AS CRIATURAS DA NOITE

De MaryCast1

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CALAFRIOS O que você faria se fosse uma caçadora de vampiros e se apaixonasse pelo vampiro que tinha que mat... Mais

Prólogo
1 Caçadores
2 Jogo das Sombras
3 Presas
4 Diversão macabra
5 Caça e Caçadores
6 A casa do Inimigo
7 Dias Ruins
8 Olhos de Vampiro
9 Amigos e Inimigos
10 Perseguição
11 União do Mal
12 Rastros de Sangue
13 Passos do Inimigo
14 Rosas Negras
15 De Frente com o Inimigo
17 Desejos Perigosos
19 Faces do Mal
20 Filhos da Escuridão
Minhas Criaturinhas da Noite
21 Transformados
22 Xeque Mate
23 Filhos das trevas
24 O Preço da Vitória
26 Razões
27 Memorias Mortas
28 Planos Perdidos
29 Passado
30 Segredos
31 Onde as Sombras Dormem
32 Laços de União
33 Queimados
34 Anjos que Matam
35 Sangue Negro
36 Reencontro
37 Verdades do Passado
33 Família
34 Irmãs e irmãos
35 Lágrimas de Sangue
36 Um novo começo.
Epílogo
Aviso

18 Na Escuridão

111 12 63
De MaryCast1

Primeiro Nina sentiu frio, depois medo e por último tranquilidade, uma sensação de paz que se apossara de seu corpo dolorido e frio, estava enrrolada em lençóis macios e mesmo sem abrir os olhos ela sabia que eles eram pretos e de seda, eles tinham um cheiro bom.

Algo parecido com menta, o barulho da chuva lá fora fez com que se aconchegasse mais ainda nos lençóis e suspirasse, e foi com esse suspiro que abriu os olhos alarmada e apavorada, lençóis de seda pretos, sentiu seu rosto enrubecer ao perceber onde estava.

A mesma cama grande com belos dóceis negros, a cama de Adam, e no segundo em que notou isso se ergueu rapidamente e quase gritou ao perceber que estava seminua, se perguntou o que havia acontecido, se lembrava perfeitamente de está em uma missão ao lado de Ana, a missão era pegar Erick e seus cúmplices mas Adam interferiu e ela e os outros falharam, depois disso havia um borrão incompleto em sua mente.

Algo como uma quase luta entre ela e Adam, depois lembrava de está no banco de trás de seu carro, tirando sua roupa, e o resto não conseguia lembrar. " Droga ". Repreendeu a sí mesma ao se imaginar nua e embaixo de Adam.

Não, ela podia sentir que isso não tinha acontecido, talvez fosse apenas uma ilusão, e concerteza só acordara alí porque ele à acertara com um soco na cabeca e ela apagara.

Depois que vestiu suas roupas que estavam dobradas e ao lado de suas botas sobre o criado mudo, ela respirou profundamente antes de andar até o banheiro e analisar seu pescoço, não tinha mordidas, também não tinha nenhum arranhão de uma possível luta, se perguntou porque Adam tinha um espelho dentro do banheiro.

Vampiros não viam seu próprio reflexo, por não terem mais alma ou vida, mas isso não deveria deixa-la surpresa, por que sabia que ele guardava comida na geladeira, e vampiros só alimentam de sangue.

Revirando os olhos ela lavou o rosto e arrumou os cabelos o máximo que pode, usando os dedos como uma escova de cabelo, depois voltou para o quarto e enquanto se perguntava onde Adam estaria, ela ouviu o som de uma melodia triste e lenta, tocada em um piano, e ela recordou-se do piano de cauda que vira na sala de lazer, onde também havia o porão que encontrara embaixo do tapete.

Tocou seu pescoço e sorriu ao notar que o colar que roubara dele ainda estava com ela, as vezes esquecia que ele estava alí, Adam tivera a chance de pega-lo de volta, mas não o pegou, o deixou com ela, e isso a fez respirar aliviada, por que agora poderia ver o que ele guardava embaixo do tapete negro.

Mas não estava surpresa por ele a induzir e ela acordar alí, já tinha feito isso antes e não era nenhuma novidade, abraçando a sí mesma ela saiu do quarto, e a medida que passava lentamente no corredor observando as pinturas de arte, tocando-as, e observando cada detalhe, a música ia aumentando, a melodia triste e ao mesmo tempo sombria a fez secar uma lágrima enquanto descia as escadasde.

Um calafrio atravessou seu corpo e ela soube exatamente quem estava tocando o piano, imaginou Adam sentado diante do piano, seus dedos longos e finos, tocando delicadamente o teclado preto e branco, os músculos de seu corpo se movendo, ele ficaria perfeito lá, mas aquela música, havia algo triste nela, um sentimento profundo, se perguntou se fora ele quem compora a música, cada mínimo detalhe dela, e quando chegou a sala o contemplou em silêncio.

Observando o se mover, os músculos das costas se tencionando, o cabelo caindo sobre o rosto pálido e sombrio, as luzes da sala estavam apagadas, o fogo na lareira era a única fonte de luz que ilunava o cômodo, dando á pele pálida dele um brilho quente e vivido.

Ele estava lindo tocando, os dedos pálidos e frios se movendo, a medida que tocava, estava com a cabeça baixa, a boca cerrada e sería, por um momento achou que ele fosse chorar, e quando uma lágrima rolou em seu rosto ela notou que era ela quem estava chorando.

Sabia que ele era perfeito, mas não tanto quanto imaginava, caminhando em silêncio até o balcão do bar improvisado ela pós um pouco de tequila em um copo e caminhou até o divã, sentou-se e se serviu de uma dose de sua bebida, ouvindo a música, deixando escapar um suspiro trêmulo e profundo. Tão profundo que a fez querer chorar.

Como ele podia ser tão real e perfeito? Vinha tentando ignorar os sentimentos que se formavam em seu peito, tinha medo de se machucar, temia que ele partisse seu coração se soubesse o que ela sentia.

Se imaginou deitada alí naquele divã, um braço sustentando a cabeça, enquanto o observava tocar graciosamente todos os dias, das músicas que ele sabia, se perguntou se também sabia cantar, e sorriu ao imaginar ele cantando, sua voz rouca e sexy embalando-a com um rock clássico e lento, isso era tentador, e romántico.

E olhando-o agora, ele não se parecia em nada com um vampiro, apesar da pele pálida, a falta de movimento dos ombros ao respirar, ele parecia tão radiante e belo agora, um pianista sexy e perigoso, ele estava tão concentrado que era como se ela não estivesse alí, esperando-o terminar para conversarem, vinha fazendo muito isso nos últimos dias, sentar com ele depois de algum encontro estúpido onde ele sempre a surpreendia.

Surgindo em silêncio e depositando um beijo longo e suave em sua marca de nascença, ou as vezes a surpreendia com um beijo roubado, o que a deixava vermelha e furiosa, e incrivelmente fora de sí, as vezes o ouvia falar sobre Celeine, sobre a sociedade, mas nunca sobre ela, e por que não a deixara morrer na noite da festa.

Não conseguia esquece-lo, o sorrissinho torto e debochado, as mãos ágeis que a derrotaram no cemitério, a voz que zombava dela sempre que ela dizia que não tinha medo, e principalmente dos sonhos quentes onde os dois se amavam loucamente.

__ Eu não sabia que você tocava tão bem. Foi você quem compôs?__ Perguntou quando ele parou de tocar, ficou imóvel e em silêncio, os dedos ainda sobre o teclado.__ A melodía é triste e linda, combina com você, é sombria. Nunca imaginei que fosse ver isso, um vampiro tocando piano lindamente. Você quase me fez chorar.

Ele sorriu e olhou para ela por cima do ombro. Um olhar sombrio, seus olhos vasculhando cada detalhe dela, que sentiu um leve arrepio e desviou o olhar, ele tinha uma força sombria e atraente, que de alguma forma, despertava sensações nunca sentidas antes por ela.

__ Sim, eu criei a música a um século atrás. Ela me lembra algo, uma coisa que perdi.__ Disse ele e se ergueu, sua voz era fria e seca, seu rosto estava mais pálido que o normal.__ E eu sei tocar piano, aprendi aos seis anos de idade com meu avô, Hanibal, quando morávamos na frança.

__ Aprendí a tocar aos dez, mas desde os treze nunca mas toquei em uma partitura.__ Disse ela e tomou um longo gole da bebida, observou-o sorrir tristemente e se afastar até o balcão, encheu um copo com uísque e se serviu.__ O que aconteceu... Digo... O que houve entre eu e você ontem a noite? Nós, bem, você sabe?

De onde estava pode ouvi-lo sorrir novamente.

__ Não. Não houve nada. Você parecia tão nervosa e exausta...__ Disse ele e se virou para encara-la, havia um riso travesso em seu rosto, que desapareceu tão rápido quanto uma bala.__ E eu bem, queria que você descansase um pouco. Ainda temos muito treino. Além disso, se algo acontecesse, entre nós, você ficaria um bom tempo sem andar.

Ele já havia dito aquilo uma vez, mas estava sendo frio e arrogante percebeu ela enquanto o encarava chocada. Como ele podia tratar alguém daquela forma? Como um brinquedo que se usa uma vez e joga fora?

Perplexa, ela fingiu neutralidade e revirou os olhos, não se deixaria abalar pela falta de amor e dignidade dele, ele era um vampiro, e não um cavaleiro do século XVIII.

Além disso, ele já tinha dito que o modo que os vampiros faziam sexo era anormal e violento, então se estava viva, respirando e sem nenhuma dilaceração corporal, é por que não tinha acontecido nada.

__ A pergunta dar a entender que você queria isso?__ Disse ele e deixou escapar uma risadinha ao jogar a cabeça para trás.__ Isso torna as coisas divertidas, do meu ponto de vista.

__ Tenho certeza que você seria gentil.__ Disse ela furiosa. Ele era um cretino.

__ Não, não seria. Você ficaria chocada com o que eu sei fazer.__ Disse ele e piscou o olho.

__ Acho que não. Já fiz isso antes, e e embora tenha sido com um humano, dificilmente você me levaria a outros mundos prazerosos.__ Disse ela e ele ergueu as sobrancelhas.

__ Sei. Poderíamos fazer um teste qualquer dia desses.__ Disse ele e sorriu novamente antes de tomar outra dose de bebida.__ O que acha? Estaria disposta a jogar comigo?

__ Não. Acho que não. Mas tenho que me preocupar com outras coisas__ Disse ela e sorriu tentando amenizar seu nervosismo.

__ O que a preocupa? Eu, e meu charme irresistível?__ Continuou ele e a olhou fixamente e então ela simplesmente relaxou e começou a falar.

__ Seus lençóis estão começando a me conquistar, é, não parece bom, mas é bom. Eles são de seda.__ Disse ela antes de se erguer, caminhou até o balcão e pousou o copo vazio na bandeja, e percebeu pelo canto do olho que ele a observava.__ Posso perguntar algo?

Era agora ou nunca, tinha que saber o que ele escondia no porão.

__ Claro.__ Respondeu ele colocando o copo vazio sobre o balcão.

__ O que tem em baixo do tapete? Digo, no porão?__ Perguntou ela docemente e engoliu um seco, poderia ter esperado, voltado para casa e ter voltado depois para averiguar tudo sozinha, mas estava cansada demais para enfrenta-lo.__ Descobri o porão outro dia, e fiquei curiosa.

Em resposta ele apenas sorriu tranquilamente antes de encara-la, baixou os olhos para o pescoço dela e tocou o pingente, depois a olhou nos olhos, e enquanto o olhava ela permitiu que ele tocasse seu rosto, como ele sempre fazia, fechou os olhos quando os dedos dele contornaram sua boca, e ergueram seu queixo, seu coração estava acelerado, e ela prendeu a respiração.

Porque sempre pensava que ele iria beija-la? E por que ele fazia isso, mexia com a sua cabeça? Fazia seu coração acelerar? Não sabia, e nos últimos dias, esses momentos quentes e raros de conversas, flertes, e amizade vinham se tornando cada vez mais constantes. Incontroláveis e sem explicação.

Sabia perfeitamente que era arriscado, mas Adam era um pecado ambulante, uma droga viciante, era o remédio para o seu estresse e solidão, mas também era o ápice de sua loucura, sempre que o via a atmosfera a sua volta mudava para algo diferente, não era frio, na verdade, nem ela mesma podia explicar, só sentia que ele também sentia isso, esse sentimento de ódio e fúria, algo que cortava a alma se tocado pelas mãos erradas.

Se era amor, atração, não sabia, e isso não importava agora, por que mesmo que ele soubesse, não obteria nenhum resultado, vampiros não amavam, não eram como os humanos que respiravam e protegiam, eles eram como monstros, sem alma, e sem vida com um instinto assassino, e animal.

Mas mesmo assim, ela precisava saber, decidir se deveria manter a promessa de mata-lo, ou de revelar o que a queimava por dentro.

Ela simplismente queria isso, precisa sentir isso, em seu corpo e sua mente, quando estava longe dele, era a nina preston caçadora, destemida, e fria, uma assassina que lutava por vingança e que queria matar a dor em seu peito, destruir a garota mimada, e gentil, que sonhava em ser fotógrafa profissional e jornalista, e que bem lá no fundo, sonhava em encontrar um grande amor, alguém que amasse a ponto de preencher o buraco escuro em seu peito.

E quando estava perto dele, ela era tudo aquilo que queria destruir, ele a fazia agir assim, desde aquele dia em que ele a salvou, desde o momento em que o viu pela primeira vez, tinha algo por trás daquela máscara fria e assustadora dele.

Algo em que se agarrava, um fio de esperança, adam era como a escuridão, e estava atraindo-a para algum lugar, onde estava se afastando do que era, das responsabilidades que tinha, de suas promessas de vingança, e estava levando-a para algo desconhecido e impossível, errado, e talvez sem volta. E ela estava se viciando nisso, nele e em seus defeitos, seu jeito, tudo.

__ Foi por isso que roubou o colar? Não deveria, mas estou surpreso com a ousadia.__ Disse ele quebrando o silêncio entre os dois, tentou afastar os dedos do rosto dela mas não conseguiu.__ Bem, você pediu gentilmente, apesar do que fez, merece saber o que tem lá dentro.

__ Obrigado. Eu tinha planejado fazer isso depois, mas sinceramente estou tão cansada de lutar com você e fracassar.__ Disse Nina depois de um suspiro, abriu os olhos e o encarou.__ E, eu, não sei porque, mas falando francamente, gosto de você, não consigo mais tirar você daqui.

__ Mas deveria, tem que me tirar da sua mente, eu não sou quem você pensa Miranda.__ Disse ele secamente enquanto a encarava.__ Não posso ser como você, se soubesse das coisas que fiz no passado, me odiaria para sempre.

__ Todos temos nossos defeitos Adam.__ Disse ela e suspirou.__ Também já cometi erros, e me arrependo por isso.

Sorrindo friamente ele jogou a cabeça para trás e fechou os olhos.

__ Meus erros e o meu passado são diferentes do seu, você é jovem demais para entender.__ Continuou ele e tocou o rosto dela.__ E eu sou velho demais para lamentar perdas e fracasos, desde que me tornei o que sou, não me arrependo um segundo se quer, aprendi a viver assim, e tenho que conviver assim até o dia em que morrer.

__ Você é tão frio.__ Disse ela e engoliu em seco antes de tocar o rosto dele.

__ Não faça isso com se mesma Preston.__ Disse ele e afastou a mão dela delicadamente, depois a olhou fixamente.__ Não se machuque. Não posso ser tudo isso que você espera que eu seja.

__ E o que eu espero de você? Como vou tira-lo da minha mente?

Sussurrou ela olhando-o nos olhos, enquanto apontava para a própria cabeça, suspirou e segurou no antebraço dele, seus olhos verdes hipnotizantes a encaravam profundamente, de uma forma vivida e pura, como se visse através dela, enxergando sua alma, e no que ela estava pensando.

Sentiu um arrepio, seu coração quase parou quando ele aproximou o rosto do dela, seu nariz tocando o dela, prendeu a respiração e fechou os olhos quando sentiu os lábios dele tocarem os seus exitantes, depois quase famintos.

Aumentou a intensidade do beijo, a aproximou e sugou seu lábio enquanto as mãos apertavam sua cintura, sua língua invadindo sua boca a procura da dela, ele estava diferente agora, como se resistisse a algo que queria.

Ele interrompeu os beijos mas não a soltou, segurou seu rosto entre as mãos firmes e macias, e ela não precisou abrir os olhos para saber que ele a olhava.

Nina sentia que seu rosto estava incendiando, as bochechas vermelhas, os labios inchados e corados, então ele se afastou, deu alguns passos para trás e se virou.

__ Eu... Eu não deveria ter feito isso. Desculpe.__ Disse ele friamente, olhava para a frente, os punhos fechados, ela notou uma amargura misturada a dor em sua voz, algo parecido com a música.__ Você tem minha permissão para entrar no porão.

O que? Ela quase gritou, estava eufórica e atónita, imóvel como uma planta fincada no chão, e rodeado com concreto, não conseguia respirar, seus lábios formigando por causa do beijo, o rosto esquentando no lugar onde ele havia tocado, mas ele estava arrependido por isso, por ficar perto, por beija-la, por corresponder a seus sentimentos.

Se perguntou no que ele estava pensando agora, ele tinha quebrado seu fio de esperança, sentindo as lágrimas turvarem sua visão ela baixou a cabeça, e se abraçou, seu coração acelerado, a garganta seca e sem voz, se sentia inútil por dizer o que sentia, fraquejara, fora fraca e burra, encarando as costas dele, ela deu um passo a frente e tremeu.

__ Eu... Eu sinto muito, só disse o que sinto, mas você pode ignorar isso, é só que isso que está aqui dentro querendo sair, e... Eu não deveria ter deixado isso acontecer só sei que isso está aqui, e não posso controlar.__ Disse ela com a voz enbargada, e seca, era como se tivessem pregos entalados em sua garganta.__ Por favor, fique, você me deve pelo menos isso, já que acabou com tudo aquilo em que eu tinha começado a acreditar.

Nina nunca se imaginara assim, quase implorando por alguém, principalmente por Adam, a quem sentia bem lá no fundo que deveria odiar, mas ela tinha começado com isso.

Tinha deixado sair o que prendía a sete chaves em seu peito, tinha começado a alimentar isso por ele esse maldito sentimento que decidira colocar para fora agora, sem entender ou poder explicar.

E por que tinha que ser ele? Um vampiro?

O maldito vampiro que tinha que matar, havia feito de tudo para resistir, mas não conseguiu, sempre que tentava fugir, acabava sendo atraída até ele novamente, e deus, como ela tinha tentado resistir.

Agora o jeito era se deixar queimar, deixar a escuridão a consumir e esperar pelo fim. Esperar pela retaliação. Pelo o que quer que ele sentisse.

__ Por favor não vá...__ Disse ela e finalmente se aproximou, pós a mão em seu ombro e tremeu.__ Eu...

__ Não... Não faça isso, por favor...__ Disse Adam e se virou a encarou profundamente e tocou seu rosto.

Como resistir ao que tanto queria, ela foi e sempre seria o motivo pelo qual retornara, ele sabia que era errado, e assim como ela, tinha feito de tudo para resistir a isso, a esse sentimento que o tornara cada vez mais viciado nela, no cheiro da pele, da voz dela, seu sorriso.

As batidas do coração, o calor da pele, tudo nela havia despertado algo em torno dele, uma mistura de fúria, prazer, atração, um sentimento incontrolável que tentava esquecer a cada vez que a vía.

Sentia que deveria parar enquanto ainda havia tempo, tinha medo de machuca-la, de que quando ela soubesse os segredos que ele guardava e não o perdoasse, além disso ele era um vampiro, ela, uma caçadora e humana, uma que se parecia tanto com aquela que amara em silêncio no passado.

Mas Nina ela tinha roubado o coração que pulsava em seu peito, feito com que ele deixasse de ser a fera mortal e assassina, tinha feito com que ele gritasse por liberdade, e desafiasse seus maiores inimigos ao se deixar aproximar dela.

Então como resistir a isso, estava evidente nos olhos dela, que ela sentia o mesmo que ele, e era inevitável isso, tentou resistir, mas quando os malditos sentimentos que iam além de um louco desejo e atração estavam alí, crescendo e corrompendo-o, aumentando sua sede, deixando-o louco, não pode mais lutar e fugir deles, quando viu, estava navegando neles, se perdendo, e afundando na escuridão.

__ Não faça isso, por que se deixarmos fluir, não tera volta, e eu não quero que você se machuque. Ok? __ Disse ele, as mãos frias, tremendo e segurando o rosto dela.__ Eu também sinto isso, mas não poderia ser assim, quente e vivo como você.

__ Eu não me importo com isso, com o frio, eu só me importo com você, com o que sentimos.__ Disse ela e fechou os olhos.

__ Ei, baby, não feche os olhos, olhe para mim...__ Disse ele e sorriu antes de pucha-la levemente em sua direção, tocou seu cabelo quando ela pousou a cabeça sobre seu peito.__ Por favor, olhe para mim. Eu não consigo ficar perto de você sem olhar nos seus olhos e ver a vida neles.

Baby? Isso parecia tão lindo e romântico, mas sombrio, lembrou-se do que ele disse que podia fazer e tremeu. Como ele podia ser tão bomZ e mal?

Arrependida, ela apenas engoliu um seco e suspirou, não devia ter dito nada. Se sentia tão boba e frágil agora, enquanto aspirava o cheiro delicioso dele.

__ Eu não... Eu não... Não posso.__ Sussurrou ela, se desvencilhou dele e se afastou, não queria ouvir mas nada.__ Por que se eu fizer isso, você dira que não podemos deixar isso acontecer, e eu terminarei com o coração quebrado.

__ Olhe para mim. Eu também não quero lutar contra isso que sentimos.__ Disse ele e tocou o rosto dela gentilmente.__ Eu quero isso, tanto quanto você, e acho que estou cansado de lutar. Não sei se isso é uma fantasia, só sei que isso está aqui dentro, é assustador... Mas é minha única salvação, me arrependo de muitas coisas, menos de deixar isso aqui dentro sair... Porque é isso o que quero. Eu quero... Você.

Disse ele e a abraçou, e Nina sentiu que o fio de esperança quebrado ao meio havia se formado novamente, agora era alimentado por algo além de um desejo louco e proibido, o que o alimentava agora era a paixão, aquilo que sentiam.

__ Vamos deixar fluir e ver onde isso vai dar, e dependendo do resultado, quero ficar com você.__ Disse ele abraçando-a fortemente, beijou seus cabelos, e sorriu enquanto a ouvia suspirar.__ Eu... Eu amo você.

__ Eu estou completamente apaixonada por você Adam, e sei que não tem volta, mas sinto que preciso disso.__ Disse ela e o olhou nos olhos, na profundidade deles.__ Eu quero você.

__ Não podemos, eu sei, mas que se danem as regras, também quero e preciso de você.__ Disse ele e beijou a testa dela, deixando escapar um suspiro cansado.__ Estou tão cansado de lutar contra o que sinto que chega a doer.

O som estridente e alto dos trovões la fora a assustaram e ela tremeu, a chuva havia aumentado e agora uma brisa fria entrava pela janela aberta, fazendo as chamas da lareira se moverem como sombras fantasmagóricas pelo chão.

__ Então não lute, deixe sair e viva isso.__ Disse ela antes de sorrir.__ Vamos viver isso. Ok?

__ Ok. Eu não vou lutar...

Disse ele antes de beija-la longamente, era um beijo quente e faminto, imparável, que calava qualquer dúvida e medo entre os dois, era diferente de qualquer outro beijo que ele lhe dera, não era um beijo roubado, como os que ele roubava, também não era um beijo de despedida, esse beijo tinha paixão e fogo em cada toque de suas línguas, era como as letras alegres de uma melodia feliz, contagiante, e quando percebeu, Nina estava deitada no divã, a cabeça curvada sobre as almofadas, seu corpo estremeceu quando ele sugou a veia que saltava em seu pescoço, e depois voltou aos seus lábios, enquanto se livravam de suas roupas.

__ Você tem certeza disso, não quer esperar?

Disse ele quando estavam completamente nus e se encarando, e mesmo enquanto ele ainda tentava resistir ela notou o desejo ardente em seu olhar, mas sim, era isso que queria, antes tinha estado naquela sala com ele, só que os dois estavam lutando e ela o deixou no chão, com uma cruz queimando seu peito, saiu arrependida, por que temia que ele poderia mata-la, e agora estava alí com ele, que a tinha em seus braços, os corpos nus e colocados, agora eram amantes, estavam prestes a arderem em um fogo de luxúria e sangue que despertaria a fúria de seus inimigos. Mas como ele havia dito, que se danassem as regras, o futuro e o presente são duas passagens imprevisíveis, e só se sabe o final de cada uma delas, quando sabemos a qual decisão tomar, a qual destino seguir,e ela já tinha tomado sua decisão no instante em que revelou o que sentia.

__ Sim, eu quero você.__ Sussurrou a boca próxima a dele, que sorriu.

__ Prometo que não irá se arrepender por isso.

Disse ele antes de beija-la novamente, e quando seus corpos se uniram ela quase gritou, agarrou-se a ele, deixando escapar gemidos abafados, e a cada toque tinha poder, paixão, um fogo incontrolável, uma luxúria e fome por prazer que nenhum dos dois haviam sentido antes, algo que os consumía, a línguagem de seus corpos era selvagem e proibida, os dois estavam em sintonia, mente com mente, cada parte de seus corpos se tocando, e a cada beijo, cada toque e caricia, ela percebeu que estava se perdendo nele e na escuridão, no ápice de sua loucura.

Quando terminou os dois continuaram juntos, unidos, suados e extasiados pelo prazer, atração e tudo o que sentiam, ouvindo o barulho da chuva lá fora, os trovões provocando um som estrondosso e assustador, enquanto ela descansava agarrada a ele, deixando escapar um sorriso.

Nina acariciou os cabelos dele que estava com a cabeça sobre seu peito ouvindo as batidas de seu coração, ele sorriu satisfeito e a encarou sorridente, aproximou seu rosto do dela e a beijou demoradamente, ela sentia que seu corpo iria queimar, estava incendiando, as pernas entrelaçadas nas dele, já havia feito isso antes, mas não se sentiu vitoriosa e bem como estava agora, talvez por que não estava com a pessoa certa, e nem por que fosse a hora e o momento, mas agora, que descansava seu corpo dolorido e com o cheiro dele, ela percebeu que tinha feito isso porque estava com a pessoa certa, o homem que amava, e está, era a hora certa e precisa.

__ Que tal vermos o que tem no porão?__ Disse ela antes de beija-lo.

__ Depois.__ Disse ele e sorriu amavelmente, os cabelos bagunçados e grudados na testa, seu sorriso travesso e cínico, os olhos ainda cheios de desejo, o achara lindo, se podesse definir a perfeição, seria ele a sua tese.

__ Depois, por que? Tem um monstro morando lá embaixo?__ Disse ela e deixou escapa uma risada.__ Isso não me assusta.

__ Não tem nenhum monstro. Só um velho arsenal de armas.__ Disse ele e sorriu amavelmente.__ Nas veremos isso depois, porque agora, estou pensando em fazer outra coisa.

__ Outra coisa? Tipo o que?__ Perguntou ela docemente.

__ Isso.

Disse ele antes de beija-la novamente.

**********

No sonho Nina estava parada no meio de uma floresta densa e fechada, com árvores altas, a única fonte de luz era um fraco brilho da luz da lua cheia que tentava entrar forçadamente através dos galhos das árvores que projetavam sombras assustadoras no chão.

O cenário em que estava, lembrava um daqueles filmes de terror antigo, onde a sombra de monstros dançavam no chão, um vento frio e leve fez com que um arrepio corresse por seu corpo, aquele calafrio era diferente do de quando sentia a presença de Adam, esse era mais frio e sombrio.

E isso estava começando a deixa-la assustada, sabia que estava dormindo, e que Adam concerteza estava em algum lugar lá fora, caçando alguma vítima animal na floresta ao redor do Oregon, e agora estava descansando e invadindo sua mente como tinha feito alguns dias antes.

Sabia muito sobre os vampiros, e que uma de suas muitas habilidades era a de surpreender suas vítimas invadindo seus sonhos mais profundos e se alimentar de seu medo, de sua força e vitalidade, além de seu sangue, depois elas acabavam doentes e morriam, Adam havia atacado-a uma vez, e ela nunca esqueceria cada momento de terror que passara.

__ Adam, é melhor parar com isso, está me deixando assustada.__ Disse ela a voz vacilante e trêmula, com medo ela tremeu ao ouvir o barulho dos galhos das árvores se quebrarem e deu um passo para trás.__ Quem está aí? Adam é você? Estou falando sério é melhor parar com isso.

__ A doce caçadora, e a presa mais preciosa de Adam, vejo que os dois são bem íntimos.

Ouviu alguém dizer acima das árvores e desejou acordar imediatamente, essa seria uma boa hora, afastando-se de costas ela olhou para cima das árvores e depois para os lados, sentiu o choque de suas costas contra uma árvore e sufocou um grito que ficou preso em sua garganta assim que reconheceu de quem era a voz acima dela.

Não era Adam, era outro vampiro, um bem pior que ele, e apesar de não saber muito sobre ele, sabia que ele era tão cruel e mortal quanto Adam.

Era Erick. Só que a diferença entre os dois, era que um queria mata-la e o outro estava totalmente ao seu lado.

__ Está com medo caçadora? Por que eu estou sentindo seu medo.__ Continuou ele antes de surgir de uma sombra, e Nina engoliu um seco.

__ Não, não estou com medo. Por que ficaria?__ Disse Nina quando Erick deu um passo a frente, ele estava impecável, era tão belo quanto adam.__ Não, não senti medo no pier, por isso não vou sentir na minha própria mente.

__ Você é esperta, sabe que isto é um sonho.__ Disse ele e sorriu amavelmente, mas dessa vez suas presas apareceram, os olhos dele eram como duas pequenas tochas no escuro, dois círculos vermelhos.__ Bravo. Estamos começando a nos entender. Mas ainda assim você morrera.

__ Por que? Não fiz nada a você.__ Disse ela friamente, o medo se disipando um pouco de sua mente, cruzando os braços ela relaxou e sustentou o olhar dele.__ Ok. O que você quer? Sabe que não é o único a me querer morta, certo? Então se for esse o assunto, siga o meu concelho, entre na fila de espera.

Em resposta ele apenas sorriu, frio como qualquer vampiro, e diferente dos sorrisos de adam, o sorriso de erick era falso e forçado, parecia ter um tipo de autocontrole por trás deles, até mesmo em seu olhar. O sorriso frio desapareceu como um flash, e agora ele estava sério, exibindo claramente suas presas grandes e afiadas, um rugido escapou de sua garganta e nina engoliu um seco.

Otimo. Seu novo inimigo havia encontrado uma forma de invadir sua mente para intimida-la, o que, bem, parecia está funcionando, porque agora nina realmente estava assustada, sentia que ele não estava alí apenas para conversarem, havia algo mais, alguma coisa que ela não conseguia enxergar.

__ Eu poderia, meu bem, mas tenho presa, e eu odeio esperar.__ Disse ele e sorriu antes de dar um passo a frente.__ Mais você está certa, você não me fez nada. Mas significa algo para Adam, você é o novo bichinho dele, e eu adoraria ve-lo chorar enquanto o brinquedinho dele era, você sabe, desmontado.

__ Você não me assusta. Portando esqueça, e não sou o brinquedinho dele.__ Disse ela tentando esquecer seu nervosismo, mas parecia bem visível a ele.__ Além disso, se isso for um jogo, estou tentando fazer o meu melhor. Então o que você quer?

__ Isso é fantástico. Desafiadora e bela.

Disse ele e sorriu novamente, seu rosto sombrio estava mais pálido que antes, e e ela reparou o quanto ele era lindo, mesmo para um assassino, erick era lindo, e assim como adam, era alto, forte, não tão musculoso quanto adam, e enquanto os olhos dele eram verdes, os de erick eram azuis, um azul profundo e sereno, seu corpo parecia esculpido por artista, era forte, e os músculos bem feitos, na verdade ele era belo dos pés a cabeça, o rosto magro e perfeito, o sorriso encantador e atraente, olhar intimidador.

Ele seria um deus se não fosse um assassino frio e sem alma. Mas isso não mudava o fato de que estava ali para mata-la, e ela não poderia cair em seu jogo de flertes e ameaças, tinha se deixado envolver com Adam, e isso já era perigoso e serviria como um alerta para ela.

__ A maldita marca no seu ombro, eu quero vê-la. Foi isso que me trouxe até você.__ Disse ele e ela prendeu a respiração, colocou a mão sobre o ombro e o encarou.__ Há algo em você caçadora que me atrai, e atrai Adam, e onde ele for, estarei lá para me certificar de que ele sofra.

__ Eu vou matar você, seu desgraçado.__ Disse Nina friamente e deu um passo a frente, sua mente ordenando a sí mesma que não perdesse a coragem.__ Você e a maldita sociedade de sanguessugas miseráveis. Você não me assusta Lawrence, acredite, você é terrível, mas conheço pessoas piores que você, e eu, sou uma delas.

Ele não respondeu, apenas sorriu e rosnou, exibindo as presas brancas e afiadas, e antes mesmo que ela podesse ver, ele atacou, e quando percebeu Nina estava prensada entre a árvore e ele, que apertava seu pescoço de uma forma violenta, seus olhos vermelhos brilhavam, um brilho de fúria, seu olhar sombrio e assassino a fez tremer e querer gritar.

Mas ela apenas sorriu forçadamente, se transparecesse que estava com medo, suas palavras e sua frieza não serviriam como armas contra ele.

__ Não, você está errada caçadora, eu sou pior que você e Adam, não fraquejaria em mata-la.__ Disse ele e a precionou novamente, fazendo com que ela deixasse escapar um gemido.__ Você esteve com meu irmão, não foi? O cheiro da traição dele está em você, eu posso sentir.

__ Pense o que quiser, seu sanguessuga desgraçado.__ Disse ela e tentou soca-lo com um soco no rosto, mas ele soltou seu pescoço e antes que ela podesse reagir segurou em seus pulsos e os ergueu acima da cabeça dela, com uma das mãos.__ Faça o que quizer não vou sentir medo...

Ele a interrompeu com um tapa no rosto e sorriu, apertou seu pescoço com a mão livre e a encarou sorridente, aproximou seu rosto do dela e lambeu o filete de sangue que escorreu de seus lábios, deixando escapar um gemido.

Nina sentia que seu coração iria parar enquanto Erick tocava seus lábios com a língua de uma forma erótica e obsena, a língua dele era fria e por um momento ela pensou ter sentido o gosto de menta, mas não, não era, era algo mais exótico, e meio tentador.

Mas não havia sentido nada com o ato, sentia repulsa e nojo, o achara lindo antes, mas ele era asqueroso e estava fazendo com que suas pernas tremessem, elas estavam bambas e ela lembrou de quando Adam a hipnotizou no carro, o mesmo formigamento estranho e sereno estava passando por seu corpo e sua mente agora, como uma dormência leve, e ela teria se deixado envolver naquele sono tão desejado, mas não podia, não era Adam que estava ali, era Erick e ele queria mata-la.

__ É o que veremos garotinha, quando eu pegar você, farei coisas das quais você nunca irá esquecer.__ Sussurrou ele no ouvido dela, os dedos frios e pálidos apertando seu pescoço.__ Vou fazer com que você implore por sua vida imunda, e acredite, não haverá piedade.

__ Enfie a sua piedade naquele lugar...__ Ela disse e ele sorriu antes de espreita os olhos.

__ Vou matar você friamente sua desgraçada, mas até lá, considere o meu aviso, diga a Adam que ele pagará por sua traição.__ Disse ele antes de afastar a alça de sua blusa e tocar a marca em seu ombro.__ E que ninguém podera me impedir.

__ E o que você quer?

Perguntou e ele aproximou a boca de sua orelha.

__ Vingança, minha pequena e doce caçadora.__ Disse em um sussurro ameaçador e sombrio.

__ Eu irei.__ Disse ela friamente, tentando manter sua voz no mesmo tom de ameaça que a dele.

__ Estarei esperando esse dia chegar, caçadora.

Disse ele antes de tocar pela última vez sua marca de nascença, os dedos dele eram como gelo sobre sua pele quente, pareciam queimar a cicatriz que agora formigava em seu ombro, então a soltou violentamente e ela se deixou cair, e logo em seguida apagar.

**************

Despertando apavorada Nina empurrou as lágrimas para longe e engoliu um seco, enquanto respirava ofegante deitada no divã, o casaco de adam cobrindo seu corpo nu contra o frio, tocou seu ombro e tremeu, fora apenas um maldito pesadelo.

Mais ainda assim parecia real, Erick, suas ameaças, era como se os dedos frios dele queimassem sua pele, como se ele ainda estivesse alí, tremendo ela suspirou cansada e sorriu, estava perdida no meio da guerra.

Sabia que era apenas um pesadelo, mas bem la no fundo também sabia que fora real, erick realmente queria mata-la, assim como todos os seus inimigos.

Mas agora ela não estava sozinha, tinha seus amigos, Adam, e lutaria ao lado deles contra o mal, continuaria sua missão, mesmo que tivesse que esquecer que ela era baseada em matar Adam, não havia percebido que seus sentimentos por ele haviam ultrapassado a marca do desejo e atração.

Algo mais estava crescendo em seu peito, e não sabia se poderia resistir a isso.

***************

Um estalo. Gritos. Som de milhares de corações batendo. Frio. Muito frio. Medo... Água. Água turva de um rio... E um cheiro formidável, que lhe dera água na boca...

A pobre garota transbordando de medo, em pânico, jogada no fundo do Willamette, o rio que serpenteava a cidade das rosas, Portland, mesmo submersa e apavorada a pobre garota podia respirar, enquanto tentava esquecer aquele pesadelo, mas não estava sonhado, estava acordada, e ainda se lembrava do que havia acontecido.

Estava deitada, um pouco chapada sobre o capô de um carro, quando as duas criaturas a atacaram, estraçalharam seus ossos, e sugaram seu sangue, depois a jogaram alí, esperaram que ela levantasse, mas ela apagara.

Quando os viu achara que era apenas um casal que acanpava na floresta, mas não, os dois, o homem e a mulher, eram dois monstros, assassinos e cruéis, duas sombras que viviam na escuridão.

Seriam monstros de sua imaginação fértil? Estava louca? Não, aquele pesadelo fora real, e o que havia acontecido a ela também.

Sentia seu corpo frio e pesado, o coração acelerado, a cabeça distante e pesada, tudo doía, uma dor insuportável. E tinha aqueles sons, era como se a cidade inteira estivesse em sua cabeça, os gritos, as sirenes dos carros, podia sentir cheiros, de comida, de flores, da floresta que contornava a cidade, de terra molhada... E de algo mais doce, que despertara uma sede incontrolável.

O que estava acontecendo? Porque conseguia respirar embaixo d'agua? Teria desenvolvido algum tipo de mutação? E os assassinos, quem seriam? Eram mesmos reais?

Nem compreendia o que estava acontecendo. Só sabia que precisava saciar aquela sede e acabar com a sequidão em sua garganta, fazer tudo parar, e encontrar quem havia feito aquilo com ela.

Queria voltar para casa, ouvir os sermões de seus pais, sair com suas amigas, e descansar um pouco. Estava alí a quantos dias? Quantas horas? Seus pais deveriam está preocupados, com certeza tinham rondado a cidade inteira a sua procura. Precisava deles. Abraça-los e se aqueçer.

E foi pensando nas pessoas que amava, que a criatura, ou o que quer que fosse agora, se ergueu, nadou do fundo do até a margem do rio, com um sentimento de raiva, dor e fúria em seu coração, seu corpo estava mais pesado agora, enquanto descansava ofegante.

Emitindo sons assustadores que saiam de sua garganta seca, era um grito animalesco, tal como uma fera, faminta e a procura de uma presa para saciar sua sede, e fome, fome de vingança, sede de sangue.

Farejando o ar, ela sentiu a brisa noturna a sua volta, o cheiro da terra molhada, da floresta, abriu os olhos e olhou para o alto, o céu coberto por estrelas, era magnífico, podia enxergar o brilho dos astros de uma forma diferente, eram mais radiantes, mais bonitos que vistos por um telescópio, pareciam tão vivos.

Podia enxergar os animais da floresta, deitados em bandos, protegendo ums aos outros, os peixes nadando no rio, as pequenas partículas de átomos e ions no ar, as bactérias, sua visão estava mais apurada.

O olfato aguçado, se sentia como um animal que acabara de vir ao mundo, e estava começando a conhecer seu novo lar.

Mas ela não era um animal, tão pouco era, ainda, humana, era um monstro, alguma coisa de outro mundo, como seus assassinos, era uma criatura das trevas e estava de alguma forma faminta.

E sua fome e sede pioraram quando ela sentiu o doce cheiro, uma fragancia deliciosa e que fizera uma descarga de adrenalina invadir todo seu corpo, enquanto aspirava o cheiro, o mesmo que a despertara.

Apurou os sentidos e localizou a fonte de sua refeição, se ergueu tal como uma leõa e percorreu a floresta, como uma flecha veloz, indo acertar seu alvo, faminta, a garganta seca, o coração acelerado, a adrenalina a mil, e quando percebeu estava no alto, na copa de uma árvore, em perfeito equilíbrio, e lá estava a sua vítima, ou suas vítimas, um casal de namorados, sentados em frente a uma fogueira, se aquecendo, podia até sentir o calor do corpo.

A temperatura das chamas, o cheiro da madeira queimando, e o cheiro do líquido que escapava do ferimento no dedo de uma de suas vítimas.

Aquilo a fez enlouquecer por dentro, e então ela urrou, um grito que assustou suas vítimas, pareciam duas lebres assustadas e a procura do predador, o medo dos dois a deixara confusa e perdida, salivando, e então, num piscar de olhos ela atacou, estraçalhando a garganta do garoto, fazendo com que a garota gritasse e então à atacou, rápida e precisa, presas grandes e afiadas saíram de sua boca.

Eram caninos como os de um lobo, rasgando a garganta da garota, enquanto sugava o líquido vermelho que corria nas veias da jovem, mas não se saciará.

Queria mais, precisava de mais, suas unhas afiadas e cortantes rasgaram a traquéia da jovem, abrindo a região do busto até a virilia, exibindo os pulmões, o coração, o intestino, e outros órgãos, e quando estava prestes a saciar sua sede, sentiu uma presença tão forte e sombria quanto a dela.

Um monstro sanguinário e semelhante ao que ela era agora. Uma criatura sombria e sem alma.

E quando olhou para a frente localizou o agressor, um monstro frio e mortal como ela, e ele queria invadir sua ária, seu território e roubar sua refeição, não iria permite.

__ Caí fora, esse território é meu...

Sussurrou friamente e rosnou exibindo as presas vermelhas pelo sangue de suas vítimas, gotas de sangue escorriam em seu rosto enquanto encarava o invasor.

__ Então me mostre.__ Disse a coisa que era semelhante a ela.

__ É meu... Meu...

Sussurrou ela então se ergueu ferozmente e atacou. Defendo seu território como uma fera.

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