Águas de Março

By gisscabeyo

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Rio de Janeiro, berço do samba, das poesias de Drummond, da Boemia de Chico Buarque, das noites na Lapa, da G... More

Prólogo.
1 - Goodbye, USA. Olá, Brasil.
2 - Coisas que eu sei.
3 - Mais do que oculta.
4 - Não era pra ser tão fatal.
5- Oblíqua e Dissimulada
6 - Ano novo, desejo antigo.
7 - Nosso jogo é perigoso, menina.
8 - Infinito particular.
9 - Boemia Carioca
10 - Quebrando tabus.
11 - Bom dia.
12 - Canto de Oxum
14 - Tempo ao tempo.
15 - Menina veneno.
16 - Contrapartida
17 - O que é meu, é seu.
18 - Colo de menina.
19 - Meu Pavilhão.
20 - Rua Santa Clara, 33.
21 - Sensações extremas.
22 - Aos pés do Redentor.
23 - Codinome Beija-flor.
24 - Cuida bem dela.
25 - Luz em todo morro.
26 - Queime.
27 - Azul da cor do mar.
28 - Revival
29 - Desague.
30 - Axé!
31 - Vamos nos permitir - part1.
Vamos nos permitir - part2.
32 - Idas e Vindas.
33 - A lua e o sol - part1.
34 - A lua e o sol - part2.
Bônus - Part. 1
Bônus - Part. 2
Spin off - part 1.
AVISO - LIVRO

13 - Agradável e lento.

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By gisscabeyo


N/a: LEIAM AQUI, MORECOS!

Boa noite, gente! Eu ia postar ontem, mas ai deu um k.o e só tô podendo postar hoje. Mas vamos lá, alguns avisos.

Esse capítulo tem conteúdo proíbido para menores de dezoito anos KKKKKKKKKKKKKKKK Há um hot enorme ai, e provavelmente será o ÚLTIMO de Águas de Março ):

O capítulo está bem grande, quase onze mil palavras. Leiam com calma, paciência, desfrutem, comentem, surtem, xinguem. Ele é bastante esclarecedor para o relacionamento das nossas duas lindas protagonistas e muito importante para o desfecho da estória. Sim, ESTÓRIA COM "E" porque o que é relatado nela não passa de uma ficção, sim? Uma criação imaginária.

Espero que gostem, escrevi com carinho e, particularmente, gostei muito desse capítulo. Qualquer erro, Hannah e eu consertamos depois, amores. Amamos vocês demais. Caso queiram falar conosco, só correr no twitter da fic, que é @OurReflection5H

Até a próxima. <3


Camila POV

"Charmosa, corpo perfeito como só Deus esculpia. Ela bate na porta, entra, quer mais de uma razão pra ficar indecente. Ela faz o estilo independente, e eu só quero esse tipo daqui pra frente."

Tudo que ela quer – 3030.

Havia algo nela que me fazia borbulhar, uma piscadela e eu estava em ebulição. Talvez fosse o jeito sensual em que ela deslizava os dedos pelos fios de cabelo, ou a forma delicada em que umedecia os lábios com a ponta da língua. As mãos femininas e macias, os anéis com pequenas pedras que enfeitavam três de seus cinco dedos da mão direita. O fino colar de ouro branco que descansava em seu pescoço, caindo pela clavícula saliente e apontando um caminho delicioso no decote que ela sempre exibia. O relógio em tiras de couro branco que rodeava seu pulso esquerdo e a deixava com aquele ar sério de CEO, imponente, poderosa, exuberante, sexy, fatal. Indiscutivelmente fatal. Mas então, havia os olhos, olhos verdes e felinos, olhos de mulher quente, insaciável, misteriosa, decidida. Olhos que me encaravam como nunca outros me encararam na vida. Um olhar que me dizia, de segundo a segundo, o que seus lábios não tinham coragem de dizer. E eu descobri naquela noite, pela milésima vez, que enquanto ela me olhasse daquele jeito, eu seria a melhor mulher que eu pudesse ser.

O vento batia gelado contra o meu rosto, a janela aberta do hotel, na qual eu estava apoiada, me deixava ver a paisagem maravilhosa que Petrópolis exibia do lado de fora. Meus pensamentos estavam a todo fervor, eu não conseguia desviar o foco para outra coisa. Talvez tivesse me excedido um pouco no álcool aquela noite, ou quem sabe nos sentimentos. Definitivamente, nos sentimentos, mas já não era mais meu motivo de preocupação.

Me desencostei da janela e desci os dedos pelos botões da blusa apertada que eu vestia, pronta para me livrar dela. Abri o primeiro botão, abri o segundo e quando estava prestes a abrir o terceiro...

: - Tsc, tsc, tsc. – Um arrepio suave cortou a minha coluna ao meio e eu fechei os olhos ao sentir seu hálito quente em minha nuca. – Eu faço isso pra você.

Sem demonstrar pressa nenhuma, ela deslizou o meu cabelo para cima do meu ombro direito, depositando um beijo demorado em minha nuca. Se eu não estava preocupada antes, naquele momento, passei a ficar. Me preocupei que pudesse falar demais, gemer demais com um simples gesto. Mas lá estava Lauren, me fazendo sentir em excesso, desejar em excesso, pensar em excesso, exigir em excesso.

Deixei que um gemidinho escapasse da minha garganta, e ela deslizou suas mãos para a frente do meu corpo, tomando os botões da minha blusa. Seu peito colou em minhas costas, e eu hiperventilei com seus lábios cheios de malícia na minha orelha direita.

: - Você faz isso melhor do que eu.

Comentei com um breve sorriso, entorpecida demais com a sua respiração quente para falar qualquer outra coisa. Lauren chegou no último botão, abaixo do meu umbigo e afastou a minha camisa para os lados, expondo o sutiã em renda vermelha que eu usava. Senti meus mamilos endurecerem sob a renda na mesma hora. A junção de Lauren mais a brisa gelada que entrava pela gelada eram a coisa perfeita para o meu estremecimento.

: - Com certeza eu faço. – Aquele sotaque americano no meu ouvido. Ah... Engoli em seco. – Vem tomar um banho comigo. Vou encher a banheira com água bem quente... – Suas mãos tocaram a minha barriga, e me encolhi um pouco com a frieza de seus anéis arrastando em minha pele. – Vou lhe ensaboar a pele, lhe massagear os ombros e depois...

Ela deixou no ar e eu sorri, jogando a cabeça para trás, sobre seu ombro esquerdo.

: - E depois...

Sussurrei, querendo ouvir suas promessas e me sentir ferver com elas porque quente eu já estava.

: - E depois te cobrir com a minha boca. – Seus lábios beijaram o meu pescoço, seus dentes mordiscaram a minha orelha. Eu gemi baixo de novo, erguendo as mãos para me apoiar na janela. – E te lamber inteira, dos pés a cabeça... Nice and slow.

Nice and Slow.

Agradável e lento.

Lento.

Sim, eu queria lento, bem devagar, quase parando. Mas me devorando, a devorando. Lento. Bem lento.

Suspirei, mordendo o lábio inferior, abrindo os olhos quando seus dedos deslizaram sobre as minhas costelas, por cima da minha tatuagem, me causando deliciosos arrepios.

: - Eu realmente quero isso.

: - Eu sei que quer. – Lauren soltou uma risadinha no meu ouvido e eu quase pude enxergar o sorriso sacana descansando no canto de seus lábios. Com calma, ela puxou a camisa por meus ombros, e eu levei os braços para trás, facilitando o processo. Apenas de sutiã, não ousei me virar de frente para ela, pois quando a camisa caiu aos meus pés, suas mãos seguraram com firmeza a minha cintura para me manter na mesma posição. Eu tenho até vergonha de dizer como estavam as minhas pernas, era como se eu pudesse me desfazer ali mesmo. – Vou encher a banheira. Não saia daqui, já volto para buscar você.

: - Eu...

Eu ia dizer que poderia acompanhá-la, que ela não precisava se dar ao trabalho. Mas lá estava ela sendo, como sempre, adorável.

: - Shiii! – Suas mãos subiram por meus braços e acariciaram os meus ombros, por cima das alças do meu sutiã. Ela depositou outro beijo em minha nuca e se afastou. – Venho buscar você, não seja teimosa e fique aí quietinha.

E eu fiquei, quieta, parecendo uma abestada e apenas consegui virar a cabeça para acompanhar seus passos para fora da grande sala em que estávamos. Que porra ela estava fazendo comigo? Eu suspirei, negando enquanto sentia meu coração querer sair do meu peito.

Depois do delicioso jantar que tivemos, voltamos para o hotel em um silêncio confortável. Sofia dormiu no caminho e, como eu não aguentava seu peso quando ela adormecia, Lauren a colocou na cama para mim, em um dos dois quartos que havia naquele apartamento. Bem, e não demorou muito para me deixar ali sozinha, esperando por ela, de frente para a janela, só de sutiã e calça jeans, com o corpo trêmulo e necessitado. Eu havia planejado agir de uma forma completamente diferente, mas Lauren tinha dessas comigo, a única pessoa que conseguia me domar e me por de joelhos. E acredite, eu não me importava nenhum pouco.

Passado alguns longos minutos, onde eu já me encontrava impaciente, a vi surgir outra vez sob a baixa iluminação da grande sala. Usando apenas um conjunto de calcinha e sutiã na cor grafite, Lauren deslizou com passos calmos na minha direção. Eu quis retribuir o sorriso que ela me oferecia, mas só conseguia olhá-la, aquele corpo perfeito com todas as curvas muito bem acentuadas, as coxas grossas e torneadas que eu muito queria ao redor da minha cintura. Eu estava suspirando quando ela parou bem na minha frente, tocando com seus dedos a minha clavícula e pegando com sua mão livre uma das minhas.

: - Vem!

: - Eu vou pra onde você quiser.

Será possível que havia algum jeito de que eu não parecesse uma drogada na frente dela? Olha as coisas que eu estava falando, pelo amor de Deus! Qualquer boa leonina que eu conheço passa a metade de sua vida cagando e andando para o resto dos mortais, mas será que isso só dura até a paixão ocorrer? Ou o amor? Paixão, amor. Francamente, Camila... Se um dia eu descobrisse o que realmente sentia por Lauren seria o dia mais assustador da minha vida. A merda é que no fundo, bem no fundo, talvez eu soubesse.

: - No momento só quero te levar pra cama. – Ela me rodeou, parando em minhas costas. A segui com o olhar, de esguelha, mantendo o meu lábio inferior preço entre os meus dentes. – Na verdade, Camila, eu sempre quero te levar pra cama.

Lauren grudou seu peito em minhas costas, rodeando a minha cintura com os braços e me incentivando a dar passos para frente. Deixei que ela me guiasse, e enquanto andávamos na direção do banheiro que ficava no quarto em que dormiríamos, ela ia me acariciando e me beijando a nuca, os ombros, sussurrando delícias no meu ouvido em seu idioma oficial, dizendo o quanto eu era linda e o quanto a deixava excitada. Apesar do tom safado em que ela usava para falar comigo, sua voz possuía delicadeza, seus gestos eram gentis como se ela tivesse medo de me quebrar, muito diferente das outras vezes em que transamos. Parecia haver algo a mais na forma em que ela me tocava aquela noite, me olhava. Eu não conseguia controlar o turbilhão de sensações dentro de mim.

Quando chegamos ao banheiro, olhei ao redor com um pequeno sorriso. A iluminação era pouca, a banheira redonda presente no meio do cômodo estava quase totalmente cheia, onde um cheiro suave de loção exalava da água. Uma garrafa de vinho e duas taças estavam perto da borda, junto com duas velas acesas dentro de dois pequenos potes de vidro, e uma única rosa vermelha.

Eu olhei para ela depois de alguns segundos, vendo-a sorrir daquele jeito que muito me amolecia. O que era aquilo? Ela estava tentando me seduzir ou me fazer gostar dela mais ainda? Porque se sim, não era preciso. Seduzida eu já estava e o gostar, ah... Isso já havia se tornado banal perto do que eu estava sentindo.

: - Teremos um momento romântico essa noite, uh?

Comentei com o coração acelerado enquanto suas mãos desciam as alças do meu sutiã. Lauren me lançou uma piscadela, deslizando a mão direita com unhas pintadas de vermelho para a minha nuca, dando um aperto sutil. Fechei os olhos, saboreando a sensação maravilhosa de seus dedos puxando o meu cabelo e seus lábios tocando os meus. Ela me beijou com suavidade, apenas um roçar, sugando o meu lábio inferior para dentro de sua boca por alguns segundos. Eu quase ronronei, subindo minhas mãos por seus braços.

: - Você gosta disso, Camila? – Lauren perguntou com ternura, abrindo o fecho do meu sutiã que ficava na frente. Eu estava hipnotizada por ela, sem conseguir acreditar que aquela mulher estava ali, prestes a me dar algo que nunca desfrutei antes. Romantismo? Eu nunca soube o que era isso, até aquele momento. – Gosta da suavidade? Gosta do jeito que estou tocando você agora?

Se eu gostava? Puta que pariu, meu Deus! Eu estava fodida mesmo.

: - Gosto... Muito! – Sussurrei quando ela beijou o vale entre os meus seios, descendo o zíper da minha calça jeans, a levando para baixo junto com a minha calcinha rendada. Levantei um pé de cada vez para ajudá-la a retirar as peças, e ao fim, ela estava ajoelhada na minha frente, subindo suas mãos quentes por toda a parte traseira das minhas pernas. Eu ia morrer, talvez eu não passasse daquele dia. Talvez fosse a última coisa que eu provasse antes de morrer e porra, havia melhor maneira de partir do que aquela? – Porra, Lauren!

Eu gemi baixinho com o beijo molhado e gostoso que ela depositou no meu ventre, me sacudindo inteira. Com beijos castos e toques suaves em minha barriga, ela foi se colocando de pé novamente. Quando seus olhos encontraram os meus, eu me perdi por longos instantes. Os verdes queimavam, escuros e brilhosos, pupilas dilatadas que me pareciam famintas, famintas de mim, de nós.

: - Você é linda! – Quando ela disse isso, foi quase melancolia. Ela me devorava com um olhar que me virou do avesso, e embolava uma de suas mãos no meu cabelo. – Me deixe cuidar de você.

: - O que você está fazendo?

Perguntei me referindo ao que estava sentindo, ao o que ela estava fazendo comigo. Lauren sorriu de canto, pegando uma das minhas mãos.

: - Vem, a água está bem quente e não quero que esfrie.

Não consegui fazer mais nada além de obedecê-la, e com calma entramos na banheira. Prendi o cabelo em um nó no alto da cabeça e suspirei enquanto ia me abaixando na água quente, sentindo todos os meus músculos relaxarem automaticamente. Lauren sentou-se atrás de mim, com as costas contra a borda, e a observei abrindo a garrafa de vinho para derramar o líquido escuro até a metade das duas taças. Ela me ofereceu uma e pegou outra, onde logo demos um pequeno gole.

: - Encosta em mim.

Lauren se ajeitou melhor, apoiando os braços abertos nas bordas da banheira, deixando seu peito livre para que eu me encostasse nele. Mordi o lábio inferior enquanto observava seus seios de mamilos rosados e entumecidos. Que delícia era aquela visão, vê-la nua sempre iria me parecer surreal.

Me arrastei em sua direção e me sentei de costas, entre suas coxas, me encostando em seus seios. A água quente ao nosso redor junto com o vinho que bebíamos começou a me causar pequenas gotas de suor na testa. Estava calor e eu não sabia definir se era culpa do clima, ou de Lauren.

: - Você faz isso para todas as mulheres que quer levar para a cama, ou sou a única?

Perguntei com um tom risonho, mas claramente enciumada. Balancei um pouco a taça com o vinho e inalei seu cheiro mais uma vez antes de beber. Lauren soltou uma risadinha, acariciando a minha barriga embaixo da água com a mão livre.

: - Não faço isso para todas. – Seus lábios roçaram em minha orelha esquerda antes que ela bebesse mais um pouco do líquido em sua taça. – Para falar a verdade, só fiz uma vez.

: - E por que está fazendo pra mim?

De costas para ela, não podia ver seus olhos, e nem mesmo sei se desejava ver. Nunca senti essa porra de borboletas no estômago por ninguém, até Lauren aparecer, e naquela hora, jurava que elas queriam sair pela minha garganta.

: - Porque você é diferente para mim. É especial.

Meu coração bateu tão rápido que eu podia jurar que ela estava sentindo nas minhas costas. Ouvir aquilo sair de sua boca me envolveu em uma nuvem de emoções. Eu não sabia explicar como me sentia, mas era bom, muito bom e assustador. Eu sorri, deixando a minha cabeça descansar perto de seu ombro.

: - Sou?

Perguntei só para ouvir de novo, para me convencer de que era mesmo real. Ouvi o pequeno barulho do gole em que ela deu no vinho, e logo depois a taça sendo colocada na borda da banheira. Suas duas mãos acariciaram a minha barriga, a cintura e um pouco mais embaixo dos seios.

: - É! Pensei que já soubesse disso. – Ela depositou um beijo molhado no pé do meu ouvido, me arrepiando inteira. Suas mãos passaram a jogar água com delicadeza em meus seios e clavícula. – Minhas ações não deixaram claro o bastante?

: - Eu não sei, você é tão imprevisível. – Minha voz saía baixa, e eu me controlava para não me contorcer sob o toque dela. – As vezes acho que sim, outras que não, que o que temos, ao menos pra ti, é só sexo. Ouvir é completamente diferente, me deixa segura cem por cento de que não sou a única a curtir nossa relação mais a fundo. Sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas eu curti você desde o primeiro momento. O tempo não pode responder por isso, pode?

: - Não, não pode. – Suas carícias suaves subiram para os meus seios, e eu virei o resto do líquido presente em minha taça, a largando na borda. Não tinha como fazer mais nada a não ser desfrutar de suas mãos em meu corpo. – O tempo não diz nada, Camila, em relação a nada. Convivi com pessoas durante anos e nem mesmo cheguei a nutrir sentimentos por elas, e outras, conheci e na mesma hora gostei, simpatizei, senti vontade de ficar perto, permanecer pra sempre. O que vale é a intensidade. E veja... Sou intensa com você, não pode sentir? Tudo o que eu faço, que deixo você fazer comigo, como deixo com que controle minhas decisões, minhas emoções. Deixei que decorasse o meu apartamento, confiei no teu gosto. Te dou flores, te mimo com cafés da manhã, cozinho pra você, me preocupo ao extremo com a forma louca com a qual você vive. Eu não precisava nem dizer, isso já diz tudo por si só.

: - Mas eu preciso que digam, entende? Eu gosto de quando verbalizam, de que me deixem ouvir o que eu posso estar vendo. Preciso que me elogiem, que demonstrem sentimentos, que digam o quanto sou importante. Até que a pessoa não me diga isso, vou ficar insegura, pensando demais no que nem deveria. É um problema meu, problema de leonina e seu grande ego. De escorpianas também?

Lauren soltou uma risada gostosa que fez tremer o meu corpo, e aconchegou meus seios nas palmas de suas mãos com um leve aperto. Suspirei, fechando os olhos.

: - Eu não entendo nada sobre signos, mas sou uma boa observadora. – Ela beijou meu pescoço, meu ombro. – E observo você desde a primeira vez em que te vi. Não precisa mais ter dúvidas, eu disse e repito, você é especial pra mim, Camila. Você já é mais especial do que muitas pessoas que estão na minha vida há muitos anos. Eu sei que sou rabugenta demais, racional demais, mas esse é o meu jeito, o que não significa que eu não goste de você, de estar com você, de querer você porque eu quero, eu quero sim. – Seus braços envolveram o meu corpo e me puxaram mais contra o seu peito, causando pequenas ondinhas ao nosso redor. Eu estava em êxtase, sorrindo tanto que minha boca chegava a doer. Lauren roçou seu nariz na minha nuca livre, subiu para os fios do meu cabelo, respirou fundo para sentir o cheiro e suspirou. – Eu não quero mais ter que negar isso e não vou. Ainda que sejamos completamente diferentes, que eu tenha trinta e três anos e você vinte, que talvez nossa diferença de idade transforme tudo isso em um grande absurdo. Ainda que eu me sinta temerosa, que tenha receios e traumas, você me conquistou. Não sei o que sinto, como sinto, mas sinto e sinto muito... Isso é tudo o que você precisa saber. É uma declaração e tanto, não?

Era. Era tudo o que eu precisava para entender de vez que sim, ela gostava de mim da mesma forma em que eu gostava dela. Me fez substituir todos os pontos de interrogação por pontos de afirmação. Me deixou tremendo e mole, tão mole que lutei para me livrar de seus braços e me sentar de lado entre suas pernas, encarando seu rosto sereno e levemente vermelho. Me curvei para frente e selei seus lábios de forma demorada, sentindo suas mãos subirem por minhas costas molhadas.

: - Me diz que vai dizer isso sempre. – Pedi com um sorriso sapeca no canto da boca, deslizando meus dedos por sua clavícula úmida. Ela riu me encarando, acariciando meu quadril e minha coxa sob a água quente. – Que não vai me deixar esquecer que você está nessa do mesmo jeito que eu estou. E o mais importante, que vai ser honesta comigo e me falar se enjoar de mim, se não quiser mais manter esse nosso caso, se encontrar outro alguém mais interessante com quem queira ter algo. Promete?

Acho que esse foi o primeiro pedido que fiz com todo o meu coração em toda a minha vida. Nunca desejei tanto a honestidade de uma pessoa antes como desejei a dela naquela hora. O fato era que, imaginar Lauren com outra pessoa, a àquela altura do campeonato, me deixava furiosa. Os ciúmes que eu sentia dela me fazia rugir alto e babar de raiva. Eu queria que ela fosse só minha, como eu passei a ser só dela desde a primeira vez.

: - Você não precisa se preocupar com isso, Camila. – Lauren tinha um sorriso carinhoso no canto dos lábios, e seu sotaque americano ao pronunciar o meu nome era tão carregado que me fazia suspirar todas as vezes. Ela deslizou uma mecha do um cabelo que se soltou do nó para traz da minha orelha, e acariciou o meu rosto. – Não mesmo.

: - Por quê? Pode acontecer.

: - Porque eu só quero você. – Eu cheguei a morder os lábios e a fechar os olhos ao ouvir aquilo, depositando um pequeno beijo em seu dedão quando o mesmo tocou a minha boca. – Com certeza não existe ninguém mais interessante que essa Carioca leonina, bronzeada de praia, abusada, safada e tempestuosa. – Seus dedos tocaram o meu colo e seus lábios o meu pescoço. Um beijo, dois, e eu tremendo tanto que cheguei a agitar a água. – E com essa vontade de viver que me deixa louca. Então, não, não creio que eu vá me interessar por outro alguém enquanto você estiver na minha vida.

: - Eu não quero sair dela.

Soltei sem conseguir me segurar, tão rápido que chega me assustei.

: - Por mim, não vai. Então, não precisa temer. – Suas mãos tomaram a minha nuca e um pouco do meu cabelo, me pegando daquele jeito gostoso para avisar o que viria a seguir. – Agora vem cá, me dá um beijo. Você quase não me beijou hoje.

: - Ah não, é? – Eu murmurei dengosa, me virando totalmente de frente para me sentar em seu colo, coloquei uma perna de cada lado do seu quadril. O contato de nossos corpos nus me deixava louca, eu suava na nuca tamanho era o meu calor. – Eu não beijei mesmo? Que pena, gostosa, jurei que havia beijado.

Me curvei sobre ela, apoiando minhas mãos na borda da banheira que batia na altura de seus ombros. Lauren sorriu de canto, apertando minha bunda e intensificando o contato de nossos quadris. Suspirei mais alto do que queria.

: - Jurou, é? – Sacudi a cabeça em positivo, roçando meus lábios nos dela, provocando, acendendo. – Ah, não faz assim, Camila... Não seja má.

Eu ri contra a pele de sua bochecha esquerda, arrastando os meus dentes de leve em uma mordida. Seus braços abraçaram a minha cintura, e pela força do aperto, sabia que ela estava em estado de urgência.

: - Eu gosto quando você implora, infla o meu ego.

Puxei a mecha de cabelo presente em sua nuca, elevando o seu queixo e me dando total poder sobre o seu rosto perfeito de traços finos. Seus olhos explodiam de tesão, e mais do que aquilo, de sentimento. Aquela noite seria mais, seria mais do que apenas sexo, eu tinha certeza.

: - Então me beija. – Ela fechou os olhos e separou os lábios, as bochechas coradas, o pescoço exposto, o queixo erguido. Tão linda! Nunca me cansaria de admirá-la. – Me beija bem gostoso, daquele jeito que me deixa excitada e só você sabe fazer. Go... Please, baby! Kiss me! Kiss me!

Quando ela falava em inglês naqueles momentos significa apenas duas coisas; nervosismo e excitação, e eu identifiquei todos os traços em seus gestos.

: - Isso mesmo!

Foi o que eu disse antes de beijá-la com ardor, enfiando minha língua sedenta em sua boca sem cerimonias. Lauren gemeu contra os meus lábios e grudou mais os nossos corpos. Nosso beijo era caloroso e intenso, nossas línguas se lambiam e nossos lábios se chupavam com tanta vontade que gemíamos sem vergonha. Não havia nada melhor do que aquele gosto, e ele era meu, só meu.

Ficamos naquele beijo por muito tempo, longos minutos. Quando meu peito ardeu pela falta de ar, nos afastamos e nos encaramos. Trocamos sorrisos, breves carícias e Lauren me virou de costas para ela, pegando um vidro de loção ao lado da banheira, despejando em minhas costas para me dar o que me prometera. Foi a melhor massagem da minha vida. Que mãos! Desciam e subiam por minhas costas e ombros, apertando a nunca, a curva do meu pescoço. Ela intercalava com beijos e pequenas mordidas na minha orelha, junto com toques suaves e em círculos em meus mamilos doloridos. Sentia o cuidado em que me tocava, a ternura, a emoção. O tesão explodia em mim de forma alucinante, deixando a minha boceta melada e pulsante. Eu não aguentava mais aquele jogo, eu não tinha paciência para esperar mais até que ela tivesse se cansado de me torturar. Sua mão desceu por meu ventre, e antes que tocasse onde eu mais latejava, avancei sobre ela depois de muito tempo de agonia, fazendo-a soltar um gritinho surpresa.

: - O que... – Ela sorriu nervosa, mordendo o lábio inferior. – Ainda não acabei a massagem.

: - Shiii!

Disse contra seus lábios, me colocando de joelhos entre as suas coxas.

: - Camila!

: - Essa noite será sobre você, só sobre você. – As bochechas de Lauren se avermelharam na mesma hora, e tive certeza que ela não esperava aquela minha atitude. - Eu faço e você geme pra mim. Eu chupo e você goza. – Segurei seu rosto pelo queixo, sem apertar, mas um gesto possessivo para mostrá-la que eu estava no controle. Seus olhos não saíam dos meus e um gemido manhoso escapou de seus lábios quando pressionei meu joelho direito contra a sua boceta quente, sob a água. - Eu meto bem gostoso e você rebola. Eu mando e você obedece. Começando agora... Vai para a cama e me espera deitada. Eu já vou atrás de você.

Lauren estava chocada, choque era exatamente a expressão que tomava conta de seu rosto. Acho que ela nunca imaginou que receberia ordens de alguém em toda a sua vida, muito menos que seria colocada em posição de submissa na cama. Eu me afastei um pouco para liberar o espaço e a encarei com as sobrancelhas erguidas, fazendo um gesto com a cabeça na direção da porta.

: - Agora!

Ela não fez mais nada além de se levantar, onde observei uma grande quantidade de água escorrer por sua pele branca e se juntar ao que preenchia a banheira. Seus olhos me fuzilaram e suas pupilas dilatadas me mostraram o tamanho do tesão que a sacudia. Com calma, Lauren saiu da banheira, sem se preocupar em se secar, me encarou uma última vez antes de abrir a porta e sair do banheiro. Eu soltei uma risada excitada ao morder o lábio inferior, fazendo o mesmo que ela e saindo da banheira.

Desde a primeira vez em que transamos, nunca insisti para tomar o controle, ela resistia quando eu tentava e para não quebrar o clima, eu deixava por isso mesmo. Mas naquela noite não, naquela noite seria diferente. Se ela achava que iria ter o controle de tudo para sempre estava muito enganada. Dominar e mandar eram duas coisas que eu sabia fazer melhor do que ninguém, juntando isso com a minha facilidade em foder, não teria mesmo como ser algo ruim.

Apaguei as velas nos pequenos potes, evitando qualquer acidente, e peguei a toalha para me secar um pouco. Não gostava de ficar molhada, não daquela forma. Soltei o cabelo e deixei que as mechas bagunçadas caíssem em minhas costas enquanto caminhava para fora. Eu sentia o líquido quente melar as minhas coxas, sem deixar de me surpreender com o tamanho da excitação que aquela mulher causava em mim.

Ao entrar no quarto, vi Lauren deitada sobre a cama, os braços atrás da cabeça, o cabelo negro espalhado pelo travesseiro, joelhos dobrados e coxas afastadas. Seus olhos estavam fechados e ela respirava fundo, seu peito subia e descia lentamente. Eu sorri sacana, deixando a porta do banheiro aberta para que o cômodo em que estávamos tivesse apenas um pouco de iluminação. Ela ouviu os meus passos e virou a cabeça para me olhar. Eu lhe lancei uma piscadela, arrancando um sorriso de seus lábios. Andei na direção da grande SmartTV acoplada na parede e a liguei, colocando no youtube e digitando o nome da música que eu queria que tocasse. Lauren me espiava com curiosidade, visivelmente nervosa e ansiosa, umedecendo os lábios com a língua de segundo a segundo.

Quando a melodia começou a tocar, ela sorriu ao notar que o nome fazia referência ao que ela havia me dito mais cedo. Nice and Slow, na voz de Usher, preencheu todo o ambiente com sua batida sexy e envolvente. Eu girei devagar sobre os meus pés, já no embalo da música, mexendo o meu quadril de um lado para o outro tão lento que parecia hipnotizador. Lauren se apoiou nos cotovelos para me olhar, e eu sorri de canto ao notar que consegui sua atenção. Subi as mãos por minha barriga, demorando em minha tatuagem e nos meus seios, passando pela clavícula, pescoço e nuca antes de perder os dedos entre as mechas do meu cabelo. Eu dançava e ela me devorava com os olhos, me enchendo de poder por estar sendo admirada. Eu adorava aquela sensação, adorava ser o centro da atenção e quando a atenção vinha dela, era melhor ainda.

: - Vem aqui, vem...

Ela me chamou rouca, excitada, respiração ofegante e eu me virei de costas, a olhando por cima do ombro esquerdo, fazendo um sinal de negação com o dedo indicador. Mandei um beijinho, Lauren mordeu o lábio. Eu fui rebolando, sacudindo o quadril sensualmente, acariciando o meu corpo e então, me curvei para frente, jogando o cabelo e apoiando as mãos em meus joelhos, dando a ela uma visão bem exposta da minha bunda e de uma outra coisa bem molhada e quente. Ouvi seu pequeno gemido e um sequência de palavrões em inglês que me fizeram tremer. Soltei uma risada, voltando a me erguer com uma daquelas jogadas de cabelo que fazem as mechas chicotearem nas costas. Quando me virei, foi minha vez de soltar um gemido. Lauren tinha as coxas mais afastadas, e seus dedos da mão direita pressionavam e esfregavam com lentidão seu clitóris rosado. A cena me chacoalhou inteira, eu fiquei alucinada em saber que ela sentiu vontade de se masturbar enquanto me via dançar. Nem em mil anos eu me senti tão excitada ao presenciar algo. Que delícia era.

: - Ah, Camila! – Ela gemeu baixinho, rolando seus olhos por meu corpo de baixo para cima, correndo o dedo do meio por toda a extensão de sua boceta encharcada enquanto me via dançar no ritmo da batida. – Olha o que você faz comigo, olha como me deixa.

Eu sorri cheia de malícia, diminuindo meus movimentos para subir na cama de joelhos, ficando de quatro. Meus olhos estavam focados em seus dedos entre suas pernas, e eu via o líquido transparente escorrer pela fenda rosada em abundância. Salivei!

: - Você só fica molhada assim pra sua putinha, é? – Perguntei enquanto deslizava de quatro pelo colchão, o cabelo caindo por cima dos ombros, o corpo suado, o olhar felino focado nela, pronta para devorá-la. Lauren sacudiu a cabeça em positivo desesperada, arfando e tremendo. – Diz que eu sou a sua puta, diz. – Rodeei seu tornozelo esquerdo com uma de minhas mãos quando cheguei perto o bastante, abaixando a cabeça para começar a beijar a pele. Coloquei a língua para fora e lambi, subindo beijos por toda a extensão de sua perna esquerda. – Diz pra mim.

: - Minha...

Ela engasgou quando chupei a parte interna de sua coxa, separando as pernas o bastante para me dar espaço.

: - Sua o quê?

Mordi acima de seu joelho, arranhando de leve sua outra perna. Eu estava curvada, a bunda empinada, a boca ocupada em chupar e lamber qualquer espaço de pele que eu encontrava pelo caminho.

: - Minha puta. – Ela deslizou a mão pela ponta do meu cabelo, enrolando os dedos. – Oh, God!

: - Isso, me xinga. – Eu ia dizendo entorpecida enquanto a saboreava, acariciando o que minha boca não podia tocar, atravessando a barriga, as costelas, deixando rastros de saliva por onde minha língua passava. – Me chama de puta, vadia, vagabunda. Faz assim que eu gosto. – Deitei meu corpo sobre o dela, entre as suas pernas. Lambi a clavícula, chupei o pescoço. Ela gemeu manhosa, me arranhou as costas com força, tremendo tanto embaixo de mim que me enlouqueceu mais ainda. Deslizei a língua por sua mandíbula até o pé do ouvido, mordendo o lóbulo da orelha e distribuindo beijos molhados. – Eu fico gamadinha, sabia? – Eu ia dizendo para atiçá-la, para mostrá-la o quão insana me deixava. Mordi seu lábio inferior e o chupei para dentro de minha boca, esfregando a minha boceta com calma contra a dela. Gemi com o contato molhado, quente, e vi os olhos de Lauren rolarem para trás no mesmo instante em que gemeu mais alto. – Ah sim, Lauren... Gemendo desse jeito eu fico é gamada pra caralho.

Eu a beijei, sem aguentar mais me manter longe do gosto de sua boca. Foi uma explosão de endorfina, eu sacudi inteira quando nossas línguas se embolaram. Eu nunca havia dominado uma mulher antes, mas eu tinha certeza que aquela seria a primeira vez de muitas outras.

Diminuí a velocidade de minhas investidas contra ela e passei a beijá-la de forma mais lenta, roçando nossos corpos no ritmo da música que se repetia na TV. Fomos envolvidas por uma áurea de luxúria, recheada de gemidos, sussurros e suor. Ela me xingava, eu adorava, ela gemia, eu conduzia. Lambi seu corpo quente de ponta a ponta, a virei de costas, me esfreguei naquela bunda deliciosa, bati, mordi. Lauren choramingava, enterrando o rosto no lençol e o embolando entre seus dedos. A virei de frente de novo e fui descendo com beijos molhados pelo pescoço, suas mãos em meu cabelo puxando as mechas em busca de apoio. Tomei o seio direito com a boca, chupando o mamilo rosado com um pouco de pressão. Ela gemeu e se contorceu, chamando o meu nome, pedindo por mais. E eu dei, apertando o outro seio enquanto me concentrava em chupar o que estava em minha boca. Minha língua acariciava o mamilo delicado, e vez ou outra eu tremia apenas a pontinha em cima para provocá-la. Estava faminta, escorrendo em cima dela, eufórica por estar tendo a oportunidade de tomar o controle e levar aquela foda como bem entendesse. Ser passiva para ela era maravilhoso, mas descobri que ser ativa também me levava a outro nível de tesão. Nada melhor do que fazer uma mulher gemer.

Depois de passar longos minutos me deliciando com aqueles seios e deixá-los sensíveis ao extremo, desci a boca pela barriga suada, demorando nos ossos salientes de seu quadril. Lauren gemia baixinho, dengosa, se contorcendo e suando tanto que seu cabelo começava a grudar em seu pescoço. Seu rosto estava vermelho, seus lábios separados levemente inchados de tanto que nos beijamos. O calor naquele quarto era sobrenatural, nem a janela aberta fazia o ar circular e refrescar. Quando me deitei na cama com a cabeça no meio de suas pernas, cheguei a ficar tonta com o cheiro maravilhoso que ela exalava ali. Era forte, feminino, e eu fiquei louca para sentir o gosto.

: - Camila...

Ela gemeu o meu nome, sem olhar para mim. Seu queixo erguido e suas mãos agarrando com força o lençol. Mas ela sentia, sentia a minha respiração feroz batendo contra a sua boceta depilada e molhada. Ah, e que boceta. Porra! Seu clitóris era pequeno e rosado, a fenda estreita e convidativa. Fiquei louca para meter bem gostoso ali, bem fundo e forte. Aproximei meu nariz e inalei profundamente, xingando meia dúzia de palavrões. Afastei suas coxas o máximo que eu pude, e empurrei seus joelhos um pouco para cima. Queria ver tudo e mais um pouco, queria que ela ficasse exposta de um jeito que nunca ficou para ninguém, e ela estava, eu sabia.

: - Você é cheirosa pra caralho. – Eu disse enquanto arrastava o meu nariz pela pele de sua virilha esquerda, colocando as minhas mãos por baixo de suas coxas e as segurando. Soprei o clitóris, ela choramingou. – Eu tô quase gozando só por sentir a porra do seu cheiro.

: - Please! – Eu soube que a partir dali ela não conseguiria falar mais em português comigo enquanto aquela chupada durasse. E eu agradeci mentalmente por isso. – Please, baby!

Ouvi-la implorar me fazia ter vontade de revirar os olhos. Louca de tesão por vê-la daquele jeito, pressionei o meu quadril contra o colchão, tentando um alivio em vão. Eu gozaria sem que ela precisasse me tocar, era a única certeza.

Segurando em suas coxas para mantê-las afastadas, deslizei a língua de baixo para cima em sua boceta, gemendo junto com ela quando seu líquido quente encheu a minha boca. Puta que pariu!

: - Yeaaah! – Outro gemido mais longo e sua coluna curvou-se para cima quando eu lambi de novo, e de novo, e de novo. – Lick it good. Suck this pussy. Yes, Camila!

Cobri seu clitóris com a minha boca, chupando-o lentamente e com uma pressão moderada. Levei um pouco a cabeça para trás, depois para frente, para trás, para frente e logo um barulho alto de sucção preencheu o quarto, misturados aos sons dos gemidos e murmúrios daquela mulher. O gosto era surreal, mil vezes melhor que o cheiro. Eu me melava inteira, deslizando os meus lábios e minha língua em círculos pela buceta pulsante que ela me oferecia. Uma de suas mãos agarrou o meu cabelo e a outra o seu próprio seio esquerdo. Ela jogava o quadril contra o meu rosto e forçava a minha cabeça para baixo, desesperada, alucinada. Eu gemia enquanto a chupava, e usei os meus dois dedos indicadores para separar os lábios menores depois de chupá-los bem gostoso. Soprei na fenda apertada, sacudindo a ponta da língua na entrada. Lauren xingou alguns palavrões, puxando o ar entre os dentes. Eu molhava o lençol da cama com a minha própria excitação, vira e mexe me esfregando ali mesmo. Enfiei a minha língua no buraco encharcado, e a vi morder o lábio com força para sufocar um grito. Eu tremi com a sensação de tê-la se contraindo ao redor da minha língua enquanto eu a deslizava para dentro e para fora, e não pude segurar o arrepio doloroso que cortou a minha coluna de cima a baixo. Eu ia gozar. Eu ia gozar tão forte que afastei a boca de sua boceta alguns centímetros para gemer.

: - Oh, Lauren! – Ela se apoiou nos cotovelos para me olhar, a expressão extasiada. Quando o orgasmo me invadiu de uma forma quase dolorosa, eu fechei os meus olhos com força e ergui um pouco o quadril, deslizando a minha mão entre o meu corpo e o colchão para tocar a minha própria boceta. – Ah, porra! Sim!

Eu jorrei contra os meus dedos, e esfreguei o meu clitóris de um jeito rápido enquanto me contorcia e gemia feito louca. A minha boca estava nela outra vez, lambendo e chupando, onde eu me deixava gemer e aproveitar o resto do meu orgasmo ao trazê-la na borda. Lauren gozaria, não era preciso mais nada, a visão que ela teve do meu momento a empurrou de um precipício.

: - I'm comin' – Suas mãos puxaram as mechas do meu cabelo com força, e eu vi suas costas baterem contra o colchão quando ela jogou a cabeça para trás. - Now! O-oh! Oh, shit!

Eu dei uma única e longa chupada no clitóris endurecido, e foi o suficiente. Lauren paralisou, para logo depois explodir em milhares e milhares de contrações musculares que a fizeram derramar uma quantidade abundante de seu gozo na minha boca. Ela gemia como se sentisse dor, puxando o meu cabelo e tentando, em vão, fechar as coxas em reflexo. Eu lambi tudo, desde o líquido em sua boceta até aquele que escorreu por meu queixo, fazendo questão capturar até mesmo o que ficou ainda por dentro da fenda. Gostosa pra caralho, isso que ela era. Eu poderia chupar aquela boceta todos os dias da minha vida, nunca me cansaria.

Distribuí leves beijos sobre seu clitóris, que sensível ao extremo, a fazia recuar o quadril como se levasse choques. Eu sorria, ela também. Ofegante, o queixo erguido, os seios subindo e descendo rapidamente, a pele suada e vermelha, as coxas moles, ela mal conseguia manter os joelhos dobrados. Linda! Muito mais do que linda, afinal. Fui subindo por seu corpo com cuidado para não machucá-la, e a tomei em um beijo longo e profundo quando nossos lábios se tocaram. Lauren me abraçou pelo pescoço, me puxando para ela. Meu coração batia rápido contra o dela, suas mãos me acariciavam calmas e gentis. Eu tremia, encantada com seus toques, seu jeito de me beijar, com o jeito em que se entregou pra mim. Estava sendo diferente. Nossos olhares deixaram claro a intimidade que criamos naquele momento, o nível que alcançamos. Se antes já éramos próximas, dali em diante seríamos mais ainda.

: - Você é tão boa com a boca. – Lauren sussurrou no meu ouvido quando me deitei parcialmente sobre ela, descansando minha coxa sobre seu quadril. Eu sorri, mordendo o lábio inferior ao deslizar a palma da minha mão direita por sua barriga. – Foi a melhor chupada que eu já recebi na minha vida, Camila. Não é possível que nunca tenha feito isso antes.

: - Em outra vida, quem sabe. – Ela soltou uma risada encantada, erguendo a mão para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – A sua boceta é viciante, você é uma delícia.

Lauren me encarava com um sorriso, como se não acreditasse no quanto eu podia ser direta, sem cu doce. Eu odiava todo esse lance de não poder falar. Se eu quisesse, eu falava e acabou, sem delongas, sem corte e sem censura. E era exatamente isso que a encantava e me fazia diferente.

Beijei seus lábios, sugando o inferior lentamente com ela me acariciando a nuca suada. Trocamos alguns selinhos entre sorrisos, e eu deslizei o meu nariz na pele de sua bochecha, correndo a minha mão para baixo.

: - Camila! – Lauren murmurou, chamando a minha atenção, ela sabia o que eu queria. Tirei minha coxa de seu quadril e separei as suas, usando a minha perna. – Eu...

: - Shiii! Quietinha. – Sussurrei em seu ouvido, chupando o lóbulo da orelha. Minha mão encontrou o que eu procurava, e eu pressionei o clitóris ainda molhado com a ponta do dedo indicador. Lauren gemeu, engolindo a saliva que se formou em sua boca. – Vou te mostrar que sou boa com os dedos também. Só fica deitada e dá bem gostoso pra mim.

: - Oh, Camila! Você... Eu.... Ah, God!

Comecei a masturbá-la e vi em seus olhos verdes um certo desespero. Ela me encarava apreensiva, com certeza sendo rodeada pela timidez em ser passiva pra mim. Beijei sua boca com carinho, depois o queixo, a bochecha, a boca de novo. Meus dedos trabalhavam com lentidão, correndo para baixo, acariciando a entrada molhada, voltando para cima, umedecendo o clitóris para não machucá-lo.

: - Relaxa! – Eu só queria que ela relaxasse e confiasse em mim, que me deixasse mudar o que ela pensava sobre aquilo, tirar aquele receio besta de aproveitar algo que era tão bom quanto receber um oral. – E aproveita.

Desci beijos por seu pescoço, e envolvi o mamilo direito com a língua para chupá-lo e instigá-la. Lauren gemia com timidez, arranhando os meus ombros, mas abrindo ainda mais as pernas para mim sem nem ao menos perceber. Eu sorri com aquilo, dando um leve mordida no mamilo rosado. Ela se encontrava absurdamente molhada, e eu tomava todo o cuidado para fazer aquilo ser bom o bastante para ela. Eu não sabia ao certo como fazer, nenhuma técnica ou jeito, mas eu queria e faria. Não há nada que com prática não chegue a perfeição. Fiquei a masturbando por mais alguns minutos, e quando ela passou a gemer mais solta e rouca, eu ergui a cabeça para segurar o seu olhar no meu. Havia ternura neles, tesão, um pouco de timidez e acima de tudo, confiança. E eu não precisava de mais nada para continuar.

Deslizei o dedo do meio para baixo, testei a umidade, mordi o lábio ao senti-la escorregadia o bastante. Lauren fechou os olhos e embolou os dedos da mão esquerda no meu cabelo. Meu corpo estava arrepiado, ansioso, trêmulo. Era bizarro ficar daquele jeito apenas por masturbar alguém. Fiz movimentos circulares na entrada de sua boceta com o dedo do meio e o deslizei para dentro devagar, gemendo baixinho ao senti-la extremamente apertada ao meu redor.

: - Porra! – Eu xinguei quando cheguei no fundo, e a observei com os lábios separados em forma de O, o gemido ficando preso em sua garganta. – Nossa, Lauren...

O que era aquilo? Não sabia nem mesmo descrever a sensação. Era incomparável a qualquer outra coisa. Eu só conseguia pensar que era quente, molhado e estreito, muito estreito. Uma pressão absurda ao redor do meu dedo, e eu o retirei dali de dentro só para enfiar de novo, de novo, de novo, mais uma vez e outra, outra, mais outra. Fiquei louca quando ela começou a gemer com vontade, cravando as unhas curtas em meus ombros, olhos fechados com força, os seios se agitando em uma dança quase hipnotizante enquanto eu metia nela repetidas vezes.

: - Que delícia é meter em você. – Fui fazendo movimentos giratórios com os dedos enquanto penetrava, enviando vibrações intensas para o centro do meu corpo. – Tá gostoso, tá? Você gosta, Lauren? Gosta quando faço assim?

Acariciei uma partezinha esponjosa que encontrei na parede de cima, esfregando com intensidade.

: - Yes, fuck me! – Ela dizia perdida na volúpia que nos envolvia, soltando os meus ombros para agarrar o lençol, curvando a coluna. – Hard, Camila... Hard!

Acrescentei mais um dedo, batendo os dois tão fundo naquele canal apertado que o barulho das estocadas preenchia o quarto. Eu estava gemendo junto com ela, beijando e lambendo sua orelha, pescoço, mandíbula. De lado contra a lateral de seu corpo, eu podia fazer muitas coisas ao mesmo tempo, deixando que minha perna mantivesse suas coxas bem abertas. Minha boceta escorria, excitação já era banal perto do que eu sentia. Trepar nunca foi tão bom.

Minha mão começou a doer pelos movimentos repetitivos que eu fazia, e meus dedos eram apertados cada vez mais forte pelas paredes escorregadias de sua boceta quente. Eu sentia as contrações mais frequentes, e quando vi seus olhos verdes rolando para trás, soube o que aconteceria. Sorri em ansiedade, desejando que ela gozasse tão forte quanto gozou na minha boca. Lauren me puxou pela nuca, grudando os seus lábios nos meus em desespero para calar os gemidos. Nos beijamos de forma desajeitada, e depois de três estocadas rápidas seguidas de uma lenta e profunda, ela gritou, gritou na minha boca, tocando o meu rosto, os meus ombros, as minhas costas, o lençol da cama, sacudindo intensamente enquanto gozava ao redor dos meus dedos. Eu gozei junto, mais uma vez sem que ela precisasse me tocar, afundando o meu rosto na curva de seu pescoço, moendo o meu clitóris sensível contra a sua coxa direita para prolongar o orgasmo.

Desabamos exausta sobre o colchão, nossas respirações descontroladas era tudo o que se ouvia naquele momento. Meus dedos ainda estavam dentro dela, melados o bastante para pingar no lençol quando eu os trouxesse para fora. Ficamos em silêncio uns cinco minutos tentando nos recompor, mas era uma questão impossível. Estava fraca, cansada, mas satisfeita. Umedeci os lábios e engoli a saliva, ajeitando a minha cabeça na curva de seu ombro e retirando meus dois dedos de seu buraco apertado. Lauren gemeu quando eles saíram, e apertou as coxas. Levei meus dedos encharcados até a minha boca e os chupei, um por um, fechando os olhos para saborear melhor o gosto dela.

: - Gostosa!

Sussurrei quando terminei, vendo-a me olhor fascinada. Seu rosto estava vermelho e sua testa bastante suada, algumas mechas de seu cabelo grudavam por ali.

: - Você me deu uma canseira, garota. – Eu soltei uma risada cansada, passando o meu braço direito por cima de suas costelas, a abraçando. - Inacreditável!

: - E você me deu um belo chá de boceta. – Eu disse.

Lauren soltou uma gargalhada, passando os braços ao redor do meu corpo e me puxando mais para ela. Me acomodei melhor, bocejando.

: - Suponho que seja isso que Dinah disse que Normani daria para ela esse final de semana. – Eu estava rindo enquanto sentia seus dedos acariciarem o meu couro cabelo. – Chá de boceta! – Ela gargalhou mais ainda. – Vocês cariocas dizem cada coisa.

: - Nós somos os melhores, quando vai aprender?

Ela beijou a minha cabeça, me abraçando com mais força.

: - Você tem razão. – Sorri com os olhos fechados, estremecendo um pouco por conta da brisa que bateu em minhas costas suadas. – Sabia que você foi a primeira mulher com quem eu fui completamente passiva?

Fiz uma expressão surpresa.

: - Sério?

: - Sim! Nunca antes em uma foda eu deitei na cama e apenas recebi, sempre tomava o controle da situação e nunca deixava ser sobre mim. E tem mais, só deixei que me fodessem duas vezes, e foi quando perdi a minha virgindade, depois nunca mais. Não sentia vontade disso, nunca senti necessidade de dar, não gostava, na verdade. Era incomodo, doloroso, passei anos correndo disso em todas as transas casuais. Até aparecer você, até hoje, uma menina de vinte anos que me colocou, literalmente, para gritar. Isso foi enlouquecedor. Foi como perder a virgindade de novo de um jeito muito, muito melhor.

Nossa, o meu ego depois que ela disse isso não podia nem mesmo ser medido, havia ultrapassado o limite da minha cabeça. Eu me apoiei no cotovelo esquerdo para olhá-la com um sorriso de orelha a orelha, fazendo charme.

: - É mesmo, é?

Enrolei uma mecha do meu cabelo ao redor do meu dedo indicador.

: - É.

: - Ninguém nunca fez igual, ninguém mesmo? – Mordi o lábio inferior.

: - Ninguém.

: - Te fiz gozar mais gostoso do que todas as outras vezes em que gozou na sua vida?

Lauren soltou uma risada, acariciando o meu rosto.

: - Sim, fez. Esse foi o meu melhor orgasmo.

: - Aaaah! – Eu ergui as sobrancelhas e fiz um biquinho, voltando a deitar a cabeça em seu peito me sentindo vitoriosa, poderosa, maravilhosa, foda e todos os outros adjetivos sensacionais existentes no mundo. – Agora eu posso dormir em paz.

: - Você não existe, Camila. – Ela ria cheia de encanto, me abraçando com força e nos ajeitando na cama. – Nunca vou esquecer essa noite, nunca. Mudou muita coisa em mim.

: - Não vai mesmo. – Beijei seu pescoço. – Nem eu.... Nem eu. – Sussurrei.

Ficamos em silêncio, apenas nos sentindo, não era preciso dizer mais nada. Aos poucos o sono foi nos vencendo e acabamos dormindo daquela forma, abraçadas, nuas e satisfeitas. Naquela noite sonhei com jardins, cachoeiras e é obvio, Lauren.

O domingo seguiu agitado, caminhamos pela Cidade, visitamos mais alguns lugares especiais, assistimos ao um show de música na praça central, almoçamos e jantamos no mesmo restaurante. Tiramos milhares de fotos nossas com Sofia, que não largava Lauren nem por um decreto. Quando a noite chegou e com ela o nosso cansaço, dormimos as três agarradinhas na cama, com Sofia no meio.

Pegamos a Serra para voltar ao Rio na segunda de manhã. Lauren fez todo o percurso futucando aquele Ipad, a minha vontade de jogá-lo pela janela era real. Recebi uma ligação de Taylor e marcamos de almoçar juntas em Santa Teresa, ela deveria chegar de Búzios um pouco mais tarde. Lógico que eu não comentei sobre a viagem, para ela, eu fiquei quietinha em casa.

Quando chegamos em Ipanema, eu só faltei chorar. Como sentia falta daquele calor, daquela gente que não dormia nunca, da minha praia, do Cantagalo ao fundo, dos quiosques, do cheiro de maresia, da minha boemia carioca. Não havia nada melhor nesse mundo do que Rio de Janeiro. Estava louca para tomar um banho de mar e faria isso ainda naquele dia. Ao chegarmos no meu prédio, subi para deixar Sofia em casa e tomar um banho rápido, esperando Lauren falar com os pais no andar de cima e pegar Joker que estava com eles, para só então deixá-la em casa e seguir para o meu encontro com Taylor. Vesti short jeans, uma regata colada na cor amarela, havaianas brancas e beijei as contas douradas de Oxum antes de colocá-las no pescoço, escondendo metade dentro da blusa. Coloquei o ray-ban e peguei as chaves do carro, descendo para encontrar Lauren no estacionamento. Ela estava hilária tentando controlar um Joker agitado em seus braços, e segurar a grande bolsa ao mesmo tempo. Ajudei a colocar os dois dentro do carro e ocupamos os nossos lugares.

O caminho até Copacabana foi tranquilo, não havia trânsito, por um milagre de Oxalá. No som do carro, o meu CD do 3030 tocava. Eu amava demais aquela banda, quase tanto quando amava Elis Regina e Chico Buarque. "Luz em todo morro" era a música da vez, e Lauren sorria ao me ouvir cantar enquanto dirigia pela Avenida Atlântica, pegando toda a orla da praia. Estacionei em frente ao prédio luxuoso em que ela morava alguns minutos depois, e desliguei o carro, me virando de lado para olhá-la melhor.

: - Está entregue.

Deslizei os óculos para o meu cabelo, apoiando o meu braço esquerdo no encosto do banco. Lauren suspirou, olhando para mim com pesar.

: - É ruim ter que voltar pra rotina, não é? – Concordei com a cabeça, virando-a um pouco de lado para olhá-la com doçura. Ela sorriu de canto, se esticando para pegar a bolsa no banco de trás. Joker abanava o rabinho com impaciência. Sorri com a cena. – Eu te ligo quando sair do trabalho a noite, okay?

: - Está bem! Vou sentir saudade. – Lamentei.

Lauren se debruçou na minha direção e acariciou o meu rosto, beijando a minha boca com carinho. Deslizei os dedos pelas mechas de seu cabelo presentes em sua nuca, puxando sem força. Nos beijamos por alguns segundos, e trocamos vários selinhos em seguida. Ela me olhou nos olhos e sorriu, beijando a ponta do meu nariz.

: - Eu também! – Nos afastamos muito contra a nossa vontade, e a vi colocar a bolsa no ombro, pegando Joker. O cachorro latiu, lambendo o rosto da dona. Eu caí na gargalhada com a cara que Lauren fez e estiquei a mão para acariciar entre as orelhinhas dele. – Eu vou logo antes que ele resolva urinar dentro do seu carro.

: - Eu faço você limpar tudo se isso ocorrer.

Ameacei com a sobrancelha erguida e ela corou nas bochechas com uma risada.

: - Não duvido disso. – Lauren abriu a porta com dificuldade, me olhando. – Tente arrancar alguma coisa de Taylor sobre essa viagem dela com esse tal de Beto, sei que ela não vai me contar e eu quero saber.

Rolei os olhos, negando com a cabeça.

: - Lá vem... – Ela me olhou feio, me repreendendo. – Vou ver o que posso fazer por você, Jauregui.

: - Vou esperar. – Ela colocou as pernas para fora e saiu, batendo a porta. Se curvou sobre a janela e sorriu, acelerando o meu coração vergonhosamente. – Tchau, linda!

: - Tchau, gringa!

Lauren riu com o apelido que era marca registrada e que passou, sem grande esforço, a adorar. Ela me mandou um beijinho e se afastou do carro, brigando com um Joker incontrolável em seus braços. Eu morri de rir, eles eram adoráveis juntos. Abaixei a janela do meu lado e coloquei o ray-ban de volta no rosto. Antes que Lauren pudesse subir a calçada que antecedia a portaria de seu prédio, a chamei.

: - Psiu! – Ela olhou por cima dos ombros, o cabelo voando contra o rosto, o sol batendo em sua pele pálida e iluminando os seus olhos ao extremo. A calça jeans escura moldava o seu corpo como em uma escultura, a bunda empinada e grande, as coxas tornadas. Perfeita! Liguei o carro a olhando, segurando no volante com a mão direita e apertando o botão com leveza para abaixar mais um pouco o vidro. – Gostosa!

Eu disse em um tom de voz nem alto e nem baixo, e fiz uma expressão de prazer, mordendo o lábio inferior.

Lauren corou violentamente, encolhendo os ombros ao olhar de um lado para o outro de forma rápida, me repreendendo baixinho em seguida.

: - Camila! – Eu gargalhei, a mandando um beijinho. – Tchau!

Ela estava tão envergonhada que era impossível não me encantar mais ainda por aquele jeito recatado. Ergui o ray-ban rapidamente e lhe lancei uma piscadela, a fazendo suspirar e rir. Subi o vidro e sacudi a cabeça em negação, dando partida. Ainda a vi entrar no prédio pelo espelho do retrovisor e não poderia estar me sentindo mais feliz. Felicidade era a palavra certa, não havia outra. O jeito que ela me deixava, o laço que construímos aquele final de semana em Petrópolis, tudo o que dissemos uma para a outra. Era tudo o que faltava pra mim.

: - Preciso tomar um porre. – Comentei comigo mesma ao aumentar o volume do carro quando "Foda que ela é linda" começou a tocar. – Um porre por todos os dias da semana.

Fiquei rindo sozinha enquanto cantava, dirigindo pela avenida e tendo a orla de Copacabana toda ensolarada como cenário. Eu havia tirado a sorte grande.

Cheguei em Santa Teresa um tempo depois, peguei um trânsito horrível no caminho e nem isso me fez tirar o sorriso do rosto. Estacionei em frente ao "Aprazível", um restaurante maravilhoso onde Taylor e eu estávamos acostumadas a ir. Aquele lugar era único, no alto de Santa Teresa nos dava uma vista incrível da Baía de Guanabara. Mesas e cadeiras de madeira brilhosa, toldos de palha, tudo luxuoso e sofisticado e com um toque especial, completamente aconchegante.

Cumprimentei alguns funcionários que conhecia de longas datas e pedi minha mesa de frente para a sacada, como de costume. Me sentei e pedi uma água, sentia uma sede horrível aquela tarde. Tirei os óculos e os coloquei em cima da mesa junto com as chaves do carro e o Iphone. Fiquei ali, sentada, admirando o meu Rio de Janeiro e agradecendo a todos os santos por me permitir ser Carioca. Queria levar Lauren no Cristo o quanto antes, tenho certeza que ela amaria o que encontraríamos lá em cima.

Uma garrafa de água mineral, sem gás, foi colocada sobre a minha mesa junto com um copo com gelo e rodelas de limão, do jeito que eu gostava. Agradeci com um "muito obrigada" e um sorriso, derramando um pouco do líquido no recipiente. Não queria fazer os pedidos antes que Taylor chegasse, então, apenas esperei enquanto bebia. Fiquei ali por uns vinte minutos, mais ou menos, já estava impaciente e quando iria pegar o celular para ligar para ela, a vi subir as escadas que dava para a sacada onde eu estava, carregando uma pequena mala em uma das mãos. Eu abri um sorriso enorme, senti tanta saudade dela. Arrastei a cadeira para trás e me levantei, indo ao seu encontro. Taylor largou a mala no chão e nós nos abraços com força, nos sufocando uma nos braços da outra.

: - Que saudade, Mila!

Ela dizia manhosa, e eu dei dois passos para trás com o seu peso empurrando o meu corpo.

: - Parece que estamos sem nos ver há três anos, Tay. – Enchi seu rosto de beijos, a fazendo rir. – Você está linda toda bronzeada, quase preta.

Nós soltamos uma gargalhada e nos largamos, onde ela pegou a mala e fomos nos sentar. Taylor sentou na cadeira em minha frente, retirou os óculos escuros e os largou ali mesmo.

: - E ai, como foi a viagem? Me conta.

Perguntei realmente interessada, ela parecia feliz e eu queria saber o motivo.

: - Ai, foi perfeita. – Taylor jogou a cabeça para trás e sorriu, me fazendo sorrir junto. – Fazia tanto tempo que eu não me sentia tão bem, sério. Beto foi um amor comigo, me tratou a mimos, me encheu de presentes.

: - Aposto que fez isso antes de você dar pra ele de novo, só pra te conquistar. – Fiz uma careta.

: - Ai, Camila, credo! – Taylor bufou e eu gargalhei. – Mas foi mesmo. E o que importa? Ao menos ele foi fofo.

: - Espero que foda bem, ninguém merece passar um final de semana inteiro em Búzios e não dar nenhuma gozada.

Dei de ombros e peguei o cardápio.

: - Eu estava com saudade dessa tua sinceridade, sabia?

: - Sabia.

Pisquei para ela e trocamos um sorriso cúmplice.

: - E você? Ficou em casa o final de semana?

Senti meu rosto esquentar, e me ocupei em fazer a minha melhor cara de cínica possível.

: - Ah, fiquei... – Virei a página do cardápio. – Saí só no sábado à noite mesmo.

: - E Mani? Não falo com ela tem um tempo.

: - Normani foi dar. – Taylor abriu a boca chocada.

: - Dar pra quem?

: - Pra Dinah. A mulher a chamou para sair e elas foram em uma boate no Leblon. Ai Mani me mandou uma mensagem dizendo que tinha dado horrores no Vip's por oito horas seguidas e que Dinah fez o favor de rasgar a calcinha nova que ela comprou só para a ocasião. Mas que ela não é boba e nem nada e já marcaram outro encontro, ou como preferir, outra trepada casual.

: - Deve tá toda assada então, né? – Nós rimos só de imaginar. – Normani é foda, não perde uma. Aposto que Dinah gamou.

: - Não tenho dúvidas.

Taylor e eu ficamos batendo um papo gostoso enquanto o pedido que fizemos não chegava. Ela me contou os detalhes de sua viagem e eu a enchia cada vez mais de perguntas para que ela não perguntasse sobre o meu. A água que eu bebi antes que ela chegasse pesou na minha bexiga e eu pedi licença para ir ao banheiro que não ficava muito longe dali. Apenas umas duas mulheres ocupavam o cômodo cor de palha, sem filas. Agradeci em nome da minha bexiga e corri para uma das cabines, aliviando. Quando acabei, lavei as mãos, verifiquei se havia algo de errado com o meu cabelo e saí do banheiro.

Fui voltando para a sacada sem pressa, estava calor e eu começava a suar um pouco na nuca. Quando me aproximei da mesa, Taylor tinha seus braços cruzados sobre a mesma, olhando para a Baía de Guanabara lá embaixo. Puxei a cadeira e me sentei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

: - Essa comida que não chega, eu tô morrendo de fome. – Resmunguei com uma careta, sentindo meu estômago roncar. – Tay?

Chamei quando percebi que ela não voltou a me olhar, e quando o fez, sua expressão era dura feito pedra, seus olhos em uma mistura de castanho com verde me encararam profundamente. Eu fiquei tensa, sabia que havia algo de errado, a conhecia muito bem.

: - O que foi, Tay? O que aconteceu?

Imaginei que ela tivesse recebido alguma notícia ruim, que Beto tivesse terminado o lance no pouco tempo que fiquei no banheiro, imaginei todas as coisas possíveis e impossíveis, mas nada me preparou para o que realmente havia ocorrido.

: - Você acabou de receber uma mensagem... – Engoli a seco. – Da minha irmã. Ela disse que amou o final de semana de vocês em Petrópolis, e que está no trabalho agora morrendo de saudade da sua boca e de outras coisas que eu nem quero lembrar. Perguntou também se você gosta de lírios porque ela viu um buquê lindo e só lembrou de você, e que comprou mesmo sem saber a resposta. – O sangue fugiu do meu rosto e meu coração bateu na minha boca. Minhas mãos tremeram sobre as minhas coxas. Que porra era aquela? Eu jamais imaginei que ela iria fuxicar o meu celular, e até havia apagado as conversas do whatsapp para prevenir qualquer problema. Mas esqueci completamente que aparecia o nome do contato junto com parte de sua mensagem na porra das notificações na tela bloqueada. É claro que ela ficou curiosa quando viu o nome de Lauren e usou a minha senha, que sempre soube, para destravar o visor e ler o resto. Eu estava com vontade de pular daquela sacada. – Eu poderia mencionar o resto da mensagem, mas não tenho cabeça pra isso.

: - Taylor...

Parecia que a minha voz não queria sair, minha garganta secou.

: - Camila, eu vou perguntar só uma vez; você vai levantar dessa cadeira agora, entrar naquele carro comigo e me levar até o apartamento de Lauren para que as duas possam me explicar que porra está acontecendo, ou irão me fazer de idiota e me enganar por mais um longo tempo?

Fodeu.

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