Ritual de Sangue (Livro 02 - Série Coração Verdadeiro) #Wattys2016

Capítulo 17

Quando Tristan chegou a casa estava totalmente às escuras, ele estranhou também o fato de Sebastian não aparecer para recepcioná-lo no hall e pegar seu sobretudo.

A casa realmente parecia estar deserta. Ele andou dois passos quando ouviu o barulho suave de uma porta fechando lentamente.

Ele não estava sozinho.

Deslizou a mão para dentro do paletó e segurou a coronha da pistola que mantinha ali.

Confiava que sua casa tinha o melhor sistema de segurança existente, mas mesmo assim "o seguro morreu de velho", já dizia o ditado. Além do que isso não foi o suficiente para impedir que um maníaco invadisse sua casa há alguns meses atrás. *

Seu dedo se encaixou no gatilho e ele puxou lentamente a arma para fora, enquanto subia as escadas com as costas praticamente coladas à parede.

Sirenia o mataria se descobrisse que ele andava com uma arma ilegal, mas nesse momento isso não importava. Havia um desconhecido ali. Um intruso dentro de seu lar.

Aquela era sua casa. Sua esposa. E era seu dever protegê-la não importava por quais meios.

Quando chegou ao segundo andar, percebeu que a porta de seu quarto estava com uma pequena fresta aberta. Estendeu a mão e a empurrou lentamente, tirando a trava de segurança do revólver.

Quando entrou, o quarto estava numa completa escuridão, ele olhou atentamente, procurando formas em meio às sombras, quando de repente uma vela se acendeu.

Ele piscou e reconheceu Sirenia ainda com o fósforo aceso na mão. Ela sorriu para ele e começou a se circular pelo quarto acendendo outras velas.

Tristan piscou várias vezes antes de esboçar alguma reação. Se lembrando da arma a guardou rapidamente dentro do paletó, antes que ela notasse.

- Sirenia, o que...

- Quieto. Apenas sente-se ali - ela apontou para uma cadeira no meio do quarto.

Tristan franziu o cenho, sabia que Sirenia era mandona por natureza. As vezes ele tinha vontade de esganá-la por isso, mas naquele momento suas pernas pareceram obedecer por conta própria.

Ela tirou o paletó e o colocou em cima do aparador, então se sentou na cadeira olhando interrogativamente para Sirenia.

Ele não entendeu o que ela ia fazer até ela caminhar até um suporte de som na penteadeira e conectar seu Ipod. Uma batida pulsante invadiu o aposento.

Sirenia abriu o roupão e o deixou deslizar pelos ombros até o chão. O queixo de Tristan caiu junto.

Sirenia estava vestindo um conjunto de lingerie de renda vermelha - a cor preferida de Tristan - e meias e ligas pretas. Sua pele pálida contrastava com os tons fortes. Ela também calçava um par de scarpains de saltos finíssimos e muito altos.

Tristan sabia que ela odiava saltos. Ele faz mensão de se levantar para ir até ela, naquele momento sua cabeça não conseguia formular um pensamento coerente.

- Não! - a voz dela estalou e ele voltou a se sentar - Essas são as regras: Você não pode falar, não pode se levantar e não pode me tocar. Agora relaxe e aproveite!

Ela começou a andar em volta da cadeira, Tristan seguia cada movimento com o olhar. A expressão em seu rosto era a de um lobo faminto, mas manteve as mãos firmemente paradas em cima das coxas.

Elas deslizou a ponta do indicador pela nuca dele, fazendo sua pele se arrepiar.

Conforme as batidas da música - Toxic da Britney Spears, ele reconheceu - aumentavam, ela seguia o compasso. Até passar a perna por sobre as dele e montar em seu colo, lhe dando uma lap dance como ele nunca tinha recebido antes.

- Vai me pagar por isso, Carinho. Eu juro - ele rosnou entredentes.

Ela deu uma risada e deslizou a mão por seu peito firme até embaixo. Em seguida agarrou seu membro duro por cima da calça e sentiu uma grande satisfação ao ouvi-lo chiar.

Tristan estendeu as mãos para segurá-la pela cintura, mas ela o impediu.

- Se me tocar, eu paro.

Para provar seu argumento ela parou de rebolar e se esfregar nele, mas seu olhar intenso estava preso ao dele. Tristan recolheu a mão no mesmo instante.

- Bom menino - ela passou um braço ao redor de seu pescoço e se aproximou mais roçando sua ereção.

- Carinho...

- Me desculpe - ela sussurrou beijando-lhe o pescoço.

- Ann...?

A voz dele saiu enrolada quando ela esfregou seu centro quente sobre ele.

- Eu deveria ter te levado comigo quando fui interrogar Zayed. Eu errei e você se emputeceu com razão. Me desculpe. Não quero mais ficar brigada com você.

Ela começou a desabotoar-lhe a camisa e deslizou a mão por seu peitoral firme e quente. Parou a mão sobre o coração, sentindo as batidas dele descompassadas e aceleradas.

- Carinho... - ele olhou para ela com um olhar cheio de devoção e amor, e ela soube que estava perdoada.

- Doeu, sabia? - ela sussurrou depositando um beijo em sua clavícula.

- Eu estava furioso e não percebi que ia te magoar tanto. Também senti sua falta.

Ela beijou-lhe os lábios furiosamente e se ajeitou mais sobre o colo dele. Quando Tristan não esboçou nenhum reação, ela afastou o rosto e olhou para ele com o cenho franzido.

- Você me perdoou mesmo?

- Claro que sim, Carinho - ela olhou para ela confuso.

- Então porque está aí parado como uma maldita estátua e não faz nada? Eu preparei tudo isso para você, inclusive essa dança estúpida.

- Você me mandou não te tocar.

- E desde quando você me obedece?

Tristan rosnou, um som que vibrou em seu peito e a fez se arrepiar de desejo e ansiedade.

Suas mãos a agarraram com força e ele se levantou da cadeira, com Sirenia ainda em seus braços. Ele capturou seus lábios com os dele, num beijo voraz e desesperado.

Em algumas largas passadas atravessou o quarto e a jogou em cima da cama. Sirenia afundou em meio as cobertas macias e se apoiou nos cotovelos, observando com um olhar de fome, enquanto ele terminava de se livrar da camisa e do resto da roupa.

Sirenia mordeu o lábio percorrendo o corpo de guerreiro highlander de seu marido, ela já sabia o que estava por vir. Tristan não seria gentil naquela noite e ela estava preparada para acordar dolorida na manhã seguinte.

- Eu amo as reconciliações - Ela murmurou, enquanto o via subir os degraus da plataforma da cama e se dirigir para os braços de sua amada.