Lego House

بواسطة complementattoos

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Louis Tomlinson estava no final de sua corda, apanhado na confusão que ele criou para si mesmo, preso no cent... المزيد

1: This City//Last Night
2: One Night//Undo
3: Miss You
4: I'm Glad I'm Not You
5: Cold Coffee//This
6: Little Bird//Where We Land
7: Sofa//Gold Rush
8: Fall//Firelly
9: Happy Days (Be Like You) I
9: Harry Days (Be Like You) II
11: Open Your Ears//Give Me Love
12: The Sea//Quiet Balad...
13: Addicted//I Love You
14: Autumn Leaves
15: For Angels to Fly
16: You Break Me I
16: You Break Me II
17: Kiss Me//Spark l
17: Kiss me//Sparl ll
18: Wake me up// Lego House

10: No Luck

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بواسطة complementattoos

Espero que quase 12k de palavras sejam o suficiente para me desculpar com vocês pela demora, porque caramba, meus dedos estão quase criando calos.

Dedico esse capítulo para a @larryfam que me disse umas coisas lindas que me deixou caída de amores <3

x 

Alert(!): Este capítulo contém material desencadeador envolvendo auto-mutilação e depressão.

— Harry? Harry?

Harry se sentou no sofá de seu apartamento, levantando a cabeça, de repente, para enfrentar Zayn, que estava parado a alguns passos de distância, perto da cozinha.

— Cara — disse Zayn, atirando-lhe um olhar de "o que diabos está acontecendo com você?".

Harry balançou a cabeça, limpando a garganta.

— Desculpe eu só me perdi por um segundo, o que foi?

— Hoje é o dia de pagar o aluguel —  Zayn disse casualmente, indo até a geladeira e abrindo uma caixa de suco de laranja.

— Merda —  Harry suspirou com os dentes cerrados.

— O quê?— Zayn perguntou antes de tomar o restante do suco em um grande gole. — Merda, não me diga que você não tem a sua parte.

— Porra, Zayn, me desculpa, eu...

Zayn jogou a caixa no lixo antes de passar uma mão sobre o rosto.

— Vamos lá, Harry, realmente agora? Você tem trabalhado quase todos as noites durante as últimas duas semanas, você está seriamente me dizendo que você não tem dinheiro para pagar o aluguel?

Harry gaguejou, lutando por algo para dizer Zayn, qualquer coisa.

 Eu- eu gastei tudo com Lou, quando- quando suas irmãs estavam aqui.

 Mentira, isso foi há quase uma semana, e eu sei que você está trabalhando sem parar, mais do que o habitual, porque Niall vem aqui todas as noites que você não está. Que porra você está fazendo, Harry?

 N-nada, apenas, porra, não é como se você precisasse do meu dinheiro. Você pode pagar por todo o aluguel dessa merda com seu salário de estrela do pornô — Harry cuspiu em frustração.

Zayn cruzou os braços.

 Essa não é a questão. Eu não poderia me importar menos sobre a porra do dinheiro. O que eu quero saber é o que diabos está acontecendo com você.

Harry ficou de pé com olhos mortos.

— Não há nada acontecendo comigo, tudo bem? Estou trabalhando mais, porque eu quero. Eu gosto de sexo, lembra? Eu sou uma prostituta.

 Harry...

—Apenas me deixe sozinho, okay — Harry disse, saindo pela porta da frente e deixando-a aberta.

Harry enfiou as mãos nos bolsos e começou a descer os três lances de escada para o térreo.

 Harry!

— Hey, Cher -— Harry cumprimentou fugazmente, passando por ela na escada.

 Não, volte, eu preciso falar com você!

Harry suspirou, virando e caminhando a poucos passos de onde Cher o chamou.

— O que foi?— ele perguntou cansado, tentando o seu melhor para manter o seu nível de tom.

 Dani vai fazer uma reunião amanhã à noite, ela me disse para convidar você e o Zayn, e, claro, Louis e Niall também, mas, de qualquer maneira, vai ser uma boa diversão, todos estão convidados, e você parece que poderia se divertir um pouco — Cher estendeu a mão e apertou os dedos indicadores sobre os cantos da boca de Harry. — Sorria, Harry. Você fica lindo quando você sorri - disse ela, torcendo os dedos para cima e puxando um sorriso no rosto de Harry.

Harry encontrou-se rindo e sorrindo para Cher. Seus olhos se iluminaram com a visão, e ela sorriu de volta.

 Então, você vai?

Harry acenou.

 Claro, eu vou dizer para o Louis agora.

Cher bateu palmas.

 Esplêndido! — ela gritou alegremente, antes de desaparecer até as escadas, cantarolando uma melodia engraçada.

Harry continuou descendo as escadas e, em seguida, saiu pela porta da frente. Estava quente lá fora, ofuscante e brilhante. Harry começou a caminhar rapidamente no calor escaldante, ansioso para chegar a até Louis.

Harry não tinha a intenção de explodir com Zayn, mas tudo estava se tornando demais, e todas as perguntas de Zayn irritaram Harry. Apenas havia tanta mentira e fingimento que ele poderia fazer antes de tudo cair em cima dele. Se alguém descobrisse o que realmente estava acontecendo, esse alguém seria Zayn, e o fato de Zayn já estar desconfiado assustou dele.

Quando chegou ao flat de Louis que ele se recompôs, sorrindo brilhantemente enquanto deslizava a chave na porta.

Harry ainda estava hesitante sobre usar a chave, apesar do fato de que Louis tinha dado a ele mais de uma semana atrás, logo depois que as meninas tinham ido para casa. Louis insistiu em usá-la sempre, e ele mesmo havia se chutado por não ter dado a Harry a chave mais cedo. Harry teria retribuído o gesto, exceto pelo fato de que as chaves não eram necessárias em Lego House. A porta da frente estava quase sempre aberta e, se não fosse um alguém, estava sempre acordado para deixar pessoas entrarem.

E assim Harry encontrou-se nervosamente deslizando a chave na porta pela segunda vez desde que tinha sido dada a ele, lentamente torcendo-a e empurrando a porta aberta.

Quando ele entrou, a TV estava ligada com o volume alto, Louis e Liam sentados no sofá, rindo alto de alguma coisa na televisão. Nenhum dos dois ouviu Harry entrar e não o viram até ele estar de pé ao lado do sofá, tirando o olhar da televisão.

 Harry!— Louis exclamou, pulando do sofá e dando a Harry um abraço apertado e rapidamente roubando um beijo.

Harry sorriu ligeiramente no cumprimento, sentindo pontadas de felicidade através de seu corpo. Esses eram pequenos prazeres que Harry apreciava muito naqueles dias.

—Hey — ele disse suavemente quando se afastara, os braços de Louis ainda emaranhados em torno da cintura de Harry.

—O que foi? — perguntou Louis, andando de volta para o sofá enquanto ainda se abraçavam.

Harry deu de ombros.

 Nada, só queria ver você — Harry engoliu em seco, deitando sua cabeça no ombro de Louis quando se sentaram. Inconscientemente, ele se enterrou mais fundo no lado de Louis, se confortando em seu calor.

Louis sorriu para o seu namorado e apoiou o queixo no topo da cabeça de Harry.

— Bem, eu estou feliz por você estar aqui agora.

—Você quer que eu vá ...? — Liam perguntou sem jeito do outro lado do sofá.

— Oh não, você não tem que... — Harry começou.

—Sim — Louis interrompeu.

Liam revirou os olhos e Harry bateu de brincadeira no peito de Louis, um pequeno sorriso bobo se espalhando pelo seu rosto.

Liam não precisou ser mandado duas vezes, saindo pela porta alguns momentos mais tarde.

— Agora eu tenho você só para mim — Louis sussurrou sedutoramente, capturando os lábios de Harry.

Quando Louis estava prestes a aprofundar o beijo, Harry se afastou, lembrando de uma das razões pela qual ele veio. Louis protestou com um gemido ao que Harry se afastou, mas Harry silenciou-o pressionando o dedo indicador contra seus lábios.

— Acabei de me lembrar, Dani nos convidou para jantar amanhã à noite, um de seus grandes jantares, você vem?

Louis sorriu e acenou rapidamente antes de beijar os lábios de Harry.

—Claro — em seguida, eles retomaram o beijo, que, eventualmente, deixou-os alastrados através da sala de estar, nus e ofegantes.

Harry curvou para o lado de Louis depois, o único lugar no mundo em que ele se sentia completamente seguro.

x 

O dia seguinte passou num piscar de olhos e, antes que eles noticiassem, a noite havia chegado.

Louis e Harry soltaram seus dedos e Louis pulou no balcão, inclinando a cabeça para a cozinha.

— Se importa de me dar uma bebida? — disse Louis para Liam, acenando com a cabeça em direção à geladeira.

Liam revirou os olhos e afastou-se do lado de Danielle, passeando até a geladeira. Ele abaixou-se, se remexendo por alguns segundos, antes de voltar com duas garrafas de água.

— Água, sério? — Louis estalou a língua, levantando uma sobrancelha.

Liam empurrou as garrafas em todo o balcão até chegar às mãos de Louis com um suspiro pesado.

— Você não deveria beber — ele lembrou. — Agora, se Harry estiver afim de uma bebida alcoólica, eu ficaria feliz em pegar uma para ele.

Louis revirou os olhos, mas aceitou a água, torcendo a tampa e tomando um gole enquanto dava a segunda garrafa a Harry.

— Aqui — ele disse baixinho, se aninhando ao lado de Harry quando se sentou. — Se você quiser algo mais, você mesmo terá de pegar, porque parece que Liam não confia em mim com álcool — Louis sorriu, balançando a cabeça ligeiramente.

Harry riu e tomou um gole de sua água.

—Não, está tudo bem, eu estou bem com isso.

Os dois se acomodaram no sofá, ouvindo a conversa entre Josh, Sand e Matt quando a porta da frente se abriu e um barulho alto soou através do flat. Todos se viraram para encontrar Zayn e Niall desfilando pela porta, os braços em torno de si enquanto carregavam uma variedade de bebidas.

— Ziall chegou! — exclamaram juntos, ganhando rolar de olhos de todos os outros.

— Será que vocês podem parar de chamar vocês mesmos assim? — Eleanor gemeu de onde estava sentada, encolhida em sua poltrona. — É estranho.

Zayn fez uma careta para ela, franzindo o nariz e dando língua ironicamente.

— Oh, calada, El, pare de ser tão deprimente.

Louis mordeu o lábio, segurando o riso ao que Eleanor se virou com os olhos cintilando em aborrecimento. Harry rapidamente olhou para Louis, também lutando contra um sorriso.

—Alguém deveria dar a ela um pouco de café — Harry sussurrou sarcasticamente, e isso era tudo o que precisou para os dois rirem.

Os outros não deram muita atenção para os dois, voltando à conversa anterior, e Niall e Zayn foram para cozinha entregar suas bebidas para Liam. Louis e Harry pararam de rir momentos depois e então se juntaram à conversa do grupo, todo mundo conversando preguiçosamente até o jantar estar pronto.

Harry tentou permanecer no presente, tentou manter sua mente na conversa, tentou não pensar muito. Mas Sandy e Josh estavam fazendo mais do que falar naquele momento, e conversas paralelas estavam sendo interrompidas, Zayn falando com Matt, Cher com Rebecca e Eleanor, Niall voltando-se para falar com Louis. Todo mundo estava falando, e ele apenas sentado, ouvindo, mas não escutando, murmurando palavras em resposta, mas não sabendo o que estava respondendo, lentamente recuando dentro de si, dentro de sua cabeça. O aperto em sua garrafa de água se apertando, e ele fechou os olhos por uma fração de segundo, respirando fundo, desejando relaxar.

Ele estava vagamente consciente da coceira subindo em seu braço, foi subindo, cavando sob sua pele e indo diretamente em suas veias, através do bombeamento e atravessando seu coração, perfurando-o como veneno. Ele piscou rapidamente, inspirando e expirando rapidamente, suplicando para sua mente, não agora, por favor, não agora, não faça isso comigo agora.

Desde o incidente da semana anterior, depois de todas as noites particularmente horríveis com Ralph, isso tinha acontecido mais duas vezes. Harry tentou o seu melhor para não pensar sobre essas coisas durante o dia, quando ele estava com amigos ou com Louis, mas sua cabeça estava o traindo agora, levando-o aos pensamentos que ele tão desesperadamente mantinha trancados.

Ele estava perigosamente perto de quebrar ali mesmo, todos os pensamentos horríveis que inundavam através da barreira mental em sua cabeça, quando Danielle e Liam chamaram sua atenção, chegando até a sala de estar carregando bandejas de aperitivos. Harry levantou a cabeça, engolindo em seco, grato pela distração ao que Danielle chamou por eles para começarem a comer.

— Os pratos estão sobre o balcão, drinques no frigobar, sintam-se livres para pegar qualquer coisa, vocês sabem as regras — disse Danielle, acenando com a mão descuidadamente e sentando em uma das poltronas com Liam.

Harry levantou-se rapidamente.

—Eu vou pegar pratos para nós — ele murmurou para Louis antes de ir para a cozinha.

Niall seguiu junto com Cher, Rebecca e Josh, todos eles pegando pratos para quem ainda estava sentado na sala de estar. Harry ficou para trás, tomando seu tempo, procurando na geladeira mais uma garrafa de água até que todas voltaram para a sala de estar. Uma vez que estava sozinho, ele exalou profundamente, se encostando sobre o balcão, suas juntas ficando esbranquiças pela forma com que ele segurava, apertando os olhos fechados.

Flashes de memórias romperam o bloqueio mental, memórias que não eram frescas, memórias que faziam anos, memórias que Harry não deveria estar pensando. Flashes de um Harry mais jovem inundaram sua mente, Harry estava balançando seu corpo, sacudindo-o para o núcleo. O Harry mais jovem em uma vida que era muito diferente do seu atual, mas ainda familiar. O Harry mais jovem, degradado de seu valor. O Harry mais jovem, que nunca teve uma chance.

Ele mordeu o lábio trêmulo, lentamente abrindo os olhos enquanto enxugava as lágrimas.

—Hazza.

Harry paralisou ao som da voz, seus braços em volta de sua cintura por trás. Ele soltou um suspiro trêmulo, de olhos fechados esvoaçantes, por um momento, antes de virar a cabeça para o lado para atender Louis.

— Você está bem? — Louis perguntou baixinho, aninhando a cabeça na curva do pescoço de Harry.

Harry engoliu em seco antes de concordar.

— Sim — ele engasgou com um leve tremor em sua voz.

— Tem certeza? — Louis perguntou novamente, não muito convencido.

Harry instantaneamente se transformou, seu cérebro reagindo, tente mais, ele não está acreditando em você.

Harry puxou um sorriso nos lábios, fazendo com que parecesse fácil, apesar da enorme quantidade de força que levou a fazer esse gesto simples.

— Sim — ele disse suavemente, girando totalmente nos braços de Louis e beijando seus lábios, selando a mentira.

Louis se afastou, satisfeito, aceitando as palavras de Harry sem fazer mais perguntas. Ele entrelaçou seus dedos juntos e puxou levemente a mão de Harry.

— Vamos, Dani fez uma comida fantástica! Embora eu tenha certeza que nada disso é tão delicioso quanto a sua — Louis acrescentou com uma piscadela.

Harry se perdeu momentaneamente nos olhos de Louis, o sorriso contagiante de Louis fazendo Harry sentir as covinhas em suas bochechas. Ao que Louis o levou de volta para a outra sala, ele estava ciente do sorriso que enfeitava seus próprios lábios. Ele amava como Louis ainda podia fazer isso com ele, ainda fazer até mesmo os piores momentos desaparecerem de sua mente por apenas um pouco. Louis era a sua luz guia para o resto da escuridão em sua vida.

x 

O jantar continuou sem problemas depois disso. Todos conversavam e brincavam, Zayn e Niall alimentavam um ao outro com uvas da sobremesa, Liam ficou um pouco bêbado e começou a beijar o pescoço de Dani, e Josh e Sandy ficaram muito bêbados e quase fizeram um show de strip para todos eles. A noite foi muito divertida e alegre, e os pensamentos de Harry ficaram esquecidos enquanto ele e Louis riam e jogavam o dinheiro em Sandy e Josh.

— Vamos lá, nos mostrem o que vocês tem! — Harry gritou quando Louis levantou do sofá e se juntou a Josh e Sandy.

— Harry, você acha que eu poderia ser um stripper também? — Louis brincou, colocando a mão atrás da cabeça, fazendo uma pose.

Harry cobriu a boca com as costas da mão, apertando os olhos fechados enquanto ria.

— Mostre-nos o que você tem, Tomlinson! — Zayn gritou, se afastando dos lábios de Niall.

— Ele precisa de um nome! — Danielle exclamou.

— Lusty Lou — Niall sugeriu.

Harry riu suavemente e balançou a cabeça.

—Nah. Ele está mais para Tommo, the Tease — ele respondeu, chamando a atenção de Louis e sorrindo para ele.

— Ooohoohoo! — Josh e Sandy exclamaram juntos. —Tommo the Tease. Você é um provocador, não é?

{tease é provocador, então é o mesmo que tommo o provocador, não coloquei em pt porque ia ficar estranho e a magia do nome é em inglês porque harryzinho que falou}

Louis sentiu seu rosto ficar mais quente, mas ele soltou uma risada, no entanto.

—Acho que sim — ele encolheu os ombros.

Danielle se levantou do colo de Liam e caminhou até o aparelho de som do outro lado da sala. Ela colocou em alguma música antes de fazer seu caminho até os três rapazes em pé no meio da sala.

—Vocês vão nos dar um show ou o quê?

Josh e Sandy fizeram um toque e começaram a mover seus quadris juntos, lentamente tirando a blusa um do outro. Os olhos de Louis se arregalaram, e ele visivelmente engoliu em seco, seus olhos voando até Harry para obter ajuda. Harry apenas lhe deu um olhar divertido e balançou a cabeça ligeiramente, insistindo-o a ir em frente.

— Jesus — Louis suspirou, apertando os olhos fechados e levantando a camisa.

Havia um longo tempo desde que ele tinha dançado algo como dança de clube. Fazia meses desde que ele foi o último em um clube e, mesmo assim, sempre estava bêbado ou drogado, os produtos químicos dando-lhe confiança. Mas agora ele estava aqui, em uma pequena sala de estar velha, cercado por novos amigos e estava se mexendo ao som de alguma música desagradável sem camisa... sóbrio.

Ele soltou uma risada com o pensamento. Ele nunca teria imaginado que iria se encontrar em tal cenário. Quando abriu os olhos, olhou diretamente para Harry. Harry descansava sobre o sofá, olhando para ele com os olhos escurecidos, um sorriso presunçoso jogando em seus lábios. A música ficou mais alta, e todos os outros ficaram de pé, juntando-se à dança. Todos, menos Harry.

Harry ficou em seu lugar no sofá, acenando para Louis em direção a ele com os olhos. Venha me pegar. Louis foi fisgado como um peixe, se aproximando cada vez mais até que Harry segurou-o, pressionando as mãos contra seus quadris e puxando-o para a frente.

Louis se abaixou e beijou os lábios de Harry, suas mãos sendo colocadas onde Harry estava com a sua em sua cintura. Louis entrelaçou seus dedos com os dedos de Harry e, em seguida, puxou suavemente a mão do menino, puxando Harry para se levantar. Quando se separaram, os braços de Harry circularam em volta da cintura de Louis, e eles lentamente começaram a se mover contra o outro, suas testas pressionadas juntas e seus olhos conectados.

Do outro lado da sala, Danielle estava mostrando seus movimentos de dançarina exótica sobre Liam, Josh e Sandy estavam praticamente fazendo sexo com roupas, e Niall e Zayn estavam recriando um número de dança de Grease. Cher girava com Rebecca, e Eleanor estava dançando com Matt... ou era mais como se ela estivesse dançando ao redor de Matt.

Mas Louis e Harry não viram nada disso, pois seus olhos estavam grudados um ao outro com tanta intensidade, quase como se suas vidas dependessem disso, como se o fato deles desviarem o olhar fosse fazê-los simplesmente desaparecer.

Mas, de certa forma, era verdade, para Harry, pelo menos. Enquanto dançavam, Harry manteve seus olhos fixados em Louis, suas respirações em sincronia, seus corpos em movimento perfeito como um só. O aperto de Harry aumentou ao redor da cintura de Louis, seus dedos atando contra a bainha da calça de Louis. Era um daqueles momentos, um daqueles momentos em que o mundo inteiro parecia parar de girar, e Harry se tornava muito consciente do quanto o garoto de olhos azuis significava para ele.

Ele nunca poderia dizer as palavras. Ele nunca poderia dizer a ele o quanto. Mas, com os olhos, ele lhe disse. Enviou-lhe as palavras simples que não podia proferir, verde para azul, azul para verde e, assim, se comunicavam, ambos estremecendo enquanto cada sentimento e emoção percorria seus corpos.

Era um momento perfeito.

Mas o mundo não para de girar para sempre.

E o momento terminou como a dura realidade da vida batendo em Harry. Foi apenas uma vibração simples no bolso. Mas a sensação golpeou Harry como um raio, fazendo-o recuar sensivelmente, seus olhos rapidamente se desviando dos de Louis, e foi quase doloroso, mas ele não tinha tempo para se debruçar sobre o momento o qual tinha acabado de compartilhar. No momento em que já estava flutuando para longe, fora do alcance, deixando-os para sempre ao que Harry tirou seu telefone celular.

Louis manteve suas mãos nos quadris de Harry, vendo quando Harry freneticamente procurou algo em seus bolsos. Quando Harry finalmente pegou seu celular, abriu-o rapidamente, levando-o para seu ouvido direito, enquanto a outra mão apertada sobre seu esquerdo, bloqueando a música.

— Olá? — ele respirou rapidamente, se desvencilhando dos braços de Louis e indo para a porta. Louis ficando para trás, o resto de seus amigos alheios a Harry saindo porta afora e indo para o corredor.

Do outro lado da porta, Harry ficou no corredor deserto do quarto andar, de costas, caído contra a parede quando uma voz venenosa soou para ele do outro lado do telefone.

Me encontre agora. Abaixo da Babilônia. Não me deixe esperando. Traga o dinheiro.

As palavras se repetiram várias vezes na cabeça de Harry e parecia que demorou anos antes dele responder. Harry não queria sair agora. Ele não queria deixar a festa. Ele estava se divertindo. Estava realmente sendo um pouco feliz. Mas, acima de tudo, não queria deixá-Louis. Não agora, não naquela noite.

Ele não tinha vontade de ir com Ralph. Não estava com vontade de ser espancado e abusado. Não estava com vontade de ouvir que era inútil. Não estava com vontade de chegar em casa mais tarde e cortar sua pele para liberar o tormento em sua cabeça. Harry estava cansado. Harry queria dizer não a Ralph. Mas ele sabia que não era uma opção. Sabia que não havia opção. E assim, rigidamente concordou em encontrá-lo em dez minutos.

Harry silenciosamente voltou para o apartamento, mas todos, em exceção de Louis, ainda estavam dançando. Louis rapidamente atravessou a sala ao que viu Harry, encontrando-o na porta.

— Hey, o que foi? — Louis disse suavemente, mas Harry podia ouvir o ligeiro pânico em sua voz.

Ele sempre se preocupava, não importava o quê. Harry suspirou, preparando outra mentira.

— Eu tenho que ir — disse ele, e estava quase chocado pela forma como sua voz soou baixa.

— O quê? — Louis perguntou, se afastando um pouco. — Mas... a festa... — ele gaguejou, seus braços caindo para o lado dele.

Louis estava lutando para manter uma expressão neutra, mas Harry podia ver a decepção em seu rosto. Louis nunca foi bom em esconder seus sentimentos.

— Sinto muito — Harry sussurrou, e ele quase engasgou com as palavras antes de se chutar mentalmente e se endireitar. Ele não podia começar a chorar. Ele não podia começar a surtar e quebrar na frente de Louis. Ele teve que se recompor. E tinha que dar uma razão a Louis. Uma boa razão. Ele mordeu o lábio, sabendo que sua próxima mentira ia doer em Louis, mas ele tinha que dizê-la. — Eu esqueci que eu tinha um encontro com Steven. Ele está um pouco com raiva de mim agora, mas eu tenho que ir.

Instantaneamente o pânico inundou os olhos de Louis, um mar azul de pânico balançando ao redor de seus olhos, as ondas quebrando ao que Louis rapidamente estendeu a mão e agarrou o braço de Harry.

— Não! — ele gritou. — Por favor, por favor, não vá para ele! — sua voz quebrada perfurou as entranhas de Harry, torcendo-o e fazendo-o sentir miserável, porque ele era o único a causar dor em Louis.

Os olhos de Harry se suavizaram.

— Eu tenho que ir — ele resmungou, sufocando um soluço.

—Não, você não tem que fazer isso — Louis repetiu, sacudindo a cabeça rapidamente. — Você não tem fazer isso mais , por favor!

A voz de Louis estava subindo em histeria, e Harry olhou para a festa, mesmo a música não foi o suficiente para disfarçar suas vozes completamente, e Danielle estava fitando o par com um olhar curioso. Harry deu um passo para trás, colocando a mão por trás dele e torcendo em torno da maçaneta da porta.

—Eu tenho que ir — Harry repetiu novamente, se direcionado até a porta, Louis ainda segurando seu braço.

—Não — Louis choramingou quando a porta se fechou atrás deles. — Ele vai te machucar.

Harry soltou um suspiro rápido, seus olhos começando a lacrimejar.

— Eu vou ficar bem — disse ele em voz baixa. — Prometo.

—Você não tem que ir — Louis repetiu com os olhos baixos, mas ele tirou seu aperto no braço de Harry, e tanto quanto doía Harry, ele rapidamente se afastou de Louis e andou o restante do corredor indo para as escadas.

Louis ficou lá por cerca de um minuto antes de decidir seguir Harry. O que o possuía para fazer isso, ele não sabia. Mas um minuto estava ali de pé, com a cabeça baixa e lágrimas caindo livremente no chão e, no próximo, estava descendo quatro lances de escadas e saindo rapidamente pela porta da frente de Lego House.

Harry não estava muito à frente, Louis ainda podia vê-lo claramente quando ele rapidamente correu pela calçada ao seu destino, suas mãos enfiadas nos bolsos. Louis seguiu a uma boa distância, apenas no caso de Harry se virar. Mas ele não o fez. Continuou andando, nunca mais voltando-se uma vez. Quando Louis viu Harry parar em um beco conhecido, Louis percebeu onde Harry estava indo, Babylon.

Louis esperou alguns momentos antes de seguir para o mesmo beco. De repente, ele foi atingido com uma estranha sensação de déjà vu. Havia um carro esperando no final do beco, da mesma forma que estava esperando por Harry na noite em que ele conheceu Louis. A rua estava iluminando a entrada do beco, e Louis pensou em voltar à forma como a luz estava borrada em torno de Harry naquela primeira noite, fazendo-o parecer quase como um anjo. Mas não havia nenhum traficante de drogas no beco naquela noite. Nenhum menino indefeso sendo espancado sem razão. Não havia ninguém para Harry parar e salvar. E, assim, Harry seguiu para o veículo.

Mas, então, o momento déjà vu foi quebrado quando Louis percebeu o carro. Era um carro preto e com vidros fumados. Louis lembrou que Steven tinha mais um tipo de van do que carro. Agora, era claro que ele poderia ter dois carros, mas... algo apenas parecia errado. Em seguida, um homem saiu, e Louis sabia que não era Steven. Desde que ele tinha ouvido falar sobre Steven, sabia que era um homem nos seus trinta anos, alto, musculoso, com cabelo castanho curto. Mas o homem que saiu do carro não parecia nada com isso. Ele era velho, talvez cinquenta anos, cabelos grisalhos e o corpo fora de forma.

Ele começou a falar com Harry, e, em seguida, eles saíram de vista por alguns momentos. Quando eles voltaram, Harry estava segurando sua bochecha e, silenciosamente, deslizou para dentro do carro. Metade da mente de Louis o dizia para voltar a Lego House e pegar o carro de Liam ou de Zayn para segui-los, mas ele sabia que estaria muito longe antes mesmo de chegar a um carro. E assim, ele ficou lá e assistiu impotente quando o homem voltou para o banco do motorista e ligou motor antes de puxar o freio e acelerar.

Louis ficou ali por um momento, anestesiado por tudo o que tinha acabado de presenciar, e então o mundo retomou à fiação, e os sentimentos rápido o inundaram, tudo misturando junto antes de desabar.

Parte dele estava chateado de ver que o homem feriu Harry. Outra parte dele estava sentindo seu estômago doer com o pensamento de ainda mais dor vindo para Harry. Em seguida, houve uma torção em seu interior que ele não gostava particularmente, a percepção de que Harry tinha mentido descaradamente para ele, e que ele tinha feito isso tão facilmente. Isso o fez se perguntar: quantas outras mentiras poderia Harry ter lhe dito sem ele saber? E então outra coisa se contorceu em seu estômago, algo que não gostava, mas era um monstro crescente, corroendo sua lógica e sua razão... era ciúme.

Ele não deveria ter ficado com ciúmes, mas ele estava. Ele nunca tinha tido ciúmes antes, ele sempre tinha aceitado o fato de que Harry dormia com outros homens, mas os homens não significavam nada para ele. Mas, de repente, ele estava sentindo ciúmes de todo homem que dormiu com Harry.

Com ciúmes de que eles poderiam marcá-lo com seus lábios, ciumento de que, quando Harry não estava com ele, estava com eles. Louis deveria ter se impedido de ficar tão irritado, deveria ter parado o monstro antes que ficasse em sua cabeça, mas ele não podia. Parte dele sabia que era estúpido, parte dele sabia que Harry realmente não apreciava isso, parte dele sabia que ainda significava algo para Harry. Mas o monstro estava traindo esses pensamentos. O monstro tinha capturado sua cabeça e estava torcendo e distorcendo tudo.

Antes que percebesse, Louis viu-se de volta no quarto andar da Lego House, em frente ao flat de Danielle. Ele estava ferido, irritado e confuso. Ele não queria sentir qualquer coisa, ele queria afogar tudo para fora, entorpecer um pouco os sentimentos.

Lentamente, Louis virou a maçaneta da porta e deslizou para dentro. A música tinha parado há muito tempo, e todo mundo estava em torno da televisão, suas vozes calmamente tagarelando. Todos olharam para cima quando a porta se fechou atrás de Louis, mas ele realmente não estava prestando muita atenção, sua mente estava a milhas de distância.

— Onde está o Harry? — Danielle perguntou casualmente, sua voz quebrando a linha de pensamentos de Louis.

— Ele saiu — Louis respondeu, sua voz oca. — Tinha um compromisso — acrescentou quando se sentou no sofá.

Danielle piscou antes de, lentamente, balançar a cabeça.

—Oh... okay...

Louis direcionou seus olhos para a televisão, fingindo se concentrar quando todos os outros retomaram suas conversas. Danielle deu a Louis outro olhar, um pequeno surto de preocupação correndo em seus olhos antes de rapidamente se voltar para a TV.

Ao lado de Louis, Liam e Zayn estavam conversando, Niall envolto em torno dos ombros de Zayn. Louis ouviu apenas a metade da conversa, mas parecia que Liam estava falando sobre o Paradise, o clube que ele trabalhava.

— Por que eles iriam vendê-lo? Esse lugar está em uma localização privilegiada, e sempre está cheio! — Zayn exclamou.

— Eu sei, eu disse isso. Eles não vão vender, o local será alugado. O cara, Tom, decidiu que ele não quer mais o clube e está decolando para a Itália ou algo assim — disse Liam.

— Será que alguém vai assumir o clube? — perguntou Niall, pressionando o queixo no ombro de Zayn.

Liam deu de ombros.

— Não tenho ideia. Tom apenas anunciou que irá alugar o lugar, então eu não sei. Isso não vai acontecer por mais alguns meses, mas então eu vou procurar um emprego. Um lugar que pague bem.

— Quanto eles estão pedindo? — Zayn se perguntou,  Louis parou de ouvir, seus olhos lacrimejantes se desviando da televisão e fazendo a varredura do cômodo.

Josh e Sandy estavam embrulhados um nos braços do outro assistindo TV, que Louis tinha, finalmente, percebido que estavam todos assistindo The X Factor. Cher estava sentada no chão bem em frente à televisão, seus olhos brilhando enquanto se animava com os competidores. Rebecca estava sentada atrás de Cher e estava ocupada trançando o cabelo da outra garota. Matt e Eleanor estavam sentados juntos em uma das poltronas, nem prestando atenção à televisão, e Danielle sentou-se calmamente em sua própria cadeira, escutando o seu namorado conversar. Todos pareciam suficientemente distraídos, e assim, Louis foi para a cozinha pegar uma garrafa de água.

Quando chegou à geladeira, ele encontrou muito mais do que apenas água. Outra substância clara saltou para ele, e ele agarrou-a antes que percebesse o que estava fazendo. No balcão, em frente ao frigorífico, estava um pacote de cigarro e um isqueiro, provavelmente de Zayn. Ele os pegou, colocando nos bolsos, antes de sair rapidamente pela porta da frente.

Ele sabia que alguém eventualmente iria segui-lo, mas Louis não podia se incomodar em se importar neste momento. Ele só precisava acalmar sua mente. Tinha sido um bom menino tempo suficiente. Chegou um ponto em que respiração profunda e meditação apenas não eram o suficiente. Ele precisa de algo mais forte.

Louis nunca soube que poderia ir até o telhado de Lego House. Mas continuou a subir as escadas até que se viu abrindo uma porta e saindo para o ar quente de verão. Ele rapidamente se sentou perto da borda e olhou para a cidade. Ele podia ver as luzes piscando da Babylon à distância, a cintilação de postes e carros. Ele se sentia tão distante do resto do mundo. Ele olhou para a garrafa em sua mão e respirou fundo.

Em seguida, torceu a tampa e inclinou a cabeça para trás, tomando um grande gole.

O líquido queimou um caminho para baixo de sua garganta, a queimação se espalhando através de suas entranhas. Ele fechou os olhos e balançou a cabeça, desejando que o álcool descesse.

Era bom ter algum tipo de poder novamente, o poder sobre o monstro em sua cabeça. Ele poderia entorpecê-lo agora. Ele poderia controlá-lo.

Ele tomou outro gole, desta vez queimou menos. E depois outro, e outro, e outro, até que ele parou de sentir tudo.

Então ele pegou o cigarro.

Ele sabia que não iria fumar muito, exceto tirar um pouco da borda, mas era o suficiente. Com as mãos trêmulas, colocou o cigarro entre os lábios e levou o isqueiro para cima, cobrindo sua mão quando acendeu o cigarro.

A primeira baforada de fumaça que deixou seus lábios foi um tremendo alívio. Uma pequena parte dele se amaldiçoou por desfrutar tanto da sensação, mas, ao que a fumaça rodopiava para longe, desaparecendo na noite, levou também um pouco da sua dor e confusão. Uma estranha sensação de calma estava apenas começando a clarear sua mente juntamente com o zumbido do álcool quando a porta se abriu, chamando a atenção de Louis.

Ele nem se incomodou em tentar esconder a garrafa ou o cigarro quando seus olhos caíram sobre as duas figuras que se intrometeram em seu momento de solidão. Eles estavam agarrados um ao outro, distraídos em seu abraço, nem notando Louis ainda. Louis observava com uma espécie de interesse individual, mão suspensa no ar, ainda segurando seu cigarro meio fumado.

Quando o casal finalmente desembaraçou-se, depois de mais alguns beijos molhados, eles se assustaram ao ver Louis.

— Cristo! — Sandy gritou, colocando a mão sobre o coração. — Louis?

Eles se aproximaram do rapaz, sentando hesitantes na borda.

— O que está fazendo aqui? —Josh perguntou quando Louis continuou a encará-los irresponsavelmente.

Louis deu de ombros e levou o cigarro aos lábios, dando uma longa tragada.

— Você não deveria... não fumar? — Josh perguntou de novo, se jogando ao lado de Louis, Sandy o seguiu e sentou-se ao lado de seu namorado.

Louis deu de ombros novamente e nem Josh nem Sandy se entrometeram mais, ambos pegando cigarros para eles mesmos.

— Você está bem? — Sandy perguntou depois de um momento ao que suas fumaças saíam em conjunto, escapando para a noite.

Louis olhava para a frente, os olhos treinados sobre as luzes da cidade ao longe, sua mente vagando, pensando em como Harry estava no momento. Que lugar? Com quem? Ele estava bem? Feliz? Machucado?

A pergunta de Sandy realmente não foi registrada, não podia ser registrada, não quando havia tantas outras questões que nadavam em sua cabeça e não quando Harry estava tão longe dele.

— Louis? — Sandy solicitou depois de alguns momentos de silêncio.

Louis engoliu em seco e virou-se para Sandy, seus olhos não totalmente voltados para os garotos ao lado dele.

—Sim. Bem.

Ele sabia que sua voz tinha pouca ou nenhuma convicção, mas felizmente os outros dois não sentiram a necessidade de se preocuparem com ele e, assim, eles rapidamente ficaram em silêncio, retornando aos seus cigarros e pensamentos.

x 

O corpo de Harry caiu no chão do apartamento sombrio que pertencia ao homem que ele desprezava. Ralph se elevou sobre ele, seu rosto contorcido de malícia, seus punhos carnudos já apertado em seus lados.

— Me dê o dinheiro.

Essas foram as primeiras palavras que ele rosnou.

Harry arregalou os olhos do jeito que sempre fazia quando estava em torno daquele homem horrível, os olhos arregalados com medo e alerta.

Ele rapidamente enfiou as mãos nos bolsos, prontos para entregar o dinheiro ao qual ele tinha passado a semana passada trabalhando, o dinheiro que tinha retido ao invés de ajudar Zayn a pagar o aluguel. Mas quando seus dedos não encontraram nada, apenas tecido de seus bolsos, pânico inundou por suas veias.

Ele esqueceu o dinheiro.

A realização quebrou em torno dele como vidro; na pressa de fugir de Louis, Harry tinha esquecido completamente de parar em seu flat para pegar o dinheiro. E agora ele não tinha nada, apenas os bolsos vazios e um Ralph perigosamente irritado.

Harry engoliu em seco, tentando não deixar seu pânico evidente. Ele saiu de seu transe com o som da voz de Ralph berrando.

Bem?

—Eu —Harry soltou um suspiro trêmulo, seus olhos de imediato se direcionando ao chão. — Eu esqueci o dinheiro — ele disse tão rápido e silenciosamente que ele tinha certeza Ralph não ouvira.

O soco que recebeu em sua bochecha provou que ele havia ouvido.

— Você o quê? — Ralph perguntou com sua voz estranhamente calma.

— Eu-eu... Eu estava com tanta pressa para sair que esqueci de pegar o dinheiro —Harry gaguejou através de respirações trêmulas, preparando-se para a surra que ele sabia que logo iria receber, tudo por causa de seu erro estúpido.

Ele não estava surpreso quando sentiu uma mão envolver em torno de sua garganta, empurrando-o para o chão.

— Sem dinheiro? — perguntou Ralph, seu hálito quente queimando como ácido contra a orelha de Harry.

Harry soltou um gemido baixo, tentando respirar pelo nariz.

— Você sabe o que isso significa, não é, Harry? — Ralph murmurou o nome com uma voz que escorria uma malícia revestida com um tom doce, quase açucarado. Harry permaneceu quieto, recusando-se a olhar para o homem, recusando-se a falar. Ele sabia o que significava. Não importava o que ele fizesse, não importava o quanto ele tentasse agradar, ele sempre levava a mesma coisa. — Punição.

Ralph tirou as roupas de Harry e o virou, pressionando o rosto do menino no chão ao que invadia seu corpo, realizando ações desagradáveis com as quais Harry havia aprendido a se acostumar.

Harry tomou todo o abuso sem brigar. Ficando tão tranquilo quanto possível, certificando-se de manter seus gritos ao mínimo; Ralph não gostava quando ele choramingava ou protestava. Quando tudo acabou, Harry permaneceu no chão em exaustão, esperando o próximo movimento de Ralph.

— Você vai me pegar meu dinheiro amanhã à noite, sua vadia imunda —cuspiu Ralph, ficando de pé e chutando rapidamente as costelas de Harry. — Eu vou buscá-lo novamente amanhã à noite e você vai me dar o meu dinheiro, não, não, agora eu quero trezentos dólares extras por me fazer esperar.

Um adicional de trezentos dólares. Onde ele iria conseguir esse dinheiro em menos de vinte horas? Mas Harry não disse nada, ele iria conseguir de alguma forma.

— E se você me deixar de novo, então você não será o único a pagar — Ralph rosnou.

Com isso, Harry se animou apenas um pouco, o seu rosto suado levantando do chão pegajoso. Ralph tomou conhecimento do movimento e soltou uma risada fria instantaneamente.

— É isso mesmo, Harry, aquelas pessoas na Lego House, seus amigos, eles vão ser os próximos a pagarem pelo seus erros.

A respiração de Harry saiu áspera, seu sangue fervendo ao que Ralph ameaçou as pessoas que se preocupavam com Harry.

Ele estava com raiva, com raiva que Ralph se atreveria a colocar a mão em qualquer um dos amigos de Harry. Ele queria lançar-se sobre Ralph e vencê-lo, mas sabia que não era páreo para o outro homem. E também o pânico estava inundando seu corpo, um medo de torção que apavorou Harry.

Ralph sabia onde ele morava. Não apenas uma vaga ideia, ele sabia exatamente onde ele morava. E uma pergunta não queria deixar sua mente, quanto da vida de Harry esse homem havia visto? Ele havia passado dia seguindo o menino? Observando a Lego House de longe? Teria visto com Harry Louis?

Louis.

A única pessoa que ele não poderia deixar este homem tocar. A única pessoa que ele se preocupava mais do que qualquer coisa. A única pessoa que ele faria qualquer coisa para proteger. Qualquer coisa.

E assim, quando Ralph se abaixou e torceu os dedos no cabelo de Harry, puxando sua cabeça para cima, perguntando: — Fui claro? — Harry não pôde fazer nada além de concordar e soltar um estrangulado sim.

x 

Após a cena no telhado, Louis tropeçou seu caminho para o apartamento de Harry, caindo na cama de seu namorado, não querendo pedir uma carona a Liam e arriscar que o garoto soubesse de sua embriaguez.

Ele estava quase dormindo quando Zayn e Niall tropeçaram no flat, e nenhum dos dois estava cientes da presença de Louis quando eles apressadamente fizeram o seu caminho para o quarto de Zayn, rindo entre beijos molhados e mordidas de amor.

Louis acordou bem antes do resto dos habitantes de Lego House, o que não fez muito sentido, considerando que ele tinha ido dormir muito tarde... ou mais cedo, dependendo do ponto de vista.

Quando acordou e viu que eram apenas seis da manhã, ele foi saudado com uma dor de cabeça latejante e uma onda de culpa pelo que havia feito na noite anterior, assim como uma pontada de pânico com o fato de que Harry ainda não havia chegado. Ele andou através do apartamento, segurando sua cabeça e calmamente gemendo. Quando chegou a cozinha, se serviu de um copo de água e dois analgésicos, esperando que a dor passasse.

Seu instinto natural disse-lhe para ficar e esperar Harry voltar para casa, mas seu cérebro ainda estava confuso e ele estava precisando de um banho e descansar um pouco. Ficar no apartamento de Harry parecia a coisa certa a fazer, tomar um banho e voltar para a cama até que o menino em questão voltasse para casa. Mas o cérebro de Louis estava confuso, e a única coisa que fazia sentido para seu cérebro nebuloso era ir para casa.

E assim, Louis se arrastou para fora do terceiro andar, sem o conhecimento de Zayn e Niall que estavam dormindo. Ele andou silenciosamente na ponta dos pés pelas escadas antes de rapidamente e, em silêncio, deslizar para fora da porta da frente.

Enquanto caminhava até a parada de ônibus, ele pegou distraidamente seu telefone, passando seus olhos sobre a tela procurando por mensagem que ele sabia que não iria encontrar. Quase sete horas sem uma palavra de Harry. Sete horas desde que ele tinha mentido descaradamente para Louis. Sete horas que Louis questionou tudo - porque sim, mesmo dormindo, Louis não tinha se esquecido das perguntas que estavam nadando em sua cabeça.

Se Louis tivesse esperado apenas uma hora e meia mais, ele teria visto Harry entrar com seus olhos inchados e machucados florescendo por todo o seu corpo. Mas, em vez disso, Louis embarcou no ônibus às seis e quinze, totalmente ausente da chegada de Harry.

Quando Harry chegou a Lego House, estava esperando entrar sorrateiramente para que pudesse rapidamente lavar rosto antes que surgissem perguntas, mas ele não recebeu tal conveniência.

Zayn e Niall acordaram poucos minutos depois de Louis ter saído, grogues e não estão dispostos a deixar a sua cama, isto é, até Zayn perceber que algo parecia errado.

Niall protestou, envolvendo seus dedos no pulso de seu namorado, mas Zayn livrou-se dele, puxando sua cueca e desaparecendo na sala ao lado. Niall rapidamente o seguiu, e os dois encontraram-se em pé na porta do quarto de Harry.

— O que estamos fazendo? — Niall sussurrou depois de um momento.

— Ele ainda não está em casa — disse Zayn em voz baixa.

— Ele foi trabalhar noite passada — Niall disse, como se fosse para lembrar o garoto.

— Eu sei disso — Zayn respondeu, levantando a voz um pouco. Ele desembaraçou-se dos braços de Niall e entrou no quarto. — Mas ele está agindo suspeito ultimamente, e, francamente, estou preocupado. Claro que ele não perde um compromisso ou deixa clientes esperando... mas ele tem uma boa quantidade de clientes, salvo por Steven e sempre estava feliz em ir para o trabalho. Mas nos últimos meses... nem tanto — Zayn começou a mexer na cômoda de Harry à procura de algo, qualquer coisa, que lhe daria uma pista sobre o que estava acontecendo com seu amigo. — Mas eu acho que parte disso é porque ele está apaixonado por Louis. Mas ainda há alguma coisa acontecendo. Algo mais recente. E o fato de que ele está apanhando mais e mais... isso não é algo que costumava acontecer muito com ele antes. Se há uma coisa sobre Harry que eu sei, com certeza, é que ele é inteligente. Ele sabe como identificar os bons dos maus, e ele sabe como evitar o mal. Ele não voltaria para um idiota a menos que-

E então ele encontrou. Um maço de dinheiro escondido na parte de trás da gaveta da cômoda de Harry. Um pacote de dinheiro. O tipo de dinheiro que se dá a alguém.

— Porra — Zayn amaldiçoou sob sua respiração enquanto retirava o pacote de dinheiro do lugar aonde estava escondido.

Os olhos de Niall se arregalaram com a visão, palavrões saindo de seus lábios.

— Puta que pariu! Que diabos ele vai fazer com tanto dinheiro? — perguntou Niall incrédulo.

Zayn soltou um suspiro.

— Eu acho que... ele tem um cafetão.

x 

Harry se arrastou até as escadas, completamente exausto da noite anterior. Ralph não o manteve por muito tempo, mas Harry teve que fazer o dinheiro extra que Ralph queria e teve que se envolver com vários a fim de fazer isso acontecer. Ele ainda não tinha dormido, salvo pela meia hora Ralph o apagou, mas que dificilmente contava como um cochilo.

Quando Harry abriu a porta de seu apartamento, ele ficou contente de encontrá-lo em silêncio. Ele esperou e rezou que Zayn ainda estivesse dormindo ou no apartamento de Niall enquanto caminhava em direção ao banheiro, pronto para tomar banho e consertar seus ferimentos. Mas antes que ele pudesse entrar no estreito corredor em direção ao banheiro, Zayn estava saindo da porta de seu quarto, Niall correndo atrás dele.

— Zayn — Harry começou, sua voz rouca e áspera.

Zayn ficou tenso diante de Harry, sua boca lutando para formar palavras. Em vez de produzir alguma coisa coerente, Zayn simplesmente colocou a mão para a frente e proferiu: — Que porra é essa?

A única reação de Harry foi diminuir a velocidade, e seus olhos demoraram para olhar para a mão de Zayn. Ele olhou para o maço de dinheiro por alguns momentos antes de tudo se encaixar. Então, sua cabeça se levantou rapidamente, estreitando os olhos furiosamente.

— Por que, diabos, você estava mexendo minhas coisas? — ele retrucou, pegando o dinheiro.

Zayn rapidamente retirou a mão e segurou o dinheiro para fora de seu alcance.

— Me fale, o que, diabos, está acontecendo? — Zayn exigiu.

— Nada que seja da porra de sua conta — Harry respondeu, avançando para pegar o dinheiro.

— Sim, é da porra de minha conta. Especialmente quando você está mentindo sobre o aluguel e sendo espancado! — Zayn cuspiu, gesticulando em direção a aparência de Harry.

— Sinto muito sobre a porra do aluguel, ok! — Harry gritou. — Mas, quanto a todo o resto, realmente não é da sua conta.

Zayn deixou cair o braço ao seu lado, Harry efetivamente pegando o maço de dinheiro de sua mão.

— Sim, bem, eu sou a merda de seu melhor companheiro e acho que tenho o direito de me preocupar um pouco.

A expressão de Harry hesitou por um momento, e ele quase se deixou quebrar, quase deu a Zayn a chance de ajudá-lo. Zayn era inteligente, Harry sabia que era principalmente nesses momentos fugazes de curta duração. Zayn uma vez tinha sido um garoto de programa. Zayn sabia como lidar com essas coisas, ele saberia o que fazer, apesar do fato de que a situação com Ralph não era como a maioria das situações que Zayn presenciou, mas, ainda sim, ele ainda saberia como ajudar de alguma forma. Zayn não era Louis. Louis estava alheio e quebrável. Mas Zayn tinha certa malandragem, Zayn poderia lidar com tudo isso se Harry lhe disse a verdade.

Mas não. Como Zayn tinha acabado de dizer, ele era seu melhor amigo. E, assim, Harry foi obrigado a protegê-lo, mantê-lo longe de toda a dor e tormento que ele estava enfrentando diariamente.

— Está tudo bem — Harry suspirou, tentando passar por Zayn.

Mas Zayn não era Louis. Zayn não ficou satisfeito com palavras simples e um sorriso. Harry não podia cortar Zayn com um beijo ou distraí-lo com sexo.

— Você tem um cafetão, não é? — disse Zayn baixinho, os olhos treinados ferozmente sobre Harry.

Harry sabia o que Zayn estava fazendo, se Harry desviasse o olhar, Zayn saberia que ele estava mentindo. Era algo que costumavam fazer muito no começo de sua amizade, quando ambos estavam desabrigados e famintos e haviam trabalhado toda noite para fazer uma certa quantidade desprezível de dinheiro. Era uma coisa de confiança. Olhe nos olhos uns dos outros, e, em seguida, tentar mentir. Impossível.

Mas as coisas tinham mudado desde os dias anteriores de sua amizade. Zayn não entendia o quão bom Harry ficou em mentir.

Harry olhou de volta, os olhos mortos.

— Posso te assegurar, eu não tenho um cafetão — disse Harry suavemente, e sua voz tinha a convicção para fazer a sua declaração. Os olhos de Zayn permaneceram fixos nos de Harry por apenas alguns momentos, ainda à procura do garoto de olhos verdes. Depois de não encontrar nenhum indício de uma mentira nos olhos do menino, ele baixou o olhar, e depois acenou com a cabeça para o maço de dinheiro.

—Então porque você está guardando todo esse dinheiro?

Harry deixou-se dar um pequeno sorriso, e então ele tocou o pacote, traçando padrões em todo o dinheiro.

— Eu estava guardando para fazer algo especial para o Lou — ele disse simplesmente, sua voz ficando um pouco nebulosa. —Eu sei que fui uma idiota sobre o aluguel... apenas, eu tenho trabalhado tanto apenas para guardar e, bem, achei que você poderia lidar com o aluguel sozinho este mês... — Harry disse arrastadamente e esperou que sua mentira fosse o suficiente.

Um momento depois, os lábios de Zayn se contorceram e ele acenou com a cabeça lentamente.

— Sim, está tudo bem. Você pode pagar no próximo mês — ele disse suavemente antes de estender a mão e dar a Harry um abraço apertado. — Isso ainda não explica por que você parece um merda — Zayn sussurrou.

Harry se afastou e tentou sorrir novamente.

— Meus clientes tem alguns fetiches — ele disse simplesmente, dando uma piscadela para garantir.

Zayn riu levemente, mas aceitou as explicações de Harry. Ele normalmente seria cético, mas Zayn sabia como extirpar mentiras dele, ele era bom em exigir, e Harry parecia estar dizendo a verdade. Era bobagem de Zayn ter ficado muito paranoico.

Mas tudo fazia sentido agora. Tudo fazia sentido perfeito. Ele poderia ter questionado as coisas ainda mais, mas a situação tinha sido diferente. Mas quando ele consignou o amor de Harry por Louis, o fez perceber que Harry estava um pouco infeliz por ter que trabalhar recentemente. Niall serviu como uma distração para Zayn não dar ao assunto mais reflexão. E assim, ele permitiu que Harry desaparecesse no banheiro, e Niall e Zayn caminharam de volta para seu quarto, trancando-se e dormindo por mais algumas horas.

Harry, por outro lado, trancou a porta para o banheiro, antes de cair no chão em uma pilha quebrada. Ele se sentia exausto, todo seu corpo doía com a culpa de todas as mentiras que ele tinha acabado de dizer, junto com as mentiras que dissera a Louis na noite anterior, foram pesando sobre ele, esmagando-o e sufocando-o. Foi tudo construindo novamente, com a cabeça girando com palavras feias e imagens terríveis, tudo insultando-o, procurando autorização.

Antes que soubesse, ele encontrou-se no chuveiro encolhido no chão, a água caindo em torno dele ao que levou uma nova lâmina brilhante até sua pele, pela quarta vez naquela semana. Até agora, tinha abandonado o interior de seu braço, encontrando um novo lugar abaixo de seus tornozelos. Ele não poderia fazê-lo em qualquer lugar muito perceptível, uma vez que ele estava sempre nu com Louis e Louis notaria e iria questionar.

E só o simples pensamento de Louis, mesmo naquele momento, levou a Harry ainda mais longe ao longo do limite. O fato de que Louis se importaria doeu tanto em Harry. Ele tinha deixado o menino se apegar a ele, tinha deixado Louis cuidar dele, e foi a pior coisa que poderia ter feito. Ele deveria ter terminado isso há muito tempo. Deveria ter ficado longe, tentado resistir a Louis no início. Porque agora ele só estava machucando o garoto de olhos azuis, machucando-o com suas ações e mentiras. Mas Harry era muito egoísta para desistir da única pessoa que o fazia sentir que ainda valia alguma coisa.

Cortes raivosos atravessaram contra a pele de Harry até que ele finalmente soltou a lâmina, puxando os joelhos em direção ao peito e deixando escapar um soluço irregular. Ele queria que Louis o esquentasse com beijos no momento. Ele queria alguém para segurá-lo e tocá-lo suavemente.

Decidindo ir visitar Louis, Harry saiu do chuveiro, secou-se e cuidou de suas feridas. Ele verificou o relógio enquanto saía e viu que eram apenas oito da manhã. Louis definitivamente ainda não estava acordado, e Harry estava, de fato, muito cansado e, por isso, ele optou por um rápido cochilo antes de ver Louis.

Um cochilo rápido se transformou em oito horas de sono. O corpo de Harry precisava de descanso após a longa noite e todas as emoções que se seguiram. Quando ele acordou já era quatro da tarde e estava tonto por falta de comida. Harry tropeçou para fora da cama indo até a cozinha, onde encontrou uma caixa de pizza e uma nota de Zayn.

Imaginei que você estaria com fome. De nada.

Harry agradecidamente pegou uma fatia de pizza, mastigando enquanto corria em torno do flat, se preparando para ver Louis. Ele estava colocando seus sapatos quando sentiu uma onda de náusea o atingir, fazendo agachar sobre o cesto de lixo. Nada saiu, mas Harry se sentiu doente.

Ele não estava doente, embora. Era tudo em sua cabeça, todo o seu próprio fazer. A ansiedade de tudo o estava deixando fisicamente doente.

Ele se sentou no chão por alguns minutos ou talvez muitos, muitos minutos, respirando fundo para se acalmar. Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem. Ele repetiu o mantra mais e mais até encontrar forças para se levantar. Se firmou e repetiu as palavras de novo e de novo. Você está bem, Harry. Você está bem. Está tudo bem.

Eram cinco horas quando ele deixou a Lego House e quase seis quando chegou ao complexo de Louis. Ele se preocupa com você, você vale alguma coisa. Está tudo bem. Tudo ficará bem. Ele vai fazer você se sentir bem. Harry bateu na porta algumas vezes, tendo esquecido sua chave. Ele esperou alguns instantes antes de tocar novamente. Quando a porta finalmente se abriu, ele ficou chocado ao ver um Louis de olhos arregalados e bagunçado.

Louis olhou para Harry quase em estado de choque, deixando escapar um suspiro antes de proferir em voz baixa:

— Harry.

Harry queria evitar tantas as perguntas tanto quanto possível e, assim, se inclinou, juntando seus lábios nos de Louis, empurrando os dois para dentro do apartamento. Louis se contorceu sob o abraço de Harry, as mãos segurando nos ombros de Harry em uma tentativa de afastar o garoto. Mas apesar de seus esforços, Louis se viu beijando de volta, beijando furiosamente, com raiva, antes de se recuperar e se afastar completamente.

— Não, pare! — ele esbravejou, dando passos para trás ao que Harry tentou recapturar os lábios de Louis. Harry se assustou por um momento, antes de zombar das palavras de Louis, anexando os lábios no pescoço do menino, lentamente levando-os para mais perto do quarto. Louis balançou a cabeça e afastou Harry mais uma vez. — Não — ele disse com firmeza.

Harry cambaleou um pouco para trás, olhando para Louis em confusão.

—O que foi?

Louis soltou um suspiro, como se estivesse sem ar, seus olhos ficando escuros.

— O que foi? O que foi? — Louis perguntou, sua voz subindo rapidamente. — Oh, eu não sei, talvez sobre onde, diabos, você esteve? E o que, diabos, aconteceu com você?—Louis acrescentou, apontando para a aparência de Harry.

Harry recuou um pouco, sua guarda subindo também.

— Eu te disse, eu estava com Steven ontem à noite, e ele estava um pouco chateado, por isso as coisas ficaram difíceis — explicou Harry, sua voz firme enquanto mentia.

Louis olhou para Harry por um momento, sua expressão ilegível, antes de zombar e virar a cabeça para o lado.

— Besteira — ele sussurrou.

Harry engoliu em seco.

— O quê? — ele perguntou, virando a cabeça para olhar nos olhos de Louis.

Louis jogou a cabeça para trás ao redor, os olhos de gelo frio quando se conectaram com os de Harry.

— Você me ouviu. Besteira. Você não estava com Steven ontem à noite-

— Sim, eu estava! — Harry gritou.

— Você não estava com Steven noite passada porque eu segui e vi você entrar em outro carro, com outro homem que não era Steven.

A expressão de Harry se contorceu em de dor e confusão.

— V-você me seguiu? O que, você não confia em mim? — ele cuspiu.

Louis sorriu, um riso sem alegria e frio balançando seu corpo.

—Me dê uma razão pela qual eu deveria confiar em você agora. Você mentiu para mim sobre com quem você estava e agora você nem vai me dizer a verdade ou o que aconteceu.

Os olhos de Harry começaram a encher de água ao que Louis se afastava cada vez de Harry.

— Por favor —Harry resmungou. — Eu não posso lhe dizer a verdade, está bem? Só, por favor... por favor, acredite em mim — ele estendeu a mão para Louis, suas lágrimas agora caindo.— Por favor, só m-me beije. Por favor — ele implorou. — Eu preciso de você. Eu preciso disso. Por favor.

Tudo dentro de Harry doía. Ver Louis irritado assim, irritado como Harry nunca vira antes, o assustava. Tudo o que ele queria era que Louis o segurasse, fazendo-o se sentir amado.

Mas Louis estava recuando para longe de Harry, palavras mais amargas florescendo de seus lábios.

— Você acha que eu sou estúpido? Você acha que sou cego? Alguém está te espancando, e você continua voltando. Você continua deixando acontecer. E você nem me diz quem. Você não me diz nada. Estamos suposto a ser a porra de um casal. Você deveria confiar em mim, eu deveria ser o único com quem você se encontrasse! — Louis gritou em frustração.

— Eu sei. Sinto muito. Sinto muito, Louis, por favor — Harry chorou, sua voz quebrando ao que Louis construía um muro entre eles. —Por favor, me perdoa, eu sinto muito. Eu preciso de você, você não entende-

— Você está certo, eu não entendo! — Louis o interrompeu. — Porque você não explica nada para mim. E você sabe o quê? Eu estou ficando cansado disso. Cansado de me preocupar. Cansado de me deixar cansado à espera de ouvir de você, esperando para ver se você ainda está vivo todas as noites. Eu não sou seu pequeno brinquedo, Hazza — disse Louis, cuspindo o apelido. — Eu não sou um brinquedo que você pode simplesmente se encontrar quando estiver cansado de brincar de prostituta e quiser brincar de namorado. Eu não estou aqui para você me usar como uma distração do que diabos você estiver lidando.

Louis observou quando suas palavras entraram no interior do crânio de Harry. Ele observou quando Harry recuou longe, lágrimas transbordando em seus olhos. E imediatamente desejou que pudesse retirar cada palavra. Mas ele não podia. E as palavras pairaram entre eles, separando-os como um campo de força invisível que nem o garoto poderia atravessar.

Harry desmoronou por dentro enquanto apenas uma palavra ecoava em sua mente. Uma palavra que Louis nunca tinha o chamado antes, mas que ouvia com muita frequência. Prostituta. Isso foi tudo o que levou para as vozes aparecerem em sua cabeça, e todos riam, riam e zombaram, porque

Olhe agora, Louis acha que você não é nada mais do que uma prostituta também.

Quem te ama agora? Certamente não ele.

Ele não se importa. Ele odeia você agora.

Você mentiu para ele. Você o machucou. E agora ele te odeia.

Louis queria estender a mão e abraçar o menino chorando e enxugar suas lágrimas. Ele queria oferecer um milhão de desculpas e sussurrar palavras de amor. Mas sua mente e boca não estavam na mesma página. Seu corpo não cooperava com a sua mente. E assim, em vez disso, ele estava ali, entorpecido, olhando para o garoto à frente dele adequadamente destruído.

— Eu acho que seria melhor se você saísse. — Louis disse, soando como se fosse outra pessoa.

Harry não implorou ou suplicou mais. Ele não disse uma palavra. Em cinco passos curtos, calmamente saiu, e, em seguida, Louis caiu em uma pilha quebrada no chão, tirando um cigarro do maço que tinha pegado na noite anterior.

x 

Harry encontrava-se bêbado enquanto perambulava pelas ruas de Londres apenas algumas horas depois. Sua mente estava finalmente entorpecida, mas sabia que tudo tinha acabado. Louis estava cansado dele. Louis não o queria mais. Mas estava tudo bem. Harry estava bem. Ele estava bem. Porque estava tudo acabado. Ele não tinha ninguém e nada. Não importava que ele fosse espancado e abusado, porque ele não importava. Não importava para ninguém. Tinha acabado. Harry Styles estava acabado.

Eram quase onze da noite quando Harry começou a se aproximar de seu lado da cidade. Era uma maravilha que ainda podia andar e tinha um senso de direção, mesmo depois de consumir grandes quantidades de álcool. Mas ele sabia para onde estava indo. Voltar para Lego House e colapsar na cama e- espera, não! Não, não, não, Harry.

Era uma realização repentina - e atrasada - que desabou nele.

Eu vou buscá-lo novamente amanhã à noite e e você vai me dar o meu dinheiro... Amanhã à noite. Era hoje. Era hoje e Harry tinha estupidamente esquecido novamente.

Seus dedos se atrapalharam nos bolsos em busca de seu celular, pronto para encontrar um telefone cheio de mensagens. Mas não havia nenhum celular nos bolsos. Não havia nada nos bolsos porque o seu celular ainda estava em seu apartamento, ele havia o deixado lá de manhã.

O pânico invadiu o corpo de Harry, de repente, sacudindo-o para fora de seu estupor alcoólico. Ele rapidamente correu pelas ruas até que ele chegou na rua da Lego House. Mas antes que ele pudesse correr em direção ao prédio, sua mente começou a funcionar corretamente novamente, e ele imediatamente tomou conhecimento da cena diante dele. Luzes piscando e sirenes estridentes foram à vista que Harry foi recebido enquanto se levantava, enraizado ao seu lugar no topo da rua. Havia gritos e gritos à distância, e fumaça, muita fumaça.

Lego House... estava em chamas.

É isso mesmo, Harry, aquelas pessoas na Lego House, seus amigos, eles vão ser os próximos a pagarem pelo seus erros.

As palavras de Ralph ecoaram na cabeça de Harry,antes dele ficar completamente entorpecido.

Isso tudo era culpa dele. Não havia nenhuma dúvida na mente de Harry que Ralph tinha feito isso. Ele não queria nem ir até a cena caótica. Ele não queria saber quem ele tinha machucado através de suas ações tolas. Harry começou a correr na direção oposta, correndo e correndo sem destino. Tudo o que sabia era que ele tinha que acabar com tudo isso. Ele não podia ficar mais por aqui. Louis não queria mais dele, e estava tudo bem. Mas agora ele tinha que deixar a Lego House também, porque foi ele que os colocou em perigo.

Ele não seria responsável por mais sofrimento.

x 

Danielle freneticamente discou o número de Louis após ligar quase dez vezes para Harry e não ser atendida.

— Danielle, ele não está aí dentro, eu juro — Zayn suspirou, colocando a mão firmemente em seu ombro.

— Eu vou continuar ligando para Louis, de qualquer maneira-

— Alô?

— Louis! — Danielle gritou. — Louis , graças a Deus! Por favor, me diga que Harry está com você.

— Eu- erm, receito que não. Por quê, qual o problema?

Danielle deixou escapar um suspiro.

— Ele está com ele? — Zayn perguntou.

Danielle balançou a cabeça rapidamente, com lágrimas reunindo em seus olhos.

— Caramba —  Zayn amaldiçoou, abaixando o olhar.

— Danielle? — Louis perguntou, sua voz saindo um pouco desesperada.

Danielle mordeu o lábio e se preparou.

— Louis, houve um incêndio na Lego House. Nós não sabemos como começou mas-

— Merda, está tudo bem?— Louis interrompeu com a voz embargada.

—A maior parte, sim —  disse Danielle rapidamente. — Mas está faltando Harry. Zayn jura que ele não estava em casa quando o fogo começou. Mas não temos ideia de onde ele está. Ele também não atende o telefone, e bem... estamos preocupados. Especialmente depois de seu desaparecimento na noite passa, e Zayn-

Zayn balançou a cabeça e acenou com os braços freneticamente, dizendo para Danielle calar a boca.

— Er - e Zayn está um pouco paranoico e nós estávamos esperando que ele estivesse com você —  Danielle concluiu rapidamente.

— Ele não está aqui — Louis disse cansado. — Ele estava... mas já foi embora.

— E quando ele saiu?

— Erm.. talvez às seis?

— Cristo, isso foi há horas! —  Danielle murmurou.—Você tem alguma ideia de onde ele possa ter ido?

Louis suspirou tremulamente.

— Não — ele disse calmamente. — Nós meio que... nós meio que brigamos. E ele saiu muito chateado. Eu não sei... talvez eu foi a um pub ou algo assim? — Louis sugeriu.

—Sim, talvez...

—O quê?— Zayn assobiou, colocando seu ouvido próximo ao telefone. Danielle o afastou ao que Louis começou a falar novamente.

— Eu vou sair e procurá-lo, ok?

— E nós também... — Danielle suspirou. — Zayn vai pegar Niall, e eu vou com Liam. Mantenha contato, sim?

— Yeah — e, em seguida, Louis desligou, e Danielle colocou seu telefone no bolso e envolveu a mão no pulso de Zayn.

— Vamos procurar Harry.

x 

No final, Louis acabou pegando o carro de Liam, porque ele não tinha um, e Liam e Danielle pegaram o de Niall, enquanto Niall e Zayn iam no de Zayn. Eles se separaram, abordando diferentes locais onde Harry poderia ter ido. Depois de cada local ser verificado, eles voltaram um para o outro. Sandy e Josh procuraram por perto de Lego House, indo até mesmo em prédios de apartamentos nas proximidades e perguntando por Harry. Todos eles temiam que Harry pudesse ter ido para a casa de um cliente, mas, quando Sandy e Josh foram para um grupo de clientes de Harry em Babilônia — incluindo Steven —, todos eles desistiram das possibilidades que colocaram em uma lista.

Era bem no início da manhã quando Louis finalmente percebeu exatamente onde Harry estaria — ou pelo menos onde ele esperava que ele estivesse. Ele se sentia quase estúpido por não ter pensado nisso antes, mas quando ele subiu no meio-fio, ele rezou com todo o seu coração que encontrasse Harry ali.

Ele atravessou os portões e fez uma corrida louca para a área triangular entre o banco, a árvore velha, e o parque infantil. Ele tinha que estar aqui, ele tinha que estar no parque. Seu lugar favorito para ir e pensar, olhando para as estrelas inexistentes.

Louis estava pronto ir embora, pronto para perder as esperanças, porque certamente ele não podia ter tanta sorte... mas não, lá estava ele, esparramado pela grama, envolto pela noite, nada mais do que apenas um esboço na escuridão. Mas era ele, era Harry, e ele estava bem.

Louis tropeçou o restante do caminho até que estivesse de pé nos pés de Harry, e o garoto mudou de posição, se sentando com os arregalados e chocados.

— Harry —  Louis suspirou, caindo no chão. — Jesus, Harry... Você está bem.

Harry piscou para Louis, cujos olhos estavam brilhando e o lábio inferior tremendo.

— O que você está fazendo aqui?— Harry resmungou, suspenso em um estado de choque total.

— Dani, ela me ligou... O fogo... Houve um incêndio, e você está desaparecido e eu estava tão chateado... Estou tão triste, tudo o que eu disse, eu fui estúpido, eu não quis dizer nada daquilo... e, oh, Deus, nós te procuramos a noite toda. E eu- eu estou tão feliz que você está bem — Louis balbuciou rapidamente, suas mãos procurando pelas de Harry.

— Louis... — Harry começou cansado. Porque tudo isso estava errado, Louis não deveria estar ali.

— Eu sei que eu disse algumas coisas terríveis, e você tem todo o direito de me odiar, mas eu estava tão chateado, tão preocupado com você.

— Louis...

— Tudo bem se você não quiser falar comigo, mas, pelo menos, vai ficar com Zayn onde quer que ele esteja, eu só quero que você fique seguro e-

— Louis! — Harry disse freneticamente, puxando a mão do aperto de Louis e ficando de pé.

Louis também se levantou, balançando a cabeça para Harry falar.

— Estou indo embora —Harry suspirou.

As sobrancelhas de Louis enrugaram em confusão.

— Indo embora? Da onde?

— Indo embora daqui. Indo embora de Londres —  Harry explicou, seus olhos caindo para o chão.

Nos poucos minutos desde que Louis encontrou Harry, o céu já começava a clarear ao que a manhã se aproximava.

— O que quer com ir embora de Londres? Aonde você está indo? Por que você está indo embora? — a voz de Louis falhou, se quebrando quando soluços ameaçaram sair de seus lábios.

— Eu causei muita dor. Minha vida está uma bagunça e eu não posso deixar as pessoas sofrendo. Estou indo embora de manhã e yeah — Harry disse, desviando seus olhares.

Louis balançou a cabeça e cambaleou para frente, agarrando o pulso de Harry.

— Não, você não vai a lugar nenhum.

Harry olhou para cima, seus olhos brilhando.

— Por favor, deixe-me ir. Vai ser muito mais fácil.

Louis balançou a cabeça firmemente.

— Eu não vou deixar você ir. Eu-eu-

Mas Harry não poderia lutar mais e então acabou com a distância entre eles, conectando seus lábios em um beijo que ele estava desesperadamente desejando o dia todo.

Assim os dois se derreteram nos braços um do outro, e era um beijo apaixonado, um beijo desesperado, um beijo que falava por eles. Eles se comunicavam através do beijo até que não havia palavras para serem ditas.

Eles tropeçaram de volta para o carro de Liam algum tempo depois, os dois rapazes completamente exaustos do dia emocional que tinham passado. Ambos estavam ansiosos para dormir enquanto dirigiram em direção ao complexo de Louis. Momentos depois, Louis enviou a Danielle e Zayn uma mensagem, dizendo que ele tinha encontrado Harry e que tudo estava bem.

Quando chegaram em casa, Harry estava literalmente caindo no sono. Sua mente ainda estava nadando e alarmada, dizendo-lhe que aquela era uma má ideia e que Louis não estaria seguro, especialmente agora. Mas ele estava cansado, e Louis ainda se importava com ele, e isso era tudo o que importava para ele neste momento.

Ele tirou suas roupas, expondo seu corpo machucado a Louis pela primeira vez desde a noite anterior. Ele notou a respiração trêmula que Louis deixou escapar, mas ele desabou sobre a cama antes de algo ser dito. Ele estava dormindo no momento em que Louis se juntou ao lado dele na cama, o rapaz mais velho envolvendo os braços em torno da cintura fina de Harry.

Foi então que, naquele momento, antes de Louis adormecer, ele notou que Harry tinha deixado suas meias. Ele sorriu, achando a coisa toda boba, e ele avançou até a final da cama para puxar-las fora dos pés de Harry.

Quando o fez, porém, ele se viu paralisado pelo o que viu. Ele parou de respirar, seus olhos traçando as linhas que cruzavam como um labirinto através da pele de Harry. Aquelas não eram marcas feitas por outra pessoa. Aqueles não eram arranhões ou hematomas. Eram linhas cuidadosamente gravadas. Linhas um pouco finas traçadas com uma lâmina de barbear. Harry fizera isso.

Louis não estava ciente de que estava chorando até que uma lágrima salgada escorreu de seu nariz e caiu na pele de Harry. Gentilmente, ele se abaixou e beijou as marcas, nem mesmo se preocupando que isso fosse acordar Harry.

— Eu te amo.

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