Era o final do dia, Sirenia estava indo para casa. Era hora do hush e o trânsito estava caótico.
Parada no engarrafamento, ela batucava os dedos no volante. Seu celular começou a tocar e ela atendeu distraída.
- Mitchell falando.
- Detetive - a voz do Comandante Dahner saiu do outro lado da linha - Preciso que se dirija imediatamente para a Second House.
- Eu sinto muito, senhor, mas meu expediente já terminou. Terá que entregar o caso para outro investigador.
- Certo, eu não havia olhado o relógio. Vou entregar o caso para a Detetive Lia.
Sirenia trincou os dentes com raiva, e reprimiu um palavrão. Ela e Lia poderiam ser consideradas rivais. Uma não suportava a outra. As duas viviam competindo, e de maneira nenhuma Sirenia entregaria um caso para a outra de boa vontade.
- Estarei aí em quinze minutos.
Desligou e deu uma guinada no volante. Fez algumas manobras entre os carros, fazendo com que os outros motoristas a chamassem de nomes bem criativos e buzinassem.
Voltou a pegar o celular para ligar para Tristan.
Era tão estranho, pensou com um sorriso, alguns meses atrás ela não se importaria de fazer horas extras e trabalhar depois do expediente. O crime não tinha hora para acontecer, portanto ela também não tinha hora para trabalhar.
Mas agora ela ansiava por voltar para a casa, pois sabia que ele estava a sua espera. Seu milagre estaria lá.
Discou os números, e não conseguiu reprimir um sorriso bobo ao escutar a voz sedutora do outro lado da linha.
- Carinho, já está vindo pra casa?
- Infelizmente não - ela suspirou - Meu chefe ligou, aconteceu um imprevisto. Acho que vou demorar um pouco para chegar.
- Hum - ele pareceu desapontado - Tudo bem. Estarei te esperando. Te amo.
Ela desligou antes de responder.
Porque ainda era tão difícil? Ela o amava não? Então porque não conseguia responder? Ela se casara com ele, já não era prova suficiente?
Tristan era sempre tão super protetor. Carinhoso. Dedicado.
Antes ela odiava voltar para a casa. Apesar de dividir um apartamento com Hannah, ainda sim era... Solitário.
Mas agora ele sempre estaria lá. Ela tinha alguém. Alguém que iria abraçá-la, beijá-la e escutar seus problemas.
Sirenia pisou no acelerador. Iria resolver o que fosse necessário o mais rápido possível, para poder voltar logo para casa.
Para ele.