Oi incríveis tudo bem? Tenho prova hoje por isso ando meio ausente, assim que acabar a prova vou responder todas as mensagens fofas que tenho recebido :) Muito obrigada pelos votos e comentários. Hoje começa a nossa segunda fase, espero que gostem ♥
Alison
Correr ultimamente era uma das poucas coisas que me faziam bem. Finalmente eu estava de férias. Depois de cinco longos anos de carreira eu finalmente poderia dormir até tarde, correr durante as manhãs para refrescar os meus pensamentos e quem sabe até compor alguma música?
Finalmente eu estava em casa. Uma bela mansão em Malibu na Califórnia, podendo admirar o mar todos os dias e correr na praia sentindo a brisa do mar penetrar a minha pele.
Por isso naquela manhã, meu primeiro dia de férias, eu acordei bem tarde, quase no horário do almoço e fui correr. O sol escaldante do meio dia queimava a minha pele pálida e eu podia sentir o suor escorrendo nas covinhas das minhas costas. O boné cobria parcialmente o meu rosto me protegendo do sol. O lado bom de morar na Califórnia era que eu poderia correr na praia o dia inteiro e não ser tão importunada pelos paparazzi pelo simples fato de que eu morava em um lugar cercado de outras celebridades.
É claro que alguns insistiam em correr atrás de mim, mas não havia nada de interessante em uma matéria sobre Alison Reak correndo na praia. Os paparazzi estavam mais preocupados em descobrir quem era a nova namorada do Justin Bieber do que correr atrás de mim na praia. De vez em quando eu tinha que parar a minha caminhada matinal para tirar fotos com os fãs. Não que isso me incomodasse, mas às vezes aquilo era exaustivo demais. Fingir o tempo todo que você está feliz e que a sua vida é perfeita.
Eis a minha realidade: Eu fiquei cinco anos sem tirar férias. Nem um dia de folga se quer. Assim que eu ganhei o FAMA não parei mais. Eu fazia mais de trinta shows por mês, lançava um disco novo todo ano, gravava vídeo clipes, campanhas publicitárias, fotos para revistas, participações em grandes produções hollywoodianas... Enfim, quando eu não estava trabalhando eu estava bebendo. E esse é o motivo das minhas férias: manter-me longe do álcool. Meu empresário e a minha mãe acham que se eu ficar em casa sem trabalho eu vou quietinha sem beber ou me meter em problemas. E essa era a condição deles, ou eu parava de me meter em problemas ou eu ia ser internada em uma clinica de reabilitação.
"A garota problema de Hollywood" era assim que as revistas estavam me chamando. Festas, drogas e sexo passaram a ser a minha rotina. Os paparazzi estavam obcecados com a minha vida amorosa. Depois que eu terminei mais um péssimo relacionamento (porque eu tenho muita sorte no amor) eles queriam saber quem seria a próxima vitima, mas naquele momento correndo na praia com a música bem alta no fone de ouvido eu não servia para eles.
Assim que o sol ficou ainda mais quente mergulhei no mar azul cristalino. Eu sempre andava com biquíni por baixo da roupa. Sem dúvidas um mergulho era melhor do que uma massagem. A água do mar estava quente, a praia estava cercada de gente bonita, todos ricos e famosos.
Saí do mar e lá estava Jeff meu cão de guarda, OPS, segurança. Jeff segurava uma toalha para eu me enxugar. Ele tinha o dobro do meu tamanho e usava um terno preto típico dos serviçais daquela categoria. Jeff era bem mais velho que eu, ele devia ter quase quarenta anos. Depois que eu fui pra cama com Enrico nosso antigo segurança (que era maravilhoso por sinal) minha mãe optou por contratar caras mais velhos e não tão sedutores para me vigiar.
A minha casa não ficava longe dali, mesmo assim Jeff me fez entrar no carro blindado. A minha vida era assim, eu era vigiada 24 horas por dia.
Quando eu cheguei os portões da mansão se abriram, minha casa ficava em um dos bairros mais ricos de Malibu. O lado bom de morar na costa oeste era o sol, a praia, as pessoas bonitas, a tranquilidade e o glamour. A Califórnia era muito diferente da fria Nova York. E Malibu era muito melhor que Jersey.
— Boa tarde, senhora. — Uma das empregadas me cumprimentou quando eu passei pelo hall da entrada. Eu a ignorei, pois eu não fazia ideia de quem era aquela criatura.
Subi a escadas e fui para o meu quarto tomar um banho gelado para tirar a areia do meu corpo e gosto salgado da minha pele. O meu quarto era tão grande, havia várias fotos minhas espalhadas pelo lugar, todas elas eram fotos de revistas em que eu fui capa. 96 capas. Essa era a quantidade de vezes que eu saí em uma capa de revista. Ao lado da minha penteadeira havia uma estante com todos os meus prêmios musicais, grammys, MTV Vídeo Music Awards dentre outros. Eu era uma estrela e me orgulhava disso.
— Alison! — uma voz rouca me chamou. Era Jess ela batia na minha porta feito uma louca.
Corri para abrir a porta para ela, eu havia acabado de sair do banho e estava embrulhada em uma toalha branca. Jess trabalhava para mim. Depois que ela se formou eu a convidei para trabalhar comigo. Jess era social media e tomava conta das minhas redes sociais.
— Oi mocinha. — Ela sorriu para mim. Jess estava com um novo corte de cabelo e, uma franja que cobria as suas sobrancelhas loiras.
— Oi, o que você quer? Eu estava no banho — reclamei.
— Você não olhou as suas redes sociais hoje, né? — perguntou.
— Não — falei. — Você sabe que eu não sou tão viciada nisso.
— Ótimo. — Ela entrou no meu quarto e fechou a porta.
Jess sentou na minha cama e cruzou as pernas com uma expressão facial muito séria.
— Não veja nenhuma das suas redes sociais hoje — ela pediu.
— Por quê? — perguntei curiosa enquanto o meu cabelo molhava as minhas costas que estavam quase secas.
Jess retirou um livro da sua bolsa prada. Ele era de capa dura e a cor azul cintilante predominava. Ela colocou o livro no seu colo e deixou a bolsa de lado. Respirou fundo e mordeu o lábio inferior.
— O que aconteceu? — inquiri.
— Se arrume primeiro, depois nós conversamos.
Bufei e corri para o meu closet para pegar um vestido fresco. Fui para o banheiro e me troquei, penteei os meus cabelos e passei apenas o desodorante. O que Jess escondia de mim? Fiquei tentada a entrar na internet e assim descobrir.
— Pronto — falei para ela assim que saí do banheiro.
— Você já almoçou? — ela inquiriu. — Podíamos comer uns burritos...
— Jess fale logo! — A interrompi cruzando os braços com raiva daquela enrolação toda.
— Eu conheço um lugar que faz burritos ótimos!
Revirei os olhos.
— Não quero, obrigada. Estou de dieta.
— Você sempre está de dieta! Que saudade da minha antiga amiga que comia junto comigo! — ela reclamou.
— Se você me contar o que está escondendo de mim, eu como burritos com você!
Ela sorriu e estendeu o livro de capa azul para mim. O livro era extremamente pesado, devia ter mais de seiscentas páginas. Eu o ignorei e falei:
— É de fantasia? Por que se não for de fantasia daqueles bem sangrentos, estilo Game of Thrones, eu não vou ler — falei atirando o livro na cama.
— Você nem viu direito o livro — ela reclamou pegando o livro da cama e o estendendo novamente para mim.
— É romance? Eu odeio romance! Você sabe que eu não leio romance! Só fantasia e os livros do tio King.
— Pegue logo! — ela apontou o livro para mim.
"A garota que eu nunca vou ter" esse era o titulo do livro. "Que cafona" pensei dei uma risadinha e passei os meus dedos sobre as letras metálicas do livro. Meus dedos deslizaram até o nome do autor: Jace Connor.
Choque.
Surpresa.
Um leve arrepio na nuca.
Nostalgia.
— Jace escreveu um livro? — perguntei a Jess.
— Sim. — Ela não parecia feliz.
— Que legal — falei sem jeito. — Que bom que ele escreveu, é romance?
— Sim — ela respondeu. — É um livro meio biográfico.
— Como assim? — Franzi a testa.
— Ele conta a vida dele, de um jeito meio que de ficção. Tipo, no livro eu virei Joana e a Julie virou Jennifer.
Franzi o cenho, algo estava errado.
— Eu estou nesse livro? — perguntei.
— É... — Jess gaguejou. — Digamos que sim.
— O quê? — perguntei furiosa. Eu não gostava de falar sobre o meu passado, Jace não tinha o direito de me expor assim.
— Qual foi o nome ridículo que ele me deu? Alice? Amanda? Amy? Tem alguma chance das pessoas saberem que sou eu?
— Ali, o livro está na pré-venda. Ainda não foi lançado e nós podemos...
— Qual foi o maldito nome? — perguntei irada.
— Alison Reak — ela finalmente falou.
Que merda era aquela? Senti um ódio imenso crescendo no meu peito. Cinco anos sem saber sobre Jace Connor e quando eu finalmente tenho notícias dele, ele faz alguma besteira. Típico do Jace! Ele não mudou nada!
— Ali, você tem que ler o livro — Jess falou. — Ele não difama você, ao contrário, são seiscentas e oitenta e oito páginas falando o quanto você é perfeita e ele um idiota.
— Eu não quero saber! — gritei atirando o livro na cama o que quase acertou a Jess. — Aquele idiota invadiu a minha vida e está se aproveitando da minha fama para fazer sucesso também!
Jess ficou calada, ela parecia não concordar comigo.
— Jess, você sabe o quanto eu lutei para esquecer o meu passado! — Senti as lágrimas jorrarem no meu rosto, eu estava chorando de raiva.
— Eu sei, Ali, mas você...
— Não! Eu vou processar esse cretino! — Baguncei os meus cabelos, irada. — Quando essa porcaria vai ser lançada?
— No sábado em Nova York. Jace vai estar na Barnes e Noble autografando os exemplares. Talvez se você conversar com ele...
— Ótimo! — a interrompi exaltada. — Faça as malas. Vamos para Nova York. Vou ter uma conversa bem séria com Jace Connor.