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由 prettiestziam

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Aos dezessete eu aprendi a verdade Que aqueles de nós com rostos feios Desprovidos de encantos sociais Des... 更多

I
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítul0 Dez
Capítulo Onze
II
Capítulo Treze
Capitulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Agradecimentos

Capítulo Doze

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由 prettiestziam



Quando Zayn abriu os olhos, ele pensou que estava morto. Não conseguia se mover, e quando resquícios de dor – que a morfina não conseguiu esconder – começaram a aparecer, ele soube que não tinha sido tudo um pesadelo.

Ergueu o braço arranhado até o rosto e sentiu as ataduras nele todo, sentindo a pele ser apertada, o que lhe fazia ofegar e respirar um tanto pela boca.

Moveu-se dolorosamente para o lado e viu sua mãe deitada bastante torta no sofá do quarto e tentou chamá-la, sem conseguir ao certo.

Seu pai estava entrando no quarto com alguma refeição na mão e ao ver Zayn acordado quase derrubou tudo, indo em direção à Trisha para acordá-la.

"Zayn, filho!", ele disse, um tanto aflito, ao lado da mãe abatida. "Você está sentindo muita dor?", perguntou, acariciando a pequena mãozinha enfaixada do garoto. "Não devíamos ter te deixado aqui, meu amor", disse o Zayn pai, já não segurando as lágrimas teimosas.

"Yaser", Trisha apertou o braço do marido e ele a olhou pesaroso. "Vá chamar um médico ou enfermeira", Trisha disse docemente. A última coisa que o filho precisava ver neste momento era o pai desmoronando à sua frente.

O marido assentiu e saiu do quarto, fungando alto e fechando a porta e Trisha olhou para o filho de olhos vazios. Ele olhava em direção à mãe, mas não a via. Estava com o pensamento longe, no que havia acontecido.

A agressão que sofreu, toda dor, todo sofrimento pelo qual passava, as ardências e cicatrizes que jamais sairiam, eternas. Eternas porque Zayn havia sido traído pelo único que ele amava. Era o que pensava. Era só o que podia pensar.

"Quem liga para eles? Eu quero que você vá ao baile comigo."

"Por que você quer tanto isso?"

"Você realmente acreditou que ele viria para o baile com um merda como você?"

Como Liam pôde ser tão monstruoso? Como pôde?

Liam – ele só pensava nisso – Liam tinha armado tudo para ele, desde o primeiro instante. Armou de ter aulas com ele, de convencê-lo que era especial, que poderia ser amado.

Liam tirou sua inocência, dormiu em sua cama, abraçou a sua mãe – quanto cinismo – apenas para ter um troféu no fim de seu curso, para rir dele junto com seus amigos.

As juras de amor, a proposta para morarem juntos depois da faculdade. "Não quero jogar futebol, quero fazer arte." A insistência para que Zayn fosse ao baile, mesmo que ele não quisesse isso.

Ele estava tão, tão avassaladoramente surpreso com todo o planejamento que Liam, em sua suposição, havia feito. Todas as ceninhas em que chorava em seus braços, as brigas com os pais, aquela pose de garoto certinho, de príncipe encantado.

Que droga de príncipe encantado se apaixonaria por um sapo? Eram apenas contos de fadas e Zayn dizia a si mesmo que nunca viveu um; que o que ele havia vivido não passou de um filme de terror de mau gosto, do tipo que apenas os estereótipos imbecis – ele – se davam mal.

Era tão óbvio desde o princípio, não era? Por que um cara como Liam ficaria com ele? Ele recebeu tantos avisos, avisos de Harry, avisos de Alex, avisos dos olhares de todos na escola, que riam dele – sabiam o que Liam armava? – e principalmente os avisos de seu coração.

Mas ele resolveu ignorar todos os avisos e caiu de cabeça nesse amor, ele quis amar, quis acreditar que podia sim, ser feliz. Depois de tanto tempo sonhando ele apenas quis saber como seria se fosse de verdade. Quanta ilusão.

Zayn sofria, mas as dores estavam longe de serem físicas, eram as dores da alma dilacerada pela decepção, pelo ódio e pela traição. Dores que jamais ele pensou sentir, dores que estavam consumindo-o por dentro.

Sua mãe observava, preocupada como o seu olhar mudava a cada segundo, enquanto o silêncio desgastante dele apenas demonstrava os gritos internos de sua alma. Enquanto ele relembrava tudo e sofria calado.

O médico entrou na sala após 30 minutos, acompanhado de um Malik mais calmo. Trisha aproximou-se do marido enquanto o doutor ia falar com Zayn.

"Olá, filho", o senhor de olhar bondoso falou. "Meu nome é Bruce e eu sou o clínico que lhe atendeu. Diga-me, sentes alguma dor?"

Zayn meneou a cabeça negativamente.

"Ótimo, então. Como estão os seus movimentos. Digo, braços, pernas..."

"Normais", Zayn disse com dificuldade por debaixo das gazes. "Mas...", parou um pouco e cerrou os olhos, doloridos, pois era a primeira vez que falava e sentiu uma dor aguda na bochecha, "...dói aqui."

Subiu sua mão até o lado dolorido e ao tocar a área por cima do curativo quase deu um grito.

"Espere", o médico falou um tanto rápido. "Não toque... não agora."

"Por que...?", Zayn respirava com dificuldade enquanto o médico se adiantava em pegar o estetoscópio. "Não... eu... pegue um espelho para mim", pediu num murmúrio.

"Zayn, querido...", a mãe se aproximou da cama e o filho a olhou com os olhos arregalados.

"Traga um espelho, ai...", pedia aos ofegos, sendo ignorado por todos.

"Filho, por favor...", o médico tentou segurá-lo na cama, mas Zayn empurrou-o e levantou da cama apressado, fazendo a intravenosa ser arrancada de seu braço com força e espirrar um filete de sangue.

Ignorando as dormências de seu corpo, ele correu até o banheiro e se trancou nele, ouvindo as batidas de sua mãe, pai e do médico para ele abrir.

Olhou seu rosto enfaixado no espelho grande sobreposto na parede e tocou a atadura com a ponta dos dedos, mexendo o corpo para frente e para trás presumindo que a parte pior estava ali.

Ergueu suas mãos para a parte de trás da cabeça e achou a ponta da gaze presa com esparadrapo e começou a desenrolá-la de si, apressado, eufórico.

Quanto mais tirava, mais a pele ardia, sendo solta ao ar. Os lábios já apareciam, inchados, roxos, um corte dele ao queixo e quando Zayn tirou a última volta – que estava colada à pele por pomada e algodão e se olhou no espelho, gritou tão alto que parte dos pontos da pele se abriu.

Seu rosto estava completamente machucado, cortes costurados acima da sobrancelha, no queixo e um enorme corte que saía do canto de sua boca até o meio da bochecha direita, dando a impressão de um falso sorriso macabro.

Se Zayn antes se achava feio, agora ele se achava um monstro, um ser repugnante que não tinha espaço na Terra.

As batidas da porta cessaram quando ela foi aberta pelo médico e alguns enfermeiros, já que todas as portas do hospital continham chaves reservas na recepção e então eles viram o garoto ali, paralisado, se olhando fixamente com os olhos escorrendo lágrimas.

Sua mãe e seu pai surgiram no banheiro e tentaram se aproximar, com medo de alguma reação agressiva que machucasse ainda mais o filho e choraram ao vê-lo daquele jeito.

Zayn caiu sentado no chão, chorando copiosamente, tocando parte do rosto com a ponta dos dedos enquanto sussurrava algo que ninguém podia compreender. Era dor demais para seu fraco coração, era decepção demais. E ele com todas as forças desejou ter morrido, e não sobrevivido a toda esta violência que sofreu.

"Por que ele fez isso comigo? Por que ele fez isso comigo?", repetia, abraçando seu corpo e estremecendo, ao que estava sobre o controle de um pesado pranto.

"Meu filho...", Trisha sussurrou, mordendo o lábio para evitar chorar ainda mais. Ajoelhou-se e abriu os braços para ele, dando um quase sorriso em meio às lágrimas. "Vem aqui com a mamãe, sim?"

Zayn virou o rosto para ela e com seus lábios trêmulos foi ao colo materno, caindo em cima da mãe, quase inconsciente.

"Vamos embora daqui, mãe, por favor", pediu suplicante. "... Me leve daqui, pelo amor de Deus, me leve daqui..."

"Calma meu amor...", a mãe indicava aos enfermeiros que podiam pegá-lo, mas ele a apertou com mais força, deixando vergões avermelhados nos braços dela e a olhou para com os olhos mel completamente expostos.

"Me diga que vai me levar daqui", disse irreconhecível, quase em tom de autoridade. "Diga mãe."

Trisha não pôde negar o pedido.

Dois dias depois, a contragosto dos médicos, Zayn saiu do hospital ainda em estado de recuperação e entrou no carro dos pais, sem nem ao menos olhar para trás para o que ele deixava ali.

Decidiu que Jersey não era mais o seu lugar.

***

Quando Liam finalmente saiu de seu quarto, na casa nova de seu pai, ele parecia tão abatido quanto um cadáver. Caminhou lentamente, desengonçado, escada abaixo, encontrando o pai com a nova mulher no colo em uma grande poltrona.

Os dois quando o viram recuperaram a compostura e Liam quis socá-los até quebrar-lhes todos os dentes, mas não tinha forças, então apenas meneou a cabeça e foi em direção à porta.

You are one of God's mistakes You crying, tragic waste of skin

Precisava urgentemente encontrar com o único que lhe entendia, precisava desabafar sobre tudo e mesmo que não entendesse o porquê de Zayn não ter lhe procurado, – pois já fazia uma semana que sua mãe havia se matado – ele não estava rancoroso, apenas com saudades. Talvez Zayn pensasse que ele precisava de tempo.

Entrou em seu carro empoeirado e saiu em direção à casa dos Malik, que estava desinteressante sem seus típicos quadros e cadeiras na varanda. Não estranhou, pois havia a visto assim antes, quando foi visitar Zayn no dia do seu aniversário.

Estacionou o carro na calçada e arrumou os cabelos levemente, saindo do veículo e caminhando até o hall de entrada, indo apertar a campainha.

Uma, duas, três vezes. Nada. Aí sim ele achou estranho. Será que ele estaria com Harry? Mas era estupidamente cedo, mal o sol raiara, será que dormia?

I'm well aware of how it aches, and you still won't let me in

Apertou mais algumas vezes e nada. Talvez ele estivesse dormindo na casa de Harry... Era uma hipótese. Esperaria ali, sentado nas escadas, tudo ficaria okay.

Uma senhora voltava das compras devagarzinho, passando em frente à casa dos Malik e derrubou todas as compras da sacola, pondo as mãos na cabeça ao ver as laranjas e maçãs rolarem por todos os lados.

"Oh, céus!", exclamou, agachando como podia para pegar as coisas.

Liam, que observava de longe, chegou-se e apanhou a maioria das compras da senhora, entregando-lhe e colocando dentro da sua sacolinha.

"Muito obrigada, meu filho", ela disse, simpática. Parou os olhos pela casa dos Malik e suspirou. "Você que comprou a casa?"

Liam a fitou por um momento e sorriu.

"Não. Na verdade ela não está à venda ainda. Zayn vai morar nela até começar a faculdade."

A senhora o encarou um tanto tristemente e meneou a cabeça.

"Não, filho. O Malik pequeno foi com os pais para a Escócia", falou, pesarosa. "Pena, eu gostava tanto dele, um bom menino."

"Não... a senhora está enganada. Zayn vai ficar, ele vai estudar biologia aqui em Jersey", Liam respondeu com uma dose de humor que se esvaiu por um presságio ruim que passara ali.

"Ele foi, filho. Eu mesma vi", a senhora enfatizou, segurando com dificuldade as sacolas. "Uma pena", repetiu, sorrindo um pouco para Liam. "Bem, tenho que ir, tenha um bom dia", e saiu em direção ao seu destino.

Ele ficou paralisado por algum tempo, processando as informações recebidas, sem realmente acreditar nelas.

Correu para a entrada da casa e procurou abri-la, forçando a entrada, mas não conseguiu. Caminhou pelos lados da residência, um tanto transtornado. Não, não podia ser verdade, como podia, não Zayn.

Now I'm breaking down your door to try and save your swollen face

Encontrou sua vista com uma janela travada, e olhou para os lados na rua antes de bater no vidro com o cotovelo e estilhaçá-lo, pulando dentro da residência como um criminoso, mas não se importou realmente nas possíveis consequências dos ato.

Olhou em volta da casa e viu os móveis que sobravam ali, cobertos por lençóis brancos que faziam o ambiente cheirar a sabão. Não eram para estar cobertos. Zayn ficaria, claro que ficaria.

Subiu as escadas, dois degraus por vez, suando frio, temendo ver o que não queria; abriu a porta do quarto de Zayn e encontrou tudo como era antes, e suspirou, pondo a mão no coração. Zayn não podia ir embora deixando tudo para trás, certo?

Though I don't like you anymore. You lying, trying waste of space

Mas não estava certo. Faltavam coisas ali. O quarto era sempre organizado e tinha roupas espalhadas pelo chão, o guarda-roupa estava vazio e a guitarra de Zayn não estava no canto da parede.

E só assim então Liam se permitiu acreditar no que parecia impossível: Zayn havia partido.

Mas por quê? O combinado não era a eternidade juntos? Qual a razão de se perder alguém a quem se promete o mundo e que lhe promete o céu em troca?

Before our innocence was lost, you were always one of those blessed with lucky 7's... And the voice that made me cry.

E então a chuva de pseudo-respostas surge, como demônios atentando aos ouvidos; E se Zayn só o queria para ser popular? E se ele nunca planejou uma vida com Liam?

E se ele era realmente como pensava antes, um aproveitador? Zayn o fez se afastar de seus amigos, de seus objetivos, o fez mostrar seus segredos mais profundos e... mentiu o tempo todo!

Tudo dizia para ele que essa era a verdade. Ele lembrou-se de quando a sua mãe tentou lhe alertar sobre o tipo de pessoa que Zayn aparentava ser e que ele não lhe deu ouvidos. Lembrou-se que antes de Zayn ele não tinha essas esperanças no peito, fantasias de mudanças em sua vida, que podia realizar seus sonhos.

It's just a song to say goodbye

Ele pensava que havia sido enganado, que tinha sido vítima de um grande plano de Zayn para fazê-lo de idiota. Ele, o cara mais popular da escola, com quem todos queriam andar. A marionete de todos... ele podia ver os fios amarrados em seus braços e pernas.

Deus, como fazia sentido! Era apenas no que Liam poderia pensar. E enquanto tocava os móveis arrastados com os dedos, chorava de rancor por ter amado demais e perdido tudo no fim.

Just your songs to say goodbye

E quando complicações como estas acontecem, quando o destino brinca com os sentimentos de dois jovens que foram enganados por toda uma situação, a vida parece que dá um jeito de contornar tudo, fazendo com que algumas escolhas jamais cabíveis em algum momento de felicidade entrem em segundo plano.

Liam antes acreditava que poderia ser feliz e Zayn também. E eles, de fato, eram. Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou, mudou-os até. Mas quando a perfeição é alcançada – pois o amor deles pairava à perfeição – os imperfeitos conseguem destruir tudo o que vêem pela frente apenas pela inveja insana de possuir o que não se tem.E quem poderia acusá-los de cruéis? Quem não gostaria de ter estado no lugar de Zayn, vivendo o seu conto de fadas particular com um príncipe perfeito?

E quem poderia acusar Zayn de ter sido bobo o bastante para cair nas armadilhas que todos colocavam para ele à cada passo? E quem poderia culpar Liam por não ter enxergado logo de cara que algo estava errado para Zayn ir embora?

E como os dois rapazes de corações partidos conseguiriam seguir em frente, se de alguma forma insana, mesmo se sentido traídos um pelo outro, eles ainda se amavam como se a vida dependesse disso?

Goodbye 

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