Past Endless - Carmen

By JaquelineRocha

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Quando o passado volta e você não tem controle, fazendo tudo com o que você lutou para esquecer se torne um n... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capitulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
hi
Importante

Capítulo 9

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By JaquelineRocha


POV Lauren

Faziam exatamente meia hora que estamos em frente ao elevador e Camila sem querer entrar, rindo alucinadamente de qualquer coisa e sempre arrumando um motivo bobo para não fazer o que eu lhe pedia.

- Camila, já está bom. Vamos lá para cima, assim você rir à vontade! – Camila olhou-me atenta e se aproximou de mim, tocando em meus ombros com a ponta dos dedos.

- Me chama de Camz, eu acho lindo esse apelido dito por você, com sua voz gostosa e sexy. – Ela passou os braços por meus ombros os entrelaçando em meu pescoço e tentou beijar-me, porém desviei meu rosto em todas as suas tentativas. Ela parecia frustrada e então se desvencilhou de mim. Suspirou e se encostou na parede ao lado da entrada do elevador. – Queria teu beijo. – Disse claramente triste e eu suspirei apertando novamente no botão do elevador para que ele voltasse ao térreo.

- Vamos subir. Você precisa de um bom banho. E dormir bastante, amanhã é sábado e você deve ter, com certeza, o dia livre. – O elevador abriu a porta e eu estiquei meu braço de encontro ao seu. – Vamos, Camz. – Sorri sincera para ela que sorriu de volta e finalmente atendeu a meu pedido.

--

Camila lutava contra sua vontade absurda de colocar a chave na fechadura, porém não conseguia nem segurar direito a chave. Eu estava rindo de sua luta, pois ela estava ameaçando a porta como se fosse uma pessoa.

- Me dê, eu abro. – Pedi esticando a mão e ela lhe fitou.

- Eu não sou cega! – Ela disse voltando a olhar a fechadura da porta e finalmente conseguindo encaixar a chave em seu lugar. – Eu disse! – Ela disse girando a chave em seguida abrindo a porta, porém perdeu o equilíbrio e caiu. Não tive tempo de segura-la, então minha única saída foi ajudá-la a levantar. Enquanto levantava ela ria, ria muito.

- Acho melhor eu te sentar no sofá para eu poder fechar a porta. – Falei ajudando-a caminhar até o sofá. Ela sentou-se desajeitada e eu corri para fechar a porta e pegar suas coisas que ficaram no chão, como celular, bolsa, e algumas chaves. Voltei carregando tudo comigo e os coloquei sobre a mesinha de centro. – Pronto! – Falei de pé a sua frente e ela me olhou sorrindo.

- Senta aqui, vamos conversar um pouco. – Ela pediu animada e eu suspirei antes de sentar-me a seu lado. Camila riu um pouco e logo parou ao notar que eu não ria. – Eu estou drogada? – Eu assenti.

- É, e eu acho legal você dormir, assim pode melhorar logo. – Ela suspirou e olhou-me.

- Você lembra da primeira vez que saímos juntas? Nosso primeiro encontro? – Eu franzi o cenho e assenti.

- Por que quer falar disso agora?

- Nada, eu só queria saber se ainda lembra de como tudo aconteceu...

"Eu havia acabado de acordar, já passava das cinco horas da tarde em Madrid, meu celular estava cheio de ligações perdidas de Camila. Eu havia tipo um belo encontro noite passada com uma espanhola, acabei curtindo muito e cheguei de manhã. Camila havia ficado com raiva de mim, porque eu não havia lhe convidado para ir junto. Mas como eu iria levar a garota que estou louca para beijar ao encontro com uma bela espanhola? Eu poderia estragar por completo minha noite, pois sei que eu daria atenção unicamente a Camila. Mesmo que eu demonstrasse estar louca por ela, ela sempre me dava um fora ou algo parecido. Porém ela insistia também que não queria que eu saísse sem ela, e quando saiamos, ela não me deixava conhecer ninguém, tanto que só tive a honra de conhecer a espanhola quando fui ao supermercado.

Levantei com muita preguiça e resolvi ir ao quarto dela. Sabia que ela não iria me atender se eu ligasse, pelo menos não depois de tanto tempo fora. Tomei um belo banho e resolvi ir logo a seu quarto sem arrodeio. Mas quando abri a porta do meu, ela estava ali, levou um susto ao me ver e depois suspirou.

- Oi. – Falei receosa e ela suspirou.

- Eh... Oi. – Ela disse com um sorriso fraco e tentou olhar para dentro de meu quarto, eu franzi o cenho e me afastei, para que ela pudesse ter a visão do quarto. – Você chegou agora? – Neguei com a cabeça. – E por que não me ligou?

- Eu sabia que você estaria com raiva, eu ia a seu quarto agora, conversar cara a cara é bem melhor. – Sorri sem graça e ela suspirou adentrando meu quarto. Fechei a porta e fiquei observando ela que parecia nervosa.

- Eu te liguei várias vezes ontem, queria muito que tivesse atendido.

- É, desculpa! Eu estava em uma balada, deixei o celular no silencioso, e mesmo que tocasse, não teria como eu ouvir... – Falei caminhando até minha cama e sentando-me nela. Camila suspirou e o mesmo fez sentando-se a meu esquerdo.

- Eu estou exausta de mentir para mim mesma... – Ela sussurrou e eu a fitei com a testa franzida. Ela estava fitando suas mãos, que estavam em cima de suas coxas, com os dedos nervosos.

- Mentir sobre o quê? – Perguntei fazendo-a me fitar.

- Sobre o que eu sinto por você, eu não fiquei bem ontem quando vi você saindo para encontrar a tal espanhola, eu fiquei louca, era muito sentimento envolvido. Eu queria ir te impedir, queria te trancar comigo no quarto e de jeito nenhum aceitar o fato de que alguém te convidou para um encontro e esse alguém não foi eu. – Eu levantei as duas sobrancelhas e sorri impressionada com sua revelação. – Eu te liguei várias vezes porque estava tentando tomar coragem de pedir para que cancelasse o encontro com ela e tivesse um comigo. Eu estava sem saber como fazer na verdade, estava muito nervosa, talvez estragasse tudo, até agradeci por não ser respondida. – Sorriu fraco e voltou a fitar as mãos.

- Você queria um encontro comigo? – Perguntei fazendo-a voltar a me fitar.

- Eu sei que já nos conhecemos bastante, mas um encontro é algo diferente, eu quero conhecer seu coração, e entregar o meu... – Ela sussurrou as últimas palavras e eu sorri abertamente colocando minha mão sobre as duas mãos nervosas. – Sei lá, é tarde para isso.

- Não acho que seja, por que não tenta me convidar agora?

- Lauren, você deve ter tido um belo encontro, não vou estragar.

- Acredite, o encontro foi legal, mas com você pode ser melhor... E quem sabe? Poderíamos tentar, não acha? – Ela sorriu abertamente e respirou fundo.

- Você aceita sair comigo? – Ela perguntou ansiosa e eu sorri.

- Eu aceito sem nem pensar duas vezes..."

Suspirei pesadamente com a recordação e ouvi um suspiro a meu lado. Ela certamente havia recordado o mesmo que eu.

- Nunca tive tanta atitude em minha vida. – Ela disse fazendo-me fita-la. Ela olhou-me e sorriu de canto, sem muita animação. – Eu gostava de estar perto de você, de querer olhar em seus olhos, te abraçar. E quando você disse que ia jantar com alguém eu fiquei louca, eu pensei em tudo que iria acontecer. Você iria se apaixonar por ela, iria parar de me dar atenção, iria me tratar como uma amiga qualquer, eu sabia Lauren, que tudo que você sentia era bem intenso. Eu só achava que se continuasse daquele jeito iria durar muito, sem que nada nos atrapalhassem, criei uma bolha imaginaria. Porém, a vida é sempre daquelas que te dá um belo empurrão.... – Sorriu e suspirou. – Eu levei um belo tapa na cara para cair na real.

- Você nunca foi de esconder o ciúme. Eu sabia que em algum momento iriamos ficar, eu nem estava tão interessada naquela espanhola, minha intenção era te provocar. – Sorri para ela que sorriu de volta e fechou os olhos.

- Nossa, estou um pouco tonta.... – Suspirou e colocou a mão sobre minha perna. Logo abriu os olhos e respirou fundo. – Você lembra daquela festa que um rapaz estava dando em cima de você? Eu não consegui esconder o ciúme, né? – Perguntou tranquila, mas com os olhos já pesados. – Você lembra disso? – Eu assenti.

- Sim, eu lembro...

"A festa estava animada, haviam bastante espanhóis. Camila estava a meu lado, como um chiclete, agarrada a meu braço. Não queria que eu a deixasse sozinha, pois segundo ela, eu conseguia ser uma pessoa sociável e ela não. Mas era mentira, quando ela quer, ela faz direitinho, eu sabia o porquê de ela não querer me deixar sozinha, havia muitas pessoas trocando olhares comigo e ela me fazia sempre sair do lugar para poder parar de encarar a pessoa. Isso por um lado me deixa animada, mesmo que todas as vezes que eu tente lhe beijar, ela se recuse.

- Lauren, eu estou muito apertada, preciso ir ao banheiro, você sabe aonde tem algum? – Camila perguntou próximo a minha orelha e eu assenti.

- Só tem banheiro público, você tem coragem de usar?

- Ou isso, ou eu faço na roupa! Já segurei o suficiente!

- Ok, então vamos, eu fico te esperando. – Ela assentiu e eu puxei-a comigo rumo ao banheiro. – Aqui, Camz. Tapa o nariz e tenha uma boa mira! – Falei brincalhona e ela fez cara de nojo ao abrir a porta.

- Que nojo! – Ela disse e logo fechou a porta.

Olhei a meu redor e vi um rapaz vindo até mim, aliás, ele era uma das pessoas que me olhavam fixamente.

- Hola, guapa! (Oi, linda) – Ele disse parado a minha frente. – Ahora puedo hablar contigo sin que tu amiga se sinta ofendida? (Agora posso falar com você sem que sua amiga se sinta ofendida?)

- Creo que si, pues... Ella es solamente mi amiga, no hay porque quedar com rabia o ofendida! (Acho que sim, pois... Ela é somente minha amiga, não há porque ficar com raiva ou ofendida) – Falei mordendo meu lábio inferior na intenção de provoca-lo. Mas eu juro que não iria ficar com ele, só queria ver a reação de Camila.

- Pues, como es tu nombre? (Então, como é seu nome?) – Ele perguntou animado. Olhei para o banheiro na esperança de ver Camila saindo e voltei a fita-lo.

- Me llamo Lauren. (Me chamo Lauren) – Estiquei a mão e ele a segurou segurando firme.

- Me llamo Roberto, es un gusto conocerte Lauren! (Me chamo Roberto, é um prazer te conhecer Lauren) – Ele disse aproximando seu rosto do meu e me cumprimentando com dois beijos. E nesse exato momento ouvi a porta do banheiro sendo aberta. Olhei para lá e a vi séria, encarando ele.

- Quem é ele? – Ela perguntou fazendo careta.

- Ele é o Roberto, acabei de conhecer, e não fala nossa língua, ele só fala espanhol!

- Escuchame, chico. Esa mujer es lesbiana, no vas a ganar nada tretando de tener algo con ella! (Escuta, cara. Essa mulher é lésbica, você não vai ganhar nada tentando ter algo com ela!) – Eu arregalei os olhos e lhe encarei incrédula, mas na verdade eu estava louca para rir.

- Camila! – Repreendi-a.

- Perdón, pero ella no me parece nada lesbiana! (Desculpa, mas ela não parece nada lésbica!) – Ele disse sorrindo abertamente e Camila revirou os olhos.

- Oh Dios! Dile, Lauren! Todas las veces que intentaste besarme! Dile a él que tu no le gusta hombres y que él no se ilusione contigo, pues eres uma puta lesbiana y jode muy mejor que él, de cierto. (Oh Deus! Diga, Lauren! Todas as vezes que você tentou me beijar! Diga a ele que você não gosta de homens e que ele não se iluda com você, porque você é uma grande lésbica e fode muito melhor que ele, com certeza) – Eu arregalei os e encarei ele que parecia desconfiado.

- Ok, creo que no voy mas perder mi tempo, y se ella es tu novia o lo que sea, tengas cuidado pues me parece que tienes cuernos! (Ok, acho que não vou mais perder meu tempo, e se ela é sua namorada ou o que seja, tenha cuidado, pois parece que você leva chifres!) – Ele disse logo nos deixou.

- Camila! O que você está fazendo? – Perguntei fingindo irritação e ela revirou os olhos cruzando os braços.

- Você acha certo iludir um pobre homem? E nem da coisa que ele tem no meio das pernas você gosta! – Eu suspirei e revirei os olhos. – Essa festa já deu, melhor voltarmos para casa!"

Eu ri negando com a cabeça para afastar as lembranças e ela tocou em minha perna, me fazendo fita-la.

- Você sempre gostou de me provocar assim e sempre deu certo.

- Verdade, era a melhor forma de te ver com ciúmes... – Suspirei colocando minha mão sobre a sua.

- Você fez isso hoje? – Ela perguntou aproximando seu rosto do meu.

- Não, eu realmente quis ficar com ela... – Ela assentiu e afastou seu rosto.

- Tem certeza?

- Absoluta! – Menti rindo e olha me olhou.

- Se eu não tivesse vendo tudo girando, eu juro que eu bateria em você por mentir, esqueceu que eu tenho conheço como a palma da minha mão?

- Eu não esqueci, Camz! E viu? Parece que aqui dentro você está se saindo melhor!

- Não... Na verdade, a vontade de rir passou, está vindo uma tristeza agora... – Ela suspirou. – Acho que essas lembranças me deram saudades de algumas coisas... – Ela disse olhando-me profundamente, o que me deu um frio na barriga, coisa que faziam anos que não sentia de uma maneira sentimental. – Você não?

- Talvez... – Sussurrei vendo-a se aproximar de meu rosto.

- Só um... Não recusa, é apenas um beijo...

- Não acho que... – Ela encostou seus lábios nos meus e eu senti todo meu corpo tremer.

Eu estava lutando contra meu corpo e toda a vontade de aprofundar o beijo. Eu não posso ceder com apenas um momento de recordações, sei também que sóbria no mínimo ela teria me xingando e batido a porta na minha cara.

Camila beijou-me os lábios duas vezes seguidas e se afastou, sorrindo abertamente, como quem acaba de ganhar algo muito importante. Eu suspirei e passei a língua em meus lábios.

- Para quê apressar as coisas, não é mesmo? Temos a noite inteira pela frente... – Disse alisando meu rosto cuidadosamente. E dando-me um selinho rápido. – Preciso muito beber água. Estou sentindo que se eu levantar vou cair. Você pode pegar um pouco para mim por favor, meu amor?

- Camz, sem me chamar de meu amor, ok? – Ela revirou os olhos e assentiu.

- Agora quem está se fazendo de difícil é você.

- Camila, sério! Não começa, estamos até bem amigáveis, então não começa! Vou pegar sua água e volto para tentar continuar tendo uma boa conversa, mas por favor, coopera! Não é porque você está nesse estado que eu vou aproveitar a situação e abusar de você.

- Ok, Lauren! Ok! – Ela disse rendida fechando os olhos e jogando a cabeça para trás, escorando-a no sofá.

Fui até a cozinha e comecei a procurar um copo, enquanto o fazia ouvi-a resmungando algo, na verdade ela estava falando sozinha, e não dava para entender bem o que ela dizia. Quando voltei para a sala ela calou-se. Ela estava deitada dele, de olhos fechados e as mãos descansando sobre seu abdômen.

- Ei, aqui está sua água. – Ela abriu os olhos e sentou-se. Estendi a mão e ela segurou o copo, mas não bebeu a água. – Não vai beber? – Perguntei sentando-me a seu lado e ela me fitou.

- Que tipo de droga eu digeri?

- Não sei! Não faço ideia, e é por isso eu estou aqui com você, nunca se sabe como você pode ficar. – Ela suspirou pesadamente e tomou a água de uma vez. – Calma, assim você vai se engasgar.

- Não, não vou! – Disse colocando o copo no chão. – Que droga, eu estou vendo tudo girando!

- Acho melhor você ir deitar, ou melhor, tomar banho e ir deitar, assim deve passar, até porque foram duas espécies de bebidas sendo uma delas com... – Ela interrompeu-me tapando minha boca com a mão.

- Eu já entendi! - Disse ficando de pé e fazendo caretas. – Me guia? Acho que meu cérebro me odeia. – Levantei-me e segurei em seu braço.

- O que tanto você resmungava enquanto eu pegava sua água? – Perguntei caminhando a seu lado calmamente e ela suspirou.

- Eu estava me praguejando por ter bebido! Eu nunca mais vou beber, é horrível!

- Beber é uma coisa, fazer idiotice é outra. Você nem se quer conhecia a boate, se meteu a fodona porque quis! – Falei parando de frente a uma porta e ela riu. – O que foi?

- Aqui é o banheiro principal do apartamento, meu quarto é a outra porta. – Eu entreabri a boca e acabei rindo.

- Isso é culpa sua, quando pedi para me apresentar a casa, você não quis! – Ela riu e se equilibrou em mim. – Você está tonta demais, vai acabar vomitando!

- Eu nem estou com vontade, só está tudo girando, deve ser efeito do que quer que seja que eu engoli. – Parei de frente a porta que deduzi ser seu quarto.

- É esse? – Ela assentiu e eu abri a porta. – Nossa, que estranho entrar no quarto em que meu irmão te fode! – Falei fazendo careta e ela bufou.

- Eu nunca transei com ele aqui, só estou morando aqui há uns três meses. As vezes transamos em motéis, porque saímos para jantar e fim.

- Hm... – Falei sentando-a na cama, enorme, de casal. – Mesmo eu não acreditando nisso, foda-se, eu não tenho nada a ver com isso! – Ela revirou os olhos e se deitou.

- Não vou tomar banho, não com meu cérebro assim! Vou tentar dormir. – Eu assenti e a vi deitar do lado direito da cama. – Se quiser deitar aqui, pode vir. – Eu suspirei pesadamente e caminhei para o outro lado da cama, para apenas me sentar. – E a senha do meu wifi é pizza C C L J, tudo junto.

- L e J? – Perguntei com a testa franzida e ela confirmou fazendo final positivo com a mão. – Por que L e J?

- Porque eu nunca vou admitir a ninguém, mas você nunca saiu da porra do meu coração. – Eu levantei as duas sobrancelhas, encarando-a deitada com a barriga para cima, com os olhos fechados, e movendo seus dedos freneticamente sobre seu abdômen.

- Ok... – Eu sussurrei sentindo-me desconfortável e escorei minhas costas na cabeceira da cama. – Mas eu nem se quer pedir a senha.

- Mas eu lembro perfeitamente que você adorava ficar na internet, sempre que chegava em algum lugar, pedia a senha do local. Ou mudou esse hábito? – Eu sorri negando com a cabeça ao notar o quão verdadeira ela estava sobre efeito químico.

- Eu ainda tenho esse maldito vício. Mas hoje eu não vou fazer nada, só estou te fazendo companhia, você precisa de mais atenção do que meu Tumblr. – Ela sorriu abertamente e abriu os olhos virando o rosto para mim.

- Olha... Até que não nos saímos mal quando estamos calmas...

- Eu bem queria que você fosse assim sóbria, mas seu medo é maior que você.

- Talvez eu devesse beber mais vezes para poder ser verdadeira...

- Você bêbada e drogada conseguindo falar bem me surpreende, parece até que está fingindo.

- Ah claro. – Disse cheia de ironia fechando seus olhos. – O mundo está girando porque eu programei com meu cérebro para ele fazer isso.

- Então tenta dormir um pouco, quem sabe passa, ou alivia...

- Vou tentar, mas não me deixa sozinha. – Ela disse procurando-me com a mão sem abrir seus olhos. Segurei sua mão e suspirei. Ela sorriu. – Obrigada, Lern.

Eu amava quando ela me chamava assim. Ouvi-la chamando-me de Lern na boate totalmente descontrolada não causou nada, mas agora... Eu só preciso seguir minha linha de pensamento, não é momento para ataca-la. Mas essa porra de apelido me deixou toda arrepiada.

Maldito passado.

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