Isla mostrou-se uma garota inocente, apesar de sua inteligência incomparável. Eu tirei a sorte grande. Poderia cumprir o meu plano E tirar notas boas até o final do semestre, o que me traria boas indicações para entrar na empresa júnior no próximo semestre. As empresas que contratam a júnior pelo nível de seus alunos faz com que ela seja a empresa feita de estudantes mais importante do estado de Utah. Apesar de eu poder trabalhar em qualquer lugar do país por conta da rede de restaurante dos meus pais, ter no currículo que trabalhou na melhor empresa júnior de um dos estados faz com que eu possa escolher outra coisa senão supervisionar a política higiênica e nutricional das cozinhas.
Além disso, minha irmã me prometeu que eu poderia trabalhar com ela enquanto estivesse por aqui, ou algo assim. Tudo o que eu preciso fazer, é mostrar o boletim desse semestre e provar pra ela que me ter como sua sócia é muito melhor do que fazer tudo sozinha e pedir coisas para seu namorado esquisito de vez em quando.
Augusto enviou uma mensagem para mim que fui receber logo após o professor anunciar o final de nossa última aula. Isla olhou para mim, provavelmente esperando que eu a convidasse para beber alguma coisa e nos conhecermos mais, mas minha reunião com aquele grupo de rebeldes não me parecia coisa para ser deixada para outra hora.
- Que tal jantarmos juntas? – sugeri, vendo-a erguer suas sobrancelhas, surpresa. – Nicole tem um encontro—
- Quem tem um encontro? – Nikki se inclinou para frente, mostrando que ainda estava ali ao meu lado.
- Achei que fosse sair com Greg. – sorri, vendo-a abrir a boca, indignada.
- Amiga, estou ofendida. Isla, não fale mais com ela, fale comigo, sou muito mais legal. – Nicole me empurrou, tirando risadas de minha inimiga. – Eu não vou sair com Greg. Apenas...
- Precisa pegar uma coisa que ele tem de entregar, aham. Sei bem que o que ele quer te dar, querida, e não estamos falando de algo material. – ergui de minha cadeira. – Mas sinta-se livre para juntar-se a mim e minha nova amiga Isla aqui. – sorri e virei meu rosto para ela. – Vejo você no prédio 3? Ouvi dizer que lá tem um restaurante vegetariano que é tão bom que não parece vegetariano.
- É mesmo? – ela abriu um sorriso. – Por mim tudo bem, nos vemos lá umas... sete?
- Oito é melhor. – olhei em meu relógio. – Preciso passar na xerox e na biblioteca antes de tomar um banho. Muitas coisas para fazer.
- Sei... Tudo bem. – ela sorriu. – Vejo você mais tarde então.
Sorri e ergui a mão, enviando um último olhar maroto para Nicole, que retribuiu, enviando-me uma piscadela.
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A reunião, como da primeira vez, foi combinada em um local afastado do campus principal, onde a turma de administração tem aula, o que tomou vinte minutos do meu tempo. A turma reunida não era a mesma de antes, e havia uma quantidade muito menor de integrantes.
- A nossa estrela chegou. – Augusto sorriu, erguendo seus braços enquanto sentado na mesa de madeira que havia disponível para os alunos e corpo docente da universidade. – Você vai ficar de boa aberta quando lhe contar meu plano brilhante.
Suspirei, exausta só de lidar com seu egocentrismo, mas mantive minha compostura e me sentei à sua frente, bem ao lado de Jessica Campbell, para que as pessoas entendessem que se uníssemos nossas forças, o taquei o foda-se seria muito mais intenso.
- O que é que você planou?
- Pelo que percebi, muita gente não sabe que você é a ex-namorada de King, o que facilitará bastante no plano. – ele sorriu. – Tudo o que você precisa fazer, é forjar ser pega na cama por alguém e essa pessoa irá fazer o trabalho de espalhar pelo resto do campus a notícia.
Abri a boca, chocada com tanta burrice estampada em uma cabeça só. Me perguntei se algum dia ele se perguntou por que continua sendo uma sombra na vida de Max. Estava muito claro que ele havia tirado essa ideia ridícula de algum seriado que assistiu na TV, ou provavelmente foi o que aconteceu com ele e a melhor amiga de infância nerd pela qual ele é apaixonadinho. De repente, seu porte masculino de quem está pronto para ir pra guerra sumiu da minha visão, dando espaço para uma criança imbecil que não larga de seu pirulito nem para ir ao banheiro. Ridículo.
Jessica foi a primeira a se recompor da notícia.
- Você está brincando que me chamou até aqui para falar um plano de merda desse? – ela deu uma risada descrente e eu bati palmas dentro de minha cabeça. – O que você é, Augusto? Demente? Esse é o método de vingança mais ridículo que já ouvi desde a apresentação sobre sexo com proteção no primeiro ano do colegial. Uma pessoa pegar os dois no flagra? Tosco!
Augusto começou a gargalhar.
- Tem razão, é ridículo, vamos mudar os papéis. Você, Jessica, será pega na cama com ele. E nossa estrela é quem irá espalhar. – ele apontou para mim e desviou o olhar para meus olhos. – O que você acha, estrelinha? Quer brilhar por alguns dias? Ter o prazer de vê-lo correndo atrás de você para não espalhar?
Entortei meus lábios, pois, de fato, a imagem de Maximus correndo atrás de mim pedindo perdão pelo passado e implorando para eu não espalhar a notícia era prazerosa. Além disso, não sou eu quem terei de fazer o trabalho sujo. Basta eu pegar os dois na cama e me fingir de assustada. Esse plano, inclusive, coincide com o meu papel de amiga-boa-samaritana de Isla Geller, que ficará chocada quando eu decidir contar para ela que seu namoradinho a traiu. Ela termina com ele, ele fica com a maior fama de traíra na faculdade e os dois últimos anos de curso dele serão no limbo.
- Feito. – respondi. – Achei que você fosse um imbecil, Augusto, mas você sabe lidar com as críticas muito bem.
- Muito bem? – ele riu. – Não, eu só tenho maneiras melhores de formar um plano. Nada como usar o cérebro alheio para formar um bom plano. – e enviou uma piscadela para Jessica, que revirou seus olhos, compreendendo que ele utilizou dos xingamentos dela para saber se ele estava indo pelo caminho certo ou não. - Vamos discutir sobre esse plano então. – ele sugeriu, colocando ambas as mãos apoiadas na mesa, mostrando parte de sua tatuagem em um dos braços.
Enquanto ouvia ele discutir com Jessica e os coadjuvantes que colaborariam com o charme para cima de Max, fiquei pensando sobre meu papel em tudo aquilo. Eu era uma coadjuvante como os outros. Não era a "estrela", como ele estava dizendo. Pegar no flagra? Qualquer um poderia fazer isso.
Olhei para os cabelos louros de Augusto e então parei em seus olhos. Eles brilhavam com a ideia de derrubar Max. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios. Ele sabia muito bem o que fazia; de repente, a imagem da criança fugiu de minha mente e uma pequena chama confortante se formou.
Eu deveria tomar cuidado com ele. Por sorte, Nicole é muito boa com homens difíceis.
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- Topo. – ela disse, assim que terminei de lhe falar sobre o plano no caminho de volta do banheiro. Eu ainda tinha de me arrumar e ir jantar com Isla, saber mais sobre ela, firmar mais nossos laços. Havia decidido que se quisesse que ela me contasse suas confidências, eu teria de passar um longo tempo ao seu lado, mesmo correndo o risco de encontrar com seu querido namorado. Esse, inclusive, era um dos meus problemas. Maximus não poderia ver que eu estava ao lado de Isla, caso contrário, poderá estragar todo meu plano pedindo para ela não ficar perto de mim e dizer a verdade sobre eu ser a ex-namorada verdadeira dele. Se ele sabe como todos os outros que nos conheciam sobre minhas intenções em voltar para Salt Lake, então ele deve estar mais esperto do que costuma ser.
- Como? – perguntei a ela, chocada com a facilidade com que ela topou em ser usada para conquistar um homem. Nicole, apesar de ser bastante dada ao sexo masculino, valoriza a si mesma e sabe seus próprios limites, por isso, nunca aceita nada que não acredita ser vantajoso para ela. Mesmo que ela esteja na pior, prefere se erguer sozinha a depender de um dos homens que vem paquera-la para ter uma noite com ela na cama. – Você aceitou?
- Aceitei. – ela disse, como se meu pedido não fosse nada. Sua simplicidade na resposta me fez sentir estúpida por ter treinado tanto a maneira como falaria com ela, para que considerasse meu pedido. Agora que ouvi quão rápido Nikki aceitou, me pergunto se realmente conheço minha melhor amiga. – Sei quem é Augusto. – ela sorriu. – Um gostoso.
- Gostoso. – ri. – Ah, é. É sim. – disse, irônica.
- O quê? – ela me encarou, boquiaberta. – Vai me dizer que nunca imaginou aonde aquela tatuagem no braço vai parar? Desenhar com as unhas deve ser ótimo! – passou a língua pelos seus lábios e sorriu. – Além disso, é por um bem, não é? Você precisa descobrir mais sobre ele para que possa ficar preparada caso ele faça alguma besteira com o plano, que na minha opinião, ainda é ridículo.
- É ridículo, mas é viável. E simples. Ele deve ter assistido a muitos filmes antes de planejá-lo.
- Ah, sim. Imagino os tipos de filmes que ele assistiu. – ela revirou os olhos. – Mas é bom ver um pouco de dedicação dele. Geralmente as pessoas não odeiam as outras porque elas são maravilhosas. Principalmente os homens. Nós, mulheres, quem temos mais facilidade e um sexto sentido muito melhor para suspeitar das coisas. Se Augusto odeia tanto Maximus a ponto de querer derrubá-lo a esse ponto, então King deve ter feito algo irreparável contra ele.
- Tem razão. – murmurei, ouvindo sua resposta de gente orgulhosa. – Então esta é sua missão, amiga. – sorri, segurando seus ombros. – Você irá descobrir por que Augusto quer tanto derrubar Maximus. Vamos fazer uso dessa raiva dela para bolar alguma coisa para coloca-lo em seu lugar se ele decidir me usar para benefício próprio. Porque deste mundo ninguém sai sem pagar seus pecados com Bailey Wright.
- Amiga. – ela passou seus braços por cima dos meus, colocando suas mãos em meus ombros. – Cada dia fico mais apaixonada por você. – ela sorri, me dando um forte abraço e me fazendo soltar uma alta risada.
Terminei de me arrumar e deixei Nikki com seus pensamentos no quarto. Assim que saí do dormitório do primeiro ano, pude logo sentir um peso a mais em meus ombros, já que Scott decidiu vir me atazanar.
- Indo jantar?
- Sim, e você não está convidado. – empurrei seu braço para longe, vendo-o rir e voltar com a ação.
- Você está sendo mau educada, Wright. Não pode agir desse jeito com alguém que está te ajudando. – sussurrou em meu ouvido, causando-me um arrepio e pulando para longe dele. Ouvi sua risada, e olhei para ele, vendo-o parar de caminhar quando o fiz. – O que foi?
- Você está ajudando a piorar meus nervos, isso sim! – apontei para ele, nervosa. – Por que é que você não volta para a mansão do seu time e vai comer algumas vaginas para me deixar em paz?
- No momento, a única coisa que eu quero está me expelindo de perto dela. – ele deu um passo para frente com suas mãos no bolso da jeans que usava. Ao contrário das outras vezes, ele não carregava seu sorriso deboche. Mantinha-se sério enquanto dava passo por passo mais perto de mim.
- Não se atreva. – aviso-o, vendo-o finalmente abrir um sorriso.
- Eu já disse, Wright, estou te ajudando. – ele sorriu, caminhando atrás de mim enquanto eu apertava meus passos, nervosa, por tê-lo me seguindo. – Você quer mesmo que eu fale alto sobre o fato de morar no mesmo dormitório que seu alvo? – gritou.
Arregalei meus olhos e olhei para trás, voltando a ver seu sorriso irritante e então olhando para os lados, tentando não mostrar desespero em ter Scott me atrapalhando. Ele olhou para os pés, como se mandasse que eu fosse até ele e, brava, fui em passos pesados.
- Agora você quer me ajudar? – semicerrei os olhos, vendo-o erguer os ombros. – O que você tem contra Maximus para querer derrubá-lo?
- É preciso odiá-lo para querer tirá-lo de seu pedestal? – ele perguntou, voltando a caminhar.
- Só quem está perturbado com sua posição se ofereceria para derrubar alguém de um lugar que lhe conceberam.
- Olha ela, protegendo o ex... – ele brincou e por pouco não recebeu um chute de meu lindo sapato. - Tudo bem, talvez eu esteja um pouco perturbado com toda a atenção que ele vem recebendo. Na minha opinião, uma pessoa não pode ser vangloriada por muito tempo, mas de uma cidade como Salt Lake não dá para se confiar bem.
- Você quer dizer que se quiser que as coisas mudem um pouco aqui...
- Deve fazer com suas próprias mãos. – ele tirou suas mãos dos bolsos, as mostrando para mim e mexendo seus dedos, como se ele fosse colocar a mão na massa. – Não é o que dizem? Se quer conhecer bem uma pessoa, more com ele.
Cruzei meus braços, olhando séria para Scott, que tinha seu sorriso de galã estampado no rosto. O fato de eu não gostar dele e a maneira como ele consegue tudo o que quer não significa que eu não possa utilizá-lo para meu próprio bem. Além do mais, minha birra com ele sempre foi superficial, já que Griffin nunca fez nada de mau para mim. Ter uma pessoa que divide moradia com Maximus ao meu lado pode ajudar, e muito, nos meus planos com Isla.
- Isso não pode ser de graça. – murmurei, vendo-o manter o sorriso, mas colocar um brilho nos olhos que só quem estivesse observando-o por muito tempo poderia enxergar. Se aproximou de mim para que as pessoas ao redor não ouvissem nossa conversa, e então permaneceu parado em minha frente, olhando em meus olhos como se ainda estivesse pensando no que pedir. – Eu tenho hora. – olho para meu relógio, que marcavam quase o horário combinado com Isla.
- Eu quero três desejos. – ele fez com número com o dedo.
- Só pode ser brincadeira... – murmuro. – Você acha que sou burra? Quer transformar um único pedido em três? Poupe-me, Griffin! – ameaço lhe dar as costas, mas ele segurou meu braço.
- Você sabia que Maximus tem uma foto sua dentro do celular? – o ouvi dizer.
Aquilo, por alguma razão, me fez voltar a encará-lo.
- Eu disse que posso ser de grande ajuda. – ele ergueu os ombros, despreocupado.
Minha foto? No celular de Maximus? Não pode ser verdade. Quem andaria por aí com uma foto da ex que traiu?
- Prove e toparei essa besteira de três desejos. – apontei para ele, brava. – Você tem três dias.
E sem nem olhar para seu rosto, voltei a caminhar, ouvindo sua risada de vitória atrás de mim. Durante minha caminhada até um dos restaurantes que o campus oferecia, apertei os lábios, pensativa. A voz de Scott dizendo que Max tinha uma foto minha em seu celular não parou de ecoar em minha cabeça durante todo o percurso.
Quando cheguei e vi Maximus parado ao lado de Isla, se despedindo dela para termos um jantar "entre "amigas"", percebi que estava torcendo para que Scott conseguisse provar sua informação.
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Nota da autora: Quem vai ajudar? Quem não vai ajudar? O Max é do mal? Do bem? Neutro?
Tem tantas perguntas que eu mesma faço para mim e que quero responder logo, mas vamos com calma! Hahahaha! Finalmente estou pegando no tranco com Love Me Right e me divertindo ao escrever, o que faz com que as coisas fluam melhores. Muito obrigada pela paciência e pelo incentivo com os comentários! Leio e amo todos! <3
Vejo vocês no meu grupo do Face? http://facebook.com/groups/natashiamk
É possível que em breve comece a postar spoilers do próximo capítulo! Vamos torcer! :D
E se tiverem alguma dúvida, não deixem de ir até minha ask! http://ask.fm/natashiamk
Beijão!