O amor é... Cego?

By SinonDy

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Lynsay Sands Inglaterra, 1720 Amor Perigoso! Edward Cullen, o conde de Masen, sabia que a bela e estabanada l... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 - Epílogo

Capítulo 7

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By SinonDy

Residência dos Swan...

.

Bella sonhava com Edward. Eles estavam em um pequeno barco, que deslizava por um lago plácido, e Edward recitava poemas para ela. Ao contrário do poema lido por Newton, esse era lindo, falava de paixões infindas e de amor eterno. Parando de recitar de repente, ele a fitou e estranhamente começou a chamá-la:

- Bella? Cadê você? Ai! Droga! Bella?

O chamado parecia tão verdadeiro que ela acordou sobressaltada. Piscando os olhos, franziu a testa ao dar-se conta de que continuava ouvindo a voz de Edward, apesar de não estar mais sonhando.

- Bella? Diga alguma coisa. Não enxergo nada nessa escuridão...

- Edward? - murmurou ela, sonolenta.

- Bella? - A voz dele não passava de um sussurro, vindo de algum ponto próximo ao pé de sua cama.

Já desperta, embora ainda confusa, Bella sacudiu a cabeça. Só poderia ser sonho. Como era possível Edward estar em seu quarto àquela hora da noite?

- Ai.

Deus do céu, não é que ele estava mesmo! Bella rapidamente sentou-se na cama.

- Edward?

- Sim, sou eu, mas não enxergo nada. Continue falando para que eu siga sua voz. Ai! Que droga, por que tanto móvel no meio do quarto?

A cama sacudiu um pouco quando Edward se chocou contra ela e Bella, forçando os olhos na escuridão, sussurrou incrédula:

- O que você está fazendo aqui?

- Preciso falar com você, mas como não conseguimos nos encontrar da maneira convencional, eu... O que é isso?

- Meu pé - disse mexendo os dedos. Em seguida, estendeu os braços para tentar alcançá-lo. Se não era fácil só ver borrões, a escuridão total era muito pior. Finalmente pareceu tocar no peito dele. Então Edward tocou na mão dela e ela pôde puxá-lo em direção à cabeceira da cama.

- Está tão escuro aqui. Onde está a vela?

Bella não conseguiu segurar a risada, cobrindo a boca com a mão.

- Mas se é noite!

- Eu sei, é que...

- Se acendermos a vela poderá chamar a atenção de algum criado. Sente-se aqui e me diga o que há de tão importante que o tenha feito invadir o meu quarto.

Bella ajeitou-se, deixando espaço a seu lado para que ele pudesse se sentar.

Edward deu um suspiro e, ao sentar-se, a cama balançou um pouco com seu peso. Limpando a garganta, ele comentou:

- Sei que não é nada apropriado estar aqui.

- Quase tudo o que fazemos parece não ser - Bella ressaltou, em tom divertido.

- Parece-me que não - Edward concordou, sorrindo, mas sua voz tornou-se novamente séria. - Queria saber mais sobre o recado que você disse que eu lhe mandei.

- Sim, claro. Desculpe por não termos conversado. O que havia de importante nele?

- Não fui eu que enviei o bilhete.

- Não? - Bella ficou lívida. - Mas estava assinado E.C.

- Mas não fui eu que mandei - Edward repetiu com firmeza. - E quero que você tenha em mente para o futuro que nunca assino E.C.

Bella refletiu por um momento. Não sabia o que pensar, nem o que dizer.

- Quem o teria enviado então? E por quê?

- É isso o que me preocupa, Bella - o tom de voz era de apreensão. - Fico pensando se o acidente de hoje foi mesmo um acidente. Aliás, todos os seus outros acidentes também me intrigam. Diga-me como foi a queda da escada.

Bella ergueu as sobrancelhas.

- Acho que já lhe disse que o combinado é que sempre tenha uma criada para me acompanhar, mas naquela manhã eu estava muito impaciente. Às vezes me aborrece essa história de precisar ter alguém me acompanhando, então resolvi descer sozinha. Não tive problema algum para deixar o quarto e caminhar pelo corredor. Quando cheguei à escada, porém, tropecei em alguma coisa e rolei escada abaixo.

- Mas em que você tropeçou?

- Não sei dizer. Torci o tornozelo e perdi o equilíbrio. Anne e Harry fizeram um estardalhaço. Não me ocorreu na hora pedir a eles que verificassem em que eu havia tropeçado.

- E ninguém mencionou se havia alguma coisa na escada?

Bella sacudiu a cabeça em negativa.

- E como foi que você quase foi atropelada por uma carruagem?

- Ah - Bella soltou um suspiro à lembrança -, eu estava entediada e ouvi a cozinheira dizer que ia ao mercado. Resolvi ir com ela para comprar umas frutas. Ela me pegou pelo braço e paramos em uma barraca de verduras na extremidade do mercado. Ela me largou por um minuto somente, não mais do que isso. No mesmo instante, alguém trombou comigo. Como foi inesperado, meu pé dobrou no cascalho e caí para frente de joelhos. Percebendo uma grande comoção, levantei a cabeça e vi um borrão enorme vindo em minha direção. Era uma carruagem, mas o condutor conseguiu parar a uns passos de mim, aparentemente com os cavalos empinando. Acho que tenho tido sorte.

- Quem trombou em você? - Edward quis saber.

- Não sei. A cozinheira veio correndo me perguntar se eu estava bem, se pôs a gritar com o condutor porque ele estava gritando comigo e, em seguida, me trouxe para casa para que Anne me ajudasse a trocar de roupa.

Edward permaneceu calado por um momento, depois perguntou:

- Bella, você realmente viu o bilhete que supostamente lhe mandei?

Bella podia sentir a respiração dele em seu ouvido e estremeceu. Engolindo em seco, respondeu:

- Claro que vi. O menino insistiu em entregá-lo para mim. Anne até teve de me tirar do baile para recebê-lo.

- Você leu o bilhete?

- Não; tentei, mas não consegui. Anne leu para mim.

Edward pensou um pouquinho e perguntou:

- Você guardou o suposto bilhete?

- Suposto? Você fica repetindo isso, Edward, mas eu vi o bilhete.

- Sim, você viu, mas não leu.

- Por Deus, o que você está imaginando?

- Não sei - Edward confessou, suspirando. - Harry e Anne estavam por perto e foram os primeiros a se aproximar de você quando caiu e a cozinheira estava com você no mercado. Mas ninguém se preocupou de verificar por que você tropeçou ou quem a empurrou na rua.

- Alguém trombou comigo. Não fui empurrada - contestou Bella. - E, em ambas as vezes, as pessoas estavam ocupadas demais comigo para se preocupar com essas coisas. Eu tampouco me preocupei. E, céus, sei que a criadagem me odeia por todos os acidentes que já causei, mas daí a pensar que todo o pessoal que trabalha com meu pai me queira ver morta?

- Não, claro que não - Edward concluiu mais que depressa. - Dá para você acender a vela e achar o bilhete?

Bella hesitou e não conteve o riso:

- Como se a luz pudesse me ajudar!

Balançando a cabeça, ela saiu da cama e, com os braços estendidos, se dirigiu com cuidado até a penteadeira. Ainda assim, bateu com o pé em uma das pernas da peça. Dando um passo para trás, praguejou e abaixou as mãos para localizar o tampo. Tinha uma vaga lembrança de Anne ter colocado o bilhete ali quando entraram no quarto.

- Deve estar por aqui - Bella percorreu as mãos pelo tampo e esbarrou nele. Pegou então o pequeno pedaço de papel e virou-se para voltar para a cama quando, repentinamente, a luz iluminou o quarto.

Bella congelou a meio caminho da cama, piscando muito por causa da luz repentina.

Edward tinha encontrado a vela ao lado da cama e a acendera. Bella entregou-lhe o bilhete e aguardou que ele o lesse.

- E então? - perguntou, depois de algum tempo.

- Está escrito o que você disse, mas a letra não é minha.

- Quem mandou então? - ela perguntou com ar apreensivo. - As únicas pessoas que sabem a nosso respeito são seu primo e minha criada e... Newton.

- Newton sabe? Você tem certeza?

- Tenho. Ele e Irina estavam passeando no jardim da casa dos Clearwater na noite de nosso piquenique, e eles viram quando nos beijamos à porta do salão - Bella explicou e acrescentou: - Assim, Irina também sabe.

- Desconfiava que ele soubesse - Edward murmurou, depois levantou a cabeça e Bella sentiu o olhar dele.

De repente, ela teve plena consciência de estar ali usando somente uma camisola. Podia perceber agora o olhar de Edward percorrendo seu corpo e teve um estremecimento. Instintivamente, cruzou os braços sobre o peito.

Fez-se um longo silêncio entre eles. Então Edward anunciou com voz enrouquecida:

- Bella, estou louco para beijá-la.

Ela prendeu a respiração, sentindo de imediato a excitação tomar conta de seu corpo, esmorecendo no minuto seguinte quando ele vacilou:

- Não, é melhor não beijá-la.

- Não vai me beijar? - Bella perguntou tomada de desapontamento.

- Seria inapropriado.

- Mas eu gostaria que você me beijasse - Bella admitiu com franqueza.

- Oh, por favor, não diga isso - Edward quase gemeu. - Estou tentando ser cavalheiro.

- E cavalheiros não beijam damas? - ela perguntou com um pequeno sorriso, lembrando-o depois: - Você me beijou no baile dos Clearwater.

- Beijei, mas a situação era muito diferente.

- Diferente, por quê?

- Você não estava semidespida e em seu quarto.

- Posso me vestir.

Uma leve risada escapou dos lábios de Edward e ele se abaixou para beijá-la. Bella não disse uma palavra, seu coração parou de bater por um momento, entregando-se por completo ao beijo. Agora podia constatar que o calor e excitação que tomara conta dela na noite do baile dos Clearwater nada tinham a ver com o vinho.

O corpo de Bella parecia saber exatamente o que fazer e se moldou perfeitamente ao de Edward. Suas mãos envolveram o pescoço dele para ficarem ainda mais juntos e então ele introduziu a língua em sua boca, como havia feito no primeiro beijo. Desta vez não ficara nem um pouco surpresa, nem sentira o corpo enrijecer-se. Pelo contrário, sentiu os joelhos enfraquecerem e escorregaria até o chão se não tivesse os braços de Edward envolvendo-a bem firme.

Bella suspirou e deixou-se beijar, gemendo de prazer às carícias eróticas de Edward. Em dado momento, ela soltou uma pequena exclamação de surpresa. Ele a afastou e sentou-se na beirada da cama.

- Está errado - sussurrou, beijando-a no rosto e escorregando os lábios até o ouvido dela. - Não devíamos estar fazendo isso.

- É, de fato não devíamos - Bella concordou, afagando os ombros e o peito de Edward, ao mesmo tempo em que jogava a cabeça para trás, permitindo que ele lhe beijasse o pescoço.

- Não estou tendo o devido respeito para com você - ele sussurrou no ouvido de Bella, que sentiu um arrepio da cabeça aos pés. Podia ser desrespeitoso, mas estava muito bom. - Peça-me para parar - Edward murmurou, descendo os lábios pelo pescoço lânguido.

Bella abriu a boca e soltou um gemido quando ele enfiou a mão pela abertura da camisola e lhe acariciou o seio.

- Talvez... - Edward acariciou a pele macia e ela arqueou o corpo, invadida por sensações estranhas. Seus músculos latejavam de excitação e uma sensação de calor apoderava-se de suas partes íntimas.

- Talvez, o quê? - Edward perguntou ofegante.

-Talvez você deva me beijar de novo - disse Bella arfando, embora soubesse que não era isso que deveria dizer.

Edward deixou escapar dos lábios um pequeno murmúrio e cobriu os lábios dela com os seus.

Bella afagou os cabelos macios, retribuindo os beijos com o mesmo ardor e, pela primeira vez, sentiu viva cada uma das partes de seu corpo como nunca havia acontecido antes.

Em virtude de sua inexperiência, no íntimo, tudo o que preocupava Bella era não estar correspondendo da maneira certa, mas essa preocupação desapareceu quando Edward soltou um som gutural e seus beijos tornaram-se mais ardentes e exigentes. Aquela reação só poderia ser por estar retribuindo à altura. Então ele a recostou na cama.

- Só um pouquinho - murmurou Edward, interrompendo o beijo.

- Está bem - Bella concordou, só desejando que o prazer que estava sentindo não acabasse.

- Só vou tocar um pouquinho em você e prometo que depois eu paro - disse Edward e a ideia lhe agradou.

Bella queria que aqueles momentos durassem uma eternidade. Nunca havia se sentido tão desejada e viva.

Quando Edward começou a beijar-lhe o seio, Bella percebeu que ele estava totalmente descoberto. Edward havia desabotoado vários botões de sua camisola sem que ela tivesse percebido. O calor da boca brincando com seu mamilo teve o efeito de uma chama acendendo todo o seu corpo.

- Oh - gemeu, passando as mãos dos cabelos para os ombros dele. Tentou então tirar o colete de Edward, puxando-o dos ombros. O colete desceu um pouquinho e acabou interceptando o movimento dos braços de Edward, que acabou fazendo uma pausa para tirá-lo ele mesmo.

Bella deixou que suas mãos deslizassem pelo tecido fino da camisa de Edward. Não se contendo, levantou o tecido desejando tocar a pele macia. Edward parou de brincar com seu mamilo e um "não" quase suplicante escapou-lhe dos lábios. Ele tornou a beijá-la e Bella puxou o resto da camisa para fora das calças, acariciando as costas.

Edward gemeu e seus beijos tornaram-se mais fortes e sua língua mais exigente; quando se sobrepôs ao corpo de Bella, ela pôde sentir toda a virilidade dele ao entreabrir um pouquinho as pernas. Estremeceu de prazer, cravando as unhas nas costas de Edward.

- Por Deus, Bella - ele pediu, afastando seus lábios dos dela para beijá-la por todo o rosto. - Precisamos parar.

- Oh, Edward - Bella gemeu de prazer, enrijecendo o corpo quando a mão dele acariciou suas pernas e Edward deslizou os lábios por seu pescoço.

- Peça-me para parar - Edward implorou, fazendo uma pausa para tirar a camisa, curvando-se depois para beijar e sugar o seio de Bella.

Bella ofegante, enterrou as unhas nas costas dele e arqueou o quadril para que ele pudesse acariciar suas partes íntimas.

A mão de Edward deslizou de suas pernas na tentativa de pegar a bainha de sua camisola e a suspender até as coxas. Ela estremeceu antecipando o que estava por vir e colou seu corpo ao dele.

- Oh, Edward... - Bella arfou, sentindo o corpo pulsar em crescente tensão quando ele tocou suas partes íntimas, agora sem o impedimento de tecido algum.

- Só isso, prometo que não vamos fazer amor - ele sussurrou, beijando-a no cantinho da boca. - Mas preciso tocar em você, sentir o seu gosto.

- Sim... - disse Bella imediatamente, pronta para concordar com tudo desde que ele não parasse.

Bella acariciava o corpo de Edward, pendendo a cabeça para o lado quando a boca dele começou a descer por seu corpo, detendo-se por um momento em um seio, depois na altura de seu abdome e... Seu devaneio foi subitamente interrompido; ela retesou todo o corpo quando ele se ajoelhou entre suas pernas, para que a boca tomasse o lugar da mão que a acariciava. Sua primeira reação foi de choque e vergonha. Ela agarrou a cabeça de Edward, tentando levantá-la.

- Não quero... você não deveria... Edward? - murmurou indecisa, desistindo do protesto diante do prazer com que seu corpo respondeu às carícias daquela boca.

Bella largou a cabeça de Edward e se agarrou na cama e nos lençóis, sentindo tudo à sua volta girar. Teve então uma vaga consciência de que seus quadris agiam naquele momento por conta própria, movimentando-se para cima na ânsia de receber mais beijos e mais carícias.

- Oh... - Bella vislumbrou as sombras da vela projetada no teto, mas toda a sua concentração estava voltada para as sensações que estava descobrindo.

- Oh... - Entendia agora por que nasciam tantos bebês.

- Oh... - Edward lhe parecia o homem mais inteligente da Inglaterra, talvez do mundo.

- Oh... - De repente o desenho do universo passou a fazer sentido.

- Oh... - Definitivamente Deus existia.

- Oh... - O que seria o cheiro de fumaça que estava sentindo?

Bella aguçou os sentidos, tentando desprender-se da paixão que lhe toldava a mente naquele momento. Inspirou profundamente e, sem dúvida, havia cheiro de fumaça. Voltou o olhar para a vela que Edward havia acendido, mas, pelo pequeno círculo de luz que conseguia ver, aparentemente não era dela que se desprendia a fumaça.

Talvez fosse imaginação sua, mas era difícil pensar no que quer que fosse quando tudo o que desejava era se deixar levar pelo prazer que sentia, pouco se importando com a causa daquele cheiro. Soltou a mão que apertava os lençóis e enfiou as mãos nos cabelos de Edward, incentivando-o a satisfazer o desejo de seu corpo.

Receosa de machucá-lo em razão de seu estado de excitação e insensatez, soltou novamente os cabelos dele e voltou a agarrar a cama, enquanto seus quadris continuavam a se mover à medida que a tensão de seu corpo aumentava. Suas mãos apertavam os lençóis, sua cabeça girava em um turbilhão, quando os lábios de Edward tocaram o centro de sua excitação. Seu corpo vibrou na cama, sentindo cada um de seus poros latejar. Com a respiração acelerada, ela soltou um suspiro e tossiu ao aspirar a fumaça.

Tentando desesperadamente pensar, passada a excitação que a assaltara, Bella procurou erguer-se um pouco e olhar ao redor do quarto. Seus olhos detiveram-se na porta. Parecia haver uma claridade no vão próximo ao chão e por ela penetrar uma grossa camada de fumaça.

Instintivamente mexeu na cabeça de Edward, mas ele segurou-lhe as duas mãos e prensou com o peso do corpo as pernas dela para continuar o que estava fazendo.

- Edward! - ela chamou-o arfando, mas determinada. - Fogo... Oh... queimando.

- Estou queimando por você também - ele levantou a cabeça por um segundo apenas para responder e continuou a acariciá-la, decidido que estava a enlouquecê-la de prazer.

- Não... Oh... não - Bella tentou mais uma vez avisá-lo, lutando para conseguir livrar suas mãos, mas Edward continuava a prendê-las. Finalmente, conseguindo liberar uma das mãos, ela o puxou com força pelos cabelos.

Com os olhos fixos na luz sob a porta, Bella mais uma vez gritou: "Fogo!", mas sentiu novamente a tensão começar a se apoderar de seu corpo, crescendo em novas ondas intermináveis de prazer até se tornar uma massa trêmula e frágil jogada na cama.

Edward finalmente levantou a cabeça e, embora com a mente entorpecida, Bella percebeu o movimento dele para deitar-se a seu lado. Ele abraçou seu corpo inerte, beijou sua testa, depois franziu as sobrancelhas, aspirou o ar, levantou a cabeça, aspirou novamente o ar e perguntou:

- Não está cheirando fumaça?

- Está, sim - Bella suspirou, com um sorriso nervoso no rosto. - Acho que a casa está pegando fogo.

- O quê! - Edward exclamou e ela foi subitamente deixada de lado; ele se levantou e correu até a porta. Tentou abri-la uma vez, depois forçou-a com as duas mãos, mas não fez qualquer diferença. Como não conseguisse, colocou a mão em sua superfície, praguejou e retornou rápido até a cama.

- Por que você não me avisou?

- Mas eu tentei - disse Bella, constrangida. - Disse fogo, que algo estava queimando e tentei empurrar sua cabeça.

- Oh, é verdade. Pensei que você... Deixa isso pra lá - Edward deu uma olhada para a janela, pegou então a mão dela e puxou-a para fora da cama. - Vamos, temos que sair daqui.

Bella levantou-se e quase desmontou no chão. Edward segurou-a, preocupando-se:

- O que você tem?

- Estou com as pernas moles. Dê-me um minuto.

Ele hesitou por um instante, depois tomou-a nos braços e a carregou até a janela.

- O que você está fazendo? - Bella perguntou, surpresa.

- A porta está muito quente, sinal de que o fogo está logo ali. Precisamos sair pela janela.

- Meu Deus! - Bella exclamou assustada quando ele a colocou no chão e debruçou-se na janela a fim de olhar para fora. Ela não tinha boa coordenação. Mesmo com os óculos, já era meio desajeitada. A ideia de tentar sair pela janela não lhe agradava nem um pouco.

- Não se preocupe, vou ajudá-la - Edward procurou tranquilizá-la, colocando uma perna para fora da janela e sentando-se no peitoril. Em seguida, ele esticou os braços e sumiu de vista. Bella se aproximou da janela e olhou para fora. O lado positivo é que não conseguia enxergar a altura em que estava. Odiava alturas. O lado negativo é que não conseguia enxergar nada. Sentiu então Edward tocar sua mão.

- Segure minha mão. Vou ajudá-la.

- Está bem. - Bella respirou fundo e pegou na mão dele. Segurou-a firme, sentando-se de lado no parapeito, tentando tirar uma perna para fora, como ele havia feito, mas achando que a camisola tolhia seu movimento.

Depois de uma pequena hesitação, Bella ponderou que Edward já tinha visto o que havia sob a camisola e levantou-a até as coxas para conseguir se movimentar melhor. Tentou então ver o que Edward estava fazendo e conseguiu vislumbrar sua silhueta, graças à camisa branca que ele usava e que contrastava com a escuridão do céu e das árvores ao redor.

- Basta dar um impulso para frente e eu a porei neste galho. - A voz de Edward soou calma e confiante. Bella fez o possível para concentrar-se nisso e ignorou seus medos.

Tirou então a outra perna para fora da janela, respirou fundo, agarrou a mão de Edward e se projetou para frente.

Por alguns segundos, suspensa no ar, pareceu-lhe não conseguir nem sequer respirar. Edward puxou-a para si e ela gemeu ao bater no galho em que ele estava sentado. Começava a escorregar para baixo e, por um momento, teve a impressão de que fosse cair, mas Edward a puxou, segurando-a firme a seu lado. Ela ficou pendurada entre ele e o tronco da árvore e nada além do ar sob seus pés.

Edward hesitou um pouco e depois resolveu:

- Vou abaixá-la até o chão.

- É melhor não - Bella murmurou, agarrando-se ao braço dele.

- O chão está próximo, Bella. Não estamos tão alto assim. Depois que você descer, eu pulo e caio a seu lado.

Bella mordeu o lábio e abaixou a cabeça para avaliar a distância.

- Você tem certeza de que não é muito alto?

- Juro que não. Seu quarto fica apenas no segundo andar, Bella, e esse galho é ainda um pouco mais baixo. Na hora que eu abaixá-la, seus pés quase tocarão o chão.

- Está bem, mas, por favor, não me deixe cair - ela implorou, medrosa.

Em vez de abaixá-la, Edward a levantou mais um pouquinho para poder beijá-la no rosto.

- Não posso deixá-la cair, você é preciosa demais para mim.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Edward curvou-se um pouco para fazê-la começar a descer. Bella agarrou-se à mão dele e fechou os olhos, certa de que era pesada demais para que ele aguentasse, sem deixá-la cair.

- Você está bem pertinho do chão agora, meu amor. É só se soltar e pular.

- Será que consigo?

- Desconfio que sim.

A segurança da voz de Edward finalmente fez com que ela se decidisse. Armada de coragem, Bella soltou a mão dele. Mal começou a cair, aterrissou de supetão. Realmente devia estar a menos de um metro do chão.

Bella suspirou aliviada.

- Ela está aqui!

O alívio esvaiu-se no mesmo instante em que ouviu o débil comentário. Bella assobiou em direção à voz e teve a impressão de ver a figura de um dos criados em um dos cantos da casa. Mordendo o lábio nervosa, ela olhou para cima onde Edward ainda estava suspenso. Tentou chamá-lo baixinho, mas precisava ser ouvida. Ele fazia barulho chacoalhando os galhos na tentativa de soltar a camisa que se prendera em um deles e, ao mesmo tempo, blasfemava irritado por isso.

- Edward! - insistiu.

- Um minuto, amor. Já, já estarei com você.

Bella tornou a olhar para o canto da casa e viu o criado que vinha correndo em sua direção. E, atrás dele, vinha todo o pessoal da casa. E, atrás deles, metade dos moradores daquele quarteirão. Todos correndo para ver se ela estava a salvo.

Bella contemplou aqueles rostos borrados que se aproximavam sem se dar conta das palavras de alívio que pronunciavam. Então Edward caiu em pé na sua frente, bloqueando-lhe a visão.

- Viu? Até que me saí bem, não foi? - ele perguntou, passando o braço em seus ombros e curvando-se para beijá-la nos lábios.

- Lorde Masen!

Edward ficou petrificado por um instante, depois endireitou o corpo vagarosamente e virou-se para encarar a multidão ao redor deles. Ao voltar-se novamente para ela, Bella sentiu que ele a mediu com os olhos e teve um súbito arrepio. Deu-se conta então que sua camisola continuava desabotoada, revelando seu colo desnudo aos ali presentes.

Mordendo o lábio, ela desajeitadamente tratou de abotoar a camisola e voltou a olhar para Edward que agora estava absorto em seu próprio estado de seminudez.

Bella teve consciência de quão comprometedora era toda aquela situação e ficou perplexa quando Edward, endireitando os ombros, disse:

- Lady Swan, tenho a honra de pedir a mão de sua enteada em casamento?

.

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