Acordei escutando o meu amado despertador tocando.
Mal dormi ontem, pois fiquei até duas horas da madrugada fazendo um trabalho de Ciências.
Corri para o banheiro, me despi e tomei um banho quente rápido para não me atrasar.
Coloquei uma calça jeans branca, uma regata preta, um casaco branco e um coturno preto. Só para esclarecer eu não sou gótica.
Corri para a cozinha peguei uma maçã e desci as escadas correndo para não me atrasar para a entrega do trabalho.
Na rua eu não pude correr, mas andei rápido.
Adoro andar com calma, mas hoje eu não estou com nem um pingo de calma. Esse trabalho vale metade da nota do último trimestre e eu não posso reprovar, eu e meu irmão demos muito duro para poder pagar esse colégio.
Sim, eu e meu irmão que pagamos o meu colégio. Eu e ele trabalhamos para poder pagar um monte de contas e para pagar meu colégio.
Minha mãe morreu quando eu e ele completamos 14 anos. Como no orfanato as crianças e os tutores me maltratavam eu e ele fugimos e fizemos uma identidade falsa.
Tequinicamente eu e meu irmão temos 16 anos desde os 14 e nós somos legalmente emancipados.
Entrei no colégio e fui direto para minha sala.
O professor estava sentado na mesa esperando os alunos entregarem o trabalho.
Botei o meu em cima da mesa dele e fui sentar na minha carteira.
Meu celular vibrou:
Mensagem:
Patrão: Preciso que venha imediatamente ao colégio para me ajudar a acabar com o vírus Cavalo de Tróia que um dos alunos baixou no computador.
Fui na direção da mesa do professor.
- Professor, minha mãe está muito doente e me pediu que eu fosse em casa busca-lá para ir no médico. - Eu menti. Eu não posso perder esse emprego.
- Tenho certeza que sua mãe tem outros parentes que possam a levar para o hospital. - O professor retrucou.
- O nosso único parente é meu irmão e ele está trabalhando, professor. - Eu disse e essa era verdade.
- Espere até o fim do meu horário. E sem mas. - Ele disse curto e groço.
Passaram-se os benditos 45 minutos e eu corri para o meu emprego.
Entrei na sala do curso de computação e o professor já havia resolvido o problema do Cavalo de Tróia.
- Senhorita Sophia. Seus serviços não serão mais necessários. Minha antiga ajudante já chegou de viagem e ela é bem mais eficiente que a senhorita. - Disse rapidamente o meu chefe.
- Mas... - Eu comecei, mas fui interrompida novamente.
- Me desculpe Sophia. Mas eu tinha avisado para você que quando minha antiga assistente chegasse você sairia. - Ele disse.
Sai dali sem falar mais nada. Meu emprego era o que ajudava a mim ao meu irmão a nos mantermos. O quê eu vou fazer agora?
Estou com muita dor de cabeça. Esses não eram para ser os problemas de uma jovem de 16 anos.
Os meus problemas deveriam ser as atividades de Matemática, brigar com o pai ciumento para ir a uma festa...
As lágrimas que outrora eu reprimi, agora escorriam livremente pela meu rosto.
Estava tão perdida em pensamentos que esbarrei em um homem que me era um pouco familiar. Ele era o filho do Capitão América!
- Desculpe. Não estava prestando atenção. - Eu me desculpei.
- Eu que peço desculpas. - Ele disse.
- Com licença? - Eu pedi.
- Toda sua. - Ele respondeu e eu voltei a caminhar para o meu apartamento.
★☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★
Neste momento estou invadindo o sistema da S.H.I.E.L.D.
Isso é mais fácil que invadir o sistema da NASA! Sim, eu já invadi o sistema da NASA, do FBI entre outros que você nem pode imaginar.
Consegui invadir o sistema da S.H.I.E.L.D. Mas assim que eu cliquei no arquivo da Iniciativa dos Vingadores o meu Not queimou.
- Mer**! Foram dois meses de trabalho para comprar esse! - Eu gritei jogando ele longe.
- Mais um Sophia? O que você fez agora? - Gritou Biel da cozinha.
- Nada não maninho! - Eu gritei de volta. Da última vez que eu invadi o da NASA Gabriel ficou com muita raiva e não me deixou mecher em um Notbook por mais de três meses.
- É bom que você não tenha invadido a NASA de novo. - Ele disse entrando no meu quarto.
- Biel. Eu tenho que te contar uma coisa. - Eu disse engolindo em seco.
- Pode dizer princesa. - Disse meu irmão se sentando na minha cama.
- Eu fui demitida hoje de manhã. - Eu disse chorando e ele me abraçou com força.
- Não tem problema, princesa. Você é inteligente, logo consegue outro. - Ele disse acariciando meus cabelos.
- Desculpa Biel. Eu queria poder ajudar esse mês... - Eu disse soluçando.
- Calma, princesa. Eu dou conta esse mês e o próximo você me ajuda. Tá certo pequena? - Ele perguntou me botando no colo.
- Tá certo maninho. - Eu disse me acalmando um pouco.
- Vamos dormir que amanhã você tem que fazer aquela bendita pesquisa de Ciências e como amanhã é minha folga eu te ajudo. - Ele disse se deitando ao meu lado na cama.
Ele acariciou meus cabelos até o sono vencer minha angústia.