Boa noite. Primeiramente, gostaria de me desculpar pela demora na postagem do capítulo, mas a faculdade está consumindo cada minuto do meu tempo :(
Entretanto, o que mais me fez atrasar esse capítulo não foi isso e sim esse capítulo que me deu um baita de um trabalho, não me perguntem o motivo, não saberei responder, mas foi complicado. hahaha
Em segundo lugar, gostaria de saber se vocês possuem alguma dúvida em relação a NR (Novo Remetente). Me mandem perguntas, não sei... Sobre como Pacco e Stephan se conhecerem ou com quem Emma terminará ao fim da história e me envie nos comentários. As responderei de diversas maneiras, ou no próprio post ou as lançarei nos capítulos futuros. Vamos ter essa interação!!! E não me deixem no vácuo, por favor. :D
Apreciem o novo capítulo.
Levantar nunca foi uma tarefa difícil para mim, pelo contrário, sempre já estava de pé quando o despertador anunciava o início de mais uma rotina. Entretanto, sempre existem as exceções, como hoje.
Sair da cama é uma tarefa difícil e arrasto-me com dificuldade até o banheiro, onde encaro o meu reflexo turvo e lavo o rosto. A noite não terminou como eu imaginava. Permitir a aproximação de Adam foi um erro, e ainda pior, ter gostado disso. Mas o dia raiou e preciso atender meus compromissos, não mais deixando Adam interferir na minha disposição. Irei ao trabalho e só então posso esconder-me entre as prateleiras altas e pensar no que devo fazer da minha vida.
Após encontrar meus óculos na cabeceira, caminho preguiçosamente para a cozinha. Nada que um bom café não cure. Mas, antes de chegar até a cafeteira, assusto-me com o corpo seminu sentado em meu sofá. Paraliso e abro bem olhos. As pantufas que uso derrapam no piso com a parada abrupta e o homem vira-se para mim. Felizmente ou infelizmente, eu o conheço.
- Adam? - Crava seu olhar com mais intensidade ao ouvir minha voz escapando um tanto trêmula. - O que você está fazendo aqui? Quer me matar do coração? - Estou estatelada no lugar com a mãos sobre o peito.
Adam veste apenas uma bermuda, costumeira de usar em corridas, e exibe todo o seu tórax e abdome malhado. Não consigo evitar os pensamentos das vezes que cai com exatidão em seu peito. Seu olhar percorre meu corpo e examina minhas vestes, certamente recordando-se da noite passada. Eu gostaria de não estar fazendo o mesmo.
- Vim saber se está bem, mas imaginei que ainda estava dormindo e resolvi entrar com a minha chave e lhe esperar. - responde devagar, medindo as palavras.
- Você não tem uma chave! - Não sei ao certo, mas esbravejo. - Eu pedi que devolvesse antes de sair!
- Você me escorraçou daqui, Emma! Por distração, acabei levando-a comigo novamente.
- Você pode fazer isso agora, então. Eu estou bem - digo afastando-me em direção à cozinha. Sinto-me mais segura com uma distância maior entre nós.
Ligo a cafeteira e faço menção de voltar a sala, mas Adam já divide o espaço comigo, separando-nos apenas por um balcão de mármore branco. Seu corpo com um brilho intenso, coberto de suor, prende minha visão, não consigo desviar.
- Por que está nu? - pergunto conseguindo desviar o olhar para o armário.
- Eu não estou nu.
- Está quase. Não deveria invadir o meu apartamento nesses trajes. Na verdade, não deveria entrar aqui sem ser convidado.
- Bem, desculpe, mas estava correndo nas redondezas e pensei em ver se estava bem, depois da noite passada imaginei que... - Corto-o. Não preciso que toque no assunto agora.
- Já disse que estou... Você se importaria em se retirar agora? Preciso me arrumar para o trabalho. - Tento soar educada, ao invés de afetada.
Em seguida três sons são emitidos ao mesmo tempo. O "bip" da cafeteira anunciando que o café está pronto, o resmungo de Adam avisando que não sairá daqui agora e o som da campainha. Quem tocaria uma campainha às 07:00h da manhã?
Olho para cafeteira, para Adam e a porta. Por fim, uno o útil ao agradável.
- Adam, você pode desligar a cafeteira, por favor? Obrigada.
Caminho até a porta e faço uma pausa no espelho, onde alinho os fios rebeldes do cabelo ainda preso em uma trança, ajusto o óculos e aperto com mais força o nó do Robe, ao menos sei que não é Adam ou Jud do outro lado.
Mas nada me preparou para a cena seguinte. Nem os livros, filmes, seriados de TV, depoimentos ou meus sonhos. Nada me preparou para encontrar James Schmittel parado em minha porta.
- James?
Não há dúvidas que o corpo alto e de ombros largos é James. O mesmo corpo que me segurou no incidente da cafeteria em San Diego, os braços que agarrei e os dedos que digitam e-mails diariamente para mim. James usa uma calça jeans larga e uma camisa polo que poderia muito bem ter sido feita sob medida. Tem os olhos esverdeados fixos em mim e passa uma das mãos no cabelo comprido. Os fios loiros estão desgrenhados e parece cansado.
- Emma... - Meu nome sai como um sussurro sexy e molhado da sua boca.
- James... - repito. - O que faz aqui? - pergunto surpresa.
Isso não pode estar acontecendo, não ao mesmo tempo.
- É... - Engasga. - Você não retornou minhas chamadas ou e-mails, fiquei preocupado, vim saber se estava bem. - Automaticamente sinto-me culpada, eu havia marcado de conversar com James por uma chamada de vídeo a noite e em nenhum momento lembrei-me dele.
Desvio rapidamente meu olhar para Adam tentando desligar a minha cafeteira.
Sinto-me pior pelo motivo desse furo estar seminu na minha cozinha. James não pode ver essa cena.
- Sinto muito, mas eu estava exausta. Acabei dormindo antes do horário marcado - minto notando seu olhar vago percorrer pelas minhas costas. Está estudando o interior do meu apartamento que consegue ver. Fecho a porta e deixo-nos no corretor. James fica surpreso e... rejeitado, esperava por um convite.
Pode parecer que não é bem-vindo, mas sinto meu coração querer romper minha roupa fina apenas para ser notado pelo tanto que bate forte.
- Você voou até aqui para saber se eu estou bem? - Sussurro apurando os fatos pela primeira vez.
- Não. Dirigi durante toda a madrugada. São algumas horas de San Diego até aqui, mas é possível vir dirigindo - conta.
- Dirigiu durante horas por isso? - Estou surpresa e... lisonjeada. Nem em sonhos eu imaginaria James voando até mim para uma visita, muito menos dirigindo durante toda a madrugada. Eu deveria convidá-lo para entrar, tomar um café e oferecer-lhe um lugar para descansar. Tiraria o dia de folga, se possível, e passaríamos o dia conversando cara a cara. Lhe apresentaria a cidade e tomaríamos um café com cobertura de canela, como sempre imaginei. Depois beijaria sua boca e sentiria o seu gosto, apenas se permitisse, como tanto desejo. Mas o maior empecilho se encontra entre nós e não apenas nos meus sonhos. Adam. Não posso deixar que atrapalhe tudo.
- Sinto muito o incomodo, mas... - Somos interrompidos por um barulho vindo de dentro do meu apartamento de algo espatifando-se no chão. Não sei o que Adam está aprontando, mas acabou de quebrar algo da minha cozinha. Os olhos de James aumentam de tamanho e parece notar que estou acompanhada. Seu olhar examina minha roupa e imagina o que não é verdade. - Eu não deveria estar incomodando você. - Suspira e passa novamente a mão nos cabelos. - Nos falamos por e-mail, foi bom ver você novamente, Emma. Bom saber que está bem. - Meu nome sai de uma maneira diferente em sua boca, poderia ouvi-lo sussurrar durante todo o dia e a noite...
Eu não posso permitir que vá, mas também não posso permitir que entre. Estou em um impasse sem fim. Preciso sentir James como sinto Adam.
- James! - chamo antes que chegue até o elevador. - Não vá.
Seus olhos ganham um pouco mais de vida, apesar da linha escura abaixo dos olhos e a postura de seus ombros dizerem o contrário.
- Desculpe. Estou apenas surpresa com a sua visita. Nunca poderia imaginar que viesse até aqui. Podemos tomar um café? - sugiro e a sua confirmação me alegra.
- Tem uma cafeteria do outro lado da rua, eles servem um ótimo café da manhã...
Com passos lentos James aproxima-se de mim e fala um pouco mais baixo.
- Não podemos tomar um café aqui? Consigo sentir o cheiro de onde estou... - Inspira e expira fechando os olhos por um segundo, sinto seu hálito convidativo, um misto de café com menta, provavelmente tomou alguns durante a madrugada.
- Meu café não há comparação com os que vendem. Você verá! - tento desconversar.
- Sou incapaz de opinar quando nunca provei do seu.
- Não faltará oportunidade, eu espero - tento não ceder. Suas frases me dão a compreensão de que deseja entrar em meu apartamento e passar um tempo comigo, o que imaginou enquanto dirigia por horas, mas uma verdade grita, apesar das conversas, eu ainda não o conheço de verdade.
- Então irá vestida nesses trajes? - Examina novamente o meu robe fino, parecendo quase transparente pelas luzes do corredor ainda acesas, apesar de já ser dia.
- Eu posso... – começo, mas Adam não me permite terminar a frase.
- Emma, o que... - Aparece na porta e registra toda a cena com calma. - O que está acontecendo aqui?
Oh, não!
Não, não, não.
Levanto-me bruscamente em busca de mais ar. Estou ofegante, o coração com milhões de batimentos por minutos. Percebo onde estou. O silêncio do lugar, a solidão. Olho o ambiente familiar e só então percebo que tudo não passou de um sonho. Ainda estou sentada na minha cama com o despertador soando na minha direita e as coberta até a cintura. O coração ameaçando pular do peito e, na cabeça, um turbilhão.
Respiro aliviada e decepcionada.
Desejaria que James estivesse em minha porta, mais do que em qualquer momento, mas não naquelas circunstâncias. Não dessa maneira. Gostaria de ter opções e fazer tudo de uma maneira certa. Ao menos uma única vez.
E, se possível, excluir Adam da minha mente, mas após recordar-me com clareza da noite anterior, não será assim tão fácil.
Faço os mesmos procedimentos do meu sonho e saio do quarto, mas não encontro Adam, deixando-me um pouco decepcionada e sozinha.
Pelo olho mágico, espiono corredor do meu andar, mas tudo está silencioso. Não há ninguém.
Não há James ou Adam. Apenas uma Emma confusa.
Com o café pronto, experimento-o, mas está quente demais e acabo queimando a minha língua. Droga!
Viro-me para a água fria, quando escuto a tranca da minha porta sendo aberta. Paraliso de costas, os ombros tensos e coração a mil. Adam! James!
- Oh! Ainda bem que está vestida. Não fiz mal em ir entrando de vez.
Judith!
- Você quase me matou de susto. - Viro-me para encará-la e agarro a xícara novamente escondo-me atrás dela.
- Ah tá. E quem achou que fosse? A fada do dente? - faz graça.
- Adam - confesso - achei que fosse Adam. Ele não devolveu a chave do meu apartamento. Ainda está com ela...
- Ah... - Percebo que não sabe muito o que falar pela minha confissão repentina, mas preciso contar tudo de uma vez antes que exploda e deixe as pessoas que amo sem explicação.
- Ele esteve aqui ontem, Jud - digo abrindo espaço para que vá até a cafeteira e sirva-se um pouco.
- Quem? Adam?
- Sim. - Suspiro soprando a fumaça do café.
- Certo... E você quer me contar o que aconteceu? - Senta-se um pouco distante de mim. Não deseja me pressionar, apenas escutar. Sempre teve esse dom.
- Nos beijamos, Jud! - Suspiro, mas minha irmã não se assusta. - Droga, nós nos beijamos...
- Tudo bem, e isso é muito ruim?
- Claro que sim, você não sabe... Eu estou tão confusa!
- Isso iria acontecer em algum momento, Em. Ele disse que não iria desistir de você, seria inevitável. Caberia você correspondê-lo ou não.
- E eu o correspondi - digo mais para mim mesma do que para ela.
- Pelo o que está me contando, sim. O que mais está te perturbando? Parece abalada. - Não está mentindo.
Lhe conto do meu sonho e em como eu estou confusa. Jud apenas escuta e toma do seu café com calma. Não sei se James pretende algo comigo, se não é casado ou tem filhos, apesar de achar improvável, mas também não sei se Adam está disposto a mudar e eu a esquecer tudo.
- Por que não está me chamando de louca agora? - questiono.
- Deveria te achar uma por desconfiar de uma paixão por alguém que mal viu pessoalmente? Por alguém que conversa por e-mail e chamada de vídeo?
- Sim.
- Mas você não é, apenas está confusa. E pelo o que me falou, ele é o seu tipo - dá um risinho.
- Ele é o meu tipo - concordo sorrindo também.
- Então por que não resolve isso de vez?
- E como supõe que faça isso? Esclareça isso pra cada um deles?
- Não é má ideia. Adam já está na sua cola, de qualquer forma. Marque um encontro, um jantar, não sei, e vá sem essas barreiras que impõe para afastá-lo. Vá aberta para todas as sensações e veja se isso ainda é o que você quer. - Dá de ombros. - Note também se Adam está mesmo disposto a não cometer aquela burrada novamente.
- Eu não estava falando sério, mas... você acha que isso dará mesmo certo? E James?
- Sim, eu acho. Apenas não diga para eles a sua dúvida. O mesmo vale para James, marque um encontro e dirija até San Diego.
- Você não está falando sério, está? - Para mim soa como uma loucura.
- Claro que estou falando sério. Eu sou sua irmã favorita. - E única. - Quero o melhor para você.
- Oh céus. Eu estou ficando louca! - Passo a mão nos cabelos em sinal de nervoso.
- Por quê? Por achar que está apaixonada por duas pessoas? Não, é natural. Pode acreditar. - Faz sinal com as mãos para que eu relaxe.
- Não. Por cogitar fazer o que está me aconselhando.
- Você fará isso? - Se duvidava do quão boa era sua ideia, agora não há mais dúvidas.
- Sim, Jud. Eu viajarei amanhã para San Diego.
***
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Emma? Aguardando seu contato para a chamada de vídeo. Ainda está de pé?
J."
Na noite anterior
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Com a ausência da sua resposta imagino que não. Posteriormente marcamos novamente.
Boa noite, Emma."
Na noite anterior
Xingo.
"De: Emma Stearns
Para: James Schmittel
Sinto muito pela ausência. Tive uma noite complicada e estive incapaz de cancelar o que marcamos.
A propósito, James, ainda está de pé a ideia de fazermos perguntas sobre dúvidas que temos um sobre o outro?
Bom dia."
Sua resposta chega no tempo em que consigo tomar um banho, encontrar minha bolsa e escolher uma roupa para o dia de trabalho."
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Bom dia, Emma!
Sim. Ainda está de pé. Devo estranhar sua pergunta?"
"De: Emma Stearns
Para: James Schmittel
Não, não deve.
James, você é casado? Espero que não estranhe minha pergunta ou o desejo de obter uma resposta acima disso."
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Não, Emma, eu não sou casado ou estou comprometido em qualquer relacionamento. Posso perguntar-lhe agora o motivo da pergunta?"
"De: Emma Stearns
Para: James Schmittel
Eu desejo ver você. Preciso vê-lo."
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Refere-se a uma videoconferência? Podemos remarcá-la para após o jantar. Assim fica bom para você?"
"De: Emma Stearns
Para: James Schmittel
Não, James. Dessa vez estou falando de algo mais real... Algo como "cara a cara"."
"De: James Schmittel
Para: Emma Stearns
Você vem até mim ou vou até você?"
"De: Emma Stearns
Para: James Schmittel
Eu vou até você."
(Todos os comentários e estrelinhas são muito importantes para a construção da obra. Me ajudem! Xoxo)