Anjos na escuridão

Von AliceAlves598

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A vida de Analu parece perfeita, um namorado que a ama, um trabalho de que gosta, realizando finalmente a met... Mehr

Aos leitores
Prefácio: Mariana Correia
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Von AliceAlves598


Estar com o grupo todo novamente foi pior do que eu imaginei que seria, sem Daniel e Dominic jamais seria a mesma coisa... E mais uma vez, fui tomada pela saudade. Então pude entender um pouco do que Mariana sentira ao perder Dominic, claro que no caso dela era um pouco pior. Ao menos eu sabia que Daniel estava bem, quer dizer, ele estava não é?

Fechei a cara quando Mike passou pela porta com aquele sorriso de mafioso, ele trazia consigo uma garota e três homens, todos incrivelmente bonitos. Era uma das principais características de um demônio.

- Sou Luna, - disse a garota depois do que pareceu uma eternidade de anjos e demônios se encarando- estes são Homero, Peter e Elliot... e o Mike não precisa de apresentação.

- eu não preciso mais eu gostaria,- ele brincou - que seja, estamos aqui... qual é o plano?

- Este é o problema! - Jonas disse abrindo a boca pela primeira vez desde que chegara - nós não temos um plano.

- E é por isso que você está aqui, - completou Felipe - precisamos saber o que você sabe, John está de volta, mas, ao que parece, não se lembra de nada.

- será que ninguém nunca consegue fazer nada sem mim? - Mike disse num tom que podia ser considerado um grito.

- Não é bem assim, - falei.

- Analu? - ele sorriu - não tinha notado que você estava aqui... já faz tanto tempo, e ainda me lembro da dor de cabeça que senti quando acordei.

- fico feliz em saber disso. - então me sentei no sofá e novamente fechei a cara.

- Vamos falar do que realmente interessa? - John falou meio irritado.

- Falem vocês, quando já souberem o que fazer me chamem, eu vou para casa... - disse já me levantando.

- quer que eu te leve? - Megan perguntou, e notei que ela queria ficar para a reunião.

Santa hora para deixar meu carro com Lucy!

- Não, tudo bem, vou dar uma volta... volto mais tarde, - sorri e ela pareceu se convencer.

- Eu vou com você Analu, - Mariana já estava com a bolça no ombro e a chave do carro, e naquele momento comecei a gostar um pouco mais dela.

Saímos do apartamento em silêncio, e quando chegamos ao estacionamento notei a tristeza nos olhos dela. O carro que ela usava era o Corola azul, o carro de Dominic.

- Estou usando até ele voltar... - ela disse meio que me dando uma explicação, mas a voz soara de um jeito tão melancólico que me fez pensar se ela acreditava mesmo que ele iria voltar.

- Ele não vai se importar, tenho certeza. - completei sorrindo, e o sorriso foi tão falso quanto as palavras.

Acabamos por ir a lanchonete mais próxima de onde estávamos, um pequeno e elegante lugar decorado com madeira escura e mesas de mármore. Sequer parecia uma lanchonete.

- Lugar bonito, - comentei.

- é... o dono daqui é muito legal, a família toda ajuda,por isso ele não contrata funcionários. Faz questão que tudo seja perfeito, e acha que só a família é de confiança. - ela sorriu - e de fato é, se houvesse um prêmio para a melhor lanchonete de Londres, o ouro seria deles sem duvidas.

- Legal, - sorri também - confio em você, vou querer o que você pedir.

- Não vai se arrepender disso, - ela disse e se sentou numa cadeira feita da mesma madeira escura do piso e do balcão - bom...

- bom...?

- Dois cheeseburguers? - ela perguntou.

- eu sou uma garota de palavra... -sorri.

Depois que ela fez o pedido, resolveu que tinha que ir ao banheiro, então fiquei sozinha naquela pequena mesa esperando.

Como ia demorar um pouco, resolvi ir até o balcão pedir uma coca cola, que a moça me entregou assim que fiz o pedido. Quando me virei a coca se virou toda na camisa de um garoto, que me olhou assustado. Não necessariamente bravo, e sim assustado, e ele não parou de me encarar com olhos arregalados até que eu dissesse algo.

- Desculpe! -falei - eu... não o vi, desculpe.

- não tem problema, não foi sua culpa - ele sorriu - você estava de costas...

E foi só então que notei o quanto ele era bonito, quer dizer, não era bonito do tipo que chamava a atenção de todas as garotas, mas havia algo nele. Inexplicável. E a beleza dele se resumia a isso, nesse algo. Olhos verdes quase cinza, e um cabelo castanho quase loiro. Era isso, ele era um quase, quase um Daniel.

- Eu estava... - gaguejei - é, eu estava de costas.

- bom... - ele passou a mão na camisa - me deixe pagar outra coca cola para você.

- não! devia ser o contrario, eu pago e te recompenso pela camisa machada. - me virei para o balcão mas ele segurou meu pulso, me impedindo, puxei o braço mas olhei para ele - o que foi?

- Se quer me recompensar, me deixe pagar a coca... eu insisto.

- Mas isso não seria justo, - falei.

- E quem disse que a vida é justa? - ele disse sorrindo.

Assenti, convencida por aquele olhar.

Ele pediu uma coca, e fomos para a mesa juntos, ele me encarava, um sorriso de lado estampado em seu rosto.

- Você está sozinha? - ele perguntou.

- Estou com uma amiga, ela foi no banheiro mas... deve ter se perdido - sorri, só então me dando conta que já fazia bastante tempo desde que ela tinha ido ao banheiro.

Meus olhos varreram a lanchonete, e lá estava ela, numa mesa bem ao fundo, Mariana arqueou as sobrancelhas e sorriu, seu olhar dizia: continue, ele é um gato!

E era mesmo.

- Qual o seu nome? - perguntei.

- Digo se prometer não rir...

- eu prometo!

- Leinad, - ele me olhou na expectativa.

- Leinad?

Fez que sim.

- Estranho, mas...um estranho bom - sorri.

- você prometeu não rir, - Leinad disse.

- Desculpe.

- Tudo bem, - ele sorriu também - e o seu? quase me esqueço de perguntar,parece que já te conheço a anos...

- Analu, - falei sentindo minhas bochechas corarem.

- Bonito o nome...

sorri.

- Analu. - ele repetiu baixinho.

Então Mariana se levantou e foi até a mesa, fiquei meio decepcionada por ter que dizer adeus ali, pela primeira vez em um ano me senti... inteira novamente.

- Essa deve ser a amiga. - ele disse - já estou indo então,

Leinad se levantou e Mariana tomou seu lugar.

- Até qualquer dia então, - falei.

- e que tal... amanhã? - ele disse, e um nervosismo fofo tomou conta de sua voz.

- amanhã? - perguntei meio surpresa, quer dizer, totalmente surpresa.

Você tem uma caneta?

- ahn... tenho. - falei.

Procurei por ela em minha bolsa.

- ok, - ele pegou um guardanapo e colocou em minha frente - se importa?

- o que?

- numero... Analu, - Mariana cochichou.

- Ah! sim... quer dizer, não...

ele me olhou confuso.

- Eu não me importo. - expliquei.

Escrevi o numero no guardanapo e entreguei, ele piscou com um olho só e se foi.

- Alguns minutos sozinha e já fisga um cara desses? - Mariana sorriu maliciosa.



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