidão ainda animada. Eu agradeci aos céus quando não trombamos com nenhum conhecido e, quando avistei Jasmine, apontei para Hunter, deixando-o saber que ele podia seguir em frente também. Antes que ele saísse, no entanto, Hunter se virou para mim.

— Sinto muito pelo seu namorado. Ele é realmente um idiota por não perceber o erro que cometeu ao magoar você. — ele disse — E você merece muito mais do que isso.

As palavras de conforto dele aqueceram meu coração partido.

— Obrigada, Hunter. Eu vou ficar bem, não se preocupe. — garanti. As palavras podiam parecer uma grande mentira, mas, mesmo completamente despedaçada como eu me me sentia naquele momento, de alguma maneira, eu sabia que ficaria bem, não importa o quanto demorasse.

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