Convergência Sombria | Bonkai...

Bởi Dark_Siren4

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Depois de fugir do Mundo Prisão de 1994, Bonnie acha que pode ter uma vida normal ao lado de seus antigos am... Xem Thêm

1. Eu me caso com um sociopata
2. O Ritual de União das Almas
3. Enfrento a fúria da minha esposa
4. Deixo Kai me tocar
5. Bonnie me dá um perdido
6. Acordando com Kai
7. Meu novo emprego e um cadáver
8. Canção de Ninar
9. Meus sentimentos e Minha sogra
10. Meu novo colega de quarto
11. Incêndeio um Espectro folgado
12. Um coração partido
13. O meu e o seu coração
14. Entre dois idiotas e minhas descobertas
15. Eu? Apaixonado? Quem diria
16. E o tiro saiu pela culatra
17. Um velho me ataca
18. Sou dele
19. Sem ele
20. Visito o cemitério
21. Sou flagrado
22. Ela me domina
23. Férias forçadas
24. A Revanche
25. Amigos e Respostas
26. A Flora e o Mar
27. Um lago de verdades
28. Para Sempre
29. Reunião de família
30. Nas Sombras
31.Conhecendo o inimigo
33. Supernova
34. Em casa
35. O que falta em mim
36. Nós dois
37. Um pedaço de mim
Capítulo 38: Minhas Prioridades
Capítulo 39: O homem em chamas
Epílogo:
Antes que eu me vá...
Capítulo Bônus: Linhas de Sangue
Livro Novo!

32. Possessão

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Bởi Dark_Siren4

Tudo era muito sutil para que os outros humanos notassem. Nem os vampiros, nem o lobisomem perceberam a mudança drástica no ambiente.

Bonnie ainda permanecia parada com os olhos vidrados à frente sem realmente ver o que acontecia. Sabia que o que ela via, era o que eu vi durante muito tempo vivendo naquele mundo. Fazia o inferno parecer um pequeno playground de crianças malcriadas. Eram coisas horríveis que nenhuma alma inocente como a dela deveriam ver.

Acariciei sua bochecha sentindo pena daquela pequena humana, mas algo dentro de mim gritou que eu não deveria ceder àquele sentimento. Tinha que finalizar o que eu havia começado.

- Caleb! - gritou Elena, ainda presa ao piso - Deixe Bonnie em paz!

Eu sorri para ela.

- A jovem e doce Elena Gilbert, cuja, todos estão dispostos a arriscar a vida... - citei friamente - Não finja que se importa com Bonnie. Ela já se sacrificou demais por você.

Seu olhar era furioso e indignado.

- Ela não precisaria ter feito isso de novo se não fosse por você! - grunhiu, ainda lutando.

Suspirei calmamente.

- Todos nós carregamos culpa sobre algo - murmurei, olhando em seus grandes olhos cor de chocolate - A sua está no fato de que vive fazendo seus amigos se machucarem por você. E a minha está no fato de querer viver como um humano, mesmo que não o seja. Somos apenas resultados inevitáveis de nossos erros.

Ela riu amargamente.

- Que linda a sua filosofia - sibilou - Mas é não desculpa para o que fez com Kai e Bonnie!

- Não, não é - sorri.

Me afastei dela, olhando para as sombras da caverna. Elas pareciam pulsar e se movimentar. Ótimo.

- O que fez com a Bonnie, cópia do monstrinho? - questionou Damon, ainda preso ao chão pela grande estalactite fincada em seu peito. Ele parecia sentir muita dor e aquilo me deixou satisfeito.

Revirei os olhos.

- Você não prestou atenção no que eu acabei de dizer?

Ele tentou se mexer, mas gemeu de dor.

- O que... - fez uma careta - posso fazer, se quando você está falando eu tenho vontade de dormir? - reclamou - Você é um chato. Pior que o Kai.

- Então, vou deixar bem claro - murmurei, me aproximando dele - Bonnie é uma passagem agora. Uma espécie de canal para os outros. Ela é forte o suficiente para isso.

Ele franziu as sobrancelhas.

- Se detestava tanto o seu mundo, por que quer trazer seus amiguinhos, de lá? - questionou - Você não é do tipo altruísta.

- Bem, é meio ridículo - dei de ombros - Mas é que eu me sinto sozinho sendo o único da minha espécie e quero que outros tenham a oportunidade de conhecer esse mundo - Olhei para as estrelas no céu noturno. O mesmo céu de um milhão de anos atrás. Voltei a encarar os olhos azuis de Damon - E claro, que eles seriam fiéis a quem os libertou - murmurei - Já tenho todo o meu poder, o poder da Convenção Gemini e agora terei muito mais.

- Que ótimo... - resmungou Damon - Um demônio com fãs malucas.

Soltei uma gargalhada.

- Você tem um ótimo senso de humor, Damon - ressaltei - Teria sido um bom hospedeiro para mim.

Ele ignorou o que eu disse.

- E a Bonnie? O que você vai fazer com ela depois disso tudo?

Ele realmente parecia preocupado. Era interessante.

- Agora, meu caro amigo vampiro, depende apenas dela - declarei - O poder pode dominá-la e matá-la - O vi estremecer, só de pensar na possibilidade - Ou ela pode aguentar toda a dor e todo o trauma de trazer criaturas de pesadelos para essa dimensão. Tudo depende da força dela - murmurei - Sabe? Acho que se sobreviver, posso ficar com ela para mim. Ela nem notaria a diferença entre mim e Kai.

- Você é doente - rosnou ele.

Coloquei a mão sobre a rocha sobre seu peito, pressionando.

- Eu vejo muito mais além, Damon e não tenho medo de arriscar - falei, enquanto pressionava mais a estalactite, contra o peito dele, ouvindo-o ganindo de dor. Fiquei satisfeito ao vê-lo se calar. Seu falso moralismo estava enchendo a minha paciência.

Me levantei, olhando para as sombras outra vez e elas pareciam cheias de vida, crescendo. E voltei para Bonnie. Encostei minha testa contra a dela, segurando os dois lados de seu pequeno rosto. Sua pele estava gelada.

- Vamos nessa, pequena - sussurrei, fechando os olhos.

E comecei a proferir um feitiço para abrir passagem para os outros. Bonnie seria o canal e eu a fonte de poder. Imediatamente, a bruxa começou a repetir o que eu dizia como se soubesse de cor cada letra daquele alfabeto estranho. Senti a magia vibrando dentro de mim. E mais uma coisa estranha... o meu coração e o dela batendo juntos.

Foi uma sensação estranha, mas muito, muito boa. Era realmente gostoso como se estivéssemos sincronizados. Era isso que Kai sentia? Sorri, me concentrando mais no feitiço.

Consegui sentir a temperatura caindo bruscamente. Ficando cada vez mais fria. Pressionei mais as mãos no rosto de Bonnie, intensificando o contato, fazendo minha magia fluir para ela, sentindo nossos corações ficarem mais intensos na sintonia. Dizíamos as palavras rapidamente, sem prestar atenção em mais nada. Havia apenas o feitiço e nós dois.

Ouvi silvos e sussurros assustados dos outros que estavam na caverna e... algo mais.

Haviam outras presenças ali conosco.

Elas eram inumanas e ameaçadoras. Coloquei mais poder no feitiço, sentindo o rosto de Bonnie tremer sob minhas mãos. Era magia demais para ela. Aquilo a mataria, mas era preciso. Infelizmente, eu teria que abrir mão da minha pequena lutadora. Uma pena.

Ouvi sussurros frios cortando o ar. Eram eles. Em uma pequena quantidade, mas eram o suficiente.

Bonnie gemeu, implorando para que aquilo parasse. Ainda não, pequena, pensei.

As palavras vinham mais altas, enquanto eu as gritava e Bonnie também o fazia, compelida à aquilo. Os sussurros se tornaram mais e mais audíveis. E foi como se toda a caverna parecesse pequena demais, sufocante demais. Elas já estavam nesse mundo, ainda por trás do véu da realidade, mas estavam ali. Dei um sorriso, parando de falar e soltando o rosto de Bonnie, que continuava proferindo as palavras, incapaz de parar. Ela havia sido tomada pela força dele. Seria apenas uma questão de tempo para que ela perecesse e meus amigos estivessem libertos do cárcere de nosso mundo. Me afastei de Bonnie, vendo-a ainda na mesma posição rígida.

Olhei para os intrusos na caverna. Caroline ainda estava desmaiada. Tyler ainda tentava se recuperar com sua cura acelerada de lobisomem, mas ele precisaria de um pouco mais de tempo se ainda quisesse andar. Alaric e Matt permaneciam caídos no chão, sem conseguir se desvencilhar das flechas que os feriram. Damon estava largado perto da parede com o pedaço de rocha fincado em seu peito. Stefan estava com seus ossos moídos. E Elena, ainda me encarava furiosa, sem conseguir se soltar da pressão que eu fazia em seu corpo.

- O que está acontecendo, Caleb?- questionou Sanvine - Você não me disse que faria isso!

Voltei-me para a garota que encarava a mim, furiosa.

- Eu te prometi poder - murmurei friamente - Mas não disse sob quais condições.

Ela olhou para as sombras na caverna, apavorada.

- Isso é loucura! Você não tem noção do que está fazendo! - gritou - Vai atrair a Gemini para cá e eles vão nos colocar em um Mundo Prisão!

Ergui os braços, sorrindo.

- Eu sou o Kai - citei - Eu sou o líder da Convenção Gemini.

- Mas eles não hesitariam em me prender! - disse furiosa - E eu não vou parar naquele inferno por sua causa e da sua loucura, Caleb!

E ela se dirigiu à Bonnie com a mão erguida, pronta para matá-la. E a garota não poderia fazer nada. Eu não podia perdê-la ou tudo estaria acabado. Sanvine dava passos decididos em direção à Bonnie.

Ergui a mão. Ela estacou, com um pé ainda na frente do outro.

- O que você fez comigo? - disse com dificuldade - Não consigo me mexer...

Pressionei mais, sentindo seus músculos se travarem sob a palma de minha mão.

- Você não vai estragar isso, Sanvine - ameacei, fazendo-a ser lançada contra a parede rochosa.

Ele caiu, arfando e tentando se levantar, mas fui mais rápido, prendendo as algemas em seus pulsos.

- Phasmatus... Argh! - gritou, quando os grilhões começaram a ferir seus pulsos - Seu maldito!

- Fique quietinha, Sam - murmurei, ignorando seus protestos.

Caminhei até perto das sombras, sentindo a escuridão as rondando. Estiquei a mão, deixando que ela se afundasse na escuridão. E senti toques leves e frios em minha palma.

Eles eram curiosos e impacientes, querendo tomar aquele corpo.

- Esse não, crianças - avisei, retirando a mão do escuro - Ele é meu.

Ouvi silvos irritados, demonstrando sua insatisfação. Sorri; sua ânsia por viver era deliciosa.

- Logo terão corpos apenas seus.

Tudo estava se saindo muito bem. Logo eu estaria completamente livre, só faltava drenar todo o sangue de Liliana e o ritual estaria completo. Eu não seria mais confinado nas profundezas daquela estátua. Nunca mais haveria a escuridão.

- Bonnie... - ouvi alguém dizer.

Me voltei para ela, vendo Tyler, ainda caído no chão com as pernas em posições anormais. Havia conseguido se arrastar até a garota e tinha uma mão agarrada ao tornozelo dela. Ele tremia, talvez, tentando controlar os genes de lobo, para não machucar a amiga.

- Bonnie... me escuta - dizia, e pude ver seus olhos cor de ocre - Não deixa ele dominar você. Seja forte.

A bruxa não dava sinais de tê-lo ouvido, seus olhos leitosos, estavam focados à frente sem enxergar nada em particular.

- Ela não ouve você, lobinho - sorri com desdém, me aproximando dele. Ele arreganhou os dentes, rosnando para mim.

Aquilo foi engraçado.

- Para com isso... - e pisei na sua perna esquerda, ouvindo-o gritar - Não sabe como é patético.

Ele se debateu, tentando me arranhar e morder, mas firmei o pé com mais força em seu ferimento, vendo o sangue escorrer da fratura exposta. Ele gritou mais alto.

- Acho que o ato mais humana nessa situação seria acabar com o seu sofrimento - murmurei, pegando a faca no cós da calça. Eu podia usar meus poderes, mas gostava de usar alguns métodos mais arcaicos para matar, tornava tudo mais interessante. Segurei a faca, acima da cabeça, mirando seu coração. A desci rapidamente.

- Acho melhor não continuar com isso - disse alguém, a voz que eu conhecia há muito tempo.

Parei o movimento.

Olhei para onde parecia ter vindo o som. E vi a silhueta de uma mulher alta se aproximando da luz e pude vê-la com mais clareza. Ela tinha uma pele de um tom mais escuro que o de Bonnie, feito madeira antiga e suave. Com cabelos curtos e inteligentes olhos negros.

Uma mulher realmente bonita.

- Você cresceu pequena, Anyra - murmurei, já guardando a faca no cós da calça novamente - Pensei que nunca mais a veria depois do que aconteceu ao seu irmão. Faz quanto tempo? Cento e cinquenta? Duzentos anos?

Ela sorriu, cruzando os braços com seus olhos escuros cravados nos meus.

- Acredite, ainda dói como se fosse ontem - murmurou, amarga - Você tirou o meu melhor amigo.

- Era o único modo de eu sair daquela caverna - expliquei, com um sorriso brincalhão - E pelo que me lembro... Não foi a sua tribo que o matou?

Vi seu maxilar enrijecer de ódio.

- Eles só fizeram aquilo porque tinham medo. Eles temiam o mal que você era.

Dei de ombros.

- Todos são culpados nessa história. Eu não sou o vilão.

- Não é? - arqueou uma sobrancelha elegante.

- Eu não estava preso naquela caverna por vontade própria - expliquei, um pouco amargo - Como também, não os obriguei a entrar lá - Ela me lançou um olhar de ódio - Ah vamos, Anyra, não vá me dizer que não foi você quem desafiou seu irmão a entrar? - murmurei maldosamente - Então, tecnicamente, a culpa é sua por estarmos aqui. Foi você quem desencadeou tudo. Quem me deu a vontade de viver outra vez.

Ela não disse nada, absorvendo cada palavra do que eu disse. A vi passar as mãos pelo cabelo encaracolado.

- Sabia que tinha algo errado com ele - disse ela, pesarosa.

- Com quem?- questionei.

- Kai - respondeu - Quando o vi pela primeira vez. Havia algo errado. Você o marcou, não é?

Eu sorri diabolicamente.

- Foi só uma possessão rápida - falei, aprovando sua percepção - Ele estava sozinho na sala da casa dele e Bonnie. Claro, que a garota quase me atrapalhou. Precisava daquilo para poder ter o controle sobre o corpo dele. Mas acabaram saindo da minha zona de influência quando decidiram sair da cidade sob seu comando.

Fiz uma carranca para ela.

- Mas você deu um jeito de trazê-los de volta, não? - disse isso e deu um olhar para Sanvine, que fez uma expressão de escárnio.

- Sim - murmurei, impaciente - Mas não estamos aqui para falar de todas as coisas sórdidas e más que fiz, não é, garotinha?

Ela estremeceu ao ouvir aquilo. Era o nome pelo qual a chamava em seus pesadelos.

- Não estamos - assentiu, se recuperando - Eu vim para acabar com isso. Destruir você.

Deixei meus dentes à mostra em um grande sorriso.

- E eu aceito seu desafio.

Ela ergueu a mão estendida, pronunciando um feitiço. Caí de joelhos, agarrando meus cabelos, gritando de dor. Ela parecia satisfeita. Comecei a rir, me pondo de pé outra vez.

Anyra me olhou com descrença.

- Precisa de mais do que um simples feitiço para acabar comigo.

- Terra Mora Vantis, Quo Incandes! - pronunciou.

Continuei imóvel.

- Tem certeza que está tentando, mesmo? - provoquei.

- Phasmatus incendia! - proferiu, fazendo a manga de minha camisa se incendiar. Revirei os olhos.

- Shuta incendia! - disse eu, fazendo o fogo se apagar. Olhei para meu braço, com a manga totalmente rasgada pelo fogo e a pele queimada. A névoa negra começou a curá-lo, mas aquilo me irritou muito. Olhei enviesado para a mulher.

- Minha vez, garotinha - murmurei - Terra Mora Vantis, Quo Incandis!

Anyra caiu no chão gritando de dor.

- Para com isso! - gritou Matt, mas o ignorei.

- De novo! - e fiz sua dor ficar mais intensa.

Ela abriu a boca, tentando dizer algo.

- Asc'inta Mulaf Hinto!

E a dor parou.

- Aprendeu a se defender, Anyra... - apreciei com um sorriso.

Ela se colocou de pé com dificuldade.

- Aprendi mais que isso - disse com um sorrisinho, que não compreendi. Ergueu as mãos diante do corpo, parecendo fazer um enorme esforço.

- Levitate! - exclamou.

E toda a caverna começou a tremer, como se suas estruturas estivessem abaladas. Ouvi o som como o de rochas se partindo. Procurei pela origem, vendo uma... Não. Duas grandes rochas se desprendem da parede atrás de Anyra, deixando um buraco do tamanho de uma criança de quatro anos. Ela inclinou o corpo para a frente as lançando na minha direção.

Tentei bloquear seu avanço, mas as rochas vinham com muita força, empurrando a barreira que eu criei, a estilhaçando. De forma muito rápida para que olhos humanos pudessem captar, me lancei para o lado, desviando da primeira rocha que passou a centímetros de meu braço indo se chocar numa parede vazia e se estilhaçando.

Não tive tanta sorte com a segunda.

Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, a rocha me acertou em cheio no peito, me lançando contra uma parede. Caí, sentindo uma dor agoniante em minha caixa torácica.

Tentei levantar e ouvi alguns estalos de minhas costelas. Estavam quebradas. Todas. Grunhi de ódio, sentindo o gosto de sangue em minha boca.

- Você... - tossi, cuspindo sangue -... está estragando meu novo corpo.

Anyra caminhou em minha direção, determinada a acabar comigo.

- Anyra, não! - gritou Stefan, tentando se sentar, seus ossos já deviam estar se curando - Vai matar Kai, Bonnie e o restante da Convenção Gemini!

Anyra, ainda avançava com os olhos em chamas.

- Bonnie faria o mesmo - disse apenas.

Ela realmente iria me matar.

Deixei que o processo de cura viesse rapidamente. Era mais rápido que o de um vampiro ou lobisomem.

A mulher parou diante de mim com um olhar frio.

- Tem alguma coisa a dizer antes que eu acabe com você? - perguntou.

- Sim... - assenti lentamete - Motus!

A fiz flutuar no ar, em seguida, jogando-a no outro extremo da caverna. Ela soltou um ganido de dor, quando sua cabeça se chocou contra o solo rochoso.

Me levantei, completamente curado, com um sorriso de satisfação nos lábios.

- Eu devia ter acabado com você quando tive a chance a duzentos anos atrás, vadia - sibilei, já pegando a faca no cós da calça. Caminhei decidido em sua direção. Ela estava muito fraca, à minha mercê.

- Eu vou me divertir muito com isso.

Parei em frente à ela, mirando seus olhos escuros com um sorriso frio.

- Últimas palavras?

- Tchauzinho, panaca... - riu ela, ainda caída no chão.

A encarei confuso até que senti uma forte pancada na cabeça. Desabei, vendo tudo escurecer por alguns segundos. Caído no chão de terra, pude ouvir alguns sons desconexos, quase como pessoas falando apressadamente. Pareciam agitados.

- Andem logo! - ouvi Damon dizer - Ele vai ficar apagado por alguns segundos.

- Peguei a Bonnie! - disse Elena, preocupada.

Ouvi alguns sons de passos.

- Não me deixem aqui! - gritou Sanvine, implorando.

- O que é isso?! - parecia Matt falando - No escuro... tem algo nas sombras! Saiam daí!

- Eles estão tentando pegar a Bonnie! - gritou Caroline, apavorada.

- Damon! - gritou Elena, assustada.

E ouvi algo sendo empurrado, se chocando contra outro corpo.

- Peguei a Bonnie! - disse Stefan, parecendo muito bem.

- Elena! - gritou Damon e soou como se estivesse tentando alcançar algo - pega minha mão!

- Eu não consigo! Eles são muito fortes! Ah!

- Não, não! - gritou seu namorado.

- Temos que fazer algo! Eles a estão levando! - gritou Alaric - Merda! Não consigo chegar até ela! Elena!

- Lute, Elena! - encorajou Caroline.

Todos pareciam apavorados. Algo, aparentemente, havia pegado Elena.

Tentei me mexer, mas minha cabeça doía e me sentia fraco. E pestanejei em todas as línguas que conhecia, por estar preso a um corpo físico que me limitasse.

- Damon! Eu te amo...

- NÃO!

- Phes... Phasmatus Claritate! - murmurou Anyra, abalada.

Ouvi um guincho agudo e estranho e o som de um corpo caindo no chão.

- Eles a soltaram! - disse Damon, eufórico de felicidade - Elena...

- Hum... - fez ela, sonolenta - Damon?

- Ela está bem - disse Matt, acalmando - Agora temos que nos concentrar numa forma de sair daqui.

- Mas como? Eles... essas coisas, bloquearam a saída - resmungou Alaric.

Ouvi um suspiro.

- Pelo menos, sabemos que não podemos pisar em nenhum lugar escuro - citou.

Senti a tontura cedendo cada vez mais. O processo de cura já estava agindo. Seja lá o que tenha acontecido com minha cabeça, já estava melhorando. Experimentei mexer um pouco os braços, deslizando as mãos pelo chão de terra.

- Bonnie? O nariz dela está sangrando - disse Stefan, preocupado - Meu Deus... Ela está muito gelada.

- O que está acontecendo com ela? - perguntou Caroline, horrorizada.

- Eu... eu não sei... - respondeu ele.

Me virei de barriga para cima, rindo.

- Não podem tirá-la daqui.

Abri os olhos, vendo uma parte rochosa do teto. Tudo ainda girava um pouco, mas a tontura estava cedendo.

- Eu arrebentei a sua cabeça e você não morreu, desgraçado? - brigou Damon.

Ri de novo, tentando me sentar.

- Você não é muito inteligente, não, Damon? - provoquei - Se eu tivesse morrido... Bonnie já estaria morta a essa altura.

E olhei para ele, que estava com um buraco imenso e ensanguentado em sua camisa. De alguma forma, enquanto eu lutava com Anyra, ele conseguiu se desprender sorrateiramente da estalactite, soltou e ajudou seus amigos, que pareciam um pouco melhores agora.

- O que fez com ela? - sibilou Stefan com uma fúria ártica.

Olhei para ele, vendo-o com a garota morena em seus braços. Bonnie ainda estava de olhos abertos, sussurrando ininterruptamente, aquele feitiço. Seu rosto estava pálido e cansado pelo esforço e pela perda de sangue.

- Nada... só dei um pouco do meu poder para que ela pudesse trazer, meus amigos do meu mundo - disse sorrindo diabolicamente, fiquei de pé, sentindo a tontura desvanecer - Porém, minha aura ainda está presa à estátua. E se tentarem tirar minha querida esposa daqui. Ela morrerá, já que é parte de mim agora.

- Seu desgraçado! - gritou Caroline, tentando avançar na minha direção. Tyler a conteve, lançando um olhar selvagem e assassino para mim. Eu sorri.

- Ela é minha e só sairá daqui, quando eu quiser - murmurei, sorrindo de satisfação - A vida de Bonnie depende de mim.

- É o que veremos, idiota - murmurou Damon, avançando rapidamente com a velocidade de vampiro.

Eu ainda estava um pouco grogue então tinha que tomar cuidado. Vi um objeto pontiagudo em sua mão. Era um pedaço da estalactite e ele mirou em meu peito. Fui mais ágil, apesar da fraqueza, agarrando seu braço e o lançando contra a parede. Ele caiu, gemendo de dor.

Os outros, seguiram seu exemplo, vindo para cima de mim. Desviei das garras de Tyler, que passaram a centímetros do meu rosto, mas não fui rápido o suficiente. Elena me deu uma rasteira, fazendo com que eu caísse no chão bruto Se aproveitando disso, Caroline desceu a mão em meu peito, cavando um buraco com os dedos nus.

A segurei, impedindo que alcançasse meu coração. Senti a dor lancinante em minha caixa torácica enquanto o sangue escorria pela minha camisa e se espalhava pelo chão. Minhas mãos tremiam em volta do punho da garota loura, por causa do esforço de contê-la. Visualizei, por alguns segundos, Alaric agachado ao lado de alguém, sacudindo uma Bonnie totalmente distante, tentando acordá- la. Matt estava de pé, com a besta em suas mãos, observando tudo e o modo como as sombras se moviam na caverna e preparado para atacar ao menor sinal de perigo.

- Vocês... - falei com dificuldade - não vão... me matar! - joguei, ainda segurando a mão de Caroline.

Ela sorriu, irônica.

- Quem disse que queremos matar você, Caleb?

Franzi as sobrancelhas.

- O quê...?

- Anda, Stefan! - gritou Anyra, parecendo muito melhor - precisamos tirar Lily daqui, quebrar o círculo!

Virei a cabeça, vendo Stefan, parando perto do círculo de fogo com a garota no centro.

- Ela está quase morta, Anyra - murmurou cheio de compaixão, olhando para a pequena menina - Não sei o que podemos fazer...

A bruxa estava ao lado dele, resignada.

- Temos que tirá-la do círculo antes que a estátua drene seu sangue, completamente - explicou arregaçando as mangas da blusa preta - Eu quebrarei o círculo por alguns instantes e você a pega. Mas só teremos a brecha de alguns segundos. Se permanecer no círculo será desintegrado, entendeu?

Ele assentiu.

- Não! - gritei - Não façam isso!

E senti a mão de Caroline se afundar mais em meu peito. Soltei um gemido abafado.

- Eu amo a Bonnie, mas se você tentar se mexer eu arranco não só o seu coração, mas o restante de todos os seus órgãos inúteis.

Lancei um olhar de ódio para ela.

- Cinco, quatro, três, dois... - contou Anyra e se agachou ao lado de Lily, fora do círculo, colocando a mão na linha de fogo sobre as labaredas.

Vi sua pele queimando e incendiando rapidamente. Aquele não era um fogo comum.

- Stefan já! - gritou - Sigalis Intransium, Exalis Exalis, Omnas Quisa Operum, Sigalis Intransium, Exalis Exalis! Omnaben Libras, Sigalis Intransi Um, Exalis Exalis! Omnas Quisa Operum, Exalis Exalis!

Stefan se lançou dentro do círculo, pegando a menina em seus braços.

- NÃO! - gritei, deixando todo o meu poder explodisse para fora de mim, resultando numa imensa onda de choque, fazendo todos na caverna serem arremessados contra as paredes.

Elena, Caroline e Tyler que estavam à minha volta foram arremessados a metros de distância. Damon, que havia, finalmente conseguido ficar em pé, caiu de novo. Matt e Alaric foram igualmente arremessados.

Me levantei, ainda trêmulo de ódio. O buraco em meu peito começou a se fechar

- Eu não fiquei preso por quase três mil anos para ser aprisionado de novo! - gritei fora de mim e pude ver as sombras se agitarem. Eles gostavam daquilo. Do caos, do medo e da dor. Era tudo o que conheciam.

Me voltei para Anyra e Stefan que permaneciam perto do círculo. Ela havia caído agarrando o braço direito com a mão e o antebraço totalmente queimados. Lily ainda permanecia no centro do círculo, para meu grande alívio. Escutei um chiado estranho que parecia vir de Stefan. Ele estava caído fora do círculo, tentando se arrastar para longe dele, mas não conseguia, pois sua perna - na altura do joelho - ainda permanecia presa dentro. E o chiar estranho vinha de sua pele que queimava ali dentro. Como se o ácido invisível a corresse. O jeans já estava se desfazendo completamente. Ele mordia o lábio, tentando conter a dor.

Eu ri, aplaudindo.

- Estão vendo?! - exclamei para todos, me aproximando do vampiro preso - Quanto mais tentarem me deter, mais se machucam. Como está aí, Stefan? - Fiquei de cócoras - Sabe... - murmurei, tocando as chamas do círculo - Eu sou o único que pode tocar esse fogo e não me queimar - agarrei a perna, machucada dele, vendo o efeito de corrosão aumentar. Ele gritou - Isso dói? - apertei mais e ele urrou - Ótimo, isso é para que aprenda a não tentar me atrapalhar. Você vai ficar aí, fritando, até não sobrar nada da sua perna.

E a soltei bruscamente, vendo-o ofegar. Me levantei, vendo o olhar de ódio que me lançavam. Eles estavam prostrados e fracos, assim como todos que tentaram me deter durante todos aqueles anos.

Caminhei até o centro da caverna.

- Sabe, é um desperdício vê-los tão machucados e quebrados... -disse calmamente - E como podem ver, minha crianças precisam de corpos para habitarem. Então, pensei: Por que não vocês? Seria ótimo. Kai já os conhece e ficaria tudo em família, não?

Vi Elena me encarando horrorizada. Ela havia conseguido se arrastar para o lado de Bonnie, que estava caída no chão, ainda pronunciando o feitiço. A vampira parecia realmente determinada em protegê-la.

- Não é, garotos?! - falei mais alto, colocando a mão em concha ao lado da boca olhando para a escuridão - Vocês gostariam de viver, não?!

Ouvi silvos e sussurros vindos das trevas da caverna. Eles estavam excitados com a possibilidade de ter um corpo apenas seu. E os vampiros, humanos e lobisomem, estavam em quantidade suficiente ali.

- Eu também vivi nas trevas e com medo como vocês, mas agora estou dando a oportunidade de serem livres. Assim como eu! - seus sussurros se tornaram mais audíveis, enquanto eles diziam a palavra nova para eles, "viver", em suas vozes vazias e frias.

Eu sorri mais ainda.

- Viver - sussurrei, para mim mesmo.

Olhei para o escuro, esperando o primeiro passo, mas eles estavam temerosos. A luz, pensei. Eles nunca viram a luz.

Em nosso mundo, tudo o que existia eram trevas. E eu entendia o motivo para temerem aquilo, eles não a conheciam e nem sabiam o conceito envolvido, mesmo que fosse a fraca luz do luar.

Me aproximei da escuridão. Estiquei a mão, sentindo um toque frio.

- Venham, não tenham medo... - sussurrei - A luz não machuca.

Podia sentir toda sua tensão e apreensão, mas também enxerguei a vontade de ser livre. E um deles, segurou minha mão de forma mais firme, sendo corajoso. Eu não consegui sentir a totalidade de seu toque, apenas o frio, como se fosse uma bruma envolvendo meus dedos. Eles ainda não tinham uma forma definida. Respirei fundo, o puxando das trevas. E ele veio, se revelando na luz do luar, ainda com medo e acanhado, mas logo mostrou-se curioso olhando para os humanos. Ele era uma simples névoa, uma sombra negra, sem forma definida, levemente humanóide. Era alto, muito alto, passando facilmente de dois metros de altura. A criatura me encarou, sem dizer com palavras, mas sabia que pedia minha permissão.

Leal. Eu gostava disso. Era algo muito raro na minha espécie. Sorri, estendendo a mão e o encorajando.

- Escolha qual deles quiser - murmurei, gesticulando os humanos - Anda?

A sombra foi um pouco hesitante para perto do grupo de humanos, seu caminhar era suave, pois os pés não tocavam o chão verdadeiramente. Ele parou ao lado de Bonnie, tocando em seus cabelos.

- Essa não - avisei - Ela é importante. Se sobreviver, quem sabe, não possa deixar você ficar com ela?

Ele assentiu e caminhou até Alaric, caído no chão, meio desmaiado. A sombra tocou o rosto dele de leve, para em seguida tirar a mão rapidamente, assustado.

- Eu sei... - assenti, compreensivo - Isso se chama calor. Não é ruim, você vai gostar.

Ele tocou o rosto de Alaric mais uma vez, sentindo. E soltou um ganido assustador para os humanos, mas eu já estava acostumado. Ele encorajava os outros a virem conhecer os humanos. Ouvi o som de sussurros nervosos.

- Sai de perto dele, aberração! - gritou Caroline.

A sombra rugiu outra vez, partindo para cima de Caroline, querendo destruí-la.

- Não - briguei - Não danifique os corpos.

Ele parou, olhando para mim com raiva e ressentimento. A sombra assentiu de má vontade.

Dei um pequeno sorriso, aprovando.

- Todos vocês venham! - chamei, vendo-os sair hesitantes das sombras. Eles estavam assustados e curiosos como o primeiro, mas como ele, logo se sentiram à vontade para tocar os humanos, E obviamente, nenhum deles parecia feliz em ser tocado pelas sombras. Damon tentava estapear uma delas, o que só a incentivou a ser mais agressiva, tive que controlar a situação para que meu novo pupilo não matasse seu hospedeiro. Eles ainda eram brutos e inexperientes, mas aprenderiam.

- Agora rapazes, podem fundir-se ao seu novo corpo.

As sombras ficaram ansiosas, avançando sobre o grupo, os envolvendo e tentando se mesclar aos corpos. Era mais difícil quando aqueles idiotas não cooperavam como Kai, mas as sombras eram fortes e dominadoras.

Vi Caroline caindo no chão e se debatendo com uma delas se envolvendo em seu corpo. O mesmo acontecia com os demais, que tentavam lutar, mas eram impotentes contra todo aquele poder.

A única que ainda tinha mais forças para resistir era Elena. Seus olhos vacilaram do castanho para o dourado e negro, mas ela era muito forte. A sombra tentava apertar-se e envolver mais em volta de seu corpo.

Sua mão agarrava a manga ensanguentada da blusa de sua amiga em transe.

- Bonnie...! - chamou com uma voz torturada pela dor e resistência - Volte para nós. Por favor, nós precisamos de você! Bonnie, Bonnie...

Mas foi tarde, ela sufocou em um daqueles ganidos das sombras, sendo totalmente dominada. Seus olhos tornaram-se dourados e negros.

Eles começaram a gritar, todos ao mesmo tempo com a dor de ter sua mente tomada e invadida.

- Não resistam - murmurei calmamente - Deixem que flua. A dor apenas piora.

Observei de forma impassível, enquanto se contorciam com a dor.

Fitei o céu noturno sorrindo, vendo a lua em seu auge.

E escutei um gemido familiar...

Voltei meus olhos para ela.

Bonnie começou a se debater, como se estivesse lutando com algo. O que era bem estranho já que ela deveria permanecer naquele transe até completar a tarefa incumbida à ela.

Caminhei lentamente até perto da garota, vendo-a se remexer no chão de terra, incomodada. Seus olhos ainda tinham aquele tom opaco e branco, mas se moviam em todas as direções, como se estivesse tentando ver onde estava. Pude notar a forma como a mão de Elena ainda agarrava o pulso de Bonnie dolorosamente.

E entendi o que estava acontecendo. O apelo de Elena a estava fazendo sair do transe, quebrando o feitiço. A pequena garota deveria ter uma personalidade muito forte, para conseguir resistir a tanto poder daquela forma.

Fui rapidamente em sua direção, tentando impedir o que estava prestes a acontecer. Ela não podia quebrar a conexão ou as sombras seriam mandadas de volta. Me abaixei ao seu lado, tocando sua bochecha e proferindo o mesmo feitiço, querendo prendê-la, porém foi tarde.

-Motus- sussurrou Bonnie.

E fui arremessado para a outra extremidade da caverna. Senti a parede se chocando contra as minhas costas e a dor que tirou o ar de meus pulmões. Tudo girava, enquanto eu tentava recuperar minhas forças.

Vi alguns relances de Bonnie, se sentando e em seguida se pondo de pé com dificuldade. Ela inclinou a cabeça, olhando para mim de forma fria.

- Eu quero o meu marido de volta - sibilou.

Eu tossi, sentindo o gosto de sangue. Não. Aquilo era uma risada. Esganiçada e horrível.

- Eu... eu já disse que Kai não está mais aqui - falej com um sorrisinho, tentando ficar em pé e falhando miseravelmente.

Seus olhos eram como uma chama branca e líquida de ódio. E brilhavam em um tom perolado.

- Se você não parar com essa merda toda - e gesticulou para seus amigos na caverna que se debatiam no chão rochoso - E não devolver o Kai, eu juro que vou lhe causar uma dor indescritível.

Eu ri de novo, engasgando com o sangue.

- Anyra já tentou - disse eu, olhando para a mulher caída, encolhida e indefesa no chão. Por algum motivo desconhecido, as sombras não avançavam sobre ela, mas Stefan, ao seu lado, já estava em estado de transformação como os outros - Vá em frente.

Bonnie sorriu de canto, foi um movimento cruel de seus lábios.

- Ela é Anyra Jones - disse, maldosamente, erguendo a mão diante do corpo - E eu sou Bonnie Bennett Parker, esposa de um líder Gemini, portanto... Sou mil vezes mais poderosa.

Senti um tremor esquisito me percorrer. Eu a temia?

- E pelo que percebi... - murmurou, olhando para as próprias mãos, diante de si e em seguida para mim - Você me deu uma certa quantidade de seu poder, não?

Engoli em seco.

- Agora. Traga o Kai de volta.

- Não - disse convicto.

- Terra Mora Vantis, Quo Incandes! - gritou.

Quando Anyra lançou o feitiço sobre mim não senti nada, pois sou mais forte que ela, mas com Bonnie estava em pé de igualdade.

Gritei me contorcendo com a dor horrível, que percorreu todo meu corpo como uma espécie de corrente elétrica. Era muito doloroso. Algo indescritível. Bonnie pressionou, fazendo a dor ficar mais intensa e avassaladora. Gritei mais alto, me contorcendo de dor. Pensei que fosse enlouquecer com aquilo. Nunca havia sentido nada tão intenso e angustiante. Comecei a cogitar a hipótese de que ela não fosse mais parar, quando a dor repentinamente sumiu.

Eu respirava com dificuldade, com meu corpo tremendo de choque devido a dor.

- E então? - disse com seus olhos perolados, pousando, inquisidoramente em mim.

- A sua resposta ainda é não, pequena! - rosnei, tremendo de raiva. Não seria uma garotinha humana que me faria desistir de todo o meu plano agora.

- Você é quem sabe - deu de ombros.

A dor voltou com mais força do que antes. Me encolhi contra o chão arenoso, sentindo a dor angustiante queimando cada célula do meu corpo.

Eu gritava desesperado, querendo que aquilo acabasse logo, mas não iria desistir.

Passaram o que se pareciam horas ou apenas alguns segundos, não sabia. E a dor parou de novo. Respirei de forma ofegante, tentando acalmar as batidas de meu coração. Meu corpo todo doía pela contração involuntária.

- Você até pode ser uma espécie de demônio das trevas e tal, mas acho que seu corpo humano não vai aguentar toda essa dor por muito tempo.

Eu ri, esganiçado.

- Você mataria seu Kai?

Ela cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.

- Eu nunca machucaria o Kai, mas mataria o monstro que está dentro dele. Mesmo que eu morra em consequência disso.

Dei um olhar furtivo para seus amigos que ainda se contorciam, lutando contra a transformação.

- Eles não vão ajudá-lo - assegurou - Não por enquanto. Enquanto isso, somos apenas nós dois, querido.

Ela ergueu a mão outra vez.

- Espera! - gritei, fazendo um pare com a mão estendida.

- Tarde demais...

- Façamos um acordo! - disse rapidamente.

Bonnie abaixou a mão, me olhando com divertimento.

- Um pacto? - sua voz era repleta de ironia.

Revirei os olhos.

- Nós não somos como seus filmes e livros insistem em apontar - minha voz arrastada de ultraje - Quero fazer um acordo.

- Por que eu confiaria em você? - perguntou, me encarando com seus olhos cor de pérola - Me dê um motivo para não acabar com você agora, Caleb?

Eu sorri. Com certeza estava interessada. Ou simplesmente teria me matado sem titubear.

- Podemos passar a noite toda nisso, porque eu e você sabemos que não vou ceder. E é muito improdutivo para mim, danificar meu novo corpo e para você, matar seu marido. Então...

- Então, o quê? - me interrompeu, ainda desconfiada.

- Que tal uma disputa? - perguntei, vendo seu olhar confuso - Se você vencer, desisto de tudo. Deixo seus amigos em paz.

- E? - inquiriu.

- E devolvo Malachai, naturalmente.

Ela ponderou por alguns segundos.

Seus olhos brancos voltaram para mim.

- E se você vencer? - perguntou, semicerrando os olhos.

- Se eu vencer, você desiste de me deter e deixa eu fazer o que quiser com seus amigos.

Ela ainda me encarava com descrença.

- E o que mais?

Ela era muito observadora. Eu gostava disso.

- Depois que tudo acabar, se você sobreviver, quero que seja minha para eu fazer o que quiser com você. Sem nenhum tipo de questionamento ou discussão. Você não tentará fugir, pequena.

Vi o modo como ela fitou a mim dos pés à cabeça. Bonnie olhava para Kai com amor, mas para mim, só havia seu desprezo. Aquilo não me incomodava. Ela seria apenas um brinquedo em minhas mãos, para que pudesse me divertir. Depois, naturalmente, a descartaria.

Seus olhos fitaram os meus.

- Ou eu poderia acabar com você agora. O que me impede? - disse de forma abusada.

- Seu amor por Kai. Esse é o seu ponto fraco, mesmo que queira não terá coragem para destruir esse corpo.

Notei o modo como seu maxilar se retesou. Eu estava certo.

- O que me diz? - perguntei, olhando de maneira confiante para ela.

Bonnie ficou em silêncio por mais dois segundos. E suspirou por fim.

- Tudo bem - disse de má vontade - Eu topo.

E se afastou, dando as costas para mim. Eu poderia matá-la facilmente daquele modo, mas algo me dizia que ela estava mais atenta do que aparentava. A garota parou no centro da caverna perto de seus amigos.

- Vamos acabar logo com isso.

Eu me levantei com alguma dificuldade, mas logo me senti melhor, pois o processo de cura já estava agindo. Caminhei até certo ponto da caverna, parando a alguns metros da pequena garota.

A avaliei de cima para baixo, como a verdadeira oponente que era. Seu corpo era pequeno e frágil, mas tinha belas curvas. Ao todo era uma garota estonteante, mas toda sua beleza estava escondida por baixo de uma camada de roupas rasgadas, sujas de terra e sangue.

- Você não parece em condições de lutar - murmurei, a provocando. O primeiro ponto chave de uma disputa: Fazer seu oponente se perder num mar de ódio e raiva, tirando seu foco. E olhei para a grande mancha de sangue que descia por seu cabelo e pescoço, manchando sua camisa branca. E sem falar, no ferimento da perna, o lugar onde a esfaqueei. Percebi que ela fazia um certo esforço para não mancar.

Seu rosto estava um pouco pálido.

- Você também não parece nenhum super modelo - rebateu friamente.

Olhei para meu torso, vendo a mancha escura de sangue em minha camisa e a manga rasgada pelo fogo.

Senti o sangue úmido, ainda em meu couro cabeludo, mas ao todo nenhum ferimento. Eu estava curado de todos, ao menos com Bonnie eu podia usar aquilo a meu favor.

- Tem razão - concordei - Motus!

E fiz um pedaço de rocha do tamanho de uma bola de basquete, voar em direção a ela. Bonnie se abaixou antes que a rocha a atingisse em cheio na cabeça.

- Phasmatus incendia! - gritou, fazendo uma nuvem de fogo explodir diante de meus olhos.

Gritei, cambaleando um pouco com as mãos no rosto, sentindo a pele queimada e ardendo.

- AAAH! - urrei, me voltando para ela, sentindo a névoa negra, recuperar minha visão perdida - Eu vou destruir você!

E fiz um movimento com a mão, como se cortasse o ar.

Bonnie deu um gritinho com as mãos cobrindo a bochecha esquerda. Sangue começou a pingar por seus dedos. A garota me encarou com ódio, deixando a bochecha cortada desde o maxilar até a fonte do nariz aparecer.

- Isso vai deixar uma cicatriz feia, pequena - eu ri.

Ela respirava rapidamente e pude ver lágrimas involuntárias descendo por seu rosto, porém seu olhar não era tão inofensivo assim.

Fiz mais um movimento, vendo um talho se abrir em seu braço. Ela gritou de novo. Outro movimento. Mais um corte em sua perna direita.

Ela gritou mais alto ainda. Bonnie caiu de joelhos, não podendo se sustentar.

- Já acabou? - questionei, saboreando sua derrota - Pensei que a poderosa Bonnie Bennett tinha mais para mim.

Ela tentou se pôr de pé, mas o ferimento em sua perna era muito profundo.

- Sabe, pequena... - disse, caminhando lentamente em sua direção - Se quiser desistir ainda dá tempo.

Ela me lançava um olhar de ódio, mas havia resignação ali. Já sabia que havia perdido.

- Não há vergonha na derrota, querida - disse eu, parado em frente à ela - Só importa se a batalha foi digna. E no seu caso, valeu muito a pena. Lutando pelos seus amigos e o amor da sua vida - Ela desviou o olhar, completamente derrotada - Você pode não ter Kai, mas terá a mim - murmurei orgulhosamente - Tenho a aparência dele, porém, com um conteúdo muito melhor.

E sorri de forma diabólica.

- Tem razão - disse ela, ainda encarando o chão rochoso - Mas você não é o Kai.

E proferiu o feitiço de quebrar ossos.

Senti quando o osso de minha perna, entortou e estilhaçou, caí de joelhos, ganindo de dor.

Bonnie não parou por aí.

Deu um jeito de se levantar e ficou, parada na minha frente, se apoiando na perna boa. E ouvi o CRACK, angustiante que veio do meu quadril, caí de lado, gritando com a queimação que se espalhou por minha bacia. Mais um CRACK e meu braço se deslocou. Berrei mais alto.

Bonnie se aproximou de mim, mancando. A fulminei com os olhos.

Ela continuava calma, sem perder a compostura, não havia compaixão em seu olhar.

Ergui minha mão, tentando retalhar.

- Motus - fez simplesmente é minha mão, se prendeu ao piso de pedra - Fes Matos Tribum, Exu Se, Rendem Supas Que! Fes Matos Tribum, Exu Se, Rendem Supas Que...

Senti um formigamento estranho se espalhar pelo meu corpo. Havia algo errado.

- O que fez comigo?! - gritei, olhando para ela louco de raiva.

Ela sorriu de canto, parando de pronunciar o feitiço.

- Você até pode não ser humano, mas está no corpo de um bruxo, portanto, está submetido às mesmas fraquezas.

- O que quer dizer?! - rosnei.

- Eu retirei sua magia - falou, simplesmente.

A encarei petrificado.

- Eu disse que agora somos iguais. Tenho a mesma força que você, Caleb.

E arqueou uma sobrancelha, me encarando.

Ofeguei, tentando me levantar para fazer qualquer coisa dolorosa com ela, mas não consegui. Até meu poder de cura dependia de magia e sem ela, ficava um pouco mais lento. Senti meu braço, se curando e voltando para o lugar.

E cego de ódio, fiz aquilo.

Rapidamente, peguei a faca no cós de minha calça e a atirei na direção de Bonnie. Ela tentou se proteger com magia, mas não adiantou. A faca ultrapassou seu escudo, se enterrando em seu abdômen. Na altura do estômago. O lugar perfeito. Ela morreria sendo queimada viva, pela própria bile e com uma hemorragia interna difícil de conter.

Uma morte lenta e dolorosa. Como merecia.

A garota emudeceu, olhando chocada para o cabo da faca enterrada em sua barriga. Ela desabou com as mãos no abdômen, tentando conter a hemorragia. O sangue escorreu manchando sua camisa de carmim. Ela soluçou, ainda em choque.

Minha magia não havia retornado, mas senti, meus ossos voltando para o lugar e se ligando de forma adequada. Experimentei me levantar, não sentindo a dor.

Me aproximei, vendo Bonnie se encolher um pouco. Agachei ao seu lado, fulminando-a com o olhar. Agarrei seus cabelos, erguendo sua cabeça bruscamente. Encarei seus olhos opacos, descendo a outra mão por sua barriga de forma lenta e segurei o cabo da faca.

- Eu venci - Sibilei - Você terminará e o ritual, mas quanto ao fato de querer você? Mudei de ideia. Não quero viver perto de uma víbora.

O escárnio preenchia sua expressão. Ela cuspiu o sangue em meu rosto. Mesmo definhando, Bonnie ainda conseguia ser ousada e corajosa.

Cheio de fúria, puxei a faca de dentro dela, ouvindo-a soltar um silvo. Sorri, mostrando minha satisfação. Soltei sua cabeça, bruscamente, saindo de perto dela com a faca em minha mão.

Ela soluçou, chorando. Não sei porque, mas aquilo chamou minha atenção. Voltei-me para ela.

A garota continuava do mesmo modo, segurando o ferimento em seu abdômen, mas havia deslizado a mão esquerda pelo chão de terra, deixando-a ao lado de seu rosto. Vi lágrimas correndo por seu rosto e pingando no chão, deixando marcas circulares. Bonnie encarava a própria mão, de um modo triste e carinhoso. E vi algo reluzindo em negro na luz do luar. Era um diamante. Negro.

Uma aliança de casamento.

Ela soluçou de novo.

- Eu sinto muito, Kai - sussurrou, olhando para a própria mão - Eu amo você - E seus olhos se fecharam lentamente - Eu amo você... - repetiu com a voz sumindo.

- NÃO! - gritei.

Parei, espantado e horrorizado com minha própria reação. Minha não. Dele.

Kai conseguiu falar através de mim e aquilo me assustou. Passei a mão pelos cabelos nervosamente. Nunca, nenhum hospedeiro que habitei havia conseguido aquele feito.

Olhei para uma Bonnie lívida e desacordada no chão.

Será que ela está morta?, pensei. Não acreditei naquele pensamento. Eu estava me preocupando com ela?

- O que é isso...? - me perguntei, confuso, virando de costas para Bonnie. Queria me afastar o máximo possível dela, pois vê-la naquele estado me fazia ter vontade de gritar de novo.

Eu não. Kai.

O sentia forçando-se para fora de minhas barreiras, como um prisioneiro que se lança em cima das grades que o prendem. Ele estava lutando para sair. Por ela. Tentei o forçar para o interior de minha mente, tentando encobrir seus gritos e protestos. Eu não deixaria isso acontecer. Lutei muito para ter este corpo, não o perderia assim.

Olhei ao meu redor, vendo os amigos deles, quase sendo totalmente tomados. Faltava pouco.

- Foco, Caleb - sussurrei para mim mesmo - Foco.

E por um momento cogitei a hipótese de destruir o corpo de Bonnie. Ela era a força de Kai e a minha fraqueza, mas eu precisava dela, para concluir o ritual. Teria que aguentar até que acabasse. Kai não assumiria o controle. Ele não era forte o suficiente para isso, era?

Besteira!, pensei com raiva. Nunca fui sublimado por um hospedeiro qualquer. E não vai ser agora.

Respirei fundo, dando um passo na direção de Bonnie.

A primeira vez em que a vi.

Era só mais um dia exatamente igual no Mundo Prisão, mas sentia que não o era. Alguma coisa me atraiu para a antiga Pensão Salvatore. Me senti idiota por agir daquela forma. Mas segui meu instinto. Ele nunca me enganava. E com isto, vi um cara alto e de pele muito clara, com cabelos negros e frios olhos azuis.

E mais alguém estava com ele.

Era pequena, de cabelos escuros e curtos, com uma pele morena que me lembrava caramelo. Eu gostava de caramelo. Seus olhos verdes, quase descobriram o esconderijo de onde a observava. Ela era muito bonita. Fazia tempo que eu não via uma garota de verdade - aliás, nenhum ser humano - mas comecei a achar que nunca tinha visto uma garota tão linda. E aquilo foi estranho.

Arfei, voltando a realidade.

Aquilo era uma lembrança de Kai.

Eu nunca havia visto uma lembrança, sem que fosse por minha vontade.

- Para com isso! - disse para mim, mesmo, dando um murro na minha cabeça, querendo arrancar aquilo nem que fosse à força.

Olhei para o cara diante do espelho. Não parecia ser eu. Estava muito engomadinho para aquela cerimônia idiota. Era só um casamento idiota. Por que eu não podia usar botas e jeans?

Tive que vestir aquela roupa ridícula. Uma camisa e calça sociais. Por que tinha que usar aqueles sapatos, já que eu teria que ficar descalço mesmo?

Me encarei de volta.

O cara de olhos azuis parecia um pouco nervoso e ansioso. E me perguntei se o motivo era porque iria vê-la. Bonnie Bennett. Eu a escolhi, porque de certa forma não conseguia parar de pensar nela. Queria seu perdão, nem que fosse à força. E um casamento forçado não era o modo mais tradicional, mas minha Convenção precisava de mim. E eu precisava do perdão daquela garota que me odiava.

Agarrei meus cabelos, ficando assustado com aquilo. O que ele está tentando fazer...?

Já era manhã e eu ainda não havia dormido. Passei toda a noite em claro, apenas olhando para ela. Eu não acreditava que realmente tinha feito amor com ela. Não cabia em mim tanta felicidade. Me senti uma garotinha apaixonada de treze anos. Isso me fez rir.

Acariciei a bochecha de Bonnie que estava aninhada em meu peito.

'Você me deixou todo quebrado, bruxinha', sussurrei, me inclinando para dar um beijo em sua testa. Ela se remexeu um pouco sobre meu peito, mas não acordou. Desci a mão por suas costas delineando devagar, sentindo sua pele macia de seda... e havia uma marca. Descobri seu corpo, vendo as horríveis marcas roxas em sua pele. Aquilo me deixou estarrecido. Eu a havia machucado. De novo.

Não foi só aquilo.

Uma torrente de lembranças que ele tinha de Bonnie, saltavam diante de meus olhos.

Bonnie dormindo, fazendo sua expressão brava que ele tanto adorava, Bonnie sorrindo, vestida com sua camisa que ficava imensa nela, mas a deixava muito sexy e estonteante, Bonnie o beijando, dizendo que o amava...

Kai ficou repetindo aquela cena sucessivamente em minha cabeça, me torturando.

Eu amo você, Kai Parker... Eu amo você, Kai Parker... Eu amo você, Kai Parker...

- Aah! -berrei, caindo de joelhos no chão - PARA! PARA! PARA!

Agarrei meus próprios cabelos, numa tentativa ridícula de agredi-lo, mas só feria a mim mesmo.

Eu amo você, Kai Parker...

- NÃO! NÃO! NÃO! ESSE CORPO É MEU! ME PERTENCE!

Por Anubis... eu estava muito fraco, ou ele quem era muito forte? Podia sentir Kai em todos os limites da minha mente, tentando sair. Ele tentava tomar o controle.

- ESSE CORPO É MEU!

Ele pressionava com tamanha força a ponto de me causar uma dor de cabeça horrível. Insuportável. Levantei todas as barreiras possíveis, mas ele estava determinado a ultrapassá-las.

- SE CONTINUAR A FAZER ISSO, EU JURO QUE MATO ELA! - berrei.

Mas claro que eu estava blefando. E ele sabia disso, ainda tentando sair.

Senti uma dor horrível em meu corpo, tudo parecia chamas. Tudo ardia.

- NÃO! - gritei, aterrorizado com aquilo.

Ele estava tentando me expulsar.

E sabia, que no momento em que me sublimasse, eu estaria perdido.

SAI DA MERDA DO MEU CORPO!, o ouvi dizer claramente em minha cabeça. E senti uma dor forte em minha caixa torácica. Meu coração batia loucamente.

SAI, AGORA!

- Não.. .- tentei dizer, mas a pontada em meu peito veio mais forte. Caí no chão com um espasmo forte, como se meu coração estivesse sendo desfibrilado.

SAI, DESGRAÇADO!

- Não... - arfei com mais um espasmo.

E o outro espasmo me assaltou. E mais um. E outro. E novamente. Kai estava me torturando, me obrigando a sair.

Eu não vou desistir, vou acabar com você. Nem que para isso, tenha que me matar, ameaçou.

Tive um espasmo muito, muito forte. Esse foi o pior de todos, me fazendo perder o ar. E no último, ele me venceu, me empurrando para fora de sua mente. Me obrigando a sair.

E as sombras voltaram novamente.

♡♡♡♡♡

Nota da Autora:

Olá amorecos!

Esse capítulo ficou tão grande que tive que dividir ele em dois. Então, quem tiver lido a primeira versão é seguir para o capítulo seguinte que o restante vai estar . Nada de pânico kkkk.
Obrigada por todos os comentários e leituras. Vcs são incríveis

Beijinhos xxx. Até mais!

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