-Tchau Cid!!! Valeu pelo carro- eu gritava estérica com a cabeça para fora da janela do pequeno fusquinha azul
-Tem nada não- ele grita de volta- paz e amor bicho- até que ele era fofo, desde que demos o cavalo a ele, Cid não parara de fazer carinho nele e agradecer, acho que ele se sentia solitário apenas com a Gertrudes
Pela estrada de terra o pequeno fusquinha pulava e rangia, Marlon se esforçava para controlar o volante, o carro andava em ziguezagues e poeira rolava por todo o lado, o sol da manha iluminava nosso caminho e a grama molhada brilhava.
-Hahahaha, voce sabe andar a cavalo mas não sabe andar de carro? -eu quase gritava por causa do barulho do motor
-É parece que sim
-É como andar de bicicleta
-Esse é o problema, eu não sei andar de bicicleta
-Hahahahaha- era muito divertido estar ali com Marlon no meio do nada rindo de uma coisa tão tonta
Coloco minha cabeça para fora da janela novamente apoiando meus joelhos no banco estofado de couro marrom. O vento acaricia minha pele e meus cabelos voam, e tão bom sentir a brisa fria da manhã em um dia quente como aquele, para completar minha sensação de liberdade, levanto meus braços para cima e cinto como se estivesse voando.
-HOJE É SABADOOO!!!
-Hahahahahaha- Marlon ria dentro do carro - voce e doida
-O que vamos fazer hoje meu "pequeno príncipe" -sacaram a referencia?
-O que voce quer fazer?
-Humm... faz tempo que eu não vou em uma praia
-Eu também
-Hooo, então o príncipe Marlon tira ferias
-Eu não estava de ferias, foi a trabalho
-Nossa que saco!- digo asperamente afundando meu corpo no banco
-Mas como chegar a praia se nem sabemos onde estamos
-A sei lá- olho em volta do carro, até que era bem cuidado, xeretando no porta luvas encontro um mapa, o cara tem um mapa do estado de Manchester e nem sabe o que é Manchester
-Beleza- Marlon satisfeito me observa desdobrar o mapa
-Bem vejamos... saímos de Manchester, chegamos a Liverpool mas parece que com o cavalo nós nos atrasamos demais, pelas minhas conclusões parece que ainda estamos um pouco afastados de Liverpool, o garçom só disse que se se guisemos em frente acharíamos a cidade
-É mas voce parava o tempo inteiro pra mijar e tirar foto
-Hehe
Parece que se passaram anos desde que saímos do palácio mas ficamos apenas duas noites fora, saímos na quinta a noite do castelo e na sexta ficamos vagando sem rumo até encontrar Cid, o colorido.
-Va... não sei não, está dando um tempo de chuva agora
-O que?- digo colocando a cabeça para fora da janela novamente- mas estava sol até agora
- Droga- Marlon soca de leve o volante
-Bem, uma chuvinha boba não vai estragar nossa diversão, hummm... vejamos- me dirijo ao mapa a procura de algum lugar legal em que Marlon e eu possamos nos divertir- que tal irmos ao Walker Art Gallery?
-Uma galeria de arte?
-É parece interessante, depois de lá podemos almoçar no Burger King de lá e dar uma passadinha no Wavertree Playground
-Nossa voce conhece Liverpool em...
Dou de ombros e me concentro em encontrar alguma placa que nos diga em que rota estamos.
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Pegamos a avenida 580 e já estamos bem perto da galeria.
-Se chegarmos pelo menos as dez podemos ficar até as uma da tarde e depois almoçamos- falo a Marlon que procura uma vaga entre algumas ruas um pouco afastadas da avenida
-Tudo bem, ainda tem dinheiro pro almoço?
-Sim, tem... setenta dólares
-Ótimo
Desemos do carro segundos depois, as pessoas olhando para nos com aquele fusca bizarro, não se vendem mais carros assim. O céu se fechava acima e um vento forte sopra em meu rosto fazendo minhas penas cobertas pelo Jeans rasgado arrepiarem, esfrego minhas mãos em meus braços nus, que frio.
-Tudo bem?- Marlon pergunta colocando a mão em meu ombro
-Hã... sim, só estou com um pouco de frio
-Ah- ele tira o paleto preto e coloca em mim- pode ficar
-Huuu... valeu- correspondo sorrindo
Fomos andando até a Walker Art Gallery, subindo as escadas do local observo as tipicas estatuas brancas sentadas que sempre observei em meus livros de arte. Sua estrutura parecendo aquelas torres romanas antigas, incrível.
Ao entrarmos, eu me distraio olhando ao redor, Marlon leva sua mão até minha cintura e me puxa para mais perto, olho surpresa para ele e sigo o seu olhar que está direcionado a porta de entrada, dois rapazes saindo por ela dando risadinhas e olhando para mim, eu em...
-Que foi?- pergunto a Marlon que até agora não me soltou e está serio
-Você parece uma criança... avoada
-Ué, por que?
-Deixa pra lá
-Tão ta
A galeria era incrível, segundo uma mulher que não parava de falar e usava um coque alto e loiro, a Walker Art Gallery foi concebida pelos arquitetos de Liverpool Cornelius Sherlock e outro que não prestei atenção.
Abrange uma coleção vasta de obras da escola italiana de pinturas de 1350 a 1550, de arte europeia de 1550 a 1900, incluindo obras de, de arte britânica dos séculos XVIII e XIX, e uma importante coleção de pintura de época vitoriana. Tem ainda uma coleção de estampas, de desenhos e de aguarelas do século XX.
Uma hora em ponto, "Marley e eu", saímos da galeria para almoçar.
-Nossa eu nunca havia comido Hambúrguer antes
-Haha... v-vai com calma Marlon
Ele comia freneticamente como se aquela fosse sua ultima refeição ou sei lá a primeira, sentados em um gira-gira amarelo do Wavertree Playground, ambos saboreávamos os nossos hambúrgueres. O estranho era que, numa estimativa de dez, crianças olhavam para nos impacientes.
-Voces não podem comer no gira-gira!- uma loirinha de chiquinhas, batia o pé
-É não pode- outro menino afirma
-Quem disse isso?- entro na discussão
-Eu- a mesma loirinha
-Mas o presidente da Noruega disse que eu podia
-Ele é dono do parque?
-Bem... não
-Então voce não pode comer no gira-gira
Me viro para Marlon.
-Pega por uma menina de oito anos- reviro os olhos terminando meu lanche e espantando as migalhas do meu colo com as mãos
-Hummm.. estava ótimo- Marlon nem está dando atenção para as crianças chatas
-Agora que terminaram de comer, Saiam!
-Tá, tá, e se fizermos assim, vocês nos perdoam se fizermos chover
-Impossível não tem como voce- ela aponta pra mim- fazer chover
-O impossível e quase sempre o que nunca se tentou- digo olhando para baixo
Me levanto do brinquedo e com as mãos para o céu digo:
" O deuses da chuva! atendam o clamor da princesa do fogo Valentine"
-Ela é uma princesa?- outra garotinha cochicha a Marlon
-Sim- ele também cochicha- por que voce acha que ela tem esse cabelão vermelho? ela é Valentine, a princesa do fogo
-Se ela é princesa do fogo, porque ta evocando a chuva?
-" Porque eu posso"
Ao mesmo tempo que eu grito um raio estrala no céu, algumas crianças gritam assustadas e outras arregalam o olhos para mim, estão caindo direitinho.
Não demora muito até que pingos de chuva caiam no chão e encharquem o parque inteiro.
-Saúdem a princesa Valentine!- Marlon grita tempo depois e impressionantemente as crianças obedecem e começam a gritar:
-Valentine!!! Valentine!!! Valentine!!!
-Mas agora não podemos brincar
-Quem disse que não?
Dou um pulo para fora do brinquedo e começo a girar fento tonta pelo pequeno playground, as crianças vem atrás de mim e começam a fazer o mesmo, correndo e pulando nas poças da' guá, nunca me diverti tanto,. Puxo Marlon para festa, ele vem cambaleando e juntos começamos a correr com a língua para fora, saboreando as gotinhas de água gelada.
-Por que não fazemos um bailem da chuva? -propõe Marlon
-O que é um baile da chuva?- uma menina morena pergunta
-É quando todos dançamos com a pessoa que a gente gosta debaixo da chuva- ele olha para mim estendendo a mão, eu a pego e ele me puxa para mais perto
-Aaaaaaa!!! eles se gostam!
Eu e Marlon rimos e começamos a dançar, as crianças fazem o mesmo, as mãos de Marlon são quentes e macias fazendo me ir para frente e para trás, as vezes me fazendo girar, acho que esse baile e melhor que o outro.
-Eu nunca fui a um baile da chuva- digo afirmando
-Eu também não, voce não liga de estar molhada?
-Só te digo uma coisa- olho bem para aqueles olhos avermelhados- viver não e esperar que a tempestade passe: é aprender a dançar na chuva