Eu Nunca Disse Adeus

By ThiagoConti

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Quando Sophie imaginou que nada mais poderia surpreender sua vida além de uma enfermidade que comprometia tod... More

Nota do Autor
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CAPÍTULO 01 - O SEGUNDO DIA
CAPÍTULO 03 - O DIA QUE TE BEIJEI
CAPÍTULO 3.1 - O DIA QUE TE BEIJEI.
CAPÍTULO 04 - O TERCEIRO DIA
CAPÍTULO 04 - O DIA QUE ME APAIXONEI
CAPÍTULO 06 - O DIA QUE ME AVENTUREI
CAPÍTULO 07 - O QUARTO DIA
CAPÍTULO 08 - O DIA QUE VOCÊ SE FOI
CAPÍTULO 09 - QUINTO DIA
CAPÍTULO 9.1 - QUINTO DIA
CAPÍTULO 10 - O DIA QUE TE REENCONTREI
CAPÍTULO 10.1 - O DIA QUE TE REENCONTREI
CAPÍTULO 11 - O DIA QUE EU DISSE: ADEUS?
CAPÍTULO 11.1 - EU NUNCA DISSE ADEUS
Considerações Finais

CAPÍTULO 02 - O DIA QUE NOS CONHECEMOS

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By ThiagoConti


...Foi uma manhã chuvosa de sábado...eu lembro como se fosse hoje...

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O tempo estava intensamente nublado, garoava na região do cais onde todas aquelas senhoras esperavam pelos seus senhores debaixo de imensos guarda-chuvas de lona preta. O clima em Kataran sempre foi assim, intensos dias de chuvas, um frio que parecia soprar do mar em direção a todo o vilarejo com aquela névoa fina cobrindo todas as ruas e vielas como um manto protetor, e se dissipavam só quando o sol ficava a pino. No verão, o astro rei se exibia majestoso no céu, emanando luz para todos os cantos da ilha, insistindo em queimar nossos miolos. Kataran é uma ilha isolada do mundo perdida em algum ponto do oceano pacífico norte, tem um povoado de duzentas ou trezentas pessoas. O tempo aqui ficou estagnado, vivemos em um pequeno vilarejo onde as casas e estabelecimentos comerciais se agrupam no centro da ilha mantendo uma estrutura antiga, rústica. Os turistas que costumam visitar a ilha dizem que aqui é a Suíça perdida no oceano, que lembra muito um vilarejo chamado Grindelwald com a diferença que temos um verão mais intenso, porém o inverno é digno das belezas dos alpes europeu acompanhado de um chocolate quente e um coração livre para amar. O restante é dominado por um vasto campo onde a agricultura produz sazonalmente, sem contar as belas praias de águas cristalinas que são aproveitadas pelos milionários na época do alto verão em seus bangalôs particulares, e no inverno eles recorrem a cabanas no meio dos bosques frios procurando por um pouco de paz e uma vista privilegiada dos montes cobertos pela neve. A fonte econômica principal se baseia na pesca, e o turismo fica como um setor secundário. Aqui poderia ser definido como um pedaço do paraíso pois temos as belezas de um país tropical no verão, e as paisagens incríveis dignas de uma Suíça no inverno.

Eu não sei por que raios desviei o caminho aquela manhã, sempre fazia a mesma rota para chegar até a padaria próxima ao cais, e preciso confessar que é a melhor de todo vilarejo. Aqueles pães decorados, as guloseimas coloridas de açúcar que encantava qualquer olhar despreocupado com a boa forma. Ao caminhar na beira do porto encontrei uma caravana de mulheres que caminhavam em uma espécie de romaria até onde os barcos ficavam ancorados. Eu sabia que todas elas estavam indo ao encontro de seus maridos e amantes com quem dividiam amargamente a vida deles com o mar. Eu gostava de admirar aquela cena ao longe. Talvez por nunca ter vivido aquilo, talvez porque eu invejava uma vida como aquela, de beijos e partidas, sem promessas de voltas. Talvez seja o destino, dizem que toda nossa história é traçada, que não temos muitas escolhas com relação a ele. Escolhemos coisas efêmeras, pequenas, como a cor da blusa que vamos vestir, a refeição que vamos comer, a música que vamos ouvir...mas coisas grandiosas, como o fato de encontrar alguém que pode mudar a nossa vida por inteiro não depende da sua vontade, da sua escolha...depende de uma força estranha que faz alguns ficarem e outros partirem, não tem muita explicação, é tipo aquele arrepio que se espreita por todo seu corpo e ninguém sabe ao certo explicar diante de uma situação assim...diferente.

Foi exatamente isso que eu senti quando o vi saindo daquele barco a vela, um estranho e intenso arrepio que emergiu da minha espinha dorsal e se espalhou por todo corpo. Era como ficar extasiada em ouvir uma bela melodia, em ver uma cena de filme comovente com final dramático. Acredito que meu corpo não se eriçou diante de um perigo como bem ficavam os gatos quando se sentiam ameaçados. Era uma sensação inexplicável e incrivelmente prazerosa, seria assim o amor?

Você estava empolgado com a volta em terra firme, ria feito um garoto na companhia dos amigos que contavam alguma piada e depois corriam até o braço de suas esposas sedentos de uma saudade sem fim. Menos você, que ficou estagnado na beira do cais, sem ter um alguém para correr e se envolver no poder do abraço ou na doçura de um beijo.

Por certo todos eles acabariam no aconchego de uma cama, matando a vontade de amar, de sentir a união do corpo virando um instrumento único da paixão.

Caminhei mais adiante e fiquei na espreita, por de trás de uma pilastra na beira do porto só observando o teu sorriso tão encantador e solitário. De tantos sorrisos que eu conheci, e tantas faces que eu já observei, a sua era a mais linda, a mais perfeita de todas.

Minha vontade era de ser aquela que estaria bem ali, a que te esperaria por todas noites e dias, mesmo que ansiosa, por sua volta. E mesmo não lhe conhecendo queria correr para os teus braços e te encher de beijos, mesmo que fosse por um momento, ainda sim seria o momento perfeito.

O sino da igreja badalou por três vezes seguidas enquanto eu te olhava ao longe e sentia o meu coração bater mais forte conforme você seguia em minha direção. Assustei com o barulho repentino quebrando o meu absorto. Já deveria ser nove da manhã e minhas obrigações me aguardavam. Fiquei com medo de encarar os seus olhos tão de perto, medo de mergulhar dentro do seu ser e me afogar em teu âmago...e por toda minha ansiedade, mesmo misturada com aquela vontade de te ver bem de perto, eu parti.

Caminhei em tropeços entre as pessoas e calçadas desalinhadas construídas com blocos de pedras, sempre olhando para trás só para ter certeza de que não havia nenhuma mulher te esperando, só para que eu pudesse voltar outras manhãs e te ver, mesmo que fosse ao longe, seria o suficiente para mim, admirar o lobo do mar solitário em minha redundante solidão.

Para minha sorte você não se encontrou nos braços de um outro alguém. Tive motivos suficientes para alegrar o meu dia, ficar te admirando bem ao longe no meio do vai e vem desenfreado daquelas pessoas onde eu era apenas mais uma e você mal sabia, mas desde aquele dia eu descobri que você seria o meu porto seguro, ou quem sabe o barco que me conduziria por mares que eu nunca mergulhei, em aventuras que apenas sonhava mas estava longe de concretizar.

Não sei ao certo o que despertou tamanha paixão, se foi teu sorriso inebriante, tua barba por fazer, teu corpo robusto e bronzeado pelo sol em alto mar, se foi teu olhar misterioso, teu cabelo curto e bagunçado, teu nariz com o dorso protuberante, digno de um árabe forasteiro de sua terra natal, perdido em um oásis, o meu oásis. Definitivamente não sei como tamanha paixão percorreu em tão pouco tempo em meu coração, mas agora eu já havia sido fisgada sem saber qual era sua isca perfeita. Eu mordi sua persuasão, seu jeito cativante de ser. Não tinha mais jeito, estava condenada pela paixão. Agora eu já sentia aquele frio na barriga, aquela tremedeira nas pernas e uma vontade louca de te ver de novo, de novo e novamente...até que surgisse a maldita coragem de encarar seus olhos, de tocar o seu rosto sereno e roubar um beijo, apenas um beijo para ter certeza de que você era tudo o que eu esperava por toda minha vida, eram minhas inocentes expectativas, de uma mulher com alma de menina em um mundo de homens com corações perigosos.

AINDA QUE EU desejasse ficar na espreita por mais um tempo, tive que partir às pressas para o trabalho.

Me chamo Sophie, tenho vinte e nove anos, prestes a completar trinta. Nasci em Kataran, fui criada pela minha mãe, Elma, que hoje está perto dos seus sessenta anos. Tenho uma irmã mais nova, Ellen, de vinte e cinco anos anos. Lembro vagamente do meu pai, mas ele nos abandonou quando Ellen estava prestes a nascer.

Nossa vida sempre foi um tanto sofrida. Comecei a trabalhar desde os meus quinze anos de idade, ajudando minha mãe como empregada doméstica das grandes mansões espalhadas na ilha. Ela foi uma grande guerreira, mas teve que se ausentar da vida cotidiana por volta dos cinquenta anos, quando teve a certeza de estar com o mal de Alzheimer.

Tudo começou com pequenos esquecimentos, achávamos que era comum, coisas que qualquer um pode vir a esquecer: datas comemorativas, receitas, encontros agendados, nomes. Mas conforme o tempo passava a memória sobre os eventos presentes pareciam ficar mais complicadas. O médico nos contou de forma muito direta que ela estava com os sintomas e perfil de quem padece da doença de Alzheimer. Dias depois pediu para que minha irmã e eu passasse por uma série de exames, uma vez que esse mal poderia ser hereditário.

Os resultados não foram nada animadores, como era de se esperar. Imagine, da noite para o dia você descobrir que muito em breve terá esquecido sobre as pessoas que fizeram parte da sua vida, dos sonhos, das lutas. Esquecerá os nomes, as risadas, os amigos...toda sua história. Eu temia essa borracha invisível que estava prestes a desintegrar minha memória.

Era como carregar uma bomba relógio dentro de si, sem saber qual o minuto exato ela explodiria. Olhar para os ponteiros do tempo era agora como olhar para dentro de mim e me questionar: o que vai ser daqui para frente? Que caminho devo seguir?

As dúvidas se tornaram minha companheira de cama. Dormia abraçada à ela com um tremendo peso na consciência sofrendo com os pensamentos desenfreados que destruíam o meu sono e transformava a maioria dos sonhos em terríveis pesadelos que eu vivia de olhos abertos.

E por não saber a hora certa de tudo isso ir pelos ares fiz um pacto com minha irmã, viveríamos intensamente enquanto fosse possível, e depois, bem, o depois nós sempre damos um jeito de achar a solução, e se não achássemos, a vida daria um jeito de solucioná-la. Mas confesso, a ansiedade do depois me matava pouco a pouco por dentro. Esperar nunca foi o meu forte, esperar era a faca que se impregnava em meu peito de forma lenta e profunda.

Além da missão de viver intensamente, carregamos a missão de cuidar da nossa querida mãe que já estava em um estado intermediário da doença. Ela conseguia lembrar de muita coisa com nossa ajuda, mas já tinha uma certa dificuldade em completar as frases da maneira como queria expressar. Vivia recordando da nossa infância, perguntando por amigos que já haviam partido da ilha e alguns entes queridos que até faleceram. O mais curioso era como o passado era tão vívido na mente dela, até as coisas que um dia tentou esquecer ou emitir da sua história agora fazia parte de um presente fervoroso e conturbado.

Estávamos marcadas para viver um mesmo destino, triste e ardiloso. Três vidas e um caminho sem voltas. Às vezes eu ficava à noite sentada no peitoril da janela admirando o céu, procurando por alguma resposta entre todas as estrelas: Por que meu Deus, por quê? Mas era um silêncio profundo e perturbador que me respondia. E quando o tempo se cala tudo se remói, vira uma bagunça nas entranhas. Mistura presente e passado com desejos de futuros incertos. Vira uma sopa de mentiras que somos obrigados a engolir sem saber por que, apenas engolimos as coisas do mundo, dos homens e de todos os seus mistérios.

Ficava uma amargura no peito, uma angustia de não saber por onde eu pisava, mas algo me fazia caminhar, uma força que a minha fé chamou de Deus. Eu não o tinha de maneira personificada, mas sim de uma maneira enérgica, presente em cada partícula da estrutura do espaço e do tempo. Só me restava acreditar em um novo dia, um novo sol e um novo caminho para seguir.

Aos finais de semana eu acordava cedo e limpava a antiga taberna do porto que funcionava nas madrugadas. O local era cheio de quadros e garrafas de bebidas importadas que quase sempre estavam acumulando teias de aranha e poeira. As paredes eram rústicas bem como o piso amadeirado que me trazia uma sensação nostálgica de quando era criança e me aventurava entre as casas abandonadas no meio do campo. As pinturas retratavam embarcações antigas e veleiros magníficos cruzando o mar pincelados a tinta óleo. Dava um certo trabalho manter o ambiente em sua devida ordem. Sem contar a cozinha que sempre estava transbordando de copos sujos com cheiro de cerveja, e o banheiro empesteado pelo odor de urina, que mais parecia ter sido visitado por cães marcando o território. Todos os meus sábados e domingos eram assim. Entrava por volta das nove da manhã e não tinha horário certo para sair, dependia muito do número de clientes que era recebido na noite anterior e a bagunça que eles causavam, mas nunca conseguia sair antes das duas da tarde. Era a única taberna na ilha e o local onde os homens se encontravam para rirem alto e falarem de coisas proibidas. Depois da taberna só havia o prostíbulo da eterna Madame Safira que empregava meninas desamparadas pela família ou até mesmo abandonadas sem saberem sobre suas origens. Ela deveria beirar seus setenta e cinco anos, e apesar da profissão dogmática era uma senhora muito respeitada por todos, e que agora só administrava o local, afinal, não havia mais tolerância para essa carreira depois que a pele começava a enrugar e os peitos ficarem murchos como uma flor morta no inverno. Sempre que encontrava a Madame pelo vilarejo ela me recebia com um sorriso profundo dizendo que eu tinha todos os atributos para ser uma de suas "filhas". Dava até para ver seus olhos brilhando como ouro, fazendo do meu corpo um incrível objeto de adoração, uma mercadoria que eu não colocaria a venda, mas que ela enxergava um grande potencial.

A minha sorte era que o Sr. Anthony, dono da taberna, era um homem incrivelmente simpático e bondoso e me enxergava muito além do meu corpo. Costumava tomar café da manhã com ele quando chegava, e depois de muitas conversas ele se retirava para o quarto no andar de cima e dormia até o final da tarde, pronto para mais uma intensa madrugada laboral. Era um senhor muito solitário, e me considerava como uma segunda filha, já que a sua legítima havia se mudado para a cidade grande há muitos anos e casado com um fazendeiro rico. Sempre ganhava umas gorjetas a mais, e sempre que podia me indicava para os turistas que visitavam a taberna procurando por alguma diarista para cuidar de suas mansões.

Minha irmã se dedicava aos estudos e em ajudar mais a minha mãe. Ela estava no segundo ano da faculdade de psicologia. Depois de meses estudando arduamente conseguira uma bolsa integral do curso, uma vez que não teríamos renda capaz de suprir os seus custos.

A maioria dos livros ela conseguia pela antiga biblioteca da ilha ou emprestava dos amigos que estavam um ano à frente.

Estendi meu trabalho aquele dia, a taberna estava um verdadeiro caos devido a comemorações exacerbadas da noite anterior. Lavei todo o chão e limpei todas as mesas do ambiente. Lembro que comi qualquer coisa no almoço, só para ter energia e continuar os afazeres.

Fui bem recompensada naquele dia, estava até fazendo planos de começar a poupar alguma grana. Coloquei tudo no bolso da calça e estava tirando o avental do pescoço para sair, e então você surgiu, como uma miragem pela porta entreaberta.

Não queria que me visse da maneira como estava, com um aspecto de cansada e roupas tão vagabundas. Não tinha passado nem um batom se quer, e deveria estar cheirando a suor depois de tanto trabalho.

Você pediu licença e deu alguns passos para dentro. Faltou-me o ar, a coragem de te encarar nos olhos, mas você o fez, me encarou, penetrou dentro da minha alma com seu olhar amendoado estonteante e me deixou em um incrível estado hipnótico.

O que tinha naquele homem que me deixava tão assim...fora de mim? Pensava comigo enquanto tentava responder ao seu sorriso irradiante e a sua mão estendida querendo me cumprimentar como alguém educado conhecendo uma outra pessoa pela primeira vez.

Era ele que estava ali na minha frente, o lobo do mar solitário que eu fiquei toda manhã admirando ao longe, e vendo-o de perto eu conseguia ter a plena certeza de que a perfeição não poderia resumir tamanha era sua beleza que se irradiava com aquele sorriso tão singelo e sublime.

Minhas mãos tremiam em encontro a sua, a voz gaguejava, saia em solavancos com dificuldade em dizer um simples "prazer em te conhecer".

Demorei a perceber que não conseguia soltar as suas mãos, estava em total absorto, feito uma adolescente boba e apaixonada.

A minha sorte foi que o Sr. Anthony escutou a entonação grossa de sua voz e surgiu para saber de quem se tratava estar ali antes de começar o seu expediente. Era muito comum os velhos pescadores invadirem a taberna mesmo com a placa na porta com os dizeres de "fechado". Eles tinham sede de álcool e boas risadas ao lado dos seus eternos amigos a qualquer hora do dia.

Quando me despertei tentei sair de cena, mas o meu querido patrão fez questão de nos apresentar de uma maneira mais formal. Sentia um calor tremendo emergir em minhas bochechas, por certo deveriam estar enrubescidas tamanho era o sentimento de vergonha e paixão à primeira vista.

Seu nome, Fabian, um homem com traços de turco garboso e incrivelmente provocante. A pele era morena, bronzeada do sol e tinha o dorso do nariz elevado, de forma a se destacar em seu rosto com barba por fazer. Não fazia ideia de que Anthony o conhecia, nunca o tinha visto antes, ou então estava acostumada a andar com a cabeça tão baixa que o resto do mundo não tinha sentido para mim.

Não sabia o que o trazia até ali, mas me despedi um pouco mais feliz, agora eu sabia o nome do meu lobo solitário, e ele sabia o meu, e até onde poderia me encontrar.

Se havia despertado algo nele eu não sabia, mas torcia lá no fundo do meu coração para que ele sentisse as mesmas borboletas na barriga, o mesmo arrepio triunfante na espinha por me ver, apenas por me ver.

E se não sentisse, tudo bem, alguém sempre nasce para sofrer mais do que o outro.

Destino? Opção? Linhas tortas da palma da mão? Maturidade?

Não sei...mas foi assim que te conheci, perfeito até em suas imperfeições...


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