Lobotomia (Livro II)

By andiiep

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Oi! Primeiro você tem que ler essa daqui: https://www.wattpad.com/story/31808631-psicose, pra depois ler essa... More

Sinopse e Explicação
Epígrafe
Um - O Recomeço
Dois - Psicose
Três - O Retorno
Quatro - Reconciliação
Cinco - Behind Blue Eyes
Seis - Foragido
Sete - Sorte
Oito - Exumar
Nove - Cambridge
Dez - Pistas
Onze - Reencontro Inesperado
Doze - Lembrança de um passado não muito distante
Treze - Strip
Quatorze - O investigador Josh Bethel
Quinze - Estampido
Dezesseis - Destino
Dezessete - Por Um Triz
Dezoito - Destino (parte 2)
Dezenove - Reconciliação (parte 2)
Vinte - O grande reencontro
Vinte e Um - Luto
Vinte e Dois - Funeral
Vinte e Quatro - Sensacionalismo
Vinte e Cinco - O Primeiro Encontro
Vinte e Seis - Cativeiro
Vinte e Sete - Sequestrada
Vinte e Oito - Ajuda
Vinte e Nove - Resgate
Trinta - Verdades Secretas
Trinta e Um - Êxodo
Epílogo
AJUDA AÍ, GALERA!

Vinte e Três - Foragidos

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By andiiep


-Para onde vamos?! – Melissa perguntou, e sua voz soou mais histérica e trêmula do que previa.

Não havia nascido para ser piloto de fuga, afinal. Suas mãos também tremiam de um modo tal que mal conseguia segurar o volante com a firmeza com que deveria. Seus pés também tremiam no acelerador, mas dali não saíram furando mais um sinal vermelho.

-Acho que já pode parar de violar as leis de trânsito. – Corey disse após olhar pela vigésima vez para trás – Ele não está atrás de nós, mas nesse ritmo logo arranjaremos um guarda de trânsito para nos incomodar.

-Não consigo desacelerar. – ela respondeu quando, sem saber quanto tempo depois, milagrosamente se viu caindo em uma marginal que levava a uma desconhecida rodovia. Seu coração desacelerou o suficiente para que pudesse respirar como uma pessoa normal outra vez. – Para onde vamos? – perguntou outra vez, quando notou que, de fato, não tinha ideia de que rodovia era aquela para a qual aparentemente se dirigiam.

Não tinha a incrível capacidade de fugir da polícia e ler placas nas ruas.

-Eu não sei... – Corey deu de ombros, calmo demais para quem havia acabado de fugir de um habilidoso e irritante agente da Scotland Yard – Pegue a rodovia e vamos esperar que ela nos leve para um local seguro.

-Não consigo pensar em sair sem saber para onde vou. – Melissa retrucou mordendo os lábios. O nervosismo havia retornado.

-Talvez devêssemos ter elaborado um plano de fuga, caso algo desse errado...

-Eu sabia que daria errado desde o início...

-Culpa sua não termos para onde ir, então...

-Eu... – Melissa mordeu os lábios outra vez e escolheu não responder.

Também não estava em condições de discutir com Corey sobre qualquer coisa além do destino de ambos.

-Relaxa, doutora, deu tudo certo, ainda estamos aqui...

-Não me peça para relaxar depois de tudo isso! Não me peça isso! – Melissa soou histérica outra vez, de um modo que não desejava.

Corey soltou um suspiro contido e não respondeu nada. Até que abriu a boca para informar o que dizia a placa que Melissa não conseguiu ler porque as palavras lhe pareceram grego.

-Diz que estamos indo para a B269.

-E para onde a B269 nos leva, Corey?

-Não faço a mínima ideia. Mas acho mais seguro dirigirmos por uma hora, mais ou menos. É uma boa distância e em um local a esmo assim ninguém vai pensar em nos procurar.

Melissa sentiu o peito apertar e um suspiro resignado escapou de seu peito sem querer.

-O que foi? – Corey perguntou, pela primeira vez deixando de lado aquela irritante calma.

O suspiro de Melissa talvez tenha saído mais resignado do que havia notado. Ele estava preocupado com ela.

-Não é nada. – apenas respondeu.

Não queria dizer que por culpa dele era oficialmente procurada pela Scotland Yard. Que por culpa dela haviam perdido o controle de tudo. Que não via mais uma saída naquele labirinto no qual haviam se enfiado. Como achar que tudo daria certo a partir dali se ela também já não mais podia sair em paz na rua? Só lhes restava torcer para que suas fotos não estivessem estampadas em todos os jornais do Reino Unido na manhã seguinte. E para que o assassino de Danny Langdon e a pessoa que o havia influenciado a matar Barber batessem à sua porta e dissessem que iriam se entregar e confessar tudo. Não custava acreditar em milagres àquela altura, já estavam perdidos, de qualquer maneira.

Melissa achou ter disfarçado todos os seus receios e pessimismos o suficiente para que ele retomasse seu mantra de calma. Contudo sabia, acima de tudo, que não era capaz de enganar Corey. Ele lhe conhecia, conhecia o fundo de sua alma e sabia identificar que algo não estava certo com apenas um olhar. Ônus e bônus de se encontrar sua alma gêmea.

-É tudo. – foi o que ele lhe disse.

Ela, entretanto, não estava tentada a desistir de manter o disfarce, não queria falar.

-Só quero manter meus pensamentos para mim, por enquanto...

Corey torceu os lábios, ela pôde sentir, já que preferiu não encará-lo pelo milésimo segundo que a direção cuidadosa lhe permitiria.

-Se você se deixar abalar, doutora, não sei o que vou fazer... Você é meu ponto de apoio.

Ao ouvir aquilo o coração dela apertou mais uma vez. Era claro que não poderia se deixar levar por um pessimismo muito bem fundamentado. Havia um cara ao seu lado que contava com ela desde o início, porque ela havia jurado ao pé de seu túmulo desocupado e depois à sua frente que faria de tudo para provar que o mundo estava errado, que ele era inocente... Havia a liberdade de alguém em jogo ali, não apenas a dela... Havia tanta coisa em jogo que até lhe batia um cansaço pensar a respeito.

Então Melissa sorriu e disse:

-Não estou me deixando abalar, estou aqui pra você.

Corey encarou a lateral de seu rosto por um longo tempo, parecendo considerar se a declaração dela era verdadeira, o que lhe deixou incomodada, de certa forma... Ele não poderia duvidar do fato de que ela estava ali para ele, ainda que sua histeria se colocasse no caminho de sua obstinação vez ou outra. E Corey não poderia culpá-la por tal fraqueza, afinal, nunca na vida imaginou ser procurada pela Scotland Yard. Não a Melissa Parker correta que jamais teve coragem de sequer colar na escola. Não a Melissa Parker criada por seu pai irritantemente correto. Seu pai... Havia muito tempo não pensava nos pais e seu estômago embrulhou. O que diriam eles quando vissem a foto da filha estampada nos jornais logo abaixo de "PROCURADA"? Quis imediatamente chorar, porém tirou forças não soube de onde para conter mais um impulso histérico.

-Crockham Hill.

Melissa ouviu a voz de Corey ao longe falar com ela. Estava literalmente no piloto automático, apenas dirigindo em frente, perdida em seus pensamentos.

-O que foi? – perguntou.

-Crockham Hill.

-O que é isso?

-Um dos vilarejos para os quais essa estrada leva...

-Já tinha ouvido falar dele?

-Não.

-Então espero que o investigador Josh Bethel também não tenha. E que ainda não tenha chegado televisão por lá.

Corey riu.

-Não custa nada sonhar.

Pouco mais de uma hora e meia depois chegaram ao que parecia ser Crockham Hill. Era o que dizia o belo monumento na entrada do que parecia ser a única e principal avenida. Era um belo local, com muito verde e casas bonitas e grandes. Havia velhinhos caminhando pelas calçadas e crianças brincando nas ruas. O carro deles era o único a circular por ali, enquanto os demais estavam parados em frente a suas casas ou à Igreja. Ao contrário do que esperavam de uma pequena vila interiorana, ninguém parou para reparar no carro estranho que circulava por ai. Tinham mais o que fazer de suas vidas e Melissa agradeceu internamente por isso.

-Que lugar simpático... – Corey comentou, baixando o vidro da janela e sentindo o ar puro do interior – Acho que poderíamos morar aqui pelo resto de nossas vidas.

-Feche esse vidro.

-Ninguém está interessado em nós, doutora, fique calma...

Melissa bufou.

-Sua calma me irrita.

-E sua irritação me acalma. Não sei por que essa necessidade de ficar acelerada por tudo...

-Desculpa se não estou tranquila com o fato de que estou sendo procurada pela polícia...

-Bem, eu acho que esse tipo de adrenalina de vez em quando faz bem...

-Ser procurada pela polícia não faz bem. – Melissa retrucou, os dentes cerrados. A essa altura quase chegavam ao final da avenida e do vilarejo.

-Acho que acabei me acostumando com a sensação... – Corey deu de ombros.

-Eu nunca vou me acostumar com isso. – Melissa rolou os olhos – Para onde vamos?

-Talvez haja alguma casa abandonada... Parece que só tem mato para lá daquela casa. – Corey apontou a última casa da rua.

Melissa assentiu e dirigiu pelos últimos metros, até que só lhes restava olhar para o mato baixo e árvores.

-Talvez achemos uma cabana salvadora como aquela do St. Marcus... – Corey comentou.

-Seria muita sorte, não é mesmo? Coisa que não estamos tendo desde sempre.

-Talvez isso tenha começado a mudar. – ele disse e seu tom de voz mudou consideravelmente do esperançoso para o melhor estilo "eu não te disse?".

Melissa tirou os olhos da estrada e olhou para onde notou que ele apontava. No meio da mata alta e rodeada por algumas árvores estava uma espécie de barracão. Era de madeira vermelha com um telhado de alumínio. Ela parou o carro e olhou para Corey. Ele tinha um pequeno sorriso escondido nos lábios.

-Acho que é um bom lugar para parar e espairecer as ideias... – foi o que ele disse.

-Não vejo outra opção no momento... Não é como se pudéssemos bater na porta de um daqueles velhinhos para pedir abrigo, não é mesmo? – Melissa abriu um pequeno sorriso e virou o carro na direção do barracão.

Alguns trancos e buracos depois estavam em frente ao barracão. Parecia, de fato, abandonado, especialmente a julgar pela altura do mato que se acumulava à sua frente e nas portas e janelas de madeira pregadas.

-Acho que não aparece alguém por aqui há alguns anos... – foi Corey quem comentou.

-Será que conseguimos esconder o carro aí dentro? Não acho que Josh Bethel tenha deixado passar placa, cor e modelo dele.

-Leve ele lá atrás, vou procurar uma lona aí dentro. Se não tiver, damos um jeito de cobrir com folhas e mato.

Melissa assentiu e fez o que Corey lhe disse. Ele desceu do carro e foi até a porta fechada com um enorme cadeado. Quando Melissa voltou ele já tinha aberto o cadeado com um pedaço de ferro e tentava arrastar com certa dificuldade a pesada porta de madeira do barracão. Ela se aproximou e juntou suas forças às dele, quando enfim conseguiram abrir espaço suficiente para que entrassem. Melissa entrou primeiro e Corey logo em seguida entrou também, já empurrando a porta para que se fechasse. Lá dentro era escuro, ainda que fosse dia, embora as frestas da madeira dessem condições para que fachos de luz iluminassem aqui e ali. A poeira no ar tomou as narinas de Melissa imediatamente e logo ela sentiu dificuldade para respirar.

-Não é o melhor quarto de hotel do mundo, mas acho que serve por hora. – Corey disse enquanto olhava ao redor.

Havia ferramentas, uma enorme mesa de madeira velha, um velho carro desmontado, pneus e móveis cobertos por lençóis brancos. Nenhuma cama à vista. Um típico cenário de filme de terror.

-Não acha que estamos nos metendo demais em cenas de filme de terror ultimamente? – Melissa falou, também analisando os arredores.

-Só pra dar mais uma emoção na nossa empreitada... – Corey sorriu e foi até os móveis cobertos pelos lençóis.

Pegou o maior deles e o enrolou embaixo do braço.

-Vou cobrir o carro com esse e jogar algumas folhas por cima, acho que é o suficiente para disfarça-lo por hoje.

-Tem um cobertor no porta-malas do carro, traga para nós... Acho que vai ser o nosso colchão e nossa cama... – Melissa torceu os lábios.

Corey assentiu e saiu do barracão. Não demorou muito tempo para retornar com o cobertor nos braços. Melissa havia procurado um local menos sujo daquele barracão durante aquele tempo e o limpou o máximo que conseguiu com um dos lençóis. Corey então estendeu o cobertor no local que ela lhe indicou.

-O que faremos? – foi Melissa quem perguntou.

Seu tom de voz era incerto, ainda que tenha conseguido controlar um pouco de sua histeria.

-Depois eu não tenho a mínima ideia ainda, mas agora... – ele abriu um sorriso torto no canto dos lábios e seus olhos azuis faiscaram naquela meia escuridão o suficiente para causar em Melissa o baque já previsível.

Ela sabia o que ele queria com apenas um olhar e, de certa forma, se sentiu feliz por isso... Essa capacidade de se entenderem com apenas um olhar, era mágico e bonito... Uma sobrenatural e inexplicável prova de amor...

Corey Sanders e seus poderes de sedução infalíveis...

Corey Sanders e sua capacidade de fazer Melissa esquecer todos os seus problemas com um sorriso torto no canto dos lábios...

-É sério isso? – Melissa questionou sem achar ser capaz de entrar no clima daquilo.

Estavam fugindo da polícia e escondidos em um barracão sujo e empoeirado, pelo amor de Deus!

-E eu brinco com essas coisas por algum acaso, doutora? – ele se aproximou um passo.

Seu sorriso continuou ali, na pouca insistência de que precisava para convencer Melissa. De fato, ainda que não soubesse disso, ela sempre queria ser convencida por ele. Especialmente se levado em consideração o fato de que ela há muito não era capaz de dizer não. Nunca fora, em verdade, mas havia tentado com mais afinco no início.

Quando ele parecia perigoso.

Agora era o homem a quem amava.

Impossível dizer não.

-Como pode estar excitado nessa situação? – Melissa não ousou dar um passo atrás.

Ele deu outro à frente. Ela já podia sentir o cheiro inebriante do perfume dele.

-Como não estar excitado nessa situação?

Melissa soltou um risinho nervoso.

-Seus hormônios são atraídos por situações estranhas.

-Doutora, você basicamente acabou de salvar a minha vida e dirigiu um carro de fuga em alta velocidade... Fico me perguntando que homem heterossexual no mundo não estaria excitado?

Outro risinho nervoso escapou de seus lábios enquanto Corey dava outro passo à frente. Estava à frente de Melissa a dominando com toda a sua presença forte.

-As coisas que uma mulher apaixonada faz... – ela deu de ombros – Mas ainda acho que não é o momento para isso...

Ele rolou os olhos.

-Está ocupada no momento? Tem algo mais importante a fazer?

Ela mordeu os lábios quando ele deu o último passo que os aproximava e tomou sua cintura entre suas mãos fortes.

-Temos muitos problemas que precisam ser resolvidos...

-Posso fazer você esquecê-los em um piscar de olhos. – ele apertou sua cintura e a puxou para mais perto. – Posso te levar a um mundo muito melhor... – essa frase ele sussurrou no ouvido dela. Sua respiração quente bateu ao pé do ouvido de Melissa e ela estremeceu. – Só prazer, sem problemas... – um beijo foi depositado em seu pescoço. Então ele lambeu da base de sua clavícula até o pé do ouvido outra vez.

Melissa suspirou.

-Sua proposta é muito tentadora... – ela disse e cravou as unhas nas costas dele.

Corey soltou outro riso na pele já arrepiada de Melissa.

-Não só a proposta... Espere eu colocar em prática tudo o que quero fazer com você... – ele mordeu o pescoço de Melissa e apertou tanto sua cintura que achou que se fundiria com ele.

-E você é um homem de palavra? – Melissa soltou em um sussurro.

Ele riu e disse:

-Você bem sabe que sim... Acho que costumo entregar o prazer que te prometo. Ou não?

-Não tenho nenhuma reclamação até o momento.

-Então sabe o que esperar quando eu digo que quero te morder aqui. – ele desceu a mão até o sexo já ridiculamente molhado de Melissa, apertando sobre sua calça jeans. Melissa suspirou outra vez. – Quero lamber tudo assim. – ele disse e demonstrou sua habilidade no lábio entreaberto de Melissa. – E sentir seu gosto em mim... Te ver gozar e gritar meu nome... – ele fechou os olhos em deleite, como se relembrasse algo muito interessante – Como eu amo te ver chamar meu nome enquanto goza...

-Você me deixa sem saída...

-Que bom. Não quero que fuja de mim.

-Como poderia?

Com suas últimas palavras Melissa arrancou de Corey mais um sorriso. Os olhos dele eram duas frestas eróticas atraindo os seus a um despenhadeiro sem fim. Melissa queria ir, queria sentir o frio na barriga causado pela queda. Queria tudo o que Corey poderia lhe proporcionar, tudo o que já conhecia e ainda assim amava a expectativa de ter.

Corey lhe beijou em seguida, com força e precisão, o tipo de beijo que já lhe tirava o fôlego no primeiro instante. Melissa queria mesmo perder o fôlego. As mãos dele eram um carinho habilidoso em suas costas, até que a esquerda arranjou um espaço em sua calça e a adentrou. A próxima coisa que sentiu foi o dedo indicador de Corey tocando seu sexo.

-Você já está molhada para mim. – ele interrompeu o beijo para dizer em seu ouvido. – Tão macia, tão quente, tão gostosa...

Melissa não teve tempo de responder. Corey voltou a beijá-la no mesmo afinco de antes, enquanto pegava sua cintura e a tomava em seu colo. Melissa mal sentiu os pés saindo do chão, uma vez que já tinha a sensação de flutuar...

Corey a levou até o cobertor estendido no chão e a deitou delicadamente. Então não fez cerimônia para tirar a calça jeans dela e jogar por cima do ombro em algum lugar do barracão. A meia luz o tornou tão belo e sexy naquela posição, que ela teve que conter mais um suspiro idiota. Estava excitada como nunca e a expectativa a consumia por dentro. Corey demorou um pouco mais para tirar sua calcinha, e ela sabia que era proposital. Sabia que ele a faria sofrer um pouquinho antes de entregar seu prêmio. E ainda que não pudesse admitir em voz alta, amava aqueles joguinhos.

Corey abriu a perna de Melissa com delicadeza e se posicionou entre elas, muito próximo do sexo já pronto dela. Na meia luz os olhos dele brilharam de um jeito diferente e o próximo sorriso dele fez um frio ridículo perpassar sua barriga. Ele parecia um predador à espreita, um muito habilidoso, que queria brincar com sua presa até o momento certo de atacar...

Exalava pura malícia e sexo.

Melissa prendeu o ar quando Corey aproximou a boca do sexo dela, apenas na expectativa... Ele olhou para ela e arqueou uma sobrancelha, então mordeu o canto do lábio inferior. Sua expressão era marota, transbordando malícia... Então ele venceu a distância que a separava do melhor prazer e passou a língua lentamente pelo clitóris dela. E parou por aí. Melissa soltou o ar preso em seus pulmões em uma sôfrega expressão de sofrimento.

Corey levantou a cabeça o suficiente para que o mar azul malicioso de seus olhos a tornasse prisioneira.

-Você quer, doutora? – ele perguntou, em uma inocência que a fez rolar os olhos de indignação.

-Seria loucura dizer que não?

-Você é quem sabe. – ele deu de ombros, mas não saiu do lugar.

O hálito quente de Corey bateu na coxa de Melissa e ela sentiu tudo estremecer de novo. Era ridículo o fato de que não sabia conter seus impulsos perto dele. Especialmente quando ele estava tão... Excitado e animalesco, preparado para fazê-la gritar de prazer. A sensação era boa demais para ser descrita.

-Sente o meu gosto. – foi o que ela disse.

Corey abriu um sorriso que quase não coube em seu rosto.

-Essa Melissa safada ainda vai me enlouquecer...

-Ainda bem que ela aparece só de vez em quando então...

-Ela aparece nos melhores momentos. Não poderia ser mais perfeita... – disse Corey, então pôs fim à distância cruel que mantinha do sexo preparado de Melissa.

Ele passou a língua lentamente pelo clitóris dela mais uma vez. Fechou os olhos e a saboreou por um instante, então a abocanhou por inteiro. Seus olhos abriram para fitá-la, brilhando de excitação e luxúria... Melissa não viu meio de fugir daquilo e foi imediatamente contagiada. As pequenas ondas de prazer que passaram a percorrer seu corpo eram potencializadas por aquele olhar, como um aditivo poderoso e irresistível... Logo pequenos gemidos escapavam por seus lábios, enquanto a língua de Corey fazia muito bem o seu trabalho. Passava por seu clitóris, então vez ou outra lhe sugava o suficiente para fazê-la ver estrelas. Quando ele lhe penetrou com a língua jurou ter sentido o coração parar. Então voltou a bater muito rápido. Corey sabia o que fazer, não havia dúvidas a respeito. Sabia tudo o que ela gostava, na medida em que gostava, nos locais em que gostava...

Quando ele parou o que estava fazendo e levantou a cabeça para olhá-la, foi uma tortura.

-Geme pra mim, doutora. – foi o que Corey disse.

E sorriu como se soubesse o último segredo do mundo.

-Vou gemer de sofrimento se não voltar imediatamente.

Ele riu.

-O que você quer que eu faça?

-Volte ao trabalho.

-Onde?

Melissa rolou os olhos e bufou outra vez, mas não estava com paciência para os joguinhos naquele momento. Então pegou a cabeça dele e a direcionou ao seu sexo. Então tocou a si mesma e disse:

-Aqui.

-Ah, não precisa pedir duas vezes. – Corey respondeu, e voltou a beijá-la ali.

Mais alguns movimentos da língua habilidosa dele e Melissa já não conteve mais os gemidos. E então gozou com força na boca dele. Quando os espasmos deixaram seu corpo mole e satisfeito de prazer ele se afastou. E subiu beijando todo o corpo de Melissa até chegar à boca dela.

-Você é tão gostosa... – sussurrou em seu ouvido.

Ela sorriu e o puxou para um beijo. Suas línguas se encontraram como dois amigos que há muito não se viam, mas que não perderam o entrosamento de anos. Foi a perfeição, forte e carinhoso ao mesmo tempo. Enquanto isso, Melissa aproveitou para tirar a calça de Corey. Abriu o cinto e baixou o cós até onde suas mãos lhe permitiram. Ele interrompeu o beijo para terminar de tirar a calça jeans. Então Melissa se encarregou de tirar a camiseta dele também. E deixou por último a boxer branca.

Brincou com as unhas nas entradas perfeitas dele, arranhou o baixo ventre a ponto de fazê-lo suspirar no meio do beijo... Um sorriso maroto tomou seus lábios, como aquele que tomava o de Corey toda vez que a provocava...

Era sua vez de provocar...

Melissa arranhou a barriga de Corey e o fez perder o fôlego. Sabia que ali havia um ponto fraco, sabia que era fácil fazê-lo enlouquecer só de tocá-lo ali. Então desceu arranhando até o baixo ventre de Corey outra vez, até que cedeu e adentrou a boxer dele com a mão. Lentamente tocou o pênis dele, arrancando um sorriso de deleite de seus lábios. Então o tomou em suas mãos e iniciou os movimentos, masturbando-o lenta e prazerosamente... Tortuosamente...

Ele a abraçou com força e mordeu seu pescoço, então seu ombro e seu lábio inferior.

-Impaciente? – Melissa perguntou, notando a ansiedade que o deixava suando.

-Talvez... – ele respondeu, e sua voz saiu um pouco falha.

Ela sorriu vitoriosa.

-O que você quer? – sussurrou em retorno, mantendo os movimentos de sua mão o mais lenta e tortuosamente possível.

-Essa fala é minha.

-Nada como uma boa dose de vingança...

Corey mordeu os lábios com força.

-Não consigo me controlar por tanto tempo, doutora... Cuidado.

-O que vai fazer comigo? – o sorriso dela se transformou em malícia.

Corey escolheu não responder. Apenas virou o corpo sobre o dela, prendendo-a ao chão. Então lhe arrancou a blusa sem qualquer delicadeza e apenas baixou os lados do sutiã, para que pudesse ter a visão de seus seios... Sem ainda dizer qualquer palavra, abriu as pernas de Melissa, ergueu seu quadril para que tivesse o melhor ângulo e a penetrou de uma vez.

Um gemido alto escapou dos lábios dela. Corey também não conteve um.

Suas unhas curtas fincaram nos quadris de Melissa e ditaram o ritmo de sua penetração rápida de estocadas fortes. Vez ou outra ele apertava o seio dela, que não tinha qualquer outra reação senão fincar as unhas no cobertor e curtir seu momento mágico de prazer. Corey mantinha seus olhos fixos nos de Melissa, como era praxe, assinalando que ela era dele e o quanto aquilo lhe dava prazer. Eram um mar azul de excitação incontrolável e animalesca.

Melissa não era capaz de fechar seus olhos, mas curtia cada estocada com o máximo de deleite... A sensação de ser preenchida por ele, de tê-lo em si, de vê-lo empenhado ao máximo na primeira e única intenção daquele ato: levá-la ao paraíso. E ela chegaria em breve.

Corey diminuiu suas estocadas até parar, então saiu de dentro de Melissa. Mais uma vez sem dizer qualquer palavra, tomou-a pelos ombros e a virou de costas. Então se posicionou deitado ao lado dela, beijou seu pescoço e mordeu sua orelha, então a penetrou outra vez. Melissa mordeu os lábios tentando conter seus gemidos cada vez mais desenfreados. Entretanto, quando Corey levou seus dedos habilidosos ao clitóris dela, para acariciá-lo enquanto a penetrava em seu ritmo alucinante, já não foi mais capaz de manter controle sobre nada. Gemeu alto e arrancou de Corey uma risada vitoriosa.

-Isso, doutora, geme para mim... – ele sussurrou em seu ouvido – Você é tão gostosa...

Não demorou muito para que Melissa gozasse nesse ritmo. Corey ainda levou mais um tempo. Saiu de dentro dela outra vez e a colocou por cima. Quando ele olhou para ela, Melissa se sentiu como se fosse a última mulher da face da Terra... E o incentivo foi o suficiente para que ditasse um ritmo tão alucinante quando o dele. Corey tocava seus seios o tempo todo, acariciando-os, apertando-os, beliscando seus mamilos com a força necessária para que a fizesse pirar mais uma vez...

Quando a respiração dele se tornou falha e o coração disparou sob as mãos de Melissa, que se apoiavam em seu peito, ela levou os lábios até o ouvido dele e sussurrou:

-Goza pra mim, Sanders...

E sentiu-o despejar-se dentro dela.

Melissa deitou sobre Corey, apoiando a cabeça no peito dele e só então retirou-o, ainda duro, de si.

-Acho que meus nervos estão no lugar novamente depois disso. – foi Corey quem se pronunciou primeiro.

-Incrível como fazer sexo com você faz tudo parecer estar no lugar... – Melissa comentou.

Suas pálpebras estavam pesadas e seu corpo relaxado como há muito tempo ficava. Havia uma fina camada de suor acumulada em sua pele, e Corey fazia desenhos com as pontas dos dedos em suas costas.

-Então, acho que já estamos em condição de pensar no que faremos a seguir? – Corey disse e então riu.

-Não sei se estou em condições de fazer qualquer coisa agora...

-Bem, então pode começar me contando o que foi que meu querido amigo doutor Brian Peters disse na cafeteria?

-A ironia lhe cai tão bem... – Melissa comentou, tão irônica quanto ele – Nada muito importante...

-Eu não acho que ela tenha marcado um encontro com você para não te dizer nada importante... Esse cara sempre quer alguma coisa.

-Bem... – ela torceu os lábios, receosa sobre o que tinha para dizer. Sabia que Corey não gostaria nada daquilo e não queria ter que lidar com mais uma crise infundada de ciúmes.

-Melissa... – Corey chamou, levantando seu queixo.

O tom de voz era alarmado.

Melissa suspirou por um instante, antes de responder:

-Ele disse que quer investigar a morte de Barber...

Corey cerrou os olhos e a encarou, como se pedisse silenciosamente para que ela sorrisse e dissesse que era uma pegadinha. Melissa não se mexeu, esperando pela próxima reação dele. Não foi boa. Corey a puxou delicadamente e a fez se sentar, fazendo o mesmo logo em seguida.

-Você pode repetir essa informação, por favor?

Melissa bufou e fez careta, já com fadiga pela próxima sessão de discussão que viria a seguir, mas repetiu mesmo assim:

-Ele quer investigar a morte de Barber.

-E o que esse idiota pretensioso tem a ver com a morte da minha namorada? Ou ele por acaso tem orgulho em dizer que era namorada dele? Ela nunca foi nada dele, a não ser um caso sem importância com o único intuito de me atingir.

Melissa sentiu uma pontada horrível no peito ao ouvi-lo dizer "minha namorada" e não estar se referindo a ela. Ignorou a sensação, contudo, concluindo que havia escapado por conta da irritação momentânea. Corey nunca pensava direito quando estava irritado, isso era fato. Ou pelo menos queria acreditar que sim. Ciúmes da fantasma morta que a assombrava por aí era a última coisa de que precisava para continuar vivendo.

-Eu não sei o que ele quer com isso, Corey... Talvez só estivesse tentando jogar um verde, ver se eu falava alguma coisa sobre ela...

-Mais uma vez eu pergunto: o que ele tem a ver com isso? Por que está interessado? Ele não tem que se meter nisso! Que merda! – Corey bufou e fechou os olhos.

Quando as mãos foram parar na cabeça e os fios de cabelo foram torcidos entre seus dedos ela soube que deveria ter ficado calada. De fato, ela quase sempre deveria ficar calada sobre quase tudo, mas sempre cedia às pressões de Corey e sempre o deixava descompensado com as notícias que tinha para dar... Ela sempre soube que seria difícil, desde o início, não tinha por que reclamar, afinal.

-O que ele espera encontrar, afinal? O fantasma de Barber para contar o que aconteceu?

-Bem, parece que nesse aspecto ela está mais interessada em mim. – Melissa rolou os olhos – Mas gostaria, de verdade, que estivesse interessada nele.

Corey não respondeu, apenas lhe lançou um olhar fuzilante em retorno. Então voltou a reclamar:

-Não há nada para ele descobrir que nós já não saibamos... O máximo que pode acontecer é ele descobrir que eu não sou assassino, então o tiro sai pela culatra... Corey riu, como se tivesse acabado de ouvir a melhor piada do mundo – Gostaria de ver a cara dele nesse momento... Seria o desfecho perfeito para esse imbecil.

-Corey... – Melissa tentou chamá-lo, mas ele continuou falando.

-Para piorar a situação só falta você me dizer que ele deu em cima de você de novo... – disse e lhe lançou aquele olhar persuasivo.

-Não vou dizer isso.

-Mas eu sei que aconteceu.

-Como sabe?

-Sempre acontece, ele não desiste... Não consegue aceitar o fato de que perdeu para mim.

-Só queria parar de ser o objeto de disputa de dois machos alfas, só para variar um pouco... Esse ciúme idiota do Brian já está ficando ultrapassado, Corey...

Ele parou e a olhou por um breve instante. O brilho com resquícios psicóticos em seus olhos foi atenuando, até se transformar no brilho apaziguador que fazia o interior de Melissa se aquecer como numa tarde quente de verão.

-Talvez você tenha razão... – ele deu de ombros – Afinal de contas, quem está ao seu lado agora enquanto você está nua e sexualmente satisfeita? – então abriu um pequeno sorriso.

-Você sempre faz tudo parecer tão sexual...

-Não é. – ele balançou a cabeça em negação e apagou o sorriso dos lábios – Quem tem você ao lado para o que der e vier, inclusive perseguições policiais?

-Assim está melhor. – Melissa assentiu e se deixou sorrir.

Corey se aproximou outra vez, tomou seu rosto entre suas mãos ainda quentes e depositou um beijo molhado em seus lábios. Durou algum tempo a troca de carícia entre suas línguas e as coisas começavam a esquentar novamente quando o celular de Melissa tocou. Ela interrompeu o beijo em meio a protestos de Corey e fez uma careta quando leu o nome no visor.

-Vai me dizer que é o doutor maravilha?

Melissa riu do novo apelido e negou com a cabeça.

-É Kate.

Corey lamentou de um jeito teatral.

-É quase pior que receber uma ligação do meu pai ultimamente...

Melissa torceu os lábios e escolheu atender a ligação, por mais que já pressentisse uma nova notícia ruim.

-Qual a má notícia da vez? – foi o que disse, assim que atendeu.

-Sou tão previsível assim? – a voz de Kate respondeu brincalhona do outro lado da linha.

-Um padrão se formou nos últimos dias, você deve admitir...

-Sim. Bem, não vou fugir à praxe...

-O que aconteceu agora?

-Brian sumiu.

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