Love Me Right

By NatashiaKitamura

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Bailey Wright era uma garota doce e alegre. Aos 12 anos, viveu seu primeiro amor com Maximus King. Achou que... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16 - Parte I
Capítulo 16 - Parte II
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Agradecimentos

Introdução

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By NatashiaKitamura

2013

- Irei perguntar pela última vez. – Nicole, minha melhor amiga, anunciou. – Você vem ou não vem?

Encarei sua mão na cintura e me deixei suspirar alto, como um protesto por ela não ter ouvido todas as respostas que eu lhe dei até então, porque não era a que ela queria ouvir.

Nikki me acordou às 7:30 da manhã para me informar que os times de vôlei do nosso bairro e o bairro vizinham iriam se enfrentar, e que eu tinha de ir com ela para "ver seu irmão mais velho" jogar. Uma hora depois, nós ainda estamos no meu quarto, comigo deitada em minha cama porque recuso a sair daqui antes das dez por ser um sábado. Mas Nikki, como sempre, tem a tendência de pensar primeiro nela, para depois pensar se deve considerar a minha vontade – neste caso, por exemplo, ela pulou a regra número 1 da amiga, que diz que devemos sempre pensar na outra quando ela está passando por alguma dificuldade – por isso, ela não estava nem aí com a possibilidade de eu encontrar o meu ex-namorado.

Admito que também estou sendo levada pelo meu próprio interesse, mas tenho certeza que qualquer um que ouvisse minha história e tudo o que eu passei logo na primeira semana de férias, compreenderia minha vontade de sumir do mundo e nunca mais vez a luz do sol.

- Eu não acredito que você ainda está bolada com o Max. – ela mudou o peso de perna e encostou no batente do meu banheiro. – Já fazem quatro dias, Bailey.

- Desculpe se eu não esperava vê-lo pegando outras garotas na festa de início das férias. Se eu soubesse que ele estava engolindo uma garota por dia, jamais teria me deixado apaixonar por ele! – falei alto, sentindo o âmago de meu estômago sentir um mal estar e a vontade de chorar retornar com força. Naomi, minha irmã mais velha, disse que enquanto o choro vir, é porque eu não estou totalmente curada. Foi o que aconteceu quando Vaugh, seu ex, terminou com ela porque decidiu aceitar que era gay. Não é legal você descobrir que seu namoro de meros seis anos foi uma verdadeira desculpa que seu ex arranjou para não sofrer o preconceito que ele achava que sofreria. Para ser sincera, o único preconceito que ele está sofrendo é por ser um filho da puta que mentiu para minha irmã mais velha, fazendo com que ela começasse a se tratar com algumas seções de terapia até conhecer seu atual namorado, Jace. Ele foi uma verdadeira cura para ela. A fez esquecer qualquer dor da lembrança de ter sido jogada de lado quando os pais de Vaugh disseram que continuariam a amá-lo, menos ele sendo gay. De qualquer maneira, Naomi disse que o choro é a tradução da dor que sentimos, e que quando não tivermos mais lágrimas para derramar, significa que nossa mente já aceitou o fato de que o que aconteceu, aconteceu.

Mas ninguém se recupera de ver o cara por quem foi apaixonada por dois anos traindo-a com praticamente todas as garotas do seu colégio.

- Humilhação. – murmurei, coberta até à cabeça pelo edredom. – Você tem noção da humilhação que eu sinto quando encontro com todas aquelas pessoas? Elas passaram todo esse tempo me vendo sorrir feito uma idiota para ele, achando que ele me amava da mesma maneira que eu o amava!

- Bay. Amiga. Veja só, estou em missão de paz agora. – Nikki, com seus cabelos louros e desgrenhados, como costumava gostar de deixa-los, sentou-se na beirada de minha cama e pousou sua mão por cima do edredom, na altura de meu quadril. – Você sabe que eu sou a única pessoa do mundo que não sabe consolar outra pessoa que não seja eu mesma, mas tentarei agora e não se esqueça nunca dessa proeza. Infelizmente, você não encontrou uma amiga mais sensível, mas o que eu quero dizer, é que você não vai encontrar o amor da sua vida com 14 anos. Nós temos 14 anos. Max tem 15. Ele é o melhor jogador de vôlei do bairro vizinho. Ele tira notas altas e tem o corte de cabelo mais legal da cidade. Você acha mesmo que ele tinha inclinação para ser fiel? Estava escrito mulherengo na testa dele!

- Vai se ferrar, Nicole! – gritei, o som abafado pelo edredom. – Eu não preciso desses comentários doentios!

- Doentio? – Nikki se moveu, ofendida. – Amiga, não sou eu quem está na fossa em pleno sábado de férias.

- Me deixe em paz. – pedi, ficando exausta de ter de encará-la e ouvir suas baboseiras. Ela esperava o quê? Que eu aceitasse bem ser traída? Não é porque ela consegue se desapegar de seus rolos que eu também consigo. – Se você não quer entender um pouco da minha dor, então não fale coisas achando que me fará melhor.

Ouvi seu suspiro, exausto por tentar me fazer obedecê-la, como sempre foi. Nikki, na verdade, nunca gostou dessa minha personalidade. Não sabemos exatamente a razão de sermos melhores amigas; nossas mães dizem que é porque sabemos que precisamos da outra para nos mantermos em equilíbrio. Eu preciso da ousadia de Nikki para ir pra frente, e ela precisa de mim para segurar suas rédeas. No fim, tudo parece mais por conveniência, mas sinto um amor muito grande por ela, que mesmo sendo ruim com palavras ou expressões, esteve ao meu lado, nem que fosse somente para eu saber sobre sua presença.

- Se você está tão mal, por que não vai morar com seus pais? – ela disse, minutos depois. Pela primeira vez no dia, parei para pensar no que ela havia dito.

Meus pais trabalham no ramo de imobiliária e iniciaram o trabalho em Miami. Logo, começaram a expandir o negócio para outros estados, até chegarem em Utah. Eu tinha 6 anos quando eles acharam a cidade propícia para se criar crianças; Naomi, minha irmã mais velha, estava com 14 anos e na fase rebelde que não queria seguir os pais por causa do trabalho, mas sim sair com seus amigos e esquecer que tinha uma família. Quando ela completou 19 anos, meus pais sabiam que tinham de dar um voto de confiança nela, para ver se seu jeito rebelde aquietava. Eu já estava maior, com 12, e conseguia distinguir o certo do errado, além de fazer o caminho de ida e volta do colégio. Assim, meus pais voltaram para Miami enquanto eu e Naomi ficamos aqui em Utah.

Devido à minha pouca idade, meus pais sempre foram mais conscientes sobre a preocupação de uma criança de 12 anos estar morando longe deles; como não havia acontecido nada de errado nos três primeiros meses, decidiram manter o combinado com Naomi, nos fazendo visitas surpresas de tempo em tempo para saber se o que falávamos pelo telefone era certo. Contudo, todas as vezes que eles entravam em contato comigo, perguntavam se eu não tinha vontade de ir morar com eles, já que Naomi, com seu novo negócio de bebidas naturais emagrecedoras – que ela chama de detox – não sairia de jeito nenhum de Utah.

É claro que eu sempre neguei. Nikki estava aqui e Max também. Eu não tinha motivos para sair. Agora, as coisas são diferentes. Max se mostrou um verdadeiro babaca e Nikki me deu a ideia de tentar recomeçar – ou me transformar, na linguagem dela – e viver uma nova vida.

- Eu não sei... – mordo minha unha, nervosa. – Faltam três anos para a formatura.

- E você irá querer vê-lo acompanhar outra garota? Honestamente, Bay, você é mesmo uma garota de sangue frio!

Estremeci ao imaginar Max todo lindo, acompanhando outra garota, como Regina Kirch, que sempre deu em cima dele. Engulo seco, pensando melhor na possibilidade de ir viver em Miami.

- Amiga, você sabe que precisa disso. Miami é maravilhosa! Nós fomos para lá no último verão, lembra? – ela sorriu, animada. – E eu posso te visitar sempre! Nós podemos tomar banho de sol naquelas praias com turistas lindos e você pode treinar mais o seu jogo de cintura. Logo mais faremos 16 e você vai ganhar o seu carro. Poderemos ir a Fort Lauderdale só para fazer inveja a Sharon Willis.

Sharon e nós nunca nos demos bem. Apesar de nossos pais serem amigos de infância e temos vivido uma boa parte de nossa vida juntas, nossas opiniões sempre foram diferentes, principalmente as de Sharon e Nicole. Temos aquela relação de rivalidade que toda adolescente tem, só que mais forte, porque Sharon e Nicole sabem como somos ricas e não fazem rogado quanto a usar o dinheiro – ou as pessoas – para acabar com a outra. Eu, por outro lado, odeio ficar perto das duas quando elas começam essas brigas. Acho que estamos grandes suficiente para pelo menos nos aturarmos – menos nas festas da Kimmy, que costumam ser muito legais porque ela convida sempre alguns garotos da faculdade.

- Como você irá sobreviver sem mim? – pergunto, vendo-a morder o lábio.

- É esse tipo de comentário que eu quero que você faça, amiga, mas não para mim, sua vaca! – ela se levantou. – Agora vamos, vamos ver os meninos jogarem.

A quadra do nosso bairro foi reformada há oito meses, quando os pais decidiram se unir para fazer a vontade do time de vôlei que participava de bastante competições com o bairro vizinho. Max faz parte do bairro vizinho. O conheci há 2 anos, quando iniciamos o nosso "namoro". Sinceramente, ele estava lindo. Seu cabelo curto, os olhos claros percorriam seu redor com agilidade e os saltos dos cortes que davam, mostrando um braço mais forte do que os outros garotos fazia eu e todas as meninas suspirarem.

Por sermos de bairros diferentes, acabamos estudando em escolas diferente também. Mesmo assim, foi um prazer quando o vi parado com seu uniforme no portão da minha escola, chamando a atenção de todas as garotas e então as fazendo estremecer quando abria seu sorriso em minha direção, informando que estava ali para mim.

Max sempre foi um cavalheiro, disse a minha mãe. Ele saía com seus amigos, mas também passava um bom tempo comigo. Os finais de semana, inclusive, em sua maioria eram passado ao meu lado, caso contrário, perguntava se eu não queria assistir a algum treino de vôlei ou ir a uma festa de sua turma. Ele se dava bem com todo mundo. Gostava de conversar e sorrir. Numa conversa com ele, você se sentia confortável e importante, pois independente do assunto que falasse, ele mostrava o maior interesse, como se você fosse a pessoa mais inteligente do mundo.

Ele fazia qualquer um se sentir especial da maneira que a pessoa era, e isso era o que eu mais gostava nele.

Só que na última festa de Kimmy, as pessoas me olhavam com o riso nos lábios. Quando cheguei na cozinha, prestes a pegar uma bebida para mim e Max, que eu deveria encontrar em algum lugar, o vi prensando Viola Merrin, um ano mais velha que eu, na parede, sua língua bem dentro de sua boca.

Ao invés de espanca-lo e armar um escândalo, esperei que ele olhasse para mim assustado para então ir embora, fugir para longe dele e da imagem nojenta com Viola. Max não me procurou – receber duas tentativas de telefonema não é uma busca, não é? – e na segunda-feira seguinte, todos olhavam para mim como a garota que havia sido traída. Foi então que as verdades surgiram à tona; Max havia ficado não só com Viola, mas praticamente todo primeiro ano do colegial, assim como algumas do segundo, mais velhas que ele, e duas do terceiro. Me perguntei se ele ficou com alguma da minha sala ou mais abaixo, mas achei melhor não saber. Se soubesse, era capaz de querer morrer.

- Amiga, vire de frente para mim agora. – Nicole disse, segurando em meu braço.

- Por quê? – perguntei, com medo de ver Max com uma nova garota ao seu lado.

- Ele está vindo em nossa direção, mas não se preocupe, não deixarei ele chegar perto de você. – ela ergueu seu queixo e, por um segundo, admirei a minha melhor amiga se colocando à minha frente para me proteger. Eu queria ter a mesma atitude dela, de enfrentar quem derrubou para mostrar-se superior. Não queria mais ser a garota boba que foi facilmente traída pelo namorado. Queria fazer como Nicole, que deu um belo chute nas bolas de seu ex-namorado quando soube que ele havia transado com Sharon Willis.

Olhei para Max, atrás de mim, e seu olhar preocupado em minha direção. Ele estava sendo intimidado pelo olhar de Nicole, mas eu queria que o meu fosse pior. Eu queria fazê-lo ver que eu não estou tão devastada quanto pareço. Vi seus lábios pressionarem-se um contra o outro. Deu alguns passos para frente, na tentativa de vir falar comigo, mas então desistiu, virando de costas e me mandando um último olhar.

Como se olhares fossem pedidos de desculpa. Rá!

Abri um pequeno sorriso, me sentindo melhor por tê-lo afastado de mim. Olhei para Nikki, que falava o quão babaca ele era e então me lembrei de algumas garotas que tiraram sarro de nós duas quando estávamos em Miami da última vez. Eu poderia aprender com as garotas da Flórida. Irei saber fazer mais do que enviar um simples olhar intimidante. Agirei melhor. Farei coisas que Sharon e Nicole fazem uma contra a outra, mas com Maximus.

Esse rei irá cair. E serei eu quem irá derrubá-lo. Custe o quecustar.    

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Nota da autora: Nova história! (Essa nova de verdade, hahaha!)

Estou ansiosa para o desenvolvimento dessa! Faz tempo que não escrevo história com personagens mais jovens! Deem uma olhada no meu elenco! É a primeira vez que coloco um aqui no Wattpad, então espero que vocês curtam! Sempre que entrar algum personagem novo que tenha alguém no dreamcast, irei avisar vocês aqui!

Essa história será atualizada toda terça-feira (no lugar de Às Escuras, snif!), então vamo que vamo!

Se curtiu essa introdução, não deixe de clicar na estrelinha e me dizer o que estão achando (e o que esperam!). Adoro ler a opinião e os surtos de vocês, hahahaha! Melhores leitoras! <3

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