O diário (internacional) de B...

By ChrisSalles

369K 35.1K 14.5K

A vida não continua nada fácil para Babi. Agora, como moradora conformada de Orlando, ela é obrigada a enfren... More

NOVO DIB2 (YAY!!!) - perguntas e mensagem da Chris
Relembrando DIB1 para entender o novo DIB2
4 de agosto (Quinta-feira) - Cela 2, um novo recomeço
Próximo capítulo em breve dia 31 de janeiro -sexta
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Em breve
Sobre DIB, DIB2 e o vírus no meu pc
Em breve
Onde está a Chris? E DIB 2?
Desabafo da Chris
I'm back! (estou de volta)

Em breve

14.5K 1.4K 684
By ChrisSalles


20:35- Study Hall, ou sala de estudos em português, não é bem uma matéria, mas aqui na Odyssey conta como crédito e isso significa que temos 40 minutos livres entre as aulas para fazer dever de casa ou estudar.

A maioria dos alunos fica à toa e Ana e eu resolvemos preencher nosso tempo brigando.

Tudo começou ainda no carro de Theo com ela se queixando sobre ainda estar na turma de ESOL. Fábio tentava fazer com que ela visse o lado positivo de estar em uma matéria para estrangeiros (segundo ele poder se aproximar de pessoas de outros países e culturas diferentes), mas minha prima não parecia querer encarar a situação por esse ângulo.

Ficou reclamando da falta que sentia da Britt e Fábio aproveitou para perguntar se as duas eram siamesas por não aguentarem ficar desgrudas. Ana tomou aquilo como um insulto e ficou sem falar com o menino, embora ele tivesse pedido desculpas. E agora está o evitando o que deixou Fábio bem triste.

Mas isso não foi tudo. O catalisador de fato de nossa briga foi quando Mackenzie passou por mim no corredor e disse apenas "Hi, Bárbara." (oi, Bárbara)

Foi o suficiente para Ana instalar um interrogatório digno do FBI sobre mim sobre ela.

"Calma. Eu só a conheço porque o Theo nos apresentou." confessei entrando na sala de estudos.

"E você não me disse nada?! Ela é a irmã do Kevin! Sabe quantos pontos eu ganharia com ele se ficasse amiga dela? Ai, meu Deus! Eu teria livre acesso à casa dele! Babi, você precisa me apresentar a ela. Tipo. Agora. Right now!"

"Hã?" perguntei colocando minhas coisas sobre a cadeira. "Nem pensar. Eu nem sei falar inglês."

"Deixa comigo então que eu faço as devidas apresentações. Vem." Minha prima disse me puxando.

"Mas Ana você nem sabe para onde ela foi."

"A gente descobre." ela continuou forçando meu pulso.

"Depois. Daqui a pouco a professora que monitora a sala de estudos vai chegar. Você mesmo disse isso."

"Não importa. Vem, Bárbara. Deixa de ser chata." Dessa vez ela me puxou um pouco mais forte.

Reagi travando o braço o que a deixou furiosa.

"Olha aqui, eu tenho te salvado de várias coisas, me feito de tradutora para você esse tempo todo, ficando de pombo correio entre você e o Theo, sendo taxada de esquisita e burnout por associação só pelo fato de ser sua prima. Será que dá para fazer algo por mim de vez em quando?"

Aquilo fez a ira queimar minhas entranhas.

"Oh, desculpa, se eu sou um fardo tão grande para você carregar." Eu berrei. Agora mesmo que as pessoas a nossa volta não entendessem nada do que falávamos todos da sala estavam olhando para a gente.

"Não seja debochada!" Ana me reprimiu.

"Eu posso ser debochada, mas pelo menos não ajo feito uma sem coração com um garoto que está super a fim de mim enquanto brigo com alguém da minha própria família por outro que nem sabe da minha existência."

Ana agora parecia mortificada.

"Você quer o quê, Bárbara? Que eu finja gostar do Fábio só porque ele gosta de mim? Como se fosse um favor? É isso?"

"Não. Mas seria mais digno se você parasse de se rastejar pelo Kevin e começasse a se valorizar um pouco mais." Gritei.

Juro que não sei de onde aquilo saiu. Ana também não. E no final nossa briga resultou com minha prima deixando a sala alguns segundos antes da professora que monitora o lugar chegar.

Não me orgulhei do que fiz. O arrependimento já batia quando o sinal tocou e fui tentar encontrar sozinha e cheia de remorso minha turma de ESOL (Ana e eu estamos em turmas separadas).

Pelos corredores esbarrei novamente com o garoto das revistinhas de ontem. Virei meu rosto para que ele não falasse comigo e entrei no que achava que fosse a sala de inglês para estrangeiros.

A professora era justamente Mrs. Souza, a mulher que invadiu a sala do diretor na segunda-feira reclamando sobre a questão das aulas de inglês para estrangeiros. E, pra ser sincera, eu entendi qual era o problema que a incomodava, o número excessivo de alunos. Éramos quase cinquenta. Sendo que a maioria de minhas turmas tinha no máximo vinte e cinco pessoas.

Era óbvio que o diretor tinha realocado todos os estudantes estrangeiros nessas turmas de ESOL e não possuía professores suficientes para dar conta do grande número de alunos.

Ao entrar, como avistei um único assento no fundo, fui direto em direção a ele passando por estudantes indianos, latinos como eu e alguns que pareciam de ascendência árabe. Quando cheguei ao lugar, vi que já estava ocupado por uma mochila.

"Quer se sentar? No hay problema (não tem problema). Pego uma outra cadeira na sala ao lado."

Ao me virar para trás descobri que a voz pertencia ao garoto das revistinhas.

Eu já pensava em recusar quando Mrs. Souza disse alguma coisa em inglês para o garoto que pegou a mochila, saiu da sala e voltou com outra cadeira, pelo visto para ele, a qual colocou quase ao meu lado.

"Humm. Obrigada." Eu disse afinal, me sentando.

Ele respondeu com um "de nada", embora sua pronúncia fosse um pouco diferente da do português. Parecia que ele tinha dito "denara." O que estranhei. Ele falava espanhol também?

Durante os minutos que se seguiram Mrs. Souza falou o tempo todo em inglês e, mesmo aquela sendo uma matéria para estrangeiros, logo percebi que não ia ser tão fácil quanto inglês 2.

Depois ela começou a distribuir folhas para a maioria dos alunos. Como éramos muitos, pediu que sentássemos em duplas ou trios e compartilhássemos o papel.

O garoto da revistinha logo se juntou a um outro de bigodinho ralo que estava ao seu lado. Mrs Souza perguntou algo a mim enquanto estendia o papel para os dois.

Não entendi coisa alguma e então ela disse em português "sente-se com eles" apontando para os garotos.

Fiquei surpresa por ela falar português, embora seu nome já denunciasse, e também pelo fato dela ter de cara acertado que sou brasileira. Será que é tão óbvio assim?

Me juntei a dupla como ela havia mandado ainda que me sentindo um pouco estranha e deslocada.

"Ela só quer saber qual é o nosso nível de inglês. É para cada um ler e responder as perguntas sobre os textos de forma individual." O garoto das revistas explicou.

Agora sendo obrigada a ficar junto a ele foi que o olhei de fato. Seus cabelos castanhos lisos caíam sobre os ombros e desde a pele até os olhos ele apresentava uma tonalidade marrom- clara. Era bonito e tinha um ar meio Johnny Depp jovem que com certeza encantaria minha irmã Alice.

"Sou Juan, por falar nisso. Juan Pablo Villegas." Ele disse estendendo a mão para me cumprimentar.

"Bárbara dos S... Henkels." Eu gaguejei tentando esconder o Dos Santos.

Ele riu.

"Miguel García." O outro disse apenas levantando a mão para me cumprimentar.

"Você fala de um jeito cantado. É de onde no Brasil?" Juan quis saber.

"Do Sul. E você?"

"Daqui mesmo. Sou americano."

Meus olhos se arregalaram.

"E porque está fazendo essa aula para estrangeiros?"

"Na verdade, nasci na Califórnia, mas meu pai é mexicano e minha mãe brasileira. E nós acabamos morando em vários lugares diferentes fora dos Estados Unidos por muito tempo. Ficamos em Tehuacán onde meu pai nasceu, depois Manaus onde a família de minha mãe ainda mora, mais tarde Argentina e só depois resolvemos voltar para cá. Por isso meu inglês não é muito bom. Então decidi fazer essa aula."

Essa confissão me fez simpatizar na hora com Juan. Ao menos alguém naquele lugar sabia o quanto era ruim não entender direito uma língua.

Mrs Souza, sentada em sua mesa, é que não gostou nada de nossa conversa e nos mandou voltar a fazer a atividade.

Confesso que entendi praticamente pouca coisa dela e fui basicamente ajudada por Juan, ao contrário de Miguel, que me ignorou quase todo o resto do tempo. Ele parecia bem tímido e só falava espanhol, ao contrário do Villegas.

Ao final da aula recebi uma mensagem de mamãe dizendo que iria me pegar na escola. A boa notícia é que era para irmos até nosso apartamento. Isso mesmo! O crédito dela foi aprovado e agora iríamos até ele para tirar algumas medidas e comprar alguns móveis que faltavam para o lugar. Aêêê!

Ao menos aquela era uma boa notícia! No refeitório contei tudo ao Theo que ficou feliz por mim em relação ao apê, mas triste por Ana e eu termos brigado. Ele me aconselhou a conversar logo com ela sobre nosso desentendimento, mas apesar de estar arrependida não dei o braço a torcer.

Na hora do almoço não a vi pela cafeteria ao que Theo me disse que ela talvez tivesse sentado com as amigas do lado de fora do prédio onde existe um espaço com várias mesas.

Depois disso, Álgebra 1 foi o suplício do dia e percebi que Juan também fazia essa matéria. Mesmo não o conhecendo direito preferi me sentar perto dele, pois Ana não parecia disposta a falar comigo.

Juan acabou sendo meu tradutor para quase tudo, ainda que eu tentasse não o sufocar de perguntas o tempo todo. Já bastava as reclamações da Ana de que eu a explorava.

Na saída, mesmo eu tentando uma aproximação, minha prima nem mesmo se despediu de Theo, Fábio e eu. Foi com Britt e a mãe para casa delas enquanto eu acabei seguindo logo depois com a minha e meus irmãos para o apartamento no condomínio da Rua Kirkman.

Depois de medirmos o lugar e vermos onde se encaixaria uma mesa de jantar, nos sentamos no sofá mesmo para comermos o lanche com batata-fritas e bacon da Wendy's (um fast food que fica pertinho do apartamento, na Rua Metro West).

Mamãe aproveitou para me dar a notícia de que me matriculou em um curso de inglês para estrangeiros na universidade que tem em frente a nossa casa. E eu teria ficado feliz por completo se o curso não fosse aos sábados... PELA MANHÃ!

"Calma, Babi. Respira. É para o seu bem. Vai dar tudo certo", foi o que eu fiquei dizendo a mim mesma depois da notícia.

Norah também apareceu por lá para escolher seu futuro quarto e, enquanto mamãe e Alice passeavam com o Dani pelo condomínio para conhecê-lo melhor, aproveitei para desabafar com ela sobre tudo o que estava acontecendo na Odyssey High.

Norah se ofereceu para me ajudar com as aulas de inglês e tudo o mais que eu precisasse. Afinal, segundo ela, é minha fada madrinha "meio torta".



*************

Vou ver se escrevo mais amanhã, gente. (a diarista está aqui e tem um monte de gente em casa e não consigo escrever com uma multidão assim). Ainda não tenho nenhuma resposta da editora, caso vocês estejam tão ansiosas quanto eu para saber o desfecho de tudo. Acho que só vou ter uma resposta ano que vem por causa da parada que eles vão fazer para as festas. Pois é, 2015 terminando tenso para mim. Espero que pelo menos 2016 comece com uma resposta boa. hahahah

Um beijo!


Continue Reading

You'll Also Like

719K 79.4K 64
Ayla e Neto. Dois corações unidos em um só propósito
13.5M 835K 69
Mais uma história de amor, ou dor.
178K 8.8K 73
- Sempre foi, e sempre será você, branca. Uma história que se passa na Rocinha, Rio de Janeiro. Repleta de possibilidades fascinantes, onde duas pess...
352K 19.2K 92
"Todo mundo tem uma pessoa, aquela pessoa Que te faz esquecer todas as outras".