Águas de Março

By gisscabeyo

5.7M 215K 747K

Rio de Janeiro, berço do samba, das poesias de Drummond, da Boemia de Chico Buarque, das noites na Lapa, da G... More

Prólogo.
1 - Goodbye, USA. Olá, Brasil.
2 - Coisas que eu sei.
3 - Mais do que oculta.
4 - Não era pra ser tão fatal.
5- Oblíqua e Dissimulada
6 - Ano novo, desejo antigo.
7 - Nosso jogo é perigoso, menina.
8 - Infinito particular.
9 - Boemia Carioca
11 - Bom dia.
12 - Canto de Oxum
13 - Agradável e lento.
14 - Tempo ao tempo.
15 - Menina veneno.
16 - Contrapartida
17 - O que é meu, é seu.
18 - Colo de menina.
19 - Meu Pavilhão.
20 - Rua Santa Clara, 33.
21 - Sensações extremas.
22 - Aos pés do Redentor.
23 - Codinome Beija-flor.
24 - Cuida bem dela.
25 - Luz em todo morro.
26 - Queime.
27 - Azul da cor do mar.
28 - Revival
29 - Desague.
30 - Axé!
31 - Vamos nos permitir - part1.
Vamos nos permitir - part2.
32 - Idas e Vindas.
33 - A lua e o sol - part1.
34 - A lua e o sol - part2.
Bônus - Part. 1
Bônus - Part. 2
Spin off - part 1.
AVISO - LIVRO

10 - Quebrando tabus.

262K 7.8K 30.3K
By gisscabeyo


N/a: Olá, mores! Primeiro quero pedir desculpas pela demora, eu realmente não tive como escrever e postar nesse tempo, mas enfim, eis-me aqui. Gostaria de lembrar duas coisas a vocês, caso tenham esquecido.

1 - Águas de Março é uma MINI FIC, ou seja, ela não vai se estender muito ):

2 – Nesse capítulo há hot, e peço que, se não gosta, não leia. É só não ler, certo? Evite comentários desagradáveis e coisa parecida. É só não abrir o capítulo e tudo certo.

Para quem gosta, uma boa leitura. Escutem a música que quiserem, deixo isso por conta de vocês. Espero que gostem, escrevi com carinho, como sempre. Quem leu Falling in Love me conhece, sabe que não consigo escrever um hot pequeno, logo, ele ficou bem longo. Mas né? Não estou preocupada com isso. SHUSUHSSUHA Enfim, mores, divirtam-se, comentem, me digam o que acharam e até breve. Encham o saco da Hannah para ela não demorar a atualizar agora, já que o próximo capítulo é dela. Qualquer erro, conserto depois. Amo vocês. <3


Camila POV

Saímos da Lapa um pouco depois das quatro da manhã. Meus pés estavam me matando, mas eu me sentia completamente satisfeita. Apenas Lauren e eu voltamos em meu carro, Normani ficou por conta de Dinah que, de um jeito que chegou a se fofo, insistiu para levá-la em casa. Se eu estava shippando as duas? Estranho seria se não. Havia uma química mais do que nítida entre elas, a tensão sexual era tão grande que fiquei me perguntando se Normani toparia uma rapidinha dentro do carro por ali mesmo. Se fosse Lauren me fazendo essa proposta, eu toparia sem pensar duas vezes. Comigo é assim, nunca perco uma oportunidade.

Depois de uma rápida mudança de planos, subi com Lauren para o apartamento dela. Liguei para casa e avisei meu pai que passaria a noite fora, desligando o telefone antes que ele começasse a dar o sermão de sempre. Lauren me olhou torto, fazendo um gesto de negação com a cabeça. Ela não concordava com a forma que eu lidava com as coisas, mas depois da briga feia que tivemos por causa disso, passou a não falar mais nada. Eu sabia onde que me doía, não é? Logo, eu lidava com as coisas da forma que achava melhor.

Quando entramos no apartamento, fomos recebidas por um Joker mais do que afobado, que pulando em minhas pernas, me fez tombar para trás duas vezes seguidas. Eu cai na gargalhada, me curvando para frente para que pudesse pegá-lo nos braços.

: - Ele gosta de você.

Lauren comentou depois de fechar a porta, jogando a chave em cima do sofá.

: - Tal mãe, tal filho, não?

Perguntei com um sorriso de canto, esfregando o meu nariz no pescoço peludo do cachorro. Ela soltou uma pequena risada, livrando seus pés dos sapatos, os largando no cantinho da sala.

: - Eu gosto de como você é convencida, Camila.

: - Você não respondeu o que eu perguntei. – Coloquei Joker no chão, andando até ela com passos calmos. Lauren me observou de forma atenta, como se estivesse se preparando para levar um bote... E ela iria, mais cedo ou mais tarde. Parei em sua frente, erguendo a mão direita para deslizar a ponta do meu dedo indicador na borda do decote que ela usava. – Não é?

: - É! – Sua resposta saiu pesada, percebi que estava prendendo a respiração na garganta. Ergui meus olhos, encontrando os seus. Mordi meu lábio inferior com delicadeza, vendo-a engolir a saliva com pressa. – Mais do que eu deveria.

: - Poxa! – Encenei uma tristeza, curvando os lábios em um biquinho chateado, subindo as mãos por seus braços. – Assim você me ofende.

Resmunguei falsamente magoada, arranhando a pele de seus ombros com suavidade quando cheguei neles. Lauren respirou fundo, erguendo a mão para massagear o bico que eu tinha nos lábios com o dedão.

: - Não faz assim, Camila! – Eu sorri como uma menininha levada, a encarando por baixo dos cílios. – Não seja cínica comigo.

: - Por quê?

Perguntei sem desviar nossos olhos, abrindo a boca e prendendo a carne de seu dedão entre meus dentes, mordendo sem força. Usei a língua para acariciar a região por alguns segundos logo depois. Suas pupilas estavam dilatadas, e pela forma que seus seios subiam e desciam atrás do decote, pude notar o quanto sua respiração se encontrava agitada.

: - Porque me deixa louca, com vontade de não ser nada gentil com você.

: - Quem foi que pediu gentiliza aqui, Lauren?

Perguntei ao erguer uma sobrancelha, deslizando meus dedos entre as mechas de cabelo em cima de sua nuca. Ela me encarou estática, parecia não ter voz para nada, mas nutria tesão para tudo. Eu queria apenas provocá-la, era do meu feitio atiçar as pessoas, deixá-las em estado de emergência e depois levar as coisas em meu tempo. Aquele joguinho era o meu favorito, ainda que a minha calcinha estivesse completamente encharcada por ela, nada me dava mais prazer do que vê-la enlouquecer por mim.

: - Shhhh! – Eu chiei quando ela tentou me beijar, negando com a cabeça e mantendo meu lábio inferior mordido. Lauren enrugou a testa, confusa, tomando uma respiração longa em seguida. Eu sabia que ela não iria tentar nada sem a minha permissão. Apesar de estar lidando com o tesão e com suas necessidades básicas, Lauren era uma mulher respeitosa e racional. Ela poderia estar ali, de frente para mim, explodindo dentro da calça jeans, mas se eu dissesse 'não', ela iria respeitar o 'não'. – Você cai muito rápido em provocações, sabia? Pensei que fosse mais forte nisso.

: - Não brinca comigo, garota, você não tem noção de onde está se metendo. – Seus olhos ficaram estreitos e sua língua lambeu seus lábios secos, onde eu a vi claramente buscar o controle. Tão linda! Excitada ficava mais ainda. Eu poderia tirar a roupa e me abrir para ela ali mesmo, só para mostrá-la o quão molhada me deixava. – Não lhe dou permissão para isso.

Ela sorriu de canto, deslizando a mão direita pelo cabelo, o jogando para o lado. Aquele gesto era tão sexy. Lauren Jauregui trazia toda a sensualidade de volta. Ela era o verdadeiro inferno de tão quente.

: - Não preciso da sua permissão para nada. – Devolvi o sorrisinho que ela me deu, me afastando um pouco. – Eu faço o que eu quiser, a hora que eu quiser.

Lhe dei uma piscadela e virei as costas, me afastando. Puxei o cabelo para cima, dando um nó no alto de minha cabeça.

: - Abusada! – Ouvi Lauren resmungar atrás de mim. – Amo tanto isso.

A última frase saiu tão baixa que eu tinha certeza que não era para eu ouvir, mas ouvi. O sorriso não saía do meu rosto, muito menos o calor do meu corpo.

: - Vou tomar um banho, gringa, e vou tomar na sua banheira.

Avisei já pegando o corredor que me levaria para os quartos.

: - Tem toalhas limpas no armário.

Foi a única coisa que ela disse sob uma risada nervosa, deixando claro todo o efeito que eu tinha sobre ela. Lauren passava todos os seus dias se controlando perto de mim, até seus beijos eram medidos, como se ela não quisesse passar do limite e não ultrapassar o sinal comigo. O que me deixava totalmente irritada, afinal, se havia uma coisa que eu não queria era permanecer parada no sinal vermelho.

Fui tirando minhas roupas com calma, não havia pressa em meus gestos. Meu corpo suado implorava por um banho, e eu decidi que iria relaxar por vinte minutos ou mais na banheira enorme que havia no canto daquele banheiro. Depois de colocá-la para encher com água bem quente, parei de frente para o espelho, observando a imagem lá presente. Havia um brilho diferente em mim e eu não sabia dizer exatamente o porquê. Claro que Lauren e toda a sua majestade possuíam metade da culpa, mas havia muito, muito mais. Eu tinha consciência de que, para Lauren, tudo isso que estávamos vivendo era muito complicado. Ela possuía traumas, limites e receios, e eu compreendia. Não possuíamos a mesma idade e nem os mesmos costumes, e eu também compreendia. Mas nós tínhamos ao menos duas coisas em comum: O desejo, o gostar. Estava mais do que claro que nós nos gostávamos, e não precisávamos de rótulo para isso. Nos gostávamos e pronto, como duas pessoas possuem o total direito. E se esse sentimento era mútuo, por que não arriscar? Era trabalho meu fazer com que Lauren perdesse o medo de me ter para ela.

Depois do banho delicioso que tomei, me peguei pensando no que iria vestir para passar o resto da noite ali, já que não havia me programado para tal coisa. Vasculhei o banheiro com os olhos enquanto me secava, pensando se deveria sair e pedir Lauren por algumas peças de roupa. Me deparei com uma camisa social branca pendurada ao lado da porta, e sorri ao imaginá-la vestida nela para o trabalho. Enrolei a toalha no cabelo e estiquei o braço, tomando o tecido macio nas mãos. Vesti a peça, ajeitando a gola em meu pescoço e me ocupando em fechar os botões. Deixei os últimos três abertos, dobrando um pouco das mangas compridas. Não havia calcinhas limpas, logo, eu ficaria sem. A camisa social não seria o bastante para cobrir a minha boceta e a minha bunda caso eu levantasse as mãos para alguma coisa, mas eu não estava nenhum pouco preocupada com isso. Afinal, a única pessoa presente naquele apartamento além de mim, era exatamente a mesma pessoa na qual eu queria que visse muito mais que o centro do meu corpo.

Fui voltando para a sala secando o cabelo, me arrepiando um pouco pelo clima gelado que o ar condicionado deixava no apartamento. Uma música suave preenchia todo o ambiente, logo reconheci a voz maravilhosa; Etta James – Damn your eyes. Me deixei sorrir ao encontrar Lauren sentada em um de seus sofás, de banho tomado como pude perceber. Cabelo molhado e bagunçado, no corpo uma camisola vermelha de seda que quase não cobria suas coxas, pés descalços. Suas pernas estavam cruzadas em toda uma sensualidade feminina, e em sua mão direita, um copo de whisky pela metade. Ela sorriu ao me ver do outro lado da sala, sorri de volta. Fui me aproximando devagar, deslizando a toalha pelas pontas do meu cabelo úmido. Lauren deu um gole no líquido âmbar e me espiou como uma verdadeira felina faminta. Seu olhar subiu dos meus pés até a minha cabeça, e vi sua sobrancelha direita se erguer de forma interrogativa quando parei bem próximo a ela.

: - Aproveitou o seu banho?

Bebeu mais um pouco, enfiando o dedo indicador dentro do copo para misturar o líquido ao gelo. Larguei a toalha no braço do sofá e deslizei os dedos pelo cabelo, desembolando. Se ela estava tentando me seduzir de alguma forma, já havia conseguido desde o momento em que olhou para mim com aqueles malditos olhos verdes que me tiravam a porra do fôlego.

: - Foi maravilhoso, mas faltou você nele.

Ergui a mão para jogar o cabelo para o lado, e a camisa social subiu até a minha cintura, me deixando nua dali para baixo. O olhar de Lauren foi parar em meu quadril sem que ela hesitasse nenhuma vez, e a forma devastadora com a qual me olhou fez com que minha boceta contraísse umas três vezes ao redor do nada. Foi um golpe certeiro em mim e nela.

: - Camila... – Ela sussurrou engolindo a saliva em sua boca, deslizando a língua pelos lábios quase que imperceptivelmente. – Fuck! You're insane.

Porra! Amava tanto quando ela falava em inglês, aquilo me deixava na beira da loucura.

Me aproximei mais e subi no sofá de joelhos, sentando-me em suas coxas descobertas, de frente para ela. Lauren fechou os olhos e soltou um suspiro longo quando a minha boceta já melada e quente entrou em contato com a sua pele. Eu queria gemer de satisfação, mas me controlei o máximo que pude. Ela era tão boa, tão feminina, tão gostosa e tentadora. Como diabos podia ser real? Peguei o copo de sua mão e dei um longo gole, sentindo o líquido descer rasgando a minha garganta. As mãos de Lauren foram parar em minhas coxas nuas em uma carícia deliciosa.

: - Espero que não se importe de eu ter pego a sua camisa emprestada. – Bebi mais um pouco do whisky, movendo meu quadril bem devagar para frente e para trás. Mordi o lábio inferior entre um sorriso, a observando levar as mãos até a minha cintura em um aperto firme. Seus lábios estavam separados e uma respiração furiosa escapava deles. Seu olhar estava fixo em minha boceta e no pequeno movimento que ela fazia sobre suas coxas. Eu a melava todinha com o líquido quente da excitação que me causou. – Prometo que cuido bem dela... – Chupei o dedo que retirei de dentro do copo, soltando um gemido baixo. – Mas só se você cuidar muito bem de mim.

: - Você é o Diabo, Camila! – Lauren gemeu baixo com os dentes travados, voltando com as mãos para as minhas coxas, apertando com força. – Olha só pra isso... Little bitch! God Damn!

: - Oh, sim!

Gemi baixinho no ouvido dela, deslizando minha mão livre por sua nuca quando seus lábios tocaram a minha clavícula. Larguei o copo no braço do sofá.

: - Tão cheirosa. – Ela distribuiu beijos molhados por meu pescoço, deslizando as mãos ansiosas para a minha bunda desnuda. Fechei os olhos com força quando a senti apertar a carne. – Tão macia e gostosa. – Cravei as unhas em seus ombros, curvando a cabeça para trás um pouco, a dando mais espaço para beijar a minha pele. – Desejei te tocar desse jeito desde o começo. Você me faz perder o controle e esquecer todos os limites que eu coloquei pra mim.

Ela rosnou baixinho com a boca grudada no pé do meu ouvido, massageando a minha bunda com as duas mãos, intensificando o meu vai e vem em seu colo. Enfiei meus dedos entre seu cabelo úmido, abusando do aperto enquanto me sentia cada vez mais molhada por ela, completamente a mercê daquela mulher como nunca fiquei com homem nenhum. As coisas que eu estava sentindo por dentro e por fora, o prazer absurdo que ela estava me proporcionando apenas com aqueles toques simples me fizeram perceber que, quando há algum tipo de sentimento, basta um beijo para o mundo todo explodir em um tesão infinito.

: - Como eu poderia me controlar com você nua na minha frente? – Suas mãos subiram por dentro da camisa social que eu vestia, cobrindo os meus seios mais do que necessitados de algum toque. Eu gemi entorpecida, rebolando e esfregando o meu clitóris de forma lenta na coxa dela. Nunca experimentei algo tão bom quanto aquilo. – Como eu posso manter a minhas mãos longe de você quando te tenho assim, se esfregando em mim desse jeito e me molhando inteira?

Lauren começou a girar os meus mamilos devagar com seus dedões, intercalando com chupões e mordidas em meus ombros.

: - Você não facilita pra mim, Camila... – Sua boca subiu por meu pescoço e logo seus lábios estavam sobre os meus. Os separei para recebê-la, mas Lauren apenas agitou sua língua na entrada, deslizando-a devagar por cima da minha boca entreaberta. Eu queria que ela me beijasse e calasse aquele calor infernal que eu sentia arder por dentro, mas ela não estava disposta a me dar aquilo naquele momento. Pela primeira vez na minha vida me senti sendo dominada, e aquele sentimento era completamente assustador. – Não tenho como me manter indiferente com o calor da sua boceta nas minhas coxas.

Ouvi-la falar daquele jeito terminou de me levar ao topo, aquele sotaque gringo carregado, aquela voz aveludada e aquele desejo monstruoso que ela demonstrava me fez querer apenas uma coisa: gozar o mais forte que eu pudesse. E eu sabia, tinha noção de que não seria nenhum pouco difícil.

: - Apenas mantenha as suas mãos em mim, por favor!

Se em algum momento da minha vida me dissessem que, um dia, eu iria implorar por alguma coisa a alguém, eu iria gargalhar e dizer que a pessoa enlouqueceu. Mas no caso, ali naquela hora, rebolando no colo de Lauren e me esfregando nela com uma necessidade absurda de senti-la, a única certeza era que quem enlouqueceu fui eu.

Loucura era o nome certo para aquele nosso momento, e talvez eu nunca tenha gostado tanto de ficar insana. Quando nossas bocas se encontraram, furiosas e sedentas por mais, nos beijamos com um desespero que podia ser notado a quilômetros. A língua de Lauren contra a minha parecia querer desvendar a minha alma, quebrar as minhas defesas, explodir os meus pensamentos e me virar do avesso. Suas mãos corriam minhas coxas, meus peitos em apertos deliciosos que me faziam gemer sem pudor algum. Meus movimentos iam ficando cada vez mais intensos, e eu me tremi inteira quando ela levou suas mãos até os dois lados da camisa que eu vestia, puxando com força e arrebentando todos os botões. Gememos juntas com aquele ato bruto, enquanto seus dedos desciam a camisa amassada por meus ombros. Logo a peça desnecessária foi parar no chão, e a mulher que, até então, parecia outra diante de mim, me empurrou um pouco para trás, apenas para observar o meu corpo. Aquela não era mais a Lauren tímida e fechada pela qual eu passei a nutrir alguma coisa, aquela Lauren diante de mim que me devorava com olhos, mãos e boca, era quase como um alter ego que eu descobri adorar desesperadamente. Eu queria ela pra mim, assim como eu quis a outra. Eu queria todas as Lauren's que ela tinha a me oferecer.

Seus dedos subiram por meu ventre, circularam o meu umbigo e correram na direção da caveira mexicana que eu tinha tatuada nas costelas do lado esquerdo.

: - Sempre detestei tatuagens... – Ela disse baixinho, mais para ela do que para mim, fazendo o contorno do desenho e me arrepiando inteira. – Mas depois de ver a tua pele marcada com uma, só sei pensar o quão sexy é. Você quebra todos os meus tabus, Camila.

Ao dizer isso, Lauren curvou-se um pouco para frente e cobriu a minha pele tatuada com a sua boca, lambendo o desenho em minhas costelas sem cerimônia. Eu joguei a cabeça para trás e gemi um tom mais alto, levando uma das mãos até sua nuca, fazendo pressão ali para que ela não parasse.

: - Porra!

Eu xinguei me sentindo cada vez mais perto do meu orgasmo, uma dor deliciosa no meu clitóris rígido e sensível. Suas mãos firmes em meu quadril acompanhavam os meus movimentos, para frente e para trás, de um lado para o outro. O suor escorria por minhas costas e o líquido quente por minha boceta latejante, melando as pernas dela e a calcinha que ela ainda usava. Arranhei suas costas, me oferecendo de bandeja quando sua boca molhada tomou meus seios em chupadas deliciosas. Primeiro um, depois o outro. Lambendo, chupando, mordendo, deixando no ar aquele barulho de sucção que me fez revirar os olhos. Ela não parava de xingar palavrões em seu idioma, ou dizer putarias no pé do meu ouvido e o quanto eu era maravilhosa. Lauren nunca antes falou tanto em inglês comigo, duvido que possa existir no mundo algo mais sexy do que isso.

: - Isso... – Ela gemia contra a minha boca, segurando em minha bunda com força. Um tapa, as vezes dois, eram distribuídos em sequência na região. Meus braços sobre seus ombros, apoiados no encosto do sofá, me davam apoio para rebolar cada vez mais rápido e forte. Meus gemidos saíam por minha garganta tão chorosos que era como se eu sentisse dor, e talvez eu sentisse, aquele tipo de dor que dá vontade de sentir mais e mais de tão gostosa que é. – Você é tão linda. Estou louca pra te colocar de quatro nesse sofá e provar o gosto da tua boceta.

Aquilo foi o bastante pra mim. Nem em meus melhores sonhos eu poderia imaginar que gozaria roçando em alguém, e que esse alguém fosse ser uma mulher. Descobri que eu não sabia nada sobre sexo. Lauren estava sendo uma eterna surpresa para mim, e eu queria daquilo para o resto da vida.

: - Lauren! – Rosnei enterrando minhas unhas no couro do sofá, erguendo o queixo enquanto sua língua me lambia o pescoço. – Oh, Lauren, porra! Porra! Sim... Caralho!

: - Cum on me! – Ela estalou dois tapas leves em minha bunda de forma rápida, terminando de me empurrar da borda. – Go on, baby!

Meu corpo sacudiu intensamente dos pés à cabeça, aquela vibração enlouquecedora correndo por cada osso e músculo, se concentrando com força total no meio das minhas pernas. Eu jorrei em cima das coxas daquela mulher como se nunca tivesse gozado na minha vida, meus gemidos saíam altos e desesperados como se eu fosse uma menininha virgem. Eu ia para trás e para frente sem conseguir parar, deslizando sobre a pele dela, encharcando-a de gozo quente e de cheiro forte.

: - Ah, Camila... – Ela soltou um gemido choroso, igualmente suada e vermelha, descendo uma das mãos por minhas costas enquanto deslizava os dedos livres pela poça enorme que se forçou na junção de suas pernas. Lauren levou os dedos melados pelo líquido transparente até perto do nariz, inalando com força e fechando os olhos depois de revirá-los de forma delicada, em uma clara expressão de prazer. – Nunca fodi uma mulher com um cheiro tão bom quanto o seu. Tão feminino e inebriante... Você é uma delícia.

Eu não tinha forças para falar, depois daquele orgasmo, só consegui beijá-la com todo o desejo que havia em mim. Não demorou muito e eu estava curvada sobre o encosto do sofá, de joelhos, apoiando a cabeça nos meus braços e mantendo minha bunda empinada para trás. Aberta, exposta, esperando pelas mãos que não tardaram a me tocar. Lauren, naquele momento sem nenhuma peça de roupa, desceu beijos por minha coluna suada, me rendendo espasmos que pareciam não ter fim. Enquanto ela me lambia uma das nádegas, eu não conseguia parar de gemer e de pensar no quanto ela era incrível, no quanto seu corpo era perfeito e no quão excitada eu fiquei por vê-lo livre de qualquer pano. A imagem só servia para me atiçar ainda mais, e quando sua língua habilidosa tocou a fenda que dividia a minha bunda ao meio, a procura de algo, eu xinguei todos os palavrões existentes. Ninguém nunca havia me tocado ali, não por não tentarem, mas sim porque eu não deixei. Mas Lauren estava fazendo comigo o que ela queria, e eu estava deixando com que ela me virasse do avesso sem impor nenhuma regra. Pela primeira vez na história da humanidade, eu estava sendo dominada por alguém e não havia dúvidas de que era aquilo que eu queria.

: - Merda, Lauren! – Resmunguei entre os dentes entregando o meu deleite, mexendo de leve o meu quadril contra a boca dela. – Isso é bom... Muito bom!

Ela gemeu em mim, separando mais as minhas nádegas e deslizando sua língua para cima e para baixo no buraco apertado que eu descobrir ser uma fonte incrível de prazer. Que delícia era sentir aquela boca me oferecendo calor bem ali, deixando molhado e sensível de um jeito que jamais ficou. Quando ela descia a língua para a minha boceta e depois voltava para cima, pequenos gritinhos saíam da minha garganta.

: - Você é tão gostosa aqui. – Seu dedo indicador deslizou pela brecha da minha bunda, acariciando o local. Mordi o lábio com força para não gritar mais do que podia quando ela caiu de boca na fenda apertada da minha boceta, para logo rodear o meu clitóris com a língua com firmeza. – E essa boceta molhada e apertada... Holy shit!

Ia dizendo entre lambidas e chupadas, me fazendo revirar os olhos já sem saber quem eu era, onde estava. O esquecimento me atingiu com força, e eu não lembrava de mais nada que não fosse Lauren e sua língua entrando e saindo de mim com lentidão e suavidade. Eu não sei dizer por quanto tempo ela ficou ali, de joelhos atrás de mim, me chupando e me devorando, me dando o melhor oral que já recebi algum dia.

Ah, quando ela lambia... Porra! Eu ia pra casa do caralho e voltava. Sua língua parecia veludo, quente e delicada, lambendo todas as dobras e se enfiando em mim tão fundo que eu me sentia vazia quando saía. Não demorei muito para começar a tremer daquele jeito alucinante, e apertei o encosto do sofá com força para tentar buscar um controle que não existia há muito tempo. Explodi em um novo orgasmo, dessa vez, na boca dela. Gozei tanto que podia sentir o desespero de Lauren para lamber todos os rastros. Ela massageava a minha bunda enquanto bebia de mim, onde me deixei cair com o peito contra o couro que revestia o encosto do sofá. Eu estava em transe.

: - Você é maravilhosa, Camila!

O meu coração só faltava explodir quando ela me elogiava, e Lauren passou todo aquele nosso tempo juntas me enchendo de elogios. Ela era encantadora. Rude e doce ao mesmo tempo, sempre lembrando de dizer o quanto me achava maravilhosa e o quanto me desejava. Nenhum homem se preocupou daquele jeito comigo antes, nenhum deles transou comigo se preocupando em me dizer o quão linda eu era. Aquilo fazia de Lauren ainda mais importante pra mim, fazia dela algo que ninguém nunca foi.

Ela deitou seus seios de mamilos rígidos em minhas costas, erguendo um pouco a minha coluna. Sua mão direita foi para frente, e desceu por minha barriga na direção da minha boceta sensível e encharcada. Lauren era insaciável, e eu sorri percebendo que, ela estava certa quando me disse para não brincar com ela.

: - Quero te foder bem devagar. – Seus dentes mordiscaram o lóbulo da minha orelha direita, e eu me arrepiei inteira. Gemi baixinho quando ela começou a roçar sua boceta na minha bunda, molhando a minha pele e me deixando fascinada. – Aproveitar esse teu calor gostoso que tanto me agrada. – Beijou o meu ombro, mordeu a curva do meu pescoço. – Ver você gozar nos meus dedos como a boa menina que eu sei que você é. – Lambeu a minha nuca com delicadeza, apertando os meus seios com a mão livre. – Não é, Camila? Diz pra mim o quão boazinha você é, diz.

: - Muito... – Sussurrei perdida em milhares de sensações novas, de olhos fechados e lábio inferior mordido, tombei minha cabeça para trás contra seu ombro esquerdo, me rendendo totalmente. – O quanto você quiser que eu seja.

: - Muito bem! – Seus dedos longos tocaram o meu clitóris, e ela me masturbou por um instante antes de meter em mim bem devagar, me fazendo abrir a boca em O em silêncio, o gemido ficou preso na minha garganta. – Oh, God!

: - Isso! – Coloquei para fora com dificuldade, sentindo-a me preencher totalmente. – Bem fundo... Lauren! Ah, porra!

Segurei no encosto do sofá com mais força quando ela começou a estocar para dentro e para fora, com carinho e paciência, atingindo certinho o ponto esponjoso dentro de mim. Sua boceta roçava em minha bunda com a mesma suavidade, e ela gemia derretida no meu ouvido com toda uma graça, manhosa e charmosa, me fazendo sorrir enquanto era fodida do melhor jeito possível. Nossos gemidos saíam em harmonia, enchendo o ambiente com murmúrios e aquele som excitante dos dedos dela saindo e entrando da minha boceta molhada. Abri mais as pernas, empinando a minha bunda para facilitar o prazer dela. Rebolei sem que precisasse pedir, fazendo-a gemer mais gostoso e intensamente. Fiquei louca com aquilo, ergui a mão e a levei para trás, embolando os dedos no cabelo dela em busca de mais contato. Virei o rosto para o lado e nos beijamos algumas vezes, trocando elogios e pedidos que logo eram atendidos. Seus dedos passaram a me foder com mais rapidez, e o que antes era estranhamente doce, passou a ser selvagem e necessário. O som de nossos corpos se chocando ganhou espaço, e Lauren segurou em minha cintura com firmeza enquanto moía seu clitóris inchado na minha bunda. Nossas peles suadas se roçavam e eu não conseguia mais segurar o orgasmo que precisava explodir.

: - Eu vou gozar.

Eu avisei com a voz trêmula, meu corpo se agitando daquele jeito mais do que familiar.

: - Oh, sim, Camila! Goza pra mim. – Lauren sussurrou no meu ouvido por trás dos dentes travados, apertando meu seio esquerdo com força. – Goza nos meus dedos e me faz gozar nessa sua maldita bunda gostosa.

Meus olhos giraram para trás no mesmo segundo, e eu explodi pela terceira vez naquela madrugada em um orgasmo alucinante. Gritei em bom som, sem limites e sem pudor, sentindo os dedos dela baterem tão fundo que minhas mãos doeram de tanto que eu apertei o encosto do sofá. Ela choramingou no meu ouvido, xingando e chamando o meu nome enquanto gozava na minha bunda, jorrando tão forte que o líquido escorreu pela parte de trás das minhas coxas.

: - Que delícia, gringa!

Sussurrei o apelido que ela passou a gostar, mantendo meus olhos fechados com um meio sorriso nos lábios, rebolando devagarinho para que aproveitasse seu orgasmo até o final. Lauren sorriu na minha orelha, beijando a mesma, ainda se esfregando em mim.

: - É isso o que eu chamo de foder, menina. – Adorava quando ela me chamava daquele jeito, fazia com que eu me sentisse uma putinha. E eu poderia ser para ela, se ela quisesse. – Você foi incrível. Ninguém antes deu pra mim tão gostoso assim.

Ganhei um beijo no ombro e choraminguei quando ela retirou seus dedos de dentro de mim, me sentindo vazia.

: - Preciso dizer que amei essa nova Lauren. – Comentei a ouvindo rir, sentindo seus braços me abraçarem pela cintura enquanto ela sentava no sofá ao meu lado, me puxando para o seu colo. – Sem controle, solta, desbocada e selvagem.

: - Essa não é uma Lauren nova, Camila. – Ela beijou-me os lábios com carinho, erguendo a mão para tirar a franja que caiu sobre os meus olhos. – Essa sou eu com tesão acima do nível seguro. – Ela riu de forma linda, as bochechas vermelhas por todo o esforço que fizemos. – Essa sou eu sem limites e eu nunca permiti que me visse assim, até hoje.

: - Uma pena, porque me privou de gozar bem gostoso por todo esse tempo.

Comentei ao rolar os olhos, fazendo-a soltar uma gargalhada. Lauren chegou a coluna para trás e deitou as costas no encosto do sofá, me puxando para ela.

: - Você nunca cansa de me surpreender.

Deitei a minha cabeça em seu peito e coloquei uma coxa de cada lado de seu quadril, recebendo seus braços ao meu redor em um abraçado confortante. O dia lá fora já dava sinais de vida, o céu ia clareando aos poucos, e nós ficamos ali abraçadas observando o nascer do sol por um longo tempo, em silêncio, palavras tornaram-se completamente dispensáveis. Seus dedos subiam e desciam por minha coluna, vez ou outra ela depositava beijos suaves no topo da minha cabeça. Fui ficando sonolenta, uma felicidade avassaladora dentro do peito. Me sentia renovada, como se tivesse ganhado forças para enfrentar o mundo e todos os seus defeitos.

O mar lá embaixo estava calmo, o cheiro de maresia entrava pela porta da varanda e enchia o ambiente. Fechei meus olhos, me apertando mais a ela. Lauren depositou um beijo em minha testa, me acariciando as costas sem pausa. A última coisa que eu me lembro foi de sorrir antes de pegar no sono. Estava exausta daquela maratona de sexo, só precisava dormir por um longo tempo.

Acordei horas mais tarde na cama de Lauren, coberta por um lençol macio na cor branca, que me cobria até a cintura. Sai da cama e coloquei um roupão preto que estava dobrado sobre a poltrona, e imaginei que ela havia deixado ali para mim. O cheiro gostoso de ovos e bacon me guiou pelo corredor, meu estômago roncava e eu comeria qualquer coisa que tivesse na geladeira daquele apartamento. Prendi o cabelo em um nó no alto da cabeça quando cheguei na sala, observando uma mesa posta na varanda, com aquela vista maravilhosa do mar de Copacabana a seus pés. Abri um sorriso involuntário, cruzando os braços embaixo dos seios.

: - Vejo que achou o roupão que deixei para você usar. – A voz de Lauren por trás de meus ombros me estremeceu um pouco, e eu me virei para encontrá-la usando o mesmo roupão que eu, segurando uma jarra de vidro transparente em uma das mãos. – Bom dia!

: - Bom dia!

Seus lábios se curvaram em um sorriso lindo que me deixou tonta, e seus olhos em um verde água por conta da manhã fizeram do meu ventre um reboliço só. Aos poucos ela se aproximou de mim, depositando um beijo suave nos meus lábios, e outro em minha testa. Meu coração parecia querer sair do meu peito.

: - Está com fome? Não sei o que você curte de café da manhã, mas eu amo ovos e bacon, então espero, do fundo do meu coração, que você goste o tanto que eu.

: - Eu como qualquer coisa, Lauren. – Ela riu alegre, desviando de mim e seguindo para a varanda, colocando a jarra de suco de laranja sobre a mesa. – Você precisa saber isso sobre mim.

: - Isso é bom, não gosto de gente fresca, sabe? – Ela piscou um dos olhos para mim, puxando a cadeira acolchoada para trás. – Sente-se!

: - Sério que você está puxando a cadeira para que eu me sente?

Perguntei com um sorriso de canto ao me aproximar, sem acreditar que ela era mesmo real.

: - Por que não faria? Não está acostumada a ser tratada assim?

: - Não mesmo. – Me sentei na cadeira e a vi dar a volta na mesa, sentando-se do outro lado. – Normalmente os caras com quem eu transo nem mesmo me pagam uma coca-cola, quem dirá puxar a cadeira para eu me sentar e abrir a porta do carro pra mim.

Lauren riu, fazendo um movimento de negação com a cabeça. Com calma e cuidado, ela encheu nossos copos com um pouco do suco, empurrando em minha direção a bandeja repleta de tiras de bacon. Meu estômago roncou de novo.

: - Bem, eu sou uma mulher, isso já conta como alguns pontos na frente. – Nós rimos juntas, trocando alguns olhares bem cúmplices. – E a partir do momento que você esteve na minha cama... – Suas bochechas coraram e eu me derreti inteira. – Vou tratá-la da melhor maneira que eu puder. Não para que eu possa tê-la outra vez da forma que tive "ontem", mas sim porque a intimidade que tivemos faz com que, o mínimo que eu possa fazer para retribuir o bem que me fez e lhe agradar, é tratá-la com carinho.

Aquela mulher fazia com que eu tivesse vontade de passar a minha vida toda ao lado dela. Fiquei sorrindo igual a uma abestada.

: - Todos os americanos são como você, ou tive a sorte de transar com a única?

Perguntei enquanto colocava ovos e bacon em meu prato, junto com uma fatia de pão.

: - Talvez eu seja a única.

Ela riu de forma doce antes de levar o garfo a boca, mastigando com calma.

: - Eu sou uma mulher de sorte, então.

Trocamos um sorriso pequeno e nos ocupamos em comer, no final, nossa fome falou mais alto do que tudo. O café da manhã foi completamente agradável, conversamos sobre faculdade, carnaval e mais algumas coisas. Quando me senti satisfeita, levei as costas para trás na cadeira e suspirei.

: - O que vai fazer hoje?

Perguntei interessada, relaxando com o barulho das ondas na praia lá embaixo.

: - Trabalhar e trabalhar. – Torci os lábios.

: - Você não descansa nem no final de semana?

Lauren negou com a cabeça, limpando a boca com um guardanapo de pano.

: - Descanso é algo que não existe na minha vida, Camila. – É, algumas coisas não haviam mudado. Suspirei, abaixando os ombros. – Por que essa carinha?

: - Tinha pensado de almoçarmos juntas hoje... Só isso. – Dei de ombros.

: - Almoçar não vai dar, quero terminar tudo isso o quanto antes, realmente preciso. Mas podemos jantar juntas se você quiser.

Lauren curvou-se para frente e tocou a minha bochecha com as pontas dos dedos, acariciando. Abri um sorriso, me deixando sentir aquele toque gostoso.

: - Certo! Passo aqui para lhe pegar as oito.

: - Eu disse que vamos jantar juntas, mas não mencionei que vamos sair.

Ergui as sobrancelhas, vendo-a rir e deslizar os dedos pelo cabelo.

: - Ah, não?

: - Não, vamos ficar aqui, vou cozinhar para nós.

: - Hmmm, e desde quando você sabe fazer algo mais além de ovos e bacon?

Eu disse de nariz em pé, observando-a me lançar o mesmo olhar estreito que me lançou ontem quando a provoquei.

: - Desde sempre, é meu passatempo favorito. E pensei que você tivesse apreendido que não se deve brincar comigo.

Me curvei para frente, colocando os meus cotovelos sobre a mesa e apoiando o meu queixo em minhas mãos.

: - Estou louca para ver se você é tão hábil para cozinhar o tanto que é para foder.

: - Camila! – Eu soltei uma gargalhada da cara de prazer que ela fez, levantando da cadeira às pressas quando a vi se erguer para avançar em mim. - Volta aqui!

Eu sai correndo para dentro do apartamento, com Joker latindo atrás de mim. Lauren fez um jogo mais rápido que o meu e me enlaçou pela cintura antes que eu pudesse me trancar no quarto. E novamente ela me deixou bem claro que, a única coisa que eu não podia fazer se quisesse manter a minha sanidade, era brincar com ela.

Cheguei em casa uma hora antes do almoço, sendo recebida por uma Sofi tagarela e cheia de perguntas. Meu pai não estava em casa, o que dei graças a Deus por não ter que encarar sermão logo pela manhã. Joguei um pouco de Xbox com a baixinha e depois fui para o meu quarto, me perdendo na leitura de um livro que estava para terminar há anos e não terminava. Na melhor parte da leitura, vi a porta se abrir como se um furacão estivesse passando pelo meu apartamento, e uma Taylor acompanhada de Normani entrarem entre risadas. Ergui os olhos do meu livro por baixo das lentes dos óculos, encarando as duas de forma séria.

: - "Mas como vocês ousam entrar na minha toca sagrada? " – Fechei o livro e o coloquei sobre o meu colo, erguendo o dedo indicador para movimentá-lo enquanto falava. – "Mas que insolência, mas que audácia, mas que garotas desaforadas. "

: - Está citando O Grinch, vejo que tem alguém feliz por aqui.

Taylor comentou com um sorriso, se jogando na minha cama. Feliz era pouco para mim. Normani tomou o meu rosto nas mãos e encheu minhas bochechas de beijos, sentando-se na poltrona localizada no canto do meu quarto. Pelo visto todas havíamos transado na noite anterior. Senti vontade de rir. O tempo que se seguiu depois daquele momento foi de muita fofoca e risada. Taylor ficou suspirando enquanto nos contava o quanto a foda com o tal cara havia sido boa, e Normani o quanto os amassos com Dinah no carro a deixaram querendo dar ali mesmo. Perguntei o motivo dela não ter dado, e sua resposta foi "Querida, não sou você para dar no primeiro encontro". Era uma filha da puta ou não era? Com essa pra cima de moá. Me poupe, se poupe, nos poupe!

: - Você e Lauren foram pra algum lugar ontem depois da Lapa, Mila?

Taylor perguntou inocente, bisbilhotando a minha estante como gostava de fazer. Não sei dizer o motivo, mas Normani me olhou com uma expressão diferente, parecendo aquele emoji de lua que usamos no wpp. Estreitei os olhos.

: - Não! – Respondi com a voz mais cínica que consegui fazer. – A deixei em casa antes de vir pra cá e só.

: - Ah, pensei que fossem esticar a noite em algum lugar.

Cocei minha nuca e retirei os óculos de armação vermelha, os colocando em cima do livro ao meu lado. Normani riu baixinho e pegou o celular de dentro da bolsa, e eu sabia que ela estava fingindo mexer só para não abrir a boca.

: - Não, não, eu estava cansada demais pra isso. Ainda estou, para falar a verdade.

Me encostei na cama, sentindo meu iphone vibrar alguns segundos depois. Quando destravei a tela, vi que era uma mensagem de Normani no wpp. Rolei os olhos, a encarando seriamente sem que Taylor percebesse. Ela fez aquela cara de sonsa que eu conhecia muito bem, mordendo a pontinha da unha. Filha da puta! Olhei a tela do celular de novo e me engasguei com a minha própria saliva ao ler a mensagem.

"Cansada de foder, né? Ou pensa que eu não sei que tu foi para o apartamento da gringa depois da Lapa? Tu é esperta, mas eu sou muito mais, Mila."

Larguei o celular sobre o colchão como se tivesse tomado um choque, tossindo tanto que senti meu peito arder. Era só o que me faltava mesmo, fui muito burra de achar que Normani não iria desconfiar de nada com o clima que rolava ontem entre Lauren e eu na Lapa.

: - Quer um copo de água, Mila?

Mani me ofereceu com um sorrisinho cínico, me fazendo sentir vontade de pular no pescoço dela. Ela estava se divertindo, e no fundo a minha única vontade era de rir até não aguentar mais.

: - Não, tô de boas.

Bati de leve no meu peito, engolindo a saliva. Passei a mão pelo cabelo e desviei os olhos daquela piranha encrenqueira.

: - Quero esse batom emprestado, estou há tempos querendo comprar e não acho. – Taylor resmungou distraída, graças a Deus não prestou atenção na ceninha entre Normani e eu. – Aliás, Mila, você não disse que ia pegar emprestado alguns vinis da Lauren? Não estou vendo nenhum que pertença a ela aqui na prateleira.

Porra, Camila, que mancada! Revirei os olhos para a minha própria pessoa e me levantei, andando na direção da Jauregui mais nova que me encarava meio confusa.

: - Eu ia, mas Lauren tem os mesmos vinis que eu, então não tinha porque eu pegar nada. Perdi foi tempo procurando algum diferente lá.

Dei a minha melhor desculpando, orando para ela acreditar. Taylor deu de ombros e voltou a falar do batom que queria emprestado, me deixando mais do que aliviada. Começamos a rir por alguma coisa e ela me abraçou pela cintura, depositando um beijinho na minha bochecha. Me sentia mal por ter que mentir para ela, mas era melhor do que vê-la querendo me jogar do Cristo Redentor caso descobrisse que eu e sua irmã estávamos tendo algo.

Descansei meu queixo em seu ombro e Normani girou a poltrona para ficar de frente para mim, ao mesmo tempo, de costas para Taylor.

: - Cínica.

Foi o que ela disse sem som algum, apenas movendo os lábios, me fazendo responder da mesma forma.

: - Cala a boca!

Trocamos um sorriso mais do que cúmplice e eu sabia que, a qualquer hora, teria que sentar com ela e contar tudo nos mínimos detalhes. Apesar da situação ser um pouco delicada, era certeza que Normani estava do meu lado.

O tempo passou rápido e a noite não demorou para chegar. Nem preciso dizer qual foi o tamanho da minha surpresa quando um buquê de rosas vermelhas foi entregue no meu apartamento. Fiquei parada olhando pra cara do entregador e o perguntando trinta vezes se tinha certeza que era mesmo pra mim. Depois de receber umas olhadas feias de impaciência, peguei o buquê das mãos dele, assinei um recibo e fechei a porta. Havia um cartão branco, e quando abri, me deparei com a caligrafia perfeita de Lauren enfeitando a textura do papel.

"Espero que goste de rosas vermelhas, se não gostar,

farei de tudo para acertar da próxima vez.

Estou lhe esperando.

Com carinho,

Lauren J."

: - Isso não pode ser verdade.

Comentei comigo mesma, sorrindo tanto que sentia minha boca doer. O que ela estava fazendo comigo? Como eu iria imaginar que Lauren poderia ser tão carinhosa e romântica, e o pior, que eu iria gostar tanto disso?

: - Você está parecendo uma retardada sorrindo sozinha, Mila!

A voz de Sofia me tirou dos meus pensamentos, e eu ergui o rosto das rosas que me ocupei em cheirar.

: - Não me chame de retardada, mocinha. – Me fingi de brava, arrancando uma risada dela. – Me respeita!

: - Você me disse para dizer a verdade sempre.

: - Sofia Cabello, quando foi que você cresceu tanto?

Perguntei ao negar com a cabeça, estendendo a mão livre para bagunçar seu cabelo. Aquela criança se parecia cada vez mais comigo, e era assustador.

As oito em ponto eu estava na porta de Lauren, usando um vestidinho vermelho dois palmos acima dos joelhos, com um decote pequeno na frente e aberto atrás. Não posso dizer que me arrumei como se fosse pra balada ou algo assim, mas eu queria estar bonita para ela, eu sempre queria parecer o mais bonita possível para ela.

Respirei fundo antes de tocar a companhia, havia um frio na minha barriga como em todas as vezes em que eu estava ao ponto de encontrá-la. Não demorou muito e a porta foi aberta, onde fui recebida por uma Lauren de tirar o fôlego. Simples, mas de fazer qualquer ar existente fugir dos meus pulmões. Cabelo levemente preso sobre o ombro esquerdo, uma blusa decotada que deixava metade de sua barriga de fora, na cor azul, e uma saia longa estampada que possuía uma fenda enorme na perna direita, rasgando desde sua virilha até o pé descalço. Aquela noite ela era como uma verdadeira Carioca. Lauren nem de longe parecia ter trinte e três anos, naquele momento, inclusive, eu dava para ela no máximo vinte e cinco. Era uma mulher estonteante.

: - Olá! – Ela disse toda doce, apoiando a mão na porta e me oferecendo um sorriso carinhoso. – Pensei que fosse me deixar esperando a noite toda.

Me aproximei dela, retribuindo o sorriso que me oferecia, depositando um selinho em seus lábios livres de qualquer batom. Ela não usava maquiagem, e aquilo a deixou ainda mais linda.

: - Dez minutos de atraso não é lá muita coisa, sabia?

Ela me deu espaço para entrar no apartamento, e disse depois de fechar a porta atrás de mim.

: - Qualquer minuto que eu tenha que esperar para poder te ver é demais pra mim.

Olha, se aquele não era um sinal de que a noite seria longa e produtiva, eu realmente não sei dizer o que significava. De uma coisa eu tinha certeza, aos poucos estava conseguindo desarmar as suas defesas, e ansiedade já não era o bastante para me resumir em relação a isso. Mal podia esperar para descobrir o que havia para ser oferecido a mim, por baixo de todo aquele mistério que era Lauren Jauregui.

Continue Reading

You'll Also Like

339K 24.5K 50
✔Concluída✔ Any Gabrielly e uma mulher muito bem sucedida uma das mas ricas de Los Angeles,também e uma mulher muito cobiçada pelos homens,ao auge do...
3.3K 144 37
*contém omegaverso** essa fic e mais pra quem gosta de barraco de família digo bagunça de família* Bom como todo clichê de aposta tem aquelas coisas...
9.6K 843 47
Ariana Grande, 25 anos, atualmente a melhor piloto de caça do exército americano. Apaixonada desde pequena por voar, seguiu os passos do pai e se tor...
11.3K 669 4
Ela tem namorado, de qualquer maneira.