"Eu conheço lugares em que não vão nos encontrar
E eles correrão atrás de seus próprios rabos
Tentando nos localizar
Pois eu conheço lugares em que podemos nos esconder"
-I know places, Taylor Swift
-Por favor, sentem-se, e se comportem! - A professora de Geografia repetiu, fazendo o Sr. Galle rir.
-Eles não têm mais dez anos de idade.
Todos nos sentamos no auditório do teatro, reservado para a nossa palestra. Eram cem alunos ao todo, mas nenhum som era escutado. Olhe para o lado e o vi. Ele olhava para a frente, concentrado. Porém, se virou e me encarou, me fazendo olhar para o palco.
Nesse momento um homem de terno entrou e se sentou na cadeira vazia. Os professores levantaram e o cumprimentaram que sorriu educadamente. Aquele sorriso, não me era muito estranho. Já o conhecia de varias matérias e revistas, mas ao vivo era, não sei, diferente talvez.
-Eu sabia que ficar na frente seria uma ótima escolha - Melissa sorriu - A terceira fileira é a melhor, não é muito perto, mas não é muito longe, o que torna fácil ele me notar.
-Ele é casado - Advertiu Sophia e Melissa sorriu.
-Divórcios existem para quê nesse mundo? - Ela voltou a olhar para o palco, com sua melhor expressão de concentrada.
-Bom dia - William cumprimentou a todos, sorrindo - O professor de história de vocês, havia me pedido para fazer uma pequena palestra sobre a família real, e tirar algumas duvidas. Mas creio que, como bom professor que ele é, já deve ter lhes dito tudo necessário - O Sr. Galle riu, juntamente com o príncipe.
-Espera, eles são amigos? - Perguntou Melissa, porém não muito baixo, e por causa da proximidade com o palco, o príncipe acabou por ouvir.
-Sim, senhorita. Fomos colegas de classe na faculdade e ainda somos amigos. Foi ele que me apresentou Kate - O príncipe respondeu.
-Vamos parar com a conversa pessoal, por que esse povo é muito curioso, e você fala muito também - Sr. Galle interrompeu, porém com um sorriso ainda no rosto - Sim. Eu ensinei a eles quase tudo, e quero ver se eles aprenderam, com as perguntas que farão. Essa foi a minha real ideia para a palestra. Quem não quiser pergunta, fique a vontade. Mas aconselhou que, pelo menos, copiem as respostas das perguntas dos colegas. Possa ser que eu pegue algumas e coloque na prova final.
Algumas perguntas foram sendo feitas, sendo várias dela da Melissa, que, quando ficou sem perguntas, começou a pegar as minhas para fazer. Porém percebi que quase todo mundo havia perguntado algo, e eu não, e não gostaria de o professor pensar que não tinha produzido nada, muito menos que estava desinteressada na palestra. Então selecionei a ultima pergunta que faltava, e levantei a minha mão.
-Helena - Sr. Galle apontou para mim, fazendo o príncipe me olhar, porém seu olhar mudou de alegre para confuso, me preocupando um pouco. Respirei fundo, e fiz a pergunta.
-Gostaria de saber a verdadeira importância da família real na sociedade de hoje.
-Bom, com o Parlamento, pouco interferimos nos assuntos políticos do Reino Unido, mas não é como se não fizéssemos nada. Opinamos, damos ideias, votamos. É claro que, a nossa ideia não tem de sempre ser cumprida, mas se for boa é posta em pratica - Ele sorriu, porém seu olhar ainda era igual - Acho que as perguntas já foram respondidas - Ele se levantou, deixando a muitos confusos - Gostaria que me seguissem para um lugar, onde não é muito aberto ao publico.
-Qual seria? - Perguntou o professor, que também havia sido pego de surpresa.
-A sala dos príncipes e princesas da Inglaterra - Ele sorriu, descendo do palco e se dirigindo a saída do teatro. Logo todos o imitamos.
Pov Louis
Seguimos o meu irmão (que ninguém sabia), pelo museu que estava vazio. Devem ter fechado por causa de sua presença. Ele havia me olhado algumas vezes durante a palestra. Será que minha avó, ou meu pai lhe haviam contado algo? Não. Eles nunca teriam feito isso, não arriscariam a vida de ninguém da família. Já bastava a deles, que estava em risco.
Uma porta onde se lia "Acesso restrito" foi aberta, e logo outra, que era trancada por cadeado, dando-nos acesso a uma sala enorme, onde se viam milhares de quadros.
-Nós temos trinta minutos, e várias décadas, então é melhor se adiantarem - William falou a frente, com seu sorriso no rosto, um sorriso que eu também deveria usar, mas que a infelicidade não deixava - E claro, nada de fotos.
Comecei a andar pela sala, sem nenhuma importância, quando lembrei que meu rosto estaria em algum daqueles quadros. Pelo menos uma fotografia minha, quando bebê, antes de "morrer".
Olhei rapidamente pela sala e logo encontrei um arranjo branco perto de um quadro, segui em sua direção e achei o que procurava. "Louis IV", e a minha data de nascimento. Eu vestia branco, como todos nos outros quadros, e estava numa cama. Por ser recém-nascido, era uma fotografia, pois nenhum bebê iria ficar parado por horas. Meus olhos eram mais azuis naquela época, e felizes, como meu sorriso que esbanjava. Até ali, a maldição ainda não havia me alcançado.
-Às vezes eu me pergunto como ele estaria agora, se estivesse vivo. Como seria sua aparência, sua personalidade - William falou atrás de mim, e quase soltei minha risada sarcástica. Se ele soubesse que estava falando com o bebê da foto, seu irmão.
-Louis cara, você precisa ver isso - Liam me chamou, logo me puxando, certamente sem perceber com quem eu "falava". Antes de sair, conseguir ouvir William repetir meu nome.
-Deem passagem a vossa majestade - O Harry falou, ironicamente como sempre, e o ignorei.
Algumas pessoas me deixaram passar, e percebi olhares curiosos deles sobre mim. Me aproximei da parede, onde Helena estava, olhando para um quadro. Cheguei perto e percebi o que assustou a todos. No quadro, havia uma pintura de alguém idêntico a mim. "Louis I", havia escrito na descrição. Porém acredito que o que havia causado a expressão assustada no rosto da Helena, havia sido o pequeno quadro a baixo. "Princesa Helena, esposa de Louis I".
-Mas que diabos... - Fui interrompido por um grito próximo a mim, logo sentindo um corpo cair em meus braços.
(Meus Deus! 100 palavras!! Sem a música *-*. Muito orgulhosa de mim mesma)