Entre o Real e o Virtual (Con...

By Tetecosta

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A vida de Sabrina sofre uma metamorfose quando seu melhor amigo a avisa que irá viajar no recesso de julho, o... More

Nota Introdutória
Epígrafe
Capítulo 1 - Poetizando
Capítulo 2 - Uma possível distração
Capítulo 3 - Mais que Livros
Capítulo 4 - Matematicamente falando
Capítulo 5 - Mãe é tudo igual
Capítulo 6 - Conte-me um segredo
Capítulo 7 - Deixe-a no controle
Capítulo 8 - Em Família
Capítulo 9 - Abra o Jogo
Capítulo 10 - Sabará
Capítulo 11 - Perder para ganhar?
Capítulo 12 - Uma surpresa bem-vinda
Capítulo 13 - Sonhos
Capítulo 14 - Volta às aulas
Capítulo 15 - O Novato
Capítulo 16 - Entre Respostas e Abraços
Capítulo 17 - Primeiras Fases
Capítulo 18 - Grupo da família, príncipe e compras
Capítulo 19 - Meu Segredo Favorito
Capítulo 20 - Telefonemas
Capítulo 21 - Erik
Capítulo 22 - Nossas dores
Capítulo 23 - Sua verdadeira história
Capítulo 24 - Hora de virar a página
Capítulo 25 - Explique os normais
Capítulo 26 - Terceira Lei de Newton
Capítulo 27 - Sobre horizontes, sorrisos e aeroportos
Capítulo 28 - Acertos e consertos
Capítulo 29 - Pessoas vêm e vão, vão e vêm
Capítulo 30 - Au revoir
Capítulo 31 - Eu vou
Capítulo 32 - Resultados
Capítulo 33 - Natal em Caeté
Capítulo 34 - O encontro
Capítulo 35 - Ano novo
Capítulo 36 - Doces da Ju
Capítulo 37 - Sobre olho de sogra, Tiramisu e brigadeiro de panela
Capítulo 38 - Sobre planos e conquistas
Cadê os capítulos novos?
Capítulo 40 - Conte a sua história (Parte II)
Capítulo Final - Entre Amores e Partidas
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 39 - Conte a sua história (Parte I)

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By Tetecosta

- Finge pegar uma fruta! - digo para Eduardo enquanto me acomodo em um galho firme e posiciono a câmera dando o efeito que quero com todos os equipamentos no chão ajudando. Eduardo faz o que instruo, sorrindo. Dois, três clicks. - Ótimo, ficaram demais!

Analiso mais uma vez as imagens na câmera, meu irmão lá em cima, se apoiando nos galhos; além dele, as folhas da mangueira mesclando com o céu azul da manhã. As fotos ficaram exatamente no conceito que eu queria, como se meus olhos fossem a lente da câmera, acompanhando uma cena que via muito quando mais nova e até hoje, meu irmão pegando manga direto do pé. O efeito de piscar de olhos, como eu queria. Um momento, uma história.

Desço do pé primeiro e pego minha agenda depois de deixar a câmera sobre a mesa da varanda. Penso em qual legenda colocar. O que me animou nessa etapa do concurso foi essa nova regra. Eu já estou acostumada a sempre legendar minhas fotografia feitas a partir da minha polaroid, meu varal é uma verdadeira linha do tempo cheio de registros feito a mão. E agora eu posso replicar isso para o concurso.

Anoto a frase e a indicação sobre a imagem tirada.

"Foram muitos joelhos ralados, blusas manchadas de amarelo e escaladas nessa grande árvore. Uma infância um tanto rural, no meio da cidade grande.

Eduardo, pé de manga."

- Valeu mesmo, maninho. - Afago os cabelos de Eduardo depois que ele também desce da árvore.

- Tô indo na tia Ju, você vem?

- Hm... não - Aquele momento que você pensa na melhor forma de ocultar seus planos de passar a tarde toda com o crush. - Vou na rua debaixo, tenho que comprar mais post it.

- Sei... - Eduardo ri sapeca.

- Oxê, é verdade! - retruco guardando minha câmera e a agenda numa bolsa.

- Só se for pra colocar mais legendas nas fotos que tirar daquele seu namoradinho. - Tira sarro de mim depois de buscar uma bola do outro lado da varanda. - Mas eu nem ligo. Ah, vê se aprende tocar violão com ele, pra me ensinar depois.

- Pra que você quer aprender a tocar violão? - indago e cruzo os braços, curiosa.

- Sei lá, o Lipe, aquele primo branquelo do Erik, disse que as meninas gostam de garotos que sabem tocar. - Dá de ombros e acena. - Até mais tarde, maninha.

Então vejo meu irmão correndo, deixando-me sozinha e com os olhos arregalados.

Meu Deus, Felipe não está nem há um mês na cidade e já está corrompendo o Edu.

Balanço a cabeça e entro dentro de casa apenas para guardar meus equipamentos e fechar as janelas. Em seguida, saio novamente agora em direção ao mercadinho do bairro. Porque eu realmente preciso comprar mais post it, e é só uma coincidência os avós de Erik morarem nessa direção. Depois de pedir um verde, um laranja e um roxo saio da pequena venda e vou em direção à rua sem asfalto que leva ao casarão azul.

No ônibus, voltando de mais uma aula no Belô Fotografias, eu havia ficado todo o trajeto - cerca de meia-hora - diante do meu caderno de anotações sem saber como traçar um caminho pelo qual eu seguiria para tirar as fotos da final. A ideia de Donny, de recriar foto a foto minha história com Erik, era incrível, mas não só de primeiro amor se fez uma Sabrina. Eu queria algo meu, que me representasse e não algo que me lembrasse apenas como uma romântica incorrigível - ainda que eu, de certa forma, fosse isso também. Foi então que, depois de desistir de tentar trás traçar qualquer plano, em casa, encontrei numa das estantes da sala uma caixa com diversas fotografias reveladas naqueles álbuns antigos.

Eu já tinha visto algumas centenas de vezes aquelas fotos, ainda mais quando alguém da família vinha aqui para um feriado qualquer ou alguma visita. Fora isso, essas fotos foram minhas primeiras ligações com o mundo da fotografia. Haviam muitas fotos anteriores ao meu nascimento. Meus pais em suas respectivas formaturas no ensino superior e no casamento deles, uma da tia Rafaela grávida com o tio Daniel e das duas vezes em que minha mãe esteve grávida. Algumas, menos desbotadas, eu e meu irmão estávamos presentes. Fotos de festas de aniversário, inspiradas no Rei Leão, nos Incríveis e tantas outras, mesmo que fossem só um bolinho para os amigos. Tinha uma que eu até mesmo me lembro de quando foi tirada.

O senhor Ricardo possuía a mesmíssima mania minha de tirar fotos até mesmo em situações inconvenientes. Houve então um dia em que eu e o Luís resolvemos fazer uma espécie de tarde de filmes, pedimos meu pai para alugar algumas animações, comédias e sci-fi naquelas locadoras que hoje em dia nem existem mais e preparamos alguns lanches. Por fim, acabamos, eu e Luís, jogados no chão da sala, com barrigas estufadas de comida, e os dedos sujos de sal por causa da pipoca. É, meu pai chegou a achar que seria um bom momento para uma foto.

Vendo todas aquelas fotos eu decidi que queria contar exatamente aquilo. Do auge da infância até agora. Os momentos mais inusitados ou mesmo os mais comuns para uma foto, mas que guardariam uma lembrança eterna. Tem uma direta referência com o primeiro amor, como o Donny tinha citado, eu não esqueceria. A ideia central era reproduzir, agora mais velha, tudo que me fez feliz - ou mereceu uma foto - há alguns anos e o que me fez feliz atualmente também. É isso que quero mostrar para Pilar Góes e seus avaliadores.

Já possuo três momentos da Sabrina criança os quais quero reproduzir. Um deles foi o momento na árvore com o Eduardo.

Depois de passar por toda a estradinha de terra, chego ao casarão, porém por ver Erik em uma das árvores, desvio da entrada e vou direto para os fundos. Erik está com as costas apoiadas na árvore com um violão no colo. Aproximo-me lentamente, disposta a fazer uma surpresa, mais alguns passos e consigo identificar qual música ele está tocando:

(...) Não adianta fugir
Não adianta chorar
E se um dia ela sumir
Nada mais irá sobrar

Sonhar, viver
E todo dia agradecer
E rezar, pra você ser a última a morrer

Podem tentar me atingir
Podem me mandar, pra onde for
Enquanto ela estiver aqui
A vida ainda tem valor

Sonhar, viver
E todo dia agradecer
E rezar, pra você ser a última a morrer

Uma gota de você vale mais que tudo
Quando a solução não pode resolver
Eu fico com você, esperança...

Eu fico com você.¹

Seus dedos dedilham rápido e firme dando a impressão que ele está usando toda sua força nisso. É como se deixasse, seja lá o que está prendendo-o ou atormentando-o, se libertar, livrando-o disso, através das cordas do violão e por sua boca.

É então que sua voz falha. Ele deixa o violão de lado junto com um caderno que parece conter partituras com alguns escritos adicionais nas bordas, como anotações. Vejo-o puxar as pernas até os joelhos estarem abaixo do seu queixo. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, estou vendo Erik chorar. Quando percebe que cheguei, ele me encara por um segundo antes de se virar, ficando de costas para mim, dá indício de que iria pegar suas coisas e correr, mas não sai do lugar.

- Ei, não fica assim. - Tiro a bolsa das minhas costas, jogando-a na grama, onde me sento logo depois. Tento puxar Erik para um abraço, mas ele volta a se afastar. Suspiro pesadamente. - Erik...

- Não precisa, Sabrina, eu tô bem - afirma voltando a secar as próprias lágrimas.

- Eu não estou mais do outro lado de uma tela de celular, agora consigo ver e sentir que não, você não está nada bem. - Volto a me aproximar e seguro em seu rosto. - Não pude estar fisicamente com você naquele dia, quando completou nove anos do falecimento do seu pai. Deixa eu estar agora? O que aconteceu?

Ele não apresenta resistência quando o puxo novamente, passo um dos meus braços por suas costas e coloco minha cabeça sobre seu ombro. Erik beija minha testa com as lágrimas voltando a cair. Estamos juntos há pouquíssimo tempo, porém já consigo identificar a resposta que seus trejeitos dão a cada mínima ação dele. Aconteceu alguma coisa com a família dele.

- Descobri que minha vó tem sarcoidose, é uma doença autoimune que causa inflamação de órgãos e tecidos - conta sem muita vontade. - Eu pesquisei tudo sobre, os sintomas, os tratamentos. Todo o cansaço excessivo, falta de ar, dor no peito são por causa da doença e o quadro já deve estar muito avançado pra ela já estar enfrentando perdas de memória. Era algo sim que eu devia me preocupar, mas minha mãe ainda na Bahia, quando recebia ligações do meu avô, dizia que não era nada demais. Nada demais, Sabrina. Encontrei uma receita e alguns remédios na cozinha hoje de manhãzinha. Não tem cura, Sabrina, minha vó vai ficar defilhando, se entupindo de remédios. E se eu não tivesse ligados os pontos, quando eu entendesse o que estava acontecendo com minha vó poderia ser tarde demais.

- Esses dias eu encontrei com seu avô na farmácia, ele disse que estava comprando alguns remédios para a dona Rosa, só não podia imaginar que era para algo tão grave... - confesso e seco suas lágrimas.

- Por que não me contou? - Ele me encara e eu suspiro.

- Eu não queria que você se isolasse como acontece toda vez em agosto por causa do seu pai - justifico. - Olha onde você está agora, Erik, eu duvido que tenha conversado com qualquer pessoa da sua família sobre isso. - Ele desvia o olhar do meu e olha para o horizonte. - Por isso que eu quis te poupar um pouco, desviando o assunto ou ocultando o que eu sabia, porque tudo que menos quero é que você se distancie, tanto da sua família quanto de mim. E eu sei que isso acontece quando algo próximo passar por uma dificuldade.

- Talvez você conheça mais de mim do que pessoas que vivem do meu lado, literalmente. - Seu sorriso é fraco. - O aniversário da morte do meu pai é um dos piores dias do ano para mim, eu acreditava que com o passar do tempo o sentimento de perda iria diminuir, mas a medida que isso acontece, a saudade aumenta.

Eu aceno concordando, perder meus avós paternos foi um baque, eu não consigo ninguém imaginar como seria perder meu pai.

- Obrigado por se preocupar. - Ele me olha e me abraça, para logo em seguida garantir, sorrindo. - Eu não vou me afastar, não vou sumir.

Sorrio de volta e ficamos um tempo em silêncio encostados no tronco da árvore. Erik fecha os olhos e volta a murmura a canção de outrora. Sem que ele note, pego seu caderno e como desconfiava é de músicas, têm diversas partituras e anotações ao entorno, contudo, no verso da folha de cada música estão escritas anotações maiores.

- O que é isso? - Leio "A Borboleta", e na página seguinte "Avião". Contudo, assim que paro em uma para ler por completo, o caderno é retirado da minha mão. - Ow!

- Você não vai ler. - Ele coloca o caderno atrás do corpo e se vira de frente para mim. Semicerro os olhos e estalo a língua. Então Erik diz, desconfiado. - Nem pense nisso.

- Eu não estou pensando em nada - sussurro me aproximando.

Eu posso jurar que ele só imaginou que eu apenas tentaria fazer cócegas, mas, em uma de nossas conversas, ele já havia me contado que não sentia, então, eu precisaria usar de outra artimanha de distração. Ainda estava hesitante se devia ou não partir para cima de Erik quando, movida pela curiosidade e pela vontade, o beijo. Erik não demonstra resistência alguma ao beijo, segura em meu rosto com a mão livre e, com perspicácia, roubo seu caderno e me afasto depressa.

- Se tentar pegar, eu juro que... que não te levo para conhecer a lista com meus maiores sonhos no meu quarto... ou conto pra tua mãe que você pega moedas regularmente do cofrinho - ameaço em pé à sua frente. Vejo Erik anuir e volto a me sentar ao seu lado. - Muito bem, vamos ver isso aqui.

"Avião

Dentro do avião
Permaneço quieto,
Esperando o momento
De poder te encontrar.

Esse frio na barriga que não passa.
Toda essa ansiedade pra poder te ver
Quando vou pode matar essa vontade
De pode te ter?"

Tem outros como "Conectado", o primeiro poema que me enviou e "Borboleta", um dos poemas que colocamos certa vez na página, mas o que toma minha atenção é um que leva meu nome entre as estrofes, "Ela é".

- Não preciso nem dizer para quem é, né? - graceja tímido e coça a nuca sorrindo.

- Obrigada, Erik, é lindo. - Sorrio e lhe beijo a bochecha. Tiro meu celular do bolso e abro na câmera, mas Erik me para.

- Acho que tenho algo melhor que uma foto para você não esquecer.

Ele também pega seu celular, fuça em algo enquanto leio seus outros poemas, alguns que postamos na página, outros incompletos e outros com simples palavras soltas no papel. Um tempo depois, meu celular bipa, um áudio dele; espero baixar e, assim que finaliza o download, ouço. É Erik, recitando o meu poema.

E eu acreditando que não poderia me apaixonar mais.

- Meu Deus, que demais! Obrigada, aí que lindo! - Abraço-o rindo como uma boba. Ouço o áudio por mais uma duas vezes, encantada.

- Tenho que tirar as fotos para o concurso - conto após algum tempo com minha cabeça no ombro de Erik enquanto ele dedilha uma canção desconhecida -, tenho algumas ideias, só que vou ter que me deslocar bastante, porque quero colocar muito da cidade nas fotos. - Viro o rosto para ele. - Quer ir comigo?

- Enquanto eu estiver aqui, quero ir contigo em todo lugar - disse e sorriu, me dando um selinho. - Quais são suas ideias?

- Retratar minha história desde a infância até agora, com a minha visão, como se a lente fosse meus olhos, entende? - Ele assente e tira um dos cachos do meu cabelo que voou até meu rosto. Quase suspiro com o gesto. - Hoje pela manhã tirei fotos do Edu num dos galhos da mangueira que temos no quintal.

- Cara, isso é massa demais da conta! - Erik me sorri, arranhando um sotaque mineiro que me faz querer mordê-lo por inteiro, e volta a tocar.

Encostada na árvore às minhas costas, observo seu semblante de perfil. Ele está bem diferente do Erik que eu encontrei mais cedo. Sua ruginha no cenho quase não aparece. Fito suas mãos trocando rapidamente de nota e as veias saltadas sob as fitas do Senhor de Bonfim em seu pulso. Eu nunca imaginei que seria tão bom apenas ficar calada, sentada sob uma árvore e ouvindo a melodia de uma música qualquer - agora compreendendo melhor, uma das melhores músicas do NX zero, Razões e Emoções - misturada com o balançar das folhas dessa tarde de verão. E o melhor de tudo, do lado de alguém com quem o sentimento eu já não consigo medir.

Pela primeira vez em anos eu não consigo quantificar algo. E isso não é algo negativo.

- Edu disse que eu devia aprender a tocar violão contigo para ensinar ele - comento, rindo. - Isso porque o Lipe falou com ele que é um jeito mais fácil que fazer as garotas gostarem dele. Quer dizer... Seu primo é um depravado.

- Nunca duvidei disso. - Erik maneia a cabeça e me olha travesso. - Mas ele não está errado, está?

É verdade que a gente acha muito sexy a expressão de concentração que você faz quando está tocando ou mesmo as veias que saltam do seu braço ou sua boca se movendo enquanto você murmura alguma canção ou mesmo quando fecha os olhos, mas...

- Não estou contigo só por isso. - Trombo meu ombro no dele ao ver seu sorriso de lado, malicioso até.

- Te ensino a tocar a música que eu estava tocando se tu me ensinar a fotografar - encoraja parando de tocar e me entendendo o violão. - Topa?

Encaro seu sorriso e o violão estendido e dou de ombros.

- Topo.

📷📱📌

- Assim é Dó. - Posiciona meus dedos e me faz experimentar o som. - Agora Ré.

Há alguns minutos Erik tinha retornado do casarão dos avós com o violão do seu avô, e nós já estávamos estudando o básico e mesmo assim eu me perdia algumas vezes. A estratégia de ter apenas Erik à minha frente, me dizendo para repetir o que ele fazia com seu violão não estava dando certo, ainda mais por ele ser canhoto e eu não, e por isso resolvemos fazer diferente. Ele deixou seu violão de lado e se sentou às minhas costas. Mesmo com nossas diferenças de mãos hábeis, minhas mãos ficaram sob as dele e seu rosto sobre meu ombro, me orientando de perto.

Estou começando a me perguntar se nossa falta de talento é algo positivo ou negativo nesse caso.

Meio termo, eu diria.

Ótima definição.

- Posso? - Pede e eu assinto e o assisto pegar o elástico no meu pulso e fazer uma tentativa de prender meu cabelo no alto para que os fios não tapassem sua visão.

O coque fica frouxo, mas deixo para lá quando Erik beija rapidamente meu pescoço agora desnudo.

Continuamos com a aula e eu até mesmo arrisquei tocar até onde eu conseguia a música que ele prometeu ensinar, porém foi um perfeito fracasso. NX Zero que nos perdoe. Não precisou de mais tempo para notar que eu não levava jeito para aquilo, e depois de tentar fotografar várias vezes o casarão dos avós deduzi que Erik precisaria de muitas aulas de fotografia para entender todo o conceito que carrega uma imagem. Eu acabei por desafinar o violão do senhor Antônio e Erik achou melhor ficar bem longe da minha Cânon e se contentar com a câmera do seu celular.

Isso porque, mesmo aparentando não entender nada de fotos, Erik achou que seria legal tirar fotos minha distraída lendo as poesias do seu caderno. Só notei um tempo depois e não havia nada que o fizesse apagar as imagens. Então resolvi pagar na mesma moeda e fotografá-lo com meu celular.

- Vem cá - chama, passando o braço pelos meus ombros e abre a câmera frontal. - Primeira foto oficial nossa, não virtual.

- Primeira de muitas. - Suspiro e o puxo para um abraço apertado ainda ouvindo barulho de fotos sendo tiradas.

Quem precisaria de um book do meu primeiro amor depois das trocentas fotos que Erik tirou apenas hoje?

📷📱📌

No dia seguinte, saí cedo com minha bicicleta para me encontrar com tia Eunice próximo à Lagoa da Pampulha, na região de mesmo nome. Quero registrar mais um momento marcante da minha infância: as pedaladas com minha tia-avó em torno da lagoa mais famosa da cidade. A região da Pampulha sempre me encantou, é meu sonho de consumo em questão de moradia desde... sempre. Há alguns anos tia Eunice morou aqui, mas resolveu alugar a casa e aproveitar o dinheiro adquirido com anos de trabalho e a herança do ex marido para viajar. Desde então não pedalamos mais.

- Acho que vou tentar entrar para uma agência de modelos da terceira idade, adoro essa rotina de fotos contigo - tia Eunice brinca depois de estacionar o carro num canteiro próximo. Ela tira sua bicicleta do teto do carro. - Então como vai ser?

- Vamos pedalar um pouco, como nos velhos tempos - digo ajustando a câmera no meu pescoço e a vejo sorrir, assentindo. - Daqui a pouco o Luís ou o Erik vai ligar, eles estão vindo com o André com uns negócios que preciso para foto ao ar livre. Vamos encontrar com eles na igrejinha.

- Ainda bem que marcamos consideravelmente perto de lá, já não sou aquela tia jovenzinha de anos atrás. - Tia Eunice tira a cadeira do teto do carro enquanto eu volto a passar pelos braços a mochila com minhas câmeras. Sorrimos uma para outra.

Começamos a pedalar na orla da lagoa. Minha tia pergunta como estão as coisas em casa, com o Erik e meus amigos, e eu indago como ela e Antonella passaram o aniversário desta no último fim de semana em Fortaleza.

- Que saudade de quando isso tudo era limpinho - Tia Eunice comenta, olhando para a lagoa e fazendo um careta devido o odor desagradável. - Deixaram um dos maiores cartões postais de BH a deriva. E a população ainda não ajuda. Espero que esses governantes tomem vergonha na cara e façam algo. Logo.

A Lagoa da Pampulha é na verdade uma lagoa artificial, mas sua importância é tão grande que ela é considerada patrimônio histórico nacional, além de ter à sua volta, outros diversos pontos turísticos da cidade. A população ao entorno, pelo que foi dito há um tempo, parou de despejar lixo na laguna, o que vem agora são detritos de cidades vizinhas, na origem da bacia que deságua na Pampulha, somado a escassez de atenção do governo temos nossa principal lagoa desse jeito.

- Mas, Sabrina - Tia Eunice logo trata de mudar de assunto -, quais são esses planos para esse ano?

Eu agradeço mentalmente por ela não ter soltado a pergunta que eu mais ouvi esse ano, estando, ainda, na segunda semana do mesmo: "e quando o Erik for embora?". Suspiro e paro para pensar um pouco.

- Concluir meu curso de fotografia com êxito, fazer um bom primeiro ano, conhecer novas pessoas, ter novas experiências. - Dou de ombros, virando o guidão para me desviar de um buraco na calçada. - Eu queria muito, mas muito começar um curso de francês, mas ainda não sei se meus pais vão querer bancar. Já foi sofrido ter que convencê-los a me deixar fazer fotografia. Fora que... escola nova, custos novos.

Garotos novos.

Mas... o quê?

Não só de Erik viverá uma Sabrina, mas sim de toda experiência possível que renda beijos bons. Consciência ergue sua mão proclamando a sentença como um juramento.

Meus olhos estão arregalados, espantada.

Qual é?! Não banque a santa - embora de nós duas você quem cumpre esse papel. Eu bem me lembro, Sabrina Almeida. A primeira coisa que você pensou depois do décimo primeiro beijo que deu em Erik foi: como será beijar outras bocas? E você até mesmo olhou para o Luís, que estava no sofá do lado jogando vídeo game e cogitou por dois centésimos de segundo pedir um beijo para ele. Apenas para saber como é beijar outra pessoa e, claro, indagar à sinceridade em pessoa se seu beijo é ruim ou não - e a partir daí iniciou-se uma paranóia muito louca sobre línguas, centrífugas, escovas de dentes e gargantas. Assume ou surta.

Eu te odeio. E só para constar eu não iria beijar o Luís, ele... é meu melhor amigo e isso já torna impossível colocar beijo e Luís na mesma frase.

- Você vai fazer 15 anos, é uma marca superestimada, eu admito - ronda tia Eunice, me livrando do meu eu interior e me fazendo semicerrar os olhos em sua direção. - Mas... eu me disponho a te dar o curso de francês como presente de aniversário até porque investimento em educação não tem preço - só para o governo brasileiro. E também porque eu prometi ao Edu o novo Playstation 4.

Oh mon Dieu!²

- Tia, caramba! Isso seria um máximo! Claro que eu quero. - Acelero a pedalada até nossas bicicletas estarem lado a lado, meu sorriso de orelha a orelha. - Estaria realizando um dos meus maiores sonhos!

- Não faço mais que minha obrigação como tia avó preferida e rica. - Ela me joga um beijo no ar e eu gargalho, acenando.

Depois de um tempo, paramos para tomar uma água e logo depois meu celular toca.

- Já estamos nessa criação incrível de Oscar Niemeyer, Leta - Erik diz, com a voz carregada de admiração e entusiasmo. - É normal sentir vontade de cursar arquitetura depois de ver todo o projeto arquitetônico dessa igreja?

- Pode crê que sim. - Sorrio e olho para minha tia, já pronta para mais alguns metros de pedalada. - Já estamos indo praí. Não curta muito ou tire fotos sem mim.

- Seria um crime - garante e desligamos.

Dentro de alguns minutos chegamos à igreja São Francisco de Assis. Encontramos com os meninos e eu enfim apresento Erik à tia Eunice, dizendo que ela foi o anjo que me trouxe a Belo Horizonte antes do réveillon. Em seguida, vamos para o lado de fora de igreja, voltando a orla. Assim, enquanto André pedala, comigo de carona sobre minha bicicleta, tiro as fotos da minha tia, com todo apoio em questão de iluminação do meu melhor amigo e do meu... e do Erik.

Como legenda, antes de guardar tudo no furgão da tia Ju, escrevo:

"Saudade de um tempo que não volta mais, de memórias que ficaram para trás. Saudade.

Tia Eunice, lagoa da Pampulha."

- O que os três estavam fofocando antes de eu chegar, hein?! - pergunto com Erik à minha esquerda e Luís e André à minha direita.

Nós quatro estamos desbruçados sobre o parapeito que separa a área da igreja da lagoa. Estar na Pampulha apenas para as fotografias me fez lembrar que mesmo que eu ame os pontos turísticos da cidade e ame fotos, eu não tenho tantas fotos minhas nesses lugares. As selfies ao lado dos monumentos que eu admiro são quase inexistente. E isso é muito estranho já que, quando fui para o Espírito Santo no início do ano, eu tinha feito questão de posar para uma foto em cada lugar que achava bonito. Contudo agora com Erik, nosso visitante, aqui, poderia passar novamente por todos esses lugares e me registrar em cada um deles. Na igrejinha da Pampulha não seria diferente, já tínhamos tirado foto de todos os lugares possíveis, aliás. Tia Eunice foi embora depois de uma ligação de Antonieta avisando que elas tinham visitas.

- Sobre você ser folgada e sobre André está animadinho com o retorno da Lety semana que vem, além de nós precisamos ir a um karaokê - Luís diz.

- Uma coisa de cada vez! - Ergo minhas mãos em rendição.

- Eu levantei às oito horas de um sábado para ajudar a senhorita, você sabe o que é acordar sete horas num sábado, de férias?

- Eu acordei sete horas hoje - debocho, levando um dos dedos para apoiar meu queixo. - E você é meu melhor amigo, motivo suficiente para ser meu assistente de fotografia. Próxima fofoca.

- André está nojento, ele só fica falando da Letícia para cá, Letícia para lá. Tipo, ele fica pensativo do nada e às vezes ainda suspira. Olha aí! - Luís aponta para o irmão, que olha o horizonte sem parecer ouvir o que estamos falando. - DC é melhor que Marvel! - André nem se mexeu. - Tá vendo?

- Ele está apaixonado, uai.

- Nojento é o novo sinônimo de apaixonado, Sabrina - Luís comenta, num tom indicando que eu já devia saber daquele resignificado da palavra - Você por exemplo está nojenta desde agosto do ano passado.

- Agosto, Leta? - Erik me encara, com os olhos arregalados. - Tão rápido quanto eu.

- Por Mario Bros! Estou cercado de nojentos.

Eu e Erik rimos e ainda fizemos uma cena nojenta para o Luís, que fingiu vômito.

- Ah. Que história é essa de karaokê?

- Uma ideia que eu tive. - Dá de ombros. - Vamos juntar a turma toda e fazer umas rodadas lá em casa, qualquer dia.

- Adorei a ideia. - Sorrio e simultaneamente voltamos nossos olhares para lagoa, para aquele início de dia animador.

📷📱📌

Logo depois da visita à igreja São Francisco de Assis, ainda fomos ao mirante do Parque das Mangabeiras, onde tirei mais uma das fotos, intitulada e legendada como: "Não há nada mais belo do que esse horizonte, daqui de cima ou lá em baixo, milhões de histórias estão sendo contadas. Só estou contando mais uma com esse pause no tempo denominado foto". À tarde tirei mais uma, com meus pais, no mais simples café da tarde em família, melhor, em meio à família mineira. Com queijo e goiabada, café quente, pão de queijo e pão fresco. Nenhuma legenda seria capaz de sintetizar toda aquela imagem, por isso escrevi simplesmente: "Minas Gerais".

Um pouco depois, Danielle chegou trazendo sua bolsa com roupas para dormir aqui. Tínhamos combinado de fazer uma sessão filmes e pipoca aqui mesmo, onde, se eu ainda tivesse forças ao final de toda comilança aguardada eu tiraria a quinta foto do book da final. Danielle e Clara dormiriam aqui, e Felipe, Erik e Arthur na casa do Luís, por recomendações paternas Enquanto o tempo não passava para que os meninos chegassem e começássemos a arrumar tudo, nos jogamos sobre o tapete novo que minha mãe havia comprado para meu quarto e ficamos jogando conversa fora.

- Sabe do que a gente precisa também? - ela solta, quando o silêncio toma conta do quarto depois de eu contar como foi falar de sexualidade com minha mãe, quando estávamos em Caeté. - De mais garotas no nosso grupo, estamos com um déficit de três, contando com sua prima. É verdade que agora no ensino médio vamos estar eu, você e o Art no novo colégio, mas sempre que a gente sai os meninos estão em maior número, ainda mais agora com Erik e Felipe.

- Vamos colocar na lista de metas então. - Anoto a nova meta num papel de post it e o retiro, grudando no quadro de metas que resolvemos criar para o ensino médio.

Dentre essas pequenas metas também colocamos: "criar um plano de estudo", "sair mais", "começar a fazer caminhada", "ler mais de 100 livros/ano", "usar menos o Facebook", "persistir na ideia de evitar me comparar com os outros", para melhorar ainda mais a autoestima da Dani.

- Não sou boa em fazer amigos - digo sincera.

Dani dá de ombros e ri.

- Eu também não.

Pego mais um post it e escrevo "perder um pouco da timidez".

- Meu pai contou que conseguiu uma vaga de menor aprendiz para o Thur na empresa que meu pai trabalha - io o assunto abrindo um saco de balas de goma.

- Sim, e eu estou muito animada por ele! - Dani pega uma balinha. - Ainda mais por ser numa área que ele pretende cursar faculdade mais tarde.

- E você, o que quer fazer na faculdade? - pergunto virando-me para encará-la.

- Ainda não sei, tenho muitas opções - conta se levantando e indo até meu varal, pegando a foto do segundo beijo dela e de Arthur, comigo e Luís de telespectadores. - Fisioterapia, Pedagogia, Ciências Sociais, História, Jornalismo...

- Meu Deus! - Rio. - São muitas opções, Dani! Eu mesma, se não tivesse convicta que quero fotografia, faria matemática.

- Misericórdia - sussurra alto o suficiente para eu ouvir, fazendo-me rir.

- Iria ser professora dos seus filhos com o Thur, um Thurzinho e uma Danizinha - brinco, vendo ela ficar vermelha. - Isso tudo é muito louco, ontem mesmo a gente brincava de Barbie, hoje a gente discute qual profissão queremos seguir. Quando tudo mudou? Quando a gente cresceu tão rápido?

- Eu me pergunto a mesma coisa, querida - responde outra voz, meu pai, que acabou de passar pela porta do meu quarto. E eu e Dani rimos, voltando às nossas conversas triviais.

📷📱📌

- Por que Santa Catarina e Minas Gerais são tão longe, hein?! - Letícia indaga do outro lado da tela do computador, depois de eu contar tudo que aconteceu mais cedo e o que tínhamos preparado para a noite.

- Semana que vem tu já vai estar de volta, Lety. - Eu sorrio. - Segura a ansiedade.

- Tá difícil, guria. - Ela finge estar amarrada numa camisa de força, fazendo drama. - Ai, só de pensar em rever o Andy...

E suspira.

- Achei que isso nunca iria acontecer, mas eu acho que estou amando - confessa mais para si mesma do que para nós, com os olhos arregalados. - Alguém me cura dessa doença chamada amor, meu Deus!

Ela acha?

- Lety, não tem problema nenhum em amar alguém - digo eu, ajeitando a blusa branca ombro a ombro no meu corpo. - Ainda mais que esse alguém seja o André.

- Eu amava minha liberdade, poder sair com um cara diferente toda semana, não me apegar a ninguém. - Sua expressão muda para uma espécie de pedido de socorro, mas então ela sorri e suspira de novo. - Mas... Céus! O André é tão... gostoso. Isso é o pior de tudo.

Uai, isso não devia ser o melhor de tudo?

- Se ele fosse menos gostoso dava para segurar o sentimento, mas o sentimento já chegou no cérebro. Quando o amor só está no coração é facinho de tirá-lo, mas se chegar no cérebro... já era - aconselha nos fazendo rir, ainda mais por ela carregar a expressão de como se não acreditasse que ela está vivendo isso. O amor. - Chegou no meu cérebro.

- Eu só acho que você está ficando neurótica com pouca coisa, com uma coisa natural - comento e pego meu celular. - Não que amar seja pouca coisa, mas... natural é, e você muito provavelmente vai passar a morar aqui, eu aposto todas as minhas fichas que o Andy te ama com a mesma intensidade. Só... deixa levar, prima.

- A Sabrina tem razão - Dani me apoia. - Vocês tem tudo para dar certo, Lety.

- Quando foi que duas guriazinhas tão jovens se tornaram as melhores conselheiras amorosas que eu podia querer? - Sua pergunta é complementada por um sorriso sincero.

- Você é só quatro anos mais velha que a gente, não vem com essa, não. - Suas mãos se erguem e rendição, e antes que continuássemos com a conversa, ouvimos batidas na porta da sala. - Os meninos chegaram.

- Até semana que vem!

Minutos depois, estamos eu, Arthur, Erik e Felipe nos dividindo entre os dois tipos de pipoca que resolvemos fazer: doce e salgada e as batatas fritas que o Lipe tinha trazido, já que ele não gosta de pipoca. Quem em sã consciência não gosta de pipoca? Pois é. Enquanto isso, Luís, Eduardo, Danielle e Clarinha discutiam sobre qual gênero de filme deveríamos ver primeiro. É incrível reunir toda a galera aqui, se divertindo e interagindo no clima mais leve possível. Meu lado virtual: Clara, Erik e Felipe, e o lado real: Dani, Arthur, Luís e Eduardo. Os dois mundos se fundindo e eu no meio disso tudo, feliz pra caramba.

Com as comidas prontas, somadas às balas e doces que Luís havia trazido de casa, seguimos para a sala, vendo que Danielle e Clara perderam a batalha com os meninos e começaríamos nossa sessão com um sci-fi, partindo para um romance logo depois. Meus pais, que passariam a noite fora, apareceram na sala e dando um aviso final, disseram:

- Se comportem, crianças.

E saem logo em seguida. Antes mesmo do filme começar, Felipe diz voltado para Erik, que está sentado do meu lado, no chão, a frente do sofá menor, onde estão Arthur e Daniele:

- O nome do pai da sua mina é Ricardo, isso é muito louco.

Meus olhos se voltam para ele, semicerrados, e eu indago:

- Por quê?

Ele termina de engolir as batatas que já devorava, e rindo, responde:

- Sua mãe nunca vai trair ele, porque ele já é o Ricardão dela.

Luís, com Edu e Clara no sofá maior, Dani, Arthur, Erik e eu o encaramos e falamos praticamente juntos:

- Ah não, Lipe.

📷📱📌

¹ Esperança - Aliados

² "Meu Deus do céu" em francês.

📷📱📌

Facebook: Entre o Real e o Virtual

Twitter: Eoreovlivro

📷📱📌

Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta. Huahua, brincadeiras a parte, eu enfim acabei o capítulo e enfim postei novamente. Obrigada a todas as mensagens de apoio, foram mais que necessárias!

EOREOV está chegando ao fim, esse é um dos penúltimos capítulos, que terá sua parte 2 em breve, mostrando o registro das outras 5 fotos de Sabrina, além que tudo que acontece fora isso. Espero que vocês tenham gostado e obrigada por acompanharem.

Novidades importantes: Algumas pessoas sabem que eu faço capas para alguns amigos e para mim mesma, claro, mas agora eu comecei a criar para venda. São utilizadas imagens e fontes livres de direitos autorais, então podem ser usadas tanto aqui no Wattpad, quando na Amazon, por exemplo. Eu ia adorar que vocês fizessem uma visitinha à página no Facebook ou no Instagram. O nickname é @esterccapas em ambas as plataformas.

Até breve 💜

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