Quinn Pov
Agora sim foi tudo para o lixo, ela não vai me perdoar, muito menos confiar em mim outra vez.
Cara, que vontade de matar essa garota magricela.
— Ashley, saí do meu quarto!
Ordenei com raiva, estava sem paciência nenhuma. Ela me olhou como se eu estivesse falando grego.
— Você me quer, eu sei.
Falou rindo e meio embolado por estar bêbada, eu bufei, porra de garota. Vou ter que ligar para alguém vir busca-la, ou eu vou matar essa magrela. Já sei...
— Eu acho bom que você tenha um ótimo motivo para estar me ligando uma hora dessa.
Nargis falou estressada e eu quase ri, era engraçado vê-la de mau humor, mas eu estava a ponto de matar Ashley, deixaria para rir de Nargis depois.
— Preciso da sua ajuda.
Disse e ela suspirou.
— O que foi? Precisa de camisinha? Eu não tenho.
Falou divertida e eu não consegui não rir baixinho.
— Idiota. Pode vir no meu quarto?
— Menáge a tróis?
— Não, Nargi. Eu preciso da sua ajuda mesmo, sério.
— Poxa deixa para próxima então. Brincadeira, to indo ai já.
Desliguei o celular e me encostei na cômoda, a maldita da Ashley ainda estava deitada em minha cama.
Que ótimo, justamente na hora em que eu estava prestes a confessar tudo a Rachel, essa garota tinha que aparecer, agora sim ela não vai me ouvir e pior... Ela vai continuar o casamento.
— Quinnie...
Ouvi Nargis me chamar e rapidamente abri a porta para ela.
— Me ajuda a tirar essa garota daqui.
Apontei para Ashley em minha cama e Nargis me olhou interrogativa.
— Ok, cadê a Rachel?
Perguntou olhando em volta do quarto e eu suspirei.
— Depois te explico, agora me ajuda com ela.
Falei e ela assentiu. Conseguimos levar Ashley para o quarto dela, com certa dificuldade já que ela é pesada e não conseguia andar direito sozinha. Depois que finalmente conseguimos voltamos para o meu quarto.
— Ta bom, agora vai lá, me conta.
Sentamos na cama e eu deitei minha cabeça no colo dela antes de começar a contar tudo desde o início. Ela me ouvia atentamente sem me interromper, quando eu disse o que a Ashley fez ela quase levantou daqui para bater nela.
— Que piranha!
Ela exclamou com raiva e eu concordei.
— Pois é, agora a Rae não vai querer me ouvir e pior, vai achar que eu continuo a mesma de antes.
Suspirei derrotada e Nargis fez um carinho em meu rosto.
— Já sei o que fazer.
Falou como se tivesse tido a ideia mais brilhante do mundo, eu a olhei curiosa. Porém ruim com ela é, não me contou nada, somente disse que precisava da ajuda de Santana e da Brittany. Eu apenas concordei com ela, não sabia o que ela iria fazer, mas já estava rezando para dar certo.
Três dias... três malditos dias desde aquela noite em que Rachel me pegou na cama com Ashley em cima de mim. Ela tem me ignorado de todas as formas possíveis, eu pareço não existir para ela. E o pior é que pelo que me parece ela anda animada para o casamento, e eu? Bom, eu estou pior a cada dia, mas to me mantendo forte com a ajuda da Santana e da Nargis, que tem sido grandes amigas e protetoras minhas.
Hoje teria um almoço que os noivos dariam. Eu teria que ir mesmo, como eu vou fugiria disso? Eu sou a madrinha do casamento dela, pelo menos eu acho que ainda sou.
Já estávamos todos sentados a mesa e o pessoal conversava animadamente. Eu estava inquieta, não conseguia tirar os olhos de Rachel com aquele engomadinho rindo e falando um no ouvido do outro. Britt toda hora me cutucava, mandando eu parar de fulminar o menino com os olhos. Eu parava por alguns minutos, depois estava fazendo tudo outra vez.
Os pais de Rachel chegaram ontem, e pelo que parece eram um dos muitos que achavam aquele casamento uma loucura. Afinal, eles não se conheciam a tanto tempo assim, nem um ano pelo menos, mas ela parecia tão... envolvida, e só em cogitar essa hipótese me dá vontade de chorar.
— Pessoal, eu quero contar uma novidade para vocês.
Rachel ficou de pé atraindo a atenção de todo mundo. Todos pararam de falar na hora e focaram os olhares na bela mulher em pé, que estava sorrindo abertamente. Ela correu os olhos pelo lugar, olhando para cada um presente ali. Quando seus olhos pararam nos meus, eu senti um arrepio diferente, ela me olhou como se estivesse me torturando mentalmente. Confesso que fiquei com medo.
— Pare de se contorcer na cadeira.
Nargis me repreendeu em meu ouvido rindo e eu suspirei, ajeitando-me na cadeira.
— Eu conversei ontem a noite com o Matt e nós decidimos uma coisa... — Ela falou animada e pegou a mão do engomadinho. Eu revirei os olhos antes de pegar minha taça de vinho, levei até minha boca e dei um grande gole dele. — Eu não vou voltar para Nova Iorque depois do casamento, eu vou morar aqui com ele.
Disse por fim e todos ficaram surpresos, alguns felizes, outros já comentavam baixo. Eu não consegui segurar, cuspi o vinho que estava em minha boca e arregalei os olhos enquanto olhava na direção deles.
Ela vai mesmo me deixar?
Ela vai fugir de mim?
Eu estou perdendo o amor da minha vida e minha melhor amiga... outra vez, porém agora para sempre.
Rachel Pov
No momento em que eu contei a todo mundo que eu decidi morar no Canadá com o Matt, Quinn cuspiu o vinho que ela estava bebendo, o que fez todos a olharem sem entender. Eu também estava tão confusa quanto eles.
— Eu... é... eu, desculpa.
Ela se desculpou sem jeito se atrapalhando nas palavras, soltou a taça de vinho sobre a mesa e levantou-se, em seguida foi correndo para dentro da casa. Ela pareceu triste antes de sair dali, eu me senti mal por vê-la daquele jeito, mas eu não posso ficar perto dela, não enquanto eu ainda gosto dela, talvez depois de uns anos eu esqueça ela e volte para perto dela outra vez.
— Eu vou atrás dela.
Santana avisou e saiu da mesa acompanhada por Nargis e Britt.
Depois dessa cena que muita gente não entendeu, todos voltamos a conversar. Eu quase nem prestava atenção no que falavam comigo, apenas concordava quando me perguntavam algo... Eu só conseguia pensar no que Quinn estaria pensando e sentindo agora. Por mais que eu esteja me roendo por ela ser uma cafajeste que nunca vai mudar, ela é minha melhor amiga, eu sempre cuidei dela, ela sempre cuidou de mim. Vai doer ficar longe dela.
Vai doer muito.
O resto do dia passou sem emoções, não vi mais Quinn durante o dia. As meninas disseram que ela dormiu, preferi não ir vê-la, não poderia fraquejar agora. Ela me magoou, eu acreditei nela, ela me fez acreditar nela. Por que ela disse que me queria daquela forma se ela não queria realmente?
Já de noite, eu ouvi um sermão de meus pais sobre essa ideia de me mudar para cá. Ficamos um grande tempo discutindo sobre a minha vida, por isso que nós vivemos brigando, eles nunca me deixam crescer sozinha.
— Tudo bem, você não é tão madura quanto eu achava que era, faça o que quiser.
— Papa olha..
Tentei falar, mas ele não deixou.
— Você tem certeza disso?
Ele perguntou preocupado e eu senti meu corpo se arrepiar. Certeza eu não tenho, só sei que por enquanto eu quero ficar o mais longe de New York possível... ou melhor dizendo; longe de Quinn.
— Tenho, papa.
Minha voz saiu um pouco trêmula e ele suspirou. Pegou minha mão e deu um beijo suave nas costas dela.
— Eu espero que não se arrependa disso, mi hija. Boa noite.
Me deu um beijo na testa e saiu do quarto. Me joguei na cama e fiquei pensando em tudo. Talvez eu esteja sendo impulsiva, mas eu não conseguiria tratar Quinn da mesma forma como antes, não agora. Eu poderia acabar perdendo a amizade dela, só de cogitar essa hipótese eu sinto meu coração se quebrar e uma enorme vontade de chorar. Engoli o choro no momento em que ouvi batidas na porta.
— Entra.
Mandei enxugando o canto dos olhos rapidamente, segundos depois Santana entrou no quarto.
— Eu ouvi a discussão, vim ver se está tudo bem.
Falou com a voz suave e sentou ao meu lado.
— Agora sim.
Deitei minha cabeça em seu ombro e ela fez um carinho no meu cabelo. Eu cresci com Santana, apesar de eu passar a maior parte do tempo com Quinn, Sant sempre foi minha irmã.
— Quero te levar em um lugar.
Ela disse depois de um tempo e eu a olhei curiosa.
— Onde?
— Você vai ver. Vem comigo.
Levantou e esticou a mão para mim. Eu vou né, melhor que ficar aqui chorando a noite toda.
A casa já estava silenciosa e nem era tão tarde assim. Estranhei, porém não questionei nada, não queria ver ninguém. Entramos num carrinho, tipo aqueles de golfe, sabe?
— É tão longe assim?
Perguntei rindo enquanto ela dava partida.
— Um pouco.
Ela respondeu e eu assenti. Me ajeitei melhor no banco e olhei para cima, vendo as estrelas no céu. Automaticamente pensei em Quinn.
Merda de garota, por que eu não posso simplesmente amar o Matt?
— Chegamos.
A voz de Santana me trouxe de volta a realidade. Meus olhos brilharam quando eu vi que estávamos de frente a um lugar que parecia uma cabana.
— Nossa!
Eu exclamei boquiaberta e ela riu. Descemos do carrinho, eu estava admirada enquanto olhava cada canto dali.
— Te trouxe aqui para você pensar e ficar longe de todo mundo, eu sei que você quer fazer isso.
Ela explicou antes mesmo que eu falasse algo, eu sorri abertamente pra ela. Corri para os seus braços e me agarrei em seu pescoço, depois enchi seu rosto de beijos.
— Eu te amo cara, muito.
— Eu sei, anâ, eu também te amo. Agora me solta antes que você me enforque.
Ela pediu rindo e eu a soltei, dando um sorriso de lado depois.
— Desculpa.
— Tudo bem. Amanhã eu venho te buscar, ta bom?
Eu assenti freneticamente. Me despedi dela e olhei de volta para a cabana. Era mesmo uma cabana.
Eu tenho pelo menos algumas horas longe de tudo, é tudo que eu preciso. Ansiosa para conhecer lá dentro, eu rapidamente caminhei até a porta de entrada e entrei na cabana, estava tudo escuro. Cacei o interruptor e assim que o achei, apertei o botãozinho dele, acendo as luzes. Meu queixo quase foi ao chão quando eu olhei em volta. Tinha uma mesa posta para dois com um candelabro em cima no centro da cabana, uma garrafa de vinho perto dos pratos, havia rosas brancas e vermelhas espalhadas pelo chão. Tocava uma música baixa, eu estava pensando o que candelabros era aquilo tudo. Lua de mel adiantada?
Andei um pouco pela cabana com extrema curiosidade, vi que tinha uma enorme cama de casal ali, que também estava coberta por rosas, só que rosas amarelas... Engraçado isso porque quem gosta de rosas amarelas é a... Oh. Meu. Deus! Será que? Não, claro que não... ou sim?
— Por favor! Não foge mais de mim.
Ouvi aquela voz rouca inconfundível soar atrás de mim, senti meu corpo todo tremer e gelei. Era ela, ela estava ali.
O que eu vou fazer agora?
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Será que a Berry vai fugir??
Até breve babys!!
Ps. A QUINTA HARMONIA JÁ ESTÁ EM SOLO BRASILEIRO... MEU GZUIS.. GALERA DE SAMPA DIA 01 TO CHEGANDO!! HEHE
PsPs: HOJE É ANIVERSÁRIO DO MEU BOLINHO.. LAURENZA ♥