Te Encontrei Quando Não Procu...

By lariramos22

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Ravenna Garcia tem 19 anos, é brasileira e cursa Dança na Juilliard em Nova York, é orgulhosa e chegou aonde... More

Bem-vindo!
01 - Ravenna
02 - Eric
03 - Ravenna
04 - Ravenna
05 - Ravenna
06 - Eric
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08 - Ravenna
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10 - Eric
11 - Ravenna
12 - Ravenna
13 - Ravenna
14 - Ravenna
15 - Eric
16 - Ravenna
17 - Ravenna
18 - Ravenna
19 - Ravenna
20 - Ravenna/Eric
21 - Ravenna/Eric
22 - Eric/Ravenna
23 - Ravenna/Eric
24 - Eric/Ravenna
25 - Ravenna/Eric
26 - Kyle (BÔNUS)
27 - Ravenna/Eric
28 - Ravenna/Eric
29 - Ravenna
30 - Ravenna
31 - Ravenna/Eric
32 - Ravenna
33 - Ravenna/Eric
34 - Ravenna
35 - Ravenna
37 - Ravenna
38 - Ravenna
39 - Ravenna/Eric
40 - Ravenna
41 - Ravenna/Eric
42 - Ravenna
43 - Ravenna
44 - Ravenna/Eric
45 - Eric
46 - Ravenna/Eric
Epílogo
Agradecimentos! ❤
AVISO IMPORTANTE!
MUDEI O TÍTULO DOS LIVROS 😱😂

36 - Ravenna

29.2K 1.5K 148
By lariramos22

Com duas últimas lentas e languidas estocadas, Eric gozou dentro de mim, soltando um longo gemido e me apertando no caloroso círculo dos seus braços.

É obviamente certo que passamos horas nos lençóis. Assim que parti pra cima do meu russo, sua reação foi me girar com força pra me deixar de costas no colchão e fazer o sexo mais selvagem, bruto e deliciosamente punitivo que já fizemos. Rosnados, mordidas, grunhidos, arranhões, gemidos, puxões de cabelo, lambidas, chupões e até alguns tapas... Sim, um sexo coerente ao MEU homem. Depois de tanto suor e pele corada, Eric diminui o ritmo e contemplou meu corpo com exímia atenção e cuidado. Perfeito de qualquer forma, sexo com ele era sempre escaldante.
Caindo exausto e ofegante ao meu lado, Eric aperta mais fortemente seus braços à minha volta e beija meus cabelos com um suspiro de prazer:

- Deus... foi como uma eternidade sem te sentir, anjo.

Sim, eternidade é a palavra certa à ser usada. Onde eu estava com a merda da cabeça ao pensar que dando o troco dessa forma faria eu me sentir melhor, satisfeita ou superior? Vingança, Ravenna? Desde quando vingança acalenta alguém? Ok, Eric errou com muita força ao agir como um babaca comigo, mas eu exagerei também. Eu poderia te-lo feito entender de outra maneira. Minha mãe sempre dizia que não se faz com os outros o que não gostaria que fizessem com você. É verdade, falar é fácil, mas na hora a vontade de dar o troco, a tentação de fazer o outro sentir o que você sentiu é absurda. Mas no fim, a gente se arrepende. Sim, me condenem, mas a verdade é essa. Ah gente, qual é? Lembrar do bichinho sofrendo daquele jeito acaba comigo. Sim, eu sou uma frouxa, durmam com essa.
Enfim, me arrependo, não de todo, mas ainda assim é um amargo arrependimento. Pronto, já podem começar a me xingar.

- Me desculpe. - minha voz quase não passa por meus lábios. Talvez por orgulho ferido? - Sinto muito ter que agir daquela forma com você. No fim, estávamos todos errados.

O silêncio dele dura poucos segundos, posso quase sentir as engrenagens girando na sua cabeça, trabalhando à todo vapor, até ele apertar meu ombro carinhosamente e dizer num sussurro:

- Estou tão arrependido. Eu é que tenho que me desculpar, anjo. Mas sim, fizemos uma cagada das grandes. - sinto seu suspiro balançar alguns fios do meu cabelo. - O amor tem disso, não é? Nos faz fazer burrada atrás de burrada sem razão ou sentido algum.

Assim que meu cérebro exausto e surrado por incontáveis orgasmos assimila suas palavras, meu corpo tenciona em resposta na mesma hora. Amor?
Pera... AMOR!?!
Acho que eu vou vomitar.
Eric solta uma curta risada, provavelmente em reação à minha recepção nada discreta da sua declaração. Espero ele dizer mais alguma coisa, o silêncio seguinte era como estar na ponta de um abismo onde mais um passo significaria toda uma enxurrada de palavras de paixão declaradas com fervor. Dava pra sentir que a qualquer momento eu ouviria um "Eu te amo". Mas não, Eric não diz mais nada, não comprova suas palavras ou me dá qualquer pista de que queria realmente dizer que me ama. O maldito russo apenas suspira mais uma vez, beija meus lábios suavemente sorrindo - esse maldito sorriso que acaba com o meu emocional - e me deseja boa noite, pegando num pacífico sono logo depois.
Simples assim.

Como ele consegue, cacete?!

[...]

É quase inacreditável o quanto o ser humano necessita ser regado e alimentado com sentimentos passionais e controversos pra que sua "humanidade" possa ser mantida.

Já pensou num homem que não pudesse sentir nada? Nem mesmo um friozinho na barriga? Pff, não.
Seria somente uma casca. Um corpo oco. Uma mera passagem vazia na Terra. Uma máquina quebrada.

Fazendo jus à isso, eu e Eric não conseguimos nos afastar no dia seguinte um segundo sequer. Dizer que passamos o dia inteiro na cama é um eufemismo. Essa necessidade do contato, do calor que o outro podia proporcionar estava além do que nós dois podíamos compreender. Sim, não preciso nem dizer que eu sou viciada no toque desse homem. Suas mãos brutas e habilidosas, seus braços fortes e acolhedores, lábios suaves e quentes... O paraíso na Terra.

As coisas já começaram diferentes pelas manhã. Acordamos com uma aura diferente. Não conseguiria explicar de forma alguma, mas as atitudes bastaram por si só. O banho não poderia ter sido melhor: carícias, toques suaves, sussurros, promessas e claro... Muito orgasmo envolvido.

Existiam momentos em que nos olhávamos nos olhos e ficávamos somente assim, sem dizer nada, sem tomar qualquer iniciativa. Apenas admirando no outro cada traço, cada trejeito, cada detalhe antes passado despercebido. Levasse o tempo que fosse necessário, nós tínhamos que ter esse reconhecimento, essa ratificação do óbvio: amor.
Precisávamos disso.

Eu posso estar surtando aqui e agora, vocês sabem que eu tenho isso com frequência. Se bem que minhas epifanias sempre fazem todo sentido... Bom, pelo menos pra mim.
Enfim, agindo ou não como "Ravenna, a Louca", tenho certeza que notei meu relacionamento com o Eric atingir um outro nível.

Não me peçam pra explicar, porque eu não conseguiria. Essas coisas a gente sente, percebe. É mais como se toda aquela paixão avassaladora e aquela conexão inegável tivessem atingido um outro patamar. Algo transcendental. Como aquela calmaria depois da tempestade, onde tudo se torna pacífico novamente e só o que era realmente "importante" e com raízes profundas continua de pé. Como se o supérfluo, o fraco e o indefeso ficassem pra trás. Sendo mais objetiva, mas não menos metafórica, foi exatamente como se passássemos uma peneira na nossa relação: tudo que não tinha força ou perseverança desceu pelo ralo.

Posso até arriscar dizer que nós precisávamos disso, desse pequeno choque de realidade. Não que eu esteja dizendo que tudo eram flores, nosso início foi sim conturbado e cheio de barreiras e complicações, vocês aí estão de prova. Mas ainda assim nosso mundinho era só Nova York, conflitos e problemas dali. Sem passado algum envolvido, sem segredos não revelados ou monstros aparentemente adormecidos nos testando...
A experiência toda em si não foi boa, mas foi necessária.

No domingo, voltamos pra casa assim que possível. Foi só o tempo de tomar o café da manhã e se despedir de Margô.

- Vou falar com ela rapidinho e te encontro lá fora. - aviso ao Eric, que concorda com a cabeça e beija meus lábios carinhosamente, nos dando as costas logo depois.

Me aproximo da simpática senhora, hoje vestida com um lindo conjuntinho azul estampado com pequenos girassóis, e trajando um enorme sorriso.

- Antes de ir pra casa, eu queria perguntar uma coisa à senhora.

- Fique à vontade, querida. Mas me chame de Margô, não estou tão velha assim, ainda tenho muito pra viver. - Ela acena elegantemente com a cabeça num movimento educado, mas solta uma risadinha meiga.

- A primeira coisa que falei com a senhora quando nos conhecemos foi sobre o livro que estava lendo. Eu disse que me dava algumas ideias picantes, como qualquer outro romance erótico, mas realmente não consegui ver qual era o livro.

Ela abre um grande sorisso de gato que comeu o canário e sussurra, inclinando o corpo pra perto de mim:

- Sim, aquele romance policial com muito sexo. - esconde o rosto nas mãos ao pronunciar a última palavra.

Não consigo evitar uma risada.

- Sim, esse mesmo. - olho pro seu colo agora sustentando não mais um livro, mas sim um tricô inacabado - Então, eu sou viciada nesses romances e fiquei muito curiosa em saber qual era o livro. Não vou conseguir ir embora pra casa com essa pulga atrás da orelha. - dou um sorriso cúmplice pra ela.

- Oh sim... era o segundo livro de uma série chamada Amos e Masmorras. Já ouviu falar?

Somente afirmo com a cabeça, então ela prossegue.

- Pelo visto ainda não leu mesmo. Não perca esse tempo, querida. Esses livros foram um achado e tanto. - ela pisca um olho pra mim e depois continua, apertando levemente meu braço num contato casual - Tem uma cena em que a personagem amarra seu homem numa cadeira e o faz gozar contra a sua vontade, já que assim ele perderia uma das muitas provas do jogo que estavam participando. Ele não tem escolha a não ser se render. - inclina mais o corpo na minha direção e sussurra com um dedo nos lábios indicando silêncio. - É segredo, não conte à ninguém, mas você já colocou uma coleira e tanto no pequeno Eric, não foi?

Dessa vez não consigo segurar uma gargalhada. Margô ri divertida também.

- Bom, é o que eu vejo com esses surrados olhos que a terra há de comer. - ela arregala os mesmos pra mim, de uma forma engraçada.

- Não vou negar que uma coleira sempre esteve nos meus planos. - sussurro pra ela e imito seu movimento de colocar o dedo nos lábios indicando segredo.

Mais uma risadinha sai de Margô e dessa vez ela afirma enfaticamente com a cabeça, concordando comigo.

- Muito obrigada pela conversa, Margô. Foi um grande prazer te conhecer. - dou um beijo no seu rosto e me despeço com muito pesar. Se eu dissesse que é tedioso conversar com uma senhora tão pra frente estaria mentindo.

[...]

O tempo em Nova York deu uma pequena virada no final de semana, a cidade já estava mais fria e chuvosa quando chegamos. Aquela chuvinha fina que dura o dia todo.
Apesar de querer passar o dia inteiro agarrada no meu homem, debaixo das cobertas e curtindo esse dia de "não fazer nada", Cindy já tinha mandado dez mensagens dizendo que ela e Kyle estavam com saudades e que queriam me encontrar assim que chegasse.

Chamei Eric pra fazer algo com a gente, mas ele me convenceu à passar um tempo sozinha com os meus amigos, disse que desfaria nossas malas e esperaria acordado minha ligação pedindo pra me buscar onde quer que fosse.
É, algumas coisas não mudam...

O bar em questão - um que eu nunca tinha frequentado, por incrível que pareça - estava lotado, mas como chegamos atrasados, a tal banda que Cindy comentou que tocaria estava na sua última canção: You Shook Me All Night Long.
Porra, me ganhou com uma única música.

A banda era excepcional. Do pouco que pude ouvir, com certeza ganharam mais uma fã. A voz da vocalista deslizava por todo o ambiente, rouca e sensual, como se tivesse acabo de sair de uma longa maratona sexual. Hipnotizava quem estivesse pelo caminho. Era só olhar pra cara dos homens na plateia quase alagando de baba o chão aos seus pés que você poderia mensurar o poder dessa mulher de enfeitiçar quem quisesse com a sua voz e seus movimentos lânguidos e provocativos.

Imaginem Megan Fox toda trabalhada em couro negro e botas até os joelhos de saltos muito altos, cabelos desgrenhados e suados e uma cara de quem está gozando nesse exato momento. Pensaram? Então, essa é a mulher cantando no palco. Porra, até eu pegaria.

O resto da banda não ficava pra trás. Pelo o que pude ver da minha distante posição no bar, o guitarrista e o baixista são gêmeos idênticos. Ruivos e esguios com um corpo construído de músculos magros, a forma como seus cabelos rebeldes e mal cortados grudavam nas testas suadas e bochechas coradas acrescentavam ainda mais tesão para um quadro totalmente sexual sobre aquele palco.

As garotas assistindo a apresentação quase rasgavam suas roupas e jogavam suas calcinhas sobre os dois caras. Não preciso nem comentar à respeito da habilidade com os dedos, isso fica pra imaginação de vocês...
Não consegui ver o baterista de onde estava sentada, mas se seguisse o nível dos outros integrantes da banda, ele provavelmente estava fazendo algum tipo de sexo louco com as baquetas naquele momento.

Deixando de lado toda essa devassidão, minha vontade de assistir à um show completo deles é absurdamente imenso agora. Fazia um tempo que eu não via tanto potencial. E não estou falando só ao vivo e à cores, estou falando numa margem de anos de bandas que vêm e vão, aparecem e somem da mídia. Bandas muito conhecidas até. Com um bom empresário ninguém seguraria esses caras. Até mesmo Cindy, que não é muito chegada num rock, se mostrou apaixonada:

- Na verdade, eles não tocam só rock, sabe? - estávamos no nosso dormitório pra onde fui assim que cheguei em Nova York. Ela comentava enquanto comia um dos muitos morangos excepcionalmente bons que trouxe de Cameron - Aqueles caras tocam de tudo, tudo mesmo. Fazem um mix de estilos que se você não escutar, duvida que dê certo. Mas eu sou a prova disso. - pega dois morangos de uma vez enfiando tudo na boca. - Porra, onde você achou essas delícias? - lambe os dedos. - Então, eu assisti uma apresentação completa ontem. Eles tocaram um rap, pode acreditar?

Minha reação foi arquear minhas sobrancelhas e roubar um dos morangos.

- Estou falando sério, não está botando fé, né Vadienna? Vou te levar num bar que eles vão tocar mais tarde e você vai comprovar com os próprios olhos. E ouvidos, porque eles são demais.

Não consigo segurar uma risada da sua indignação.

- Qual o nome da banda mesmo?

- The Stray Dogs.- responde de boca cheia, piscando um olho pra mim enquanto mastiga.

- The Stray Dogs? Tipo "cachorro de rua"? - não consigo esconder minha confusão.

- Mais como "Cães Vadios", mas, sim, quer dizer a mesma coisa. E você não sabe da maior, correm boatos por aí de que esse nome vem dos anos em que eles viveram nas ruas. Toda a banda, consegue imaginar? Por isso cachorro de rua. Bem cruel, né? Mas muito foda também, tipo um tapa na cara da sociedade. Algo como "Olhe pra mim, babaca. Eu venci na vida, e você? Chupa essa." - dá de ombros, comendo o último morango do pote.

Agora, assistindo esses caras, tenho que pagar minha língua quando não dei crédito ao momento groupie da Cindy. Eles são fora do normal.

- Essa vocalista é uma bomba de sexy apeal. - Kyle comenta do meu lado enquanto assistimos a banda encerrar a apresentação com um educado agradecimento à plateia e descer do palco.

Cindy dá um tapa no seu braço.

- Quer dormir no chão essa noite?

- Foi mal, gatinha. - sussurra no seu ouvido e dá um apertão na sua bunda. Minha amiga solta uma risadinha assanhada e eu finjo que sou cega.

Olho na direção da banda outra vez e vejo que já desceram e estão atrás das escadas do palco. A tal vocalista agora chupa um pirulito vermelho desavergonhadamente, rindo e conversando com os gêmeos. Um deles, assim que ela tira o doce da boca, lambe os lábios da garota. O outro irmão chega por trás da mesma, dando uma encoxada nela nada discreta, segurando na sua cintura e cheirando seu pescoço. Enquanto isso, não muito longe deles, o baterista - que agora posso ver melhor e dizer que não é MESMO de se jogar fora - recolhe e arruma a aparelhagem do som, rindo e balançando a cabeça em negação, se divertindo com o espetáculo, nada constrangido ou surpreso, como se aquela cena fosse normal e corriqueira.

Ok.
EU estou de boca aberta.
Que filha da puta sortuda!

Olho pros meus amigos pra ver se mais alguém notou a interação da "banda", mas ninguém parece perceber. Como assim?!

Beleza então, é melhor eu parar de encarar sozinha antes que me peguem no flagra ou me chamem pra participar.

Quando viro minha atenção para o resto do mundo com seus pobres terráqueos novamente, percebo rapidamente pelo canto dos olhos a presença de um ser bastante conhecido à essa altura do campeonato: Logan, o maldito caubói gostoso.
Esse cara é onipresente ou o que?

Ele está sentado em uma mesa no fundo do bar, parcialmente escondido pela penumbra, afastado do palco. Uma mulher sentada próxima parece brigar com ele, falando e falando sem parar, gesticulando e apontando pra qualquer direção que não consigo identificar. De onde estou e devido à pouca luz do lugar, não consigo ver quem é a mulher, mas me parece íntima já que ele nem sequer olha na cara da trouxa enquanto ela dá um show. Logan se mantém impassível, em silêncio, com os braços apoiados relaxadamente na mesa sustentando a sua cerveja à sua frente, a ignorando completamente. Como se aquela situação acontecesse com frequência.

Mas esse bar está pegando fogo hoje heim! Me lembrem de voltar aqui mais vezes, por favor.

[...]

Eric veio me buscar só com um short de pijama, ou seja, seu discurso quando liguei foi o seguinte: "Espero que você esteja em condições de sair sozinha desse bar, Ravenna, porque eu não vou até aí dentro te buscar." Um teste, talvez? Pra ver se meu nível alcoolizada era suficientemente baixo ao ponto de conseguir andar com as próprias pernas? Ou pra ter certeza de que eu não arranjei confusão nenhuma com ninguém, assim ele não precisaria entrar para intervir e me salvar? São todas possíveis e até prováveis hipóteses quando o assunto é aquele russo e vocês têm que concordar comigo.

Quando entrei no carro e, ao beijar minha boca, Eric fungou pra sentir meu hálito, minhas divagações se comprovaram. Não consegui evitar uma risada satisfeita.

- Sim, eu bebi. E não, não foi muito. Só umas quatro cervejas long neck. - pisco pra ele com um sorriso maroto e aumento o som do carro.

- E você acha isso pouco? - eleva o tom de voz pra ser ouvido acima do Ozzy Osbourne. A cara de insatisfação que ele faz é a coisinha mais fofa desse mundo.

- É porque você não me conheceu no início do curso. Aí sim ficaria indignado. - solto uma risada misteriosa, o que só faz Eric me olhar de rabo de olho e voltar sua atenção pro tráfego. Acaricio sua perna o tranquilizando e começo à cantar os versos de Paranoid.

Na segunda-feira, o novo professor de piano foi apresentado. Para minha mais pura felicidade, o senhor careca e com uma grande circunferência no quadril conseguia ser mais baixo que eu. A cara de decepção das alunas comentando nos corredores só não foi maior que meu sorriso de vitória. "Quero ver jogar as calcinhas pra esse professor agora, suas putas!" Tenho certeza que o número de inscritos nas turmas de piano vai cair consideravelmente e eu vou ter que gargalhar na cara das quengas.
Porque eu sou dessas.

Kyle também não conseguiu conter o deboche, o que só fez Briana/Brenda ficar ainda mais puta. Não que eles ainda tenham contato, meu amigo nem sequer olha na cara da garota porque Cindy proibiu qualquer tipo de interação, mas isso não o impediu de soltar seu veneno de longe.
Acertou bem na testa da idiota, metaforicamente falando, claro.

A manhã na faculdade e a tarde na livraria passaram correndo e sem muita emoção. Agradeço, realmente, estou meio que saturada de emoções por um bom tempo.

Cheguei em casa antes do Eric, como de costume. Tomei um banho e conferi minhas roupas para ver se ele tinha arrumado tudo certinho na noite passada. Como o esperado de um homem obsessivo, até minhas calcinhas estavam separadas por cor. Perfeccionista? Quase nada.

Vesti uma camisa larga e fresquinha sua e desci pra começar a preparar o jantar. Estava cortando algumas rodelas de tomate pra salada quando escutei o som da fechadura da porta da frente sendo destrancada.

Minha reação foi ficar estática e em silêncio, já que meu primeiro pensamento é que estava muito cedo para o Eric chegar em casa. Mas antes que eu pudesse tomar qualquer atitude, meu russo entrou às pressas na cozinha, largando a pasta na bancada e já começando à desafivelar o cinto.

- Amor, o que você... - antes que eu pudesse completar minha pergunta, Eric já estava me erguendo com as pernas ao redor da sua cintura e tomando minha boca num beijo duro e apaixonado.

Eu não fiz nada em oposição, claro que não, apenas apertei mais fortemente minhas pernas e braços à sua volta, e esfreguei meu centro nu e latejante na sua evidente ereção por baixo da calça social preta. Com um rosnado, Eric num único e suficiente movimento, puxou o pau pra fora da calça e me penetrou com força.

- Ah..Deus! - não pude conter um clamor.

Me prensando na porta da geladeira, meu russo começou com uma sequência firme e rápida de golpes curtos na minha boceta.

- Porra.. Eu não podia esperar nem mais um minuto pra estar aqui. - ele gemeu e me comeu com mais força. Cada golpe me acertava no ponto exato da minha loucura. Em resposta ao estímulo constante eu apertei ainda mais em seu entorno. - Ah caralho! Isso, minha gostosa! Ordenha meu pau, vai! Rebola pra mim! Isso, porra!

Seus gemidos misturados com os meus, o som molhado dos nossos corpos se chocando, os arranhões que eu fazia na sua nuca, os chupões que ele dava em qualquer parte exposta e ao alcance que encontrava no meu corpo, e até o barulho da geladeira batendo contra a parede e o eco das coisas caindo e quebrando dentro dela... Tudo isso somado ao movimento enlouquecedor dos seus quadris me fez chegar à um orgasmo absoluto. Tudo que eu podia ver diante dos meus olhos eram pequenas explosões de cores, minhas pernas dormentes eram mantidas no lugar pelas fortes e brutas mãos do Eric, que me apertavam sem hesitação enquanto ele gozava com um alto rosnado e me enchia de porra até escorrer pelas minhas coxas.

Ele me sustentou nessa posição até nossos fôlegos se normalizarem um pouco, depois me deitou na bancada da cozinha e se debruçou sobre mim, me dando um delicioso beijo:

- Senti uma saudade filha da puta hoje, anjo. - sussurrou com os lábios encostados nos meus. Sorri em resposta e acariciei seus cabelos rapidamente, para logo depois deixar meu braço cair cansado ao lado da minha cabeça.

Soltando uma risada gostosa, ele se ergueu e se afastou pra lavar as mãos na pia, ainda completamente vestido, com um sorriso sacana nos lábios.

- Pode ficar aí, eu termino o jantar.

[...]

Na noite de terça-feira Eric quis comer fora. Jantar fora, melhor dizendo, porque me comer ele come onde quiser.

O restaurante escolhido por ele era simples, mas muito bem arrumado. Eu não conheço muitos restaurantes por aqui, nunca tive o costume de comer fora. Sobre bares você pode me perguntar o que quiser. Até as melhores bebidas específicas de cada lugar eu sei. Está pra nascer alguém que conheça melhor que eu os bares dessas redondezas.

A decoração em vermelho e dourado do lugar dava um aspecto de muito glamour, mas pelos pratos oferecidos a cozinha me parecia bem caseira. Mais uma coisa que percebi no Eric: comida simples satisfaz meu homem com vontade.

Estávamos esperando nossa comida chegar, bebendo um vinho e curtindo a companhia um do outro quando uma ruiva se aproximou da nossa mesa e parou ao lado do Eric. Ela jogou seu quadril para o lado sutilmente num ensaiado gesto sensual e sorriu falsamente pra nós. A primeira coisa que fiz foi olhar pra cara do homem sentado à minha frente buscando sua reação à aparição dessa mulher. Pra minha completa surpresa e satisfação, Eric não se parecia em nada desconfortável, preocupado ou "pego no flagra". Sua cara de tédio e desprazer quase tirou uma risada de mim. Isso me deu forças pra encarar à altura a - infelizmente - bonita ruiva.

- Boa noite, como vão? - seu grasnado apagou completamente sua beleza. Fato.

Antes que Eric pudesse abrir a boca pra dizer qualquer coisa, eu tomei à frente.

- Boa noite. Estávamos bem, aproveitando nosso jantar à dois. Posso te ajudar com algo? - respondo calmamente e com elegância, transparecendo - mesmo que mal e porcamente - toda a edução que mamãezinha Rita me deu.

- Vim falar com Eric, na verdade. - ela para de me encarar, o que estava fazendo até agora, e se vira para o Eric. - Porque não me ligou de volta, querido?

Por que tenho a sensação de que já ouvi essa voz insuportável antes?

A cara de confusão e "princípio" de falta de paciência do meu homem devia ser aviso suficiente pra essa magricela catar a viola dela e enfiar na bunda, obviamente faltando ali.

- Desculpe, não sei do que você está falando.

Ela ri dengosa - nojenta - e continua:

- Ora, você deixou sua carteira lá em casa sábado à noite, não deu falta? - ela sorri pra mim, superior, provavelmente esperando que eu surte a qualquer momento.

- Olha, realmente me desculpe, mas você deve estar me confundindo com alguma outra pessoa. Eu estava com a minha mulher sábado à noite. - Eric responde, apontando pra mim.

Quando ela olha pra mim e vê meu sorriso pacífico e de deboche da cara dela, a perua deixa cair sua máscara de sedução, nos dá as costas e vai embora rapidamente.

Assim que ela já atinge a porta de saída, olho com uma cara de interrogação pro Eric.

- O que acabou de acontecer?

Ele ri, divertido:

- Sei lá. Mulher louca. Podia ter inventado pelo menos um dia em que eu não estava com você. A história pareceria mais real assim. - ri outra vez.

- HA-HA. - minha cara séria o divertiu ainda mais.

- Não pira, anjo. Ela é da academia, eu acho. Já me abordou algumas vezes com algumas maluquices dessas também.

- Da sua academia? E você já tinha se encontrado com ela outras vezes? Por que não me contou, Eric? - indignação me define agora. Que porra.

- Achei que não tivesse importância, anjo. Ela é maluca, você acabou de ver.

Quando essas palavras saem da sua boca, me lembro automaticamente que escondi dele sobre as visitas do Caubói gostoso também, então deixo passar. Quem sou eu pra estar exigindo alguma coisa agora...

Depois de muita comida boa e muitas conversas e provocações gostosas, nossa noite perfeita terminou da melhor maneira que nós sabemos fazer, com muito amor na nossa cama.

....:....
Espero que tenham gostado do capítulo, amoras! Demorou, mas saiu! Hahahahahahah
Se curtiram, estrelinhas e comentários são aguardados com ansiedade. Hahahah😊
Mil beijosss e até o próximo!!!
❤️❤️❤️

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