Ian narrando
– Não estou interessado nessas baboseiras, quero ele bem longe de minha irmã -eu disse sério para TH, um integrante de confiança da equipe-
– Fica tranquilo Ian, sabe que eu não brinco em serviço, se depender de mim ele não olha mais pra ela -disse com a postura séria-
– É bom saber disso.
– E cadê o porra do Garcia que não chegou até agora ?
– Não faço ideia, já tentou contato?
– Ele não respondeu -falei passando as mãos na cabeça-
Peguei meu celular e sai a procura do nome da morena em meus contatos.
Chamou chamou chamou e nada.
Droga! Será que aconteceu alguma coisa ?
Três vezes inferno.
– Quero uma equipe agora TH, acho que aconteceu alguma coisa.
– Vou organizar -disse enquanto saia apressado da sala-
Davi adentrou a mesma logo em seguida.
– O que aconteceu irmão ? -perguntou me cumprimentando-
– Garcia não da sinal de vida e Cherry sumiu, nenhum atende o maldito celular -falei puto-
– Ou ou ou, vamos com calma, de nada adianta ficar puto de raiva. Vamos achar ela ta legal ? -eu concordei com a cabeça- TH foi organizar a equipe eu imagino -concordei mais uma vez sem falar nada- Porra Ian, da pra abrir essa boca. Desde quando não consegue contato com eles ?
– Faz mais ou menos uma hora e meia -bati na mesa em minha frente-
– Fica calmo. Vamos nos trocar
Depois de devidamente vestidos tentei mais uma vez ligar para um dos dois, mas a única coisa que ouvi foi fora de área.
Peguei minha arma, recarreguei, peguei o rifle e duas facas que coloquei nas cochas.
Minha cabeça estava um tormento só de pensar que algo poderia ter acontecido com Cherry, Lúcia ou Garcia, afinal ele era da equipe e também era um amigo de confiança. Além de tudo eu acabo de me lembrar que elas estavam com Laysla também.
Caralho! Não é possível que alguma coisa aconteceu com 3 mulheres e uma equipe minha.
Saímos a procura de pistas. Dividimos a equipe em dois grupos, um deles procurava rastros da morena ou de qualquer outra pessoa que estava com ela, enquanto o outro, no caso meu grupo, ia até sua casa procurar pistas.
Havia coisas quebradas e esparramadas para todos os lados. Roupas, controle, sapatos, quadros quebrados, sofá revirado, puf dilacerado, estava sem condições de andar ali. Me desesperei em procurar por todos os cantos da casa pra ter certeza de que não tinha ninguém ali. Minutos depois eu me encontrava na sala perdido em pensamentos, quem poderia ser ?
Meu celular começou a tocar e no automático atendi sem olhar quem era.
– Ian Henry Fell -disse melodiosamente meu nome-
– Quem é ?
– Adivinha
Era um homem isso eu tinha certeza, apesar de usar de um aplicativo pra inverter a voz, eu não era tão bobo assim. Fiz sinal para a equipe para que rasteassem o número e assim começaram a fazer.
– O que quer ?
– Bom, imagino que você já tenha se preocupado com sua doce donzela.
– Filho da puta -esbravejei cego de raiva-
– Não seja boca suja Sr. Fell
– Diz o que você quer -gritei-
– Não é tão fácil assim. Não preciso do seu dinheiro, não preciso de você e nem de nada que venha de você e... Aah, eu também não preciso de Cherry -disse ameaçador-
– Não encoste um dedo nela
– Ah, claro que não. Não agora, até porque eu tenho mais duas diversões pra aproveitar antes da melhor, o prato principal. Você sabe bem como é, então me conte, ela é boa na cama ?
– Filho da puta, se você encostar um dedo se quer nela ou qualquer uma delas eu faço picadinho de você depois de te torturar até a morte.
– Estou com tanto medo -ironizou- Mas lembre-se de que quem está um passo a frente sou eu, não você. Tenha uma boa noite Sr. Fell.
Ouvi apenas o pi pi pi. Olhei para minha equipe.
– Iae, conseguiram ?
– Claro, fica a umas três horas daqui.
– Três horas ? Puta que pariu -passei as mãos no cabelo-
– Eu já mandei a outra equipe seguir o caminho, vamos indo. -Davi me olhou e disse saindo do apartamento logo em seguida-
No meio do caminho passei do carro pra moto, Davi disse que eu precisava relaxar um pouco e que íamos encontrar Cherry, por isso deveria ficar no carro, mas eu não aguentava esperar sem ao menos tentar chegar mais rápido. Acelerei a moto saindo da formação e ouvi meu celular tocar na mesma hora, eu sabia que era Davi e por isso ignorei, por tudo que era mais sagrado eu amava aquela mulher, não ia deixar que nada de ruim a acontecesse. Não fui de helicóptero porque a maldita cidadezinha onde minha morena, Lúcia e Laysla estava não tinha pista de pouso.
A equipe foi ágil ao tentar me acompanhar mas não foi o suficiente. Eu sabia que o primeiro grupo já havia sido mandado, não chegaria lá e estaria sozinho, disso eu tenho certeza.
Cheguei depois de um tempo, o que pra mim pareceu um século mas disseram que eu fui muito rápido.
Encontrei o primeira grupo no caminho e acompanhei o mesmo.
Chegamos em um galpão velho e descuidado, mas fui informado de que não era ali.
Saímos então a procura do lugar e encontramos. Era uma casa na beira da estrada quase na saída da cidade, e por incrível que pareça era uma casa muito bem arquitetada, com jardim, detalhes de madeira, paredes de vidro e tudo mais. Invadimos em total silêncio, não deixei de perceber que estava tudo um brinco, nada fora do lugar e a dúvida que que aquele fosse mesmo o lugar tomava conta de mim, não podia ser um lugar tão bem cuidado como esse.
A equipe novamente se separou em grupos indo cada um para uma direção. Atento até em uma mosca que passasse fui pro terraço, não havia nada lá. Voltei, subi as escadas e fui a procura do quarto do infeliz, nada. Depois de um tempo olhando a casa inteirinha eu escutei um barulho, por mais baixo que tenha sido alcançou meus ouvidos e foi exatamente por ser baixo que me veio a cabeça do porquê não estávamos achando o que realmente queríamos. Retornei ao quarto do filho da puta e andei de um lado pro outro. Claro, havia uma declinação ali, como eu não havia percebido antes?
Parei olhando pro chão e pedi uma ferramenta para um dos caras da equipe, logo foi me entregue a ferramenta. Enfiei a mesma entre um piso e outro de madeira e tentei puxar, não deu em muito, puxei de novo e a taba estralou levantando, assim puxei a mesma a arrancando dali e fui fazendo o mesmo com algumas outras dos lados. Depois de arrancar as necessárias olhei no breu abaixo de mim, peguei a lanterna e iluminei percebendo uma escada. Comecei a descer a mesma e parte da equipe veio atrás de mim. Próximo de uma porta grande que batia quase nas duas pontas da parede que vinha depois do corredor estreito da largura da escada, ouvi vozes e parei repentinamente.
– Não toque nela seu infeliz, quer fazer algo, faça comigo. -Era Cherry falando firme-
– Calma docinho, você é o prato principal -riu- A mais saborosa.
– Você é um grande imbecil, isso não vai ficar barato -riu debochada- Se você pensa que vai sair daqui ileso Jhonatan, você está muito enganado.
– Calma moreninha, eu não vim aqui resolver negócios com você e sim com seu namoradinho. Você se despediu bem a última vez que falou com ele ne ? Porque foi literalmente a última vez.
Abri a porta sendo o mais discreto que pude e entrei com rapidez, logo vi Davi, TH e os outros entrando sorrateiramente.
– Você não vai encostar um dedo nele -Cherry disse-
– Eu vou fazer picadinho dele Cherry, se quiser te mando um pedaço -riu-
Jhonatan estava de costa pra mim, o que facilitou muito eu fazer qualquer sinal pra Cherry e foi o que fiz, não antes de revistar se tinha câmeras. Sai de trás do que parecia ser uma armário velho e bem sujo e coloquei o indicador na boca para ela ficar em silêncio, só queria dizer que eu estava ali e que ia tirar ela dessa. A mesma me olhou concordou com o olhar e voltou os olhos para Jhonatan para ele não perceber. Enquanto ele citava inúmeros tipos de tortura que faria comigo eu comecei a dar passos lentos em sua direção, observei cada canto para não ter erro, fiz sinal para a equipe se espalhar no lugar, olhei pra cima e TH já estava lá, Davi já tinha se posicionado e eu continuava a dar meus passos.
– ... Ou eu posso arrancar as unhas e os dentes com um alicate, rapar o cabelo, mas também pode ser que..
– Vai fazer isso tudo agora ? -perguntei com o cano da arma encostado em sua cabeça-
– Ora ora ora, nosso convidado de honra chegou. Bem na hora Ian, estava pensando seriamente em comer primeiro o prato principal, ele é mais difícil de lidar -sorriu debochado e se virou ficando de frente pra mim com o cano da minha arma agora em sua testa-
– Você não vai encostar um dedo nela Jhonatan, quando o problema é comigo, você tem que resolver comigo. Ninguém nunca te ensinou ?
– Claro que o problema é com você, mas sejamos adultos. Larga essa arma e vamos lutar de verdade Ian. Não é possível que você dependa de uma arma para se defender.
Olhei para Davi para que ficasse em alerta e o mesmo fez que não com a cabeça, eu sabia que ele não concordava com isso mas eu faria.
Deixei a arma no chão chutando a mesma logo em seguida.
– Ótimo, se é luta que você quer, é o que você terá. Longe delas -apontei para as três- Eu quero que as solte agora. –disse cruzando os braços-.