— Só estou conhecendo a casa. — Menti descaradamente. Ele me prensou com força na parede, claramente irritado. Eu estava ficando sem ar.
— O que eu vou fazer com você em Mia? Huh? — Ele deu uma mordida de leve no meu maxilar.
— Me deixar ir embora? — Sugeri. Ele me prensou com mais força na parede me fazendo gemer de dor.
— Não banque a engraçadinha. Minha paciência com você se esgotou. — Sua voz era assustadora.
— Tudo bem. Eu vou voltar para o quarto e só vou sair de lá quando você falar que eu posso. — Falei derrotada. O que posso fazer?
— E não minta mais pra mim. Eu já te conheço muito, muito bem.
— Você está invadindo meu espaço pessoal Senhor Prescott. Falei, sentindo seu joelho pressionar minha intimidade.
— Eu sei. — Ele sussurrou, mudando totalmente seu humor.
—Então? — Perguntei, mas ele continuou me pressionando ali, naquele local, onde eu sentia um pequeno incomodo e um nó se formando bem abaixo do meu umbigo. Isso, além do calor insuportável que eu sinto sempre que estamos assim, colados um no outro. Uma de suas mãos escorregou pela minha cintura, parando na barra da camiseta, onde ele acariciou minha perna nua. Meu corpo inteiro se arrepiou e ele percebeu, pois vi seu pequeno sorriso de canto. Devagar, seus dedos foram passeando pela minha coxa até chegar na minha virilha. Um simples toque fez meu corpo inteiro estremecer.
— Por favor, não tire isso de mim também. — Supliquei a ele. Ele me olhou fundo nos olhos, mas não me soltou, me pegou no colo me fazendo entrelaçar minhas pernas na sua cintura e correu comigo, em um segundo já estamos no quarto, mas diferente das outras vezes, ele não me deixou na cama, ele continuou comigo colada em seu corpo.
— Você está quente. — Ele falou.
— Quente? Estou quase em combustão! — Eu falei sem perceber e ele riu. Droga, senti meu rosto queimar de vergonha, tentei sair do colo dele e ele não deixou.
— Porque nunca se entregou para alguém antes?
— Eu só não penso muito nisso. E não achei alguém com quem eu quisesse, bom, você sabe. — Falei tímida.
Aaron olhou para trás e pude ver a empregada deixando a bandeja com o café da manhã em cima da cômoda que tinha ali. Ela saiu apressadamente e eu fiquei totalmente sem graça, enterrando meu rosto no pescoço do Aaron enquanto isso. Senti seu cheiro, seus músculos, sua pele. Ele era tentador demais. Será que isso faz parte do que ele é? Ou é só ele mesmo?
— Pode me colocar no chão agora. — Falei. Ele se mexeu e eu senti algo duro provocar minha intimidade, Céus, eu nunca senti isso. E é tão, tão bom. Porque o proibido é tão tentador? Não posso, não posso, não posso. Ele me deitou na cama rapidamente e continuou a me pressionar ali, involuntariamente um gemido escapou por meus lábios.
— É bom não é?
Ele sussurrou, fazendo movimentos de vai e vem, com seu membro na minha intimidade, a única coisa os separando era os finos tecidos da minha calcinha e sua calça.
— É excitante... — Ele continuou sussurrando.
Eu fechei meus olhos para poder assimilar melhor as sensações do meu corpo.
— Eu posso te levar ao céu amor... Deixa eu te mostrar.
Suas palavras ecoavam em meus ouvidos, mas eu não conseguia me mover, eu queria apenas senti-lo. Ele começou a me beijar, um beijo voraz, totalmente enlouquecedor, seus beijos foram descendo para meu maxilar, meu pescoço, enquanto apertava fortemente minha cintura com uma mão e seu outro braço sustentava seu peso, seus movimentos com o quadril não cessaram, eu não conseguia abrir meus olhos e sair daquele transe, estava tão bom que eu nem sei se queria sair. Eu queria esquecer que ele é um monstro. Queria muito que ele não fosse um. De repente, um forte ardor começou no meu pescoço. NÃO ACREDITO QUE ELE FEZ ISSO DE NOVO. Quando eu ia me debater, sua mão pousou firme e forte sobre minha intimidade e então eu não tive mais controle de nada. Sentia ele me sugando, mas a sensação de sua mão me apertando, fazendo movimentos firmes por cima do tecido fino na minha calcinha ganhava de longe, eu só me concentrava naquilo. Ele gemeu enquanto me sugava e eu estava enlouquecida com tudo, muito excitada. Tirou seus dentes e seus lábios do meu pescoço e sussurrou:
— Você está tão molhada Mia. — Passou sua língua no meu pescoço, me provocando ainda mais. — Deliciosa.
Então finalmente eu consegui abrir meus olhos e enxergar o que realmente estava acontecendo. Como ele não esperava por isso, eu sai dos seus braços com facilidade.
— Para, para, para! Isso é loucura! — Gritei exasperada, tentando me recompor depois de tudo isso.
— Loucura amor? Loucura é parar agora que está ficando bom.
Ele se aproximou e eu recuei.
— Eu disse não! — Falei firme, apontando o dedo pra ele que não se intimidou. — Aaron, eu disse NÃO! — Comecei a recuar. — Aaron se não parar agora eu não respondo por mim. — Ele riu e era como se eu não tivesse falado nada, não sei se era a adrenalina, o que foi que deu em mim, mas eu virei um tapa estralado no rosto do Aaron. Assim que percebi o que eu fiz, eu comecei a rezar em pensamento, pois chegou minha hora de dar Adeus a esse mundo. Ele me olhou furioso, rosnando pra mim, sua respiração totalmente descompassada. Que bosta! Ele deu um grito, com uma voz monstruosa que fez tremer de medo, eu tentei correr, mas ele agarrou meu pescoço e me levantou no ar, andando rápido até que eu senti a parede atrás de mim, gemi de dor e eu já estava ficando sem ar. O rosto dele estava transformado, olhos vermelhos sangue e a voz, nossa, a voz muito assustadora.
— Aaron. — Sussurrei, engasgando a cada letra. — Estou sem ar!
— SUA MALDITA! EU VOU MATAR VOCÊ!— Ele me jogou no chão e eu fui arrastando até bater na parede.
— O que está acontecendo aqui?! — Liam gritou entrando no quarto.
— Liam... — Sussurrei, nem sentindo meu corpo, era só dor, só dor.
— Aaron! O que você tá fazendo, tá louco? — Ouvi ele falando.
— Não se mete Liam! Eu vou ensinar essa pirralha a não me bater mais.
— Ela bateu em você? Está louca Mia? — Ele falou enquanto eu me sentava no chão. Eu não conseguia formular nada para responder.
— Aaron, se acalma cara, você vai fazer bosta. — Ele falou olhando para o Aaron. — Não acredito que você bateu nele. — Ele falou com um tom repreendedor, olhei para seu rosto e ele segurava o riso.
— Tá achando engraçado seu bastardo?! — A voz do Aaron já estava normal, mas seus olhos ainda estavam transformados.
— Não. Não. — Acho que percebi sarcasmo em sua voz? Estou ficando louca. Aaron saiu batendo a porta e me deixou com Liam, que se abaixou e me pegou no colo, me colocando deitada na cama.
— Eu vou cuidar de você agora tudo bem? — Eu assenti. — Que tal comer um pouco? Você deve estar se sentindo muito fraca.
— Não quero. — Sussurrei. Eu o vi se levantar em uma velocidade incrível e voltar com a bandeja, deixando ela no criado mudo ao lado da cama.
— Não acredito que você também é um, um. — Falei chateada, mas não consegui terminar a frase.
— Um o que Mia? Diga.
— Um monstro. — Falei, pois é isso que são não é? Não é?
— É, eu também sou. — Ele falou com um tom de divertimento.
— E o que vai acontecer agora?
— Você vai tomar um suco de laranja fresquinho. — Ele disse me entregando o copo com suco.
— Quê? Não. É... — Ele me cortou.
— Olha, eu não vou te fazer mal. Nem fazer mal a Crystal. Nós passamos a noite inteira acordados e agora ela está descansando. Você dorme um pouco também, eu te prometo que não deixo o Aaron fazer nada contra você.
— Ele quase me matou.
— Por mais que meu irmão mereça você não deveria enfrenta-lo assim.
— E fazer o que? Tudo que ele quiser? Não.
— Crystal fez, e ela está feliz, está bem, pergunte a ela...
— Ela é fã de The Vampire Diaries, sempre quis isso. — Falei revirando os olhos.
— E você não? — Ele falou rindo.
— Olha, eu até assisto a série, mas.. Isso não tem nada a ver, aquilo não é real, é algo com o que ele é, o que vocês são, o que vocês fazem. Eu sei que tudo não é o mar de rosas que você fez com ela hoje a noite. Eu sou a prova viva disso, olha por o que passei agora? E fora também o jeito do Aaron, ele é um estúpido, prepotente e idiota.
— Ele é muito controlador, dominador e obsessivo.
— Isso tudo também. Eu o odeio Liam. Eu quero que me faça esquecer tudo que houve, até de tê-los encontrado na boate. Ele disse que podem fazer isso. Eu não quero me lembrar de vocês assim, eu só quero lembrar de odiá-lo e nunca mais dar-lhe a oportunidade de se aproximar, igual fiz vindo até aqui, por um pedido seu!! Eu só quero chegar a empresa segunda-feira vendo vocês da mesma forma que via quando sai da mesma na sexta-feira. Pode fazer isso?
— Posso. Apenas tome seu suco por agora, quando a Crystal acordar, eu prometo que vamos embora e vamos deixar vocês em paz.
— Obrigada Liam.
Ele se levantou e saiu. Eu entrei debaixo do edredom macio e resolvi dormir um pouco. Mas está um pouco difícil de continuar na cama dele, com a camisa dele. Tudo tem seu cheiro, até minha pele...
Aaron Prescott
Maldita menina da língua afiada. Me fez perder o controle. Não sei quando foi a última vez que eu perdi o controle da minha raiva dessa forma. Eu a odeio, eu quero mata-la para nunca mais ver aquele rostinho de anjo e seu cheiro provocador. Ainda sinto seu gosto em minha boca, é tão bom. É isso, eu vou mata-la e depois de um tempo eu esqueço. Caminhei decidido até o quarto, em silêncio absoluto. Eu sabia que Liam estava no quarto com a Crystal, mas também sabia que ele estava atento a qualquer ruído fora do comum. Tivemos uma conversa e eu prometi que a deixaria em paz. Mas eu nunca fui muito confiável mesmo, que se foda.
Adentrei o quarto e ela estava virada para o outro lado, aparentemente dormindo. Que bom, vai ser mais rápido. Fui até o lado onde ela estava virada e o que eu vi me paralisou. Ela estava agarrada ao meu travesseiro, sua expressão era de dor e seu rosto estava molhado. Ela deve ter chorado até dormir... Porque diabos isso me incomodou tanto? Ela se mexeu na cama, mas eu não me movi, ela abriu os olhos lentamente.
— Veio acabar o que começou? — Ela sussurrou. Respirei fundo para respondê-la.
— Não.
— Eu quero ir pra casa.
— Eu posso te levar.
— Eu não quero ir com você. Eu quero ir com o Liam e com a Crystal.
— Eu não vou fazer isso de novo, Mia. — Falei seu nome derrotado. Porque estou me sentindo mal? Que porra é essa?
— Eu não acredito em você. — Ela estava tão frágil.
— Mia, se eu quisesse fazer algo a você teria feito, Liam não conseguiria me impedir. Me desculpa. — Falei me sentando na beirada da cama e passando a mão em seu cabelo. Senti ela ficar tensa com meu toque, mas não recuei, ela tem que acreditar que não vou fazer nada a ela. Já percebi que não consigo. Não mais.
— Vamos? Quer tomar um banho? — Ela se sentou ficando perto de mim, seus olhos marejados.
— Eu nunca vou conseguir te perdoar Aaron. Você me confunde o tempo todo. Você me deixa tão fora de mim que eu quase... — Ela perdeu as palavras.
— Quase se entregou a mim. — Ela ficou quieta, apenas assentiu com a cabeça. — Eu te mostrei o quanto eu posso ser gentil e carinhoso com você, e você só vai levar em consideração a minha pequena perda de controle?
— Pequena perda de controle? — Ela bufou. — Você quase me matou! E não é só isso. Você de alguma forma me manipula e...
— Você provocou Mia!
— É por isso que não posso ficar perto de você. Eu nunca aceitaria quem você é. E correr risco de morrer a cada briga, estou fora..
— Frustante! Você é uma pirralha frustrante! Qualquer uma aceitaria, porque você não?!
— Porque eu não sou qualquer uma! E quem bom que tem várias que aceitariam, assim você tem mais opção e me deixa em paz!
—Não! Não! Não! Porra Mia! — Levantei da cama — Seu gosto é diferente dos outros, eu quero o seu, não quero os outros.
— Mas eu não quero isso pra mim Aaron. Por favor me deixa ir embora.
Andei de um lado para o outro. Quer saber, que se foda!
— Que seja! Viva a sua vida de merda então. — Sai batendo a porta e indo para qualquer lugar que fosse bem longe dela...